quinta-feira, 16 de maio de 2013

As melhores músicas de pé na bunda

Eu não sei o que seria da indústria fonográfica se todo mundo fosse completamente feliz no amor. Faz um tempinho que, ouvindo minhas músicas favoritas, comecei a montar uma lista das melhores canções envolvendo levar um fora que eu conheço. Porque, convenhamos, pé na bunda é uma coisa universal. Quem não levou, corre muito risco de um dia levar. Quem não deu, um dia provavelmente vai. E tem de todo o tipo. Tem a Adele interpretando I can’t make you love me de forma dolorida, porém conformada. Não dá pra fazer o cara te amar, então vamos esperar chegar a manhã e arrancar  de uma vez esse band-aid.

Já em Almost Lover, A Fine Frenzy é quem está terminando o que talvez nem tenha começado direito. Dar adeus vai ser melhor para os dois, mas ambos sofrem horrores. E essa dor é descrita perfeitamente em 50 receitas, do Leoni. Aquele sofrimento bem pungente pós-término. Essa música faz estar na fossa não parecer vergonhoso. A pessoa fez merda, tinha milhões de defeitos e te deixou, mas tudo te traz essa maldita criatura. Quem nunca?

E aí tem o pé na bunda perfeitamente descrito por Esteban, em Segunda-Feira, que eu gosto de chamar de amizade-com-benefícios-unilateral ou sucessão-de-tocos. Você está loucamente apaixonado, mas a pessoa não quer nada sério e ainda te faz de gato e sapato. Você quer se fazer de indiferente, mas morre de saudade a semana inteira e quando a pessoa te despreza no domingo, morre mais ainda. Conselho? Deixe ela entrar com o pé e você entra logo com o traseiro. Vai doer menos.

Também tem aqueles casos em que o objeto da sua afeição simplesmente te abandona. Some no mundo e deixa apenas um bilhetinho, todo azul, com aquela letra ilegível dela. Pra essas horas, escute Bilhetinho Azul, do Cazuza, e continue vendo o amor como “um abraço curto pra não sufocar”.

Só que toda a choradeira tem seu fim, né? E chega a fase que eu mais gosto: a superação. Comece de leve. Pode deixar que a Sara Bareilles te ajuda com Gonna Get Over You. Ela te mostra hoje não é o dia em que você vai ficar bem, não vai ser de uma hora pra outra, mas saber que vai conseguir esquecer é o primeiro passo. Depois que se convencer disso, pode ter certeza que a ideia de viver sem essa pessoa vai lhe parecer mais razoável. Nesse estágio, ouça Gonna Get Along Without You Now, de She & Him. Vá por mim.

E, então, finalmente você vai ter superado. As lembranças ainda vão te atormentar porque esses assuntos do coração são complicados e porque as pessoas que a gente quer esquecer geralmente insistem em cruzar nosso caminho. Só que bem no finalzinho, você terá a última palavra, com Vai Embora, do Valentin. E você vai se perguntar como pode ter desperdiçado tanto tempo (e uma música tão boa) com aquela pessoa. No final, você estará tão recuperado, que dirá aos quatro ventos que já encontrou alguém melhor. Para coroar este momento, Esteban novamente, com a enfática, Adiós, Sophia!

Espero que não tenha chegado até aqui porque passou por algo parecido, mas se for o caso, baixe a mixtape que preparei com essas canções maravilhosas e atravesse esse período com a melhor trilha sonora possível. Se você estiver com o coração saudável, faça o download mesmo assim. Essas músicas são extraordinárias. É preciso conhecer cada uma delas. Além disso, ouví-las vai deixar esse post muito mais divertido.

NineSongsCapa

NineSongsMusicas

CLIQUE AQUI PARA FAZER O DOWNLOAD

Love, Tary

P.S: Peguei a imagem da capa nesse tumblr. O nome é Nine Songs porque eu achei bonitinho mesmo.

P.S 2: Compartilhem comigo suas músicas favoritas de pé na bunda nos comentários!

quarta-feira, 15 de maio de 2013

Jane Austen & Eu

Estou relendo Orgulho & Preconceito. Li  pela primeira vez em 2011 e não pude aceitar o fato de não ter amado completamente. Fiquei frustrada, culpei a tradução da editora e imediatamente me comprometi a reler algum dia. “Eu amo essa história, eu amo o filme em que ela foi baseada, me recuso a não favoritar este livro”, decidi. Observando o histórico de leitura no Skoob percebo que o culpado era o momento. Na época, demorei um mês para completar a leitura, o que prova que algo estava errado. Lembro de ler em viagens de ônibus voltando do meu segundo estágio, que era bem estressante. Enfim. Só mesmo um pouco de amargura poderia ter me impedido de me apaixonar.

Comecei a releitura ontem e prossegui hoje. Fui fisgada na primeira página. É brilhante. Sarcasmo, vivacidade, muito humor e afeição. Pode ter sido a saudade de Lizzie Bennet Diaries, a melhor websérie já produzida, mas eu duvido muito. Esta é a hora certa, apenas isso. Agradeço por ter ouvido a Taryne de dois anos atrás.

Apesar de não querer soltar o livro por nada, não pude frear a vontade de rever o filme. Revi. Reparei nas diferenças. Nas frases que estão na boca de outros personagens. Constatei que a escolha de elenco é perfeita. Quis que o “eu te amo” ao cubo de Mr. Darcy estivesse no livro. Chorei no final, claro. Agora é tarde, já virei amiga desses personagens.

Porém, ao invés de retornar às páginas de Jane Austen, resolvi assistir Becoming Jane, que conta a história do possível romance da escritora com Tom Lefroy. Ela é interpretada por Anne Hathaway e ele, por James McAvoy. A veracidade deste romance é uma dúvida que sempre vamos ter. Pode não ter passado de um flerte rápido. Ambos eram pobres e o casamento jamais aconteceria. Jane o menciona em algumas cartas para a irmã, mas de forma evasiva. Dizem que, à beira da morte, ele confessou ter sentido um “amor de menino” por ela.

Nada disso importa. Torci para que fosse verdade. Acreditei que fosse. Alguém capaz de escrever sobre amor da forma real, honesta e sem exageros que essa mulher fazia, com toda a certeza merecia ter se apaixonado intensamente. Verdadeiro ou não, o filme é uma homenagem maravilhosa. Diz algo como: “Se isso tudo não aconteceu com você, Miss Austen, olhe aqui como poderia ter sido”. Preciso dizer que eu estava tremendamente controlada no quesito lágrimas enquanto assistia. Até o final. Chega a ser ridículo o tanto que chorei nas últimas cenas.

Acho que foi um pouco por causa da admiração crescendo dentro de mim. Jane Austen nunca se casou. Ela jamais faria isso sem amor. Isso um ato de bravura e tanto em uma época na qual ficar solteira era sinônimo de fracasso, muito mais do que hoje (ainda) é. Agora quero ler todos os seus livros. Quero as biografias também, se as encontrar. Podem colocar meu nome na lista de admiradoras e defensoras de Jane Austen, me convidem para o clube do livro das obras dela. Desta vez estarei lá. Mas por enquanto, queiram me dar licença. Miss Bennet e Mr. Darcy me aguardam no baile.

Love, Tary

domingo, 12 de maio de 2013

Destino cinematográfico

Fico mal com o fato de que não vou ter tempo de ver todos os filmes geniais desse mundo, mas fico feliz por me deparar com alguns que eu não poderia ter passado sem. Falo dos filmes que não são lançados nos cinemas ou que ficam apenas uma semana em cartaz. Falo daqueles filmes que você descobriu por causa de uma foto ou que te chamaram a atenção em algum site de downloads. Falo daqueles filmes que aparecem na sua vida e você só consegue agradecer por isso ter acontecido. Afinal de contas, só pode ser destino, gente.

Eu estava fuçando algumas imagens no Tumblr e me deparei com o Ted, de How I met your Mother andando na rua sem conseguir tirar os olhos de um livro. E depois vi o mesmo cara sentado no chão de uma livraria ao lado da Ava, de Grey’s Anatomy, que confessava: “I love books”. Claro que eu tinha que assistir. Qualquer coisa que envolva livros me atrai. Sorry, I’m such a book nerd. I know, but I am. Mas por algum motivo não consegui ver no exato momento em que o download terminou. Eu estava prevendo um tipo de melancolia nefasta. Sabe aqueles filmes que te deprimem absurdamente? Achei que fosse o caso. Mas hoje, aproveitando meu dia de folga e um certo bom humor, assisti.

E, meu Deus do céu, que tapa na cara. Sério mesmo. O filme é uma delícia, mas me estapeou sem parar. Fiquei sorrindo o tempo todo e, em alguns momentos, meus olhos se encheram de lágrimas. Identificação me machuca demais gente. Me conforta pra caramba, claro. É bom saber que você não está sozinho nesse mundo de incertezas, mas dói porque é tão profundo! É tão honesto. Por isso me senti estapeada. Como alguém muito sábio disse nos comentários do Filmow, você assiste “Liberal Arts” e pensa: “Porra, é isso”. E é bem difícil alguém dizer alguma coisa que preste no Filmow.

Não vou perder tempo com sinopses aqui. Eu odeio sinopses com todas as minhas forças. Vamos falar das coisas boas sobre o filme. Temos atores conhecidos e excelentes de seriados. Temos livros. Temos conversas sobre livros. Temos personagens apaixonados por livros. Temos a melhor explicação sobre o porquê de lermos literatura pop. Temos música. Temos cartas escritas a mão. Temos quotes que dá vontade de tatuar nas costas. Temos Zac Efron sendo hilário (eu não poderia deixar de citar Zac Efron, me perdoem). Temos  imagens bonitas. Temos romance. Temos momentos reflexivos. Temos diálogos fantásticos.

Do que mais um filme precisa? Se você quer ação, pelo amor de Deus, vá assistir alguma coisa com robôs ou com o Bruce Willis (te amo, Bruce). Mas se você está disposto a ver um filme pra escutar o que ele tem a dizer, aposte nesse. Fazia tempo que um filme não conversava tanto comigo e fazia tempo que eu não sentia tanta vontade de responder. Or I’m just a movie nerd too. Well, actually, I am.

Love, Tary

terça-feira, 7 de maio de 2013

Eu sinto muito blues

Às vezes eu penso que quem sente de menos tem uma vida mais fácil. Porque geralmente os meus sentimentos pesam dentro de mim de um jeito que me destrói um bocadinho por dentro. E aí invento de pensar sobre eles e acabo me perdendo mais ainda. Acho que no meu coração toca blues e minha alma rodopia sem parar. Então me vejo deitada na cama palpitando inteira dos pés à cabeça. Com os olhos marejados de sentir. Porque eu sinto muito. Juro que em certos momentos tenho medo de não sobreviver às minhas próprias emoções porque não sei se na minha vida comum cabe tanta intensidade.

Sinto falta do frisson dos meus quinze anos, quando tudo que eu fazia tinha um gosto diferente, um cheiro novo. Me aborreço com a calma que meus olhos veem nas minhas olheiras, me sinto mais velha, mas não tão sábia. Tudo porque cada pedaço meu vive eufórico por causa das milhas que percorri. Nos meus sonhos. “Às vezes quero tudo que sonhei, às vezes o que eu quero é desistir". A verdade é que não sei direito se estou comigo mesma nesse momento da minha vida, ou se estou correndo atrás do que já fui. Me querendo de volta. Sentindo saudades de mim. Mais uma vez o sentir.

Coloco uma calça jeans, separo as mesmas blusas todos os dias, ponho os óculos no rosto e nem sei se eles já me ajudam a ver. Dizem que estou crescendo. Me pedem calma. Mas o que faço com essa força toda pulsando no meu peito e se explondindo em palavras? O que faço com meus pés dormentes e com as mágoas que se partem no meu peito, mas nunca partem para longe? Queria saber aonde ir pra depositar um pouco do muito que sinto.

Construir uma máquina transparente para guardar sensações. Quem sabe assim não consigo abrir o recipiente da serenidade e aspirar até o final? Também quero reservar uma dose de alívio para aqueles dias em que só ele me impulsiona. Acho que preciso de um abraço bem apertado da vida e do vento estapeando minha cara em algum lugar extraordinário. Acho que preciso de alguma coisa para catalisar esse mundo de coisas que sinto. Vou encontrar. Por enquanto, só sei sentir.

Love, Tary

domingo, 5 de maio de 2013

Take me to Neverland

Acordei com vontade de ser criança de novo. Porque trabalhar no domingo, por mais que eu já esteja habituada (e grata por ter um emprego), ainda parece um pouco anti-natural para quem passou uns bons 18 anos dormindo até meio-dia nos fins de semana. Acordei querendo dormir de novo porque eu adoro me auto-sabotar e ir dormir de madrugada tendo que acordar cedinho no dia seguinte. Chamem de guilty-pleasure, eu chamo de estupidez das brabas. Óbvio que não dormi no horário certo porque fiquei vendo vídeos de booktubers gringas e lendo Peter Pan. Justamente o garoto que não queria crescer, vejam vocês. Mas o fato é que a manhã chegou e, com ela, o despertador. Aprendi a lição e nunca mais coloquei uma música bonita pra me acordar de manhã. Agora desperto com uma coleção de ‘bips’ opressivos, porém eficientes.

Abri os olhos, fui tomar banho, liguei meu computador e tomei meu café da manhã vendo um book haul. O café: bolo e leite puro geladinho para contrastar com a doçura do recheio. Leite puro por algum motivo sempre me lembra a cegueira branca do livro de José Saramago. E esse foi meu pensamento ao beber. Papai, que já estava acordado, me levou para trabalhar. E no caminho, mais um mergulho na Terra do Nunca. Ao chegar no prédio, bati o ponto, sentei na minha cadeira e liguei a CPU. Mais um dia que começa.

Incêndio, homicídio, acidentes, pessoas em estado grave no hospital, assaltos. O mundo do livro com capa verde estava bem melhor, se vocês querem saber. Peter Pan a essa hora já estaria cheio de pó-de-fada voando acima do navio do infame James Gancho. Na vida real, eu estou com uma cólica dos diabos. Ser mulher às vezes é extremamente irritante. Quando o expediente acabou, papai foi me buscar e eu já estava rangendo os dentes de dor. Não sei se sou fraca, ou se ganhei na loteria da sensibilidade. No banco de trás, demorei pra perceber que vovó estava lá e ia almoçar com a gente. Minha avózinha parece uma corujinha de tão fofa que é.

Chegando em casa, me joguei na cama um pouquinho e fiquei vendo um vídeo sobre Meu Pé de Laranja Lima com vontade de reler. E com medo de chorar meus olhos pra fora quando chegar a hora. Depois de tomar remédio, o almoço: estrogone, arroz soltinho e bastante batata palha. Novamente, cama. Novamente, Peter Pan. Voltei pra Terra do Nunca. Bati palmas para Sininho, ri de Barrica e torci feito criança para que aquele garotinho arrogante acabasse com a raça do Capitão Gancho. Conforme o livro foi chegando ao fim, confesso que brotaram algumas lágrimas. Me senti até um pouquinho mal por ter crescido. Mas imediatamente me senti bem de novo por ser alguém capaz de voltar a ter 10 anos ao ler uma história.

O livro terminou e eu resolvi prolongar a sensação revendo um dos meus filmes favoritos da Sessão da Tarde: “Hook, a volta do capitão gancho”, onde Robin Williams interpreta o crescido Peter Pan que casou com a neta de Wendy, tem dois filhos e não se lembra de seu passado aventureiro. Gancho captura as crianças e obriga o agora advogado a voltar para Neverland. Hook quer sua vingança, claro. Dustin Hoffman está maravilhoso como o pirata que insiste em se vestir que nem o Rei Sol e Julia Roberts é uma Tinkerbell fofíssima.

Peter me julgaria demais por ter achado algumas coisas cafonas e por ter reparado nos efeitos datados, mas mesmo assim eu amei rever. Dei risada com as piadas, me apaixonei pelos meninos perdidos, fiquei bravinha com as mudanças na história original e dei uma chorada quando terminou. É infância, gente. Infância que o tio Spielberg soube retratar.  Um filme que tem a minha idade e continua gostoso de assistir.

Vovó fez pipoca, mamãe fez chá pra melhorar minha dor. Recebi tudo sem sair da cama. Convalecente e nostálgica. Fiquei lendo os blogs das amigas e agora estou tomando coragem para dar uma estudada. Isso mesmo, amanhã é minha prova teórica no Detran. Odeio o fato de não poder abrir minha janela e voar para a Terra do Nunca só pra me livrar dessa. Crescer irrita um bocado, ensina bastante e vezenquando (agora, por exemplo) dói pra valer. Apesar de ter amado as aventuras escritas por J.M. Barrie, sou obrigada a esperar que o correto seja Robin Williams no final de Hook: “Viver. Viver será uma grande aventura”. Tomara.

(Peter me deixou atrevida e resolvi relatar o dia de hoje mesmo, já que ontem foi um dia sem nada que valha a pena contar. Este meme foi postado nesse mesmo dia, aqui, no ano passado. Mas eu retratava minhas desventuras em 4 de maio de 2012. Ainda bem que pelo menos não tenho mais TCC pra fazer)

Love, Tary

quinta-feira, 2 de maio de 2013

Afinal, de quem é a culpa?

Sempre dói um pouquinho quando uma coisa que amamos muito não é apreciada da mesma forma por alguém que também amamos. Ainda mais quando a pessoa até curte, mas não sente metade do que a gente sentiu e tem várias ressalvas a fazer. Comigo isso aconteceu com 'A Culpa é das Estrelas', livro do John Green que todas as minhas amigas amaram de paixão e eu achei apenas bom.

Apesar de ter lido no ano passado, a vontade de falar a respeito surgiu dia desses, depois que a Michas me indicou para um meme em que devemos listar 10 livros que achamos que iríamos gostar mais/menos do que realmente gostamos. ACEDE foi o primeiro que pensei em inserir na minha lista. Aí percebi que os motivos renderiam um vídeo inteiro e resolvi escrever um post logo de uma vez. Porém, confesso que a vontade de me explicar foi reforçada depois que levei muitas tomatadas de duas amigas, ontem, via Skype. Tudo porque dei três/quatro estrelas (ainda estou em dúvida) para a jornada de Hazel e Gus. Meninas (e leitores), não me odeiem. Tentem me entender e por favor não achem que minhas opiniões foram influenciadas por outras pessoas. Eu tenho os meus motivos. E eles são muito meus. 

A história é bonita e bem escrita? Totalmente. Green trata o público adolescente do jeito que ele merece? Sem dúvida nenhuma. Dito isso, preciso afirmar que eu esperava mais, esperava outra coisa. Chorei, fiquei triste pelos personagens, mas não fui totalmente arrebatada. Não senti vontade de morder o livro nem de obrigar todo mundo a ler. Minhas expectativas estavam lá no céu e não foram alcançadas. Vejam bem, eu tinha absoluta certeza de que este seria o melhor YA a passar pelas minhas mãos. Porque, convenhamos, John Green é um ser humano sensacional. 

Conheci e comecei a acompanhar 'João Verde' em 2008. Ano em que ouvi falar pela primeira vez de Looking for Alaska, seu primogênito. E em 2011, pouco tempo depois do livro chegar ao Brasil com o nome de "Quem é você, Alasca?", me entreguei à leitura. Lembro de descrever a obra como um livro completo. Aventura, drama, momentos muito engraçados e reflexões. Apesar de menos acessível, Alasca me agradou bem mais do que o mais novo livro. Me conquistou justamente por parecer tão despretensioso, por ter personagens 'reais', com a adolescência em cada traço, muito inteligentes, mas com a essência do high school saindo pelos poros, com aquela vontade de sair por aí em busca de alguma coisa, de qualquer coisa. 

Exatamente por isso não entra na minha cabeça que uma personagem tão jovem e prestes a morrer passe seus poucos dias lendo o mesmo livro, mofando em casa e vendo America's Next Top Model com os pais. Eu esperava mais revolta, mais raiva, mais dor escancarada. Não soa plausível, na minha opinião, que uma personagem adolescente seja tão serena e sábia quando se trata de uma injustiça como essa que se abateu sobre sua vida. Afinal, na adolescência, todos os sentimentos são maximizados. Eu preferia que Gus fumasse logo o cigarro ao invés de apenas colocá-lo entre os dentes para que mais uma metáfora brilhante surgisse no texto. Queria que os dois quebrassem algumas regras, chutassem o balde, parecessem mais jovens. Também esperava um amor menos tranquilo, menos maduro, mais desesperado. Entendem o que quero dizer? Os protagonistas não me convenceram como adolescentes, infelizmente. Acho que Jenny Downham foi bem mais feliz ao retratar uma adolescente com câncer em 'Antes de Morrer'. 

Outra razão pra eu ter me desanimado com o livro foi a previsibilidade do enredo. Desde o início eu já imaginava o que ia acontecer. Como tudo ia terminar, o porquê do escritor babaca ser tão babaca, etc ... E isso também me incomodou. Sei que vocês devem estar pensando que não importam os fatos, mas sim o modo como eles são contados pelo John... o problema é que eu me distraí um pouco da beleza da escrita por conta de tudo o que citei acima.

Talvez eu releia em inglês. Talvez eu releia em português mesmo, um dia. Ou talvez eu me conforme em não gostar tanto assim. O fato é que eu amo John Green. Quero e ainda vou ler todos os seus livros. Admiro o modo como ele não subestima seu público e quero abraçá-lo bem forte por desafiar os nerdfighters sempre que pode. Só acho que talvez eu realmente prefira o 'grande talvez' a ‘alguns infinitos maiores que outros’.

Love, Tary