terça-feira, 26 de janeiro de 2016

A minha maior insegurança, empatia e um recado

Faz tempo eu quero escrever sobre a maior das minhas inseguranças, mas sempre acabo adiando essa conversa. Voltar para uma época complicada da sua vida pode ser um processo extremamente doloroso e exaustivo. Por conta disso, quando a vontade de abordar esse assunto aparecia, eu me forçava a esquecer e escolhia alguma opção mais leve. Porém, de uns dias pra cá, a ideia de que esse texto pode ajudar alguém não para de martelar na minha cabeça. E, de algum modo, eu devo essas palavras à menina que eu fui um dia e tanto precisou delas.
 
Onze anos atrás, mais ou menos, eu  comecei a sofrer bastante com a acne e isso durou até o início da vida adulta. E eu sei que muita gente acaba de revirar os olhos e pensar: “Ah, todo esse drama por causa de algumas espinhas? Que bobagem!”. Só digo uma coisa: quem pensou isso, com toda a certeza do mundo, não teve um caso severo da doença (sim, é uma doença. A 8ª mais comum em todo o mundo) nem conviveu de perto com alguém que passou por isso. Além de ser um grande baque na autoestima, ela costuma aparecer justamente naquela fase em que não precisamos mesmo de mais um motivo para nos sentirmos mal a respeito das nossas aparências.
 
Comigo foi assim. Eu me comparava com as garotas da minha sala, passava horas olhando disfarçadamente àquelas peles livres do que tanto me atormentava. Eu invejava quem tinha a “sorte” de ter uma ou duas e me encolhia quando elas vinham se queixar comigo – justamente comigo –, como se ir reclamar com alguém que está em uma situação pior as reafirmasse. Hoje eu enxergo que elas eram tão inseguras quanto eu, mesmo que os motivos fossem diferentes, mas não consigo deixar de me perguntar o porquê dos comentários. Ah, os comentários. Meu pai sempre diz que quem bate esquece, mas quem apanha jamais esquece. Não preciso fazer esforço algum para deixar as memórias voltarem. Lembro de tudo. 
 
Do dia em que uma amiga veio até mim na hora do intervalo e parou nossa conversa no meio só para dizer: “Nossa, sua testa tá coberta de espinha”. Do dia em que a mais bonita da classe fez cara de pavor enquanto me questionava: “Gente, o que aconteceu com a sua pele?”. Do dia em que, na capela da escola, uma colega com pele de bebê pediu: “Ai, espreme isso aí que tá nojento”. Do dia em que o menino que tinha acabado de me beijar olhou para o meu ombro e perguntou: “Nossa, pura espinha, hein? Você não cuida?”. É engraçado como é difícil recordar certos detalhes desse tempo, mas ainda sei repetir cada palavra dessas frases.
 


Apesar das minhas lesões não serem tão graves quanto a dos meus primos, por exemplo, que deixaram sinais bem profundos na pele, nada do que eu fazia acabava com elas por completo (mais tarde eu descobri que isso tem nome: “acne resistente”). As espinhas podiam não ser grandes, mas eram muitas. E doloridas. Algumas noites, no escuro, eu tocava o meu rosto e começava a contar. Uma, duas, três, quatro, cinco, seis, sete, oito, nove, dez… E nunca conseguia terminar porque as lágrimas me interrompiam. Houve um período em que eu não queria mais sair de casa, evitava fotos, passava o menor tempo possível me olhando no espelho, andava de cabeça baixa, não parava de ter pensamentos ruins. Era hora de procurar ajuda. Agradeço muito aos meus pais por terem entendido que “não eram só espinhas” e me levado ao médico. Façam o mesmo pelos seus filhos, por favor.
 
Passei por vários e vários dermatologistas, que me receitaram todo tipo de medicamento tópico que vocês imaginarem. Eu usava cada um deles com precisão militar e morria de frustração quando as espinhas não iam embora. Melhoravam, é verdade, mas sempre voltavam. Até que finalmente encontrei uma dermato de quem gostava e, depois de prescrever diversas opções, ela viu que os tratamentos convencionais não estavam funcionando. Foi aí que veio a sugestão de tentar o tal remédio fortíssimo (e bastante eficaz) sobre o qual eu havia lido algumas vezes.
 
Acho que comecei a tomar a Isotretinoína (ou Roacutan, como é mais conhecido) algum tempo depois do meu aniversário de 15 anos. Não quero me estender em detalhes técnicos, mas o remédio é extremamente forte e pode causar muitos efeitos colaterais. É preciso fazer exames de sangue mensalmente porque ele pode desregular as taxas do organismo, além de teste de gravidez (existe risco grave de malformação do feto e um termo de conhecimento de risco acerca disso era assinado pelos meus pais, por eu ser menor de idade na época). Tomei durante um ano e precisei tomar novamente, já adulta, quando a acne voltou (e começou a aparecer nas costas e no colo, lugares onde nunca tinha se manifestado antes). Na segunda vez, senti bem mais os efeitos do remédio e dei graças a Deus quando finalmente acabou (NÃO é brincadeira e passa longe de ser fácil. NÃO é uma escolha leviana. E não é à toa que geralmente é a última alternativa dos médicos. Parem de tratar esse remédio como se nada fosse, pelo amor de Deus). E então acabou. Eu estava livre, finalmente. Será?
 
Minha avó conta que a tática perfeita para me fazer comer legumes quando pequena era dizer que “eram bom para a pele”. Nunca liguei tanto para o meu cabelo (apesar de ter tido problemas com ele na adolescência também), ou tive grandes complexos com o corpo, mas sempre sonhei em ter uma pele linda. Hoje em dia, nada é mais libertador para mim do que sair por aí sem maquiagem. Há alguns dias, quando fui testar uma base na MAC e a vendedora disse que eu só precisava da mais leve – “Because your skin is gorgeous” - , meu coração se aqueceu por alguns segundos, mas só consegui pensar na versão mais jovem de mim. Aquela moça não fazia ideia de tudo o que ela passou para que a Taryne de hoje, anos depois, pudesse ouvir isso. As maldades que escutou calada, a quantidade de tempo (e dinheiro) gasto em dermatologistas, o sofrimento com os tratamentos. Minha vontade era voltar no tempo e dizer: “Tary, você já é linda. Muita gente vai dizer o contrário. Não acredita. Você é linda, você é linda, você é linda. ‘Bonita é ser você’. E um dia você não vai precisar que ninguém te diga isso”.
 


Todos os dias aprendo mais um pouco sobre a importância de me amar, de ter cuidado comigo mesma. Muita coisa mudou no decorrer dos anos que me separam daquela menina que chorava no chuveiro depois de ouvir crueldades mal disfarçadas. Eu me sinto bonita. Mas algo ainda gela dentro de mim quando uma espinha aparece no meu rosto. Não tenho muitas cicatrizes físicas da acne. As pessoas geralmente se impressionam quando conto que fui uma adolescente cheia de espinhas, mas as marcas emocionais sempre estarão aqui. E às vezes ainda doem.
 
Quem sofre de acne sabe que ela está ali. Provavelmente se torturou contando as lesões, como eu fazia. Chorou na frente do espelho e rezou para que aquele corretivo ajudasse a cobrir. Rezou para que, pelo menos naquele dia, naquele único dia, fosse deixada em paz. Qual é o motivo de relembrar algo que a pessoa está cansada de saber, como se ela fosse culpada?  Nunca façam isso. Sério. Nunca. Vocês não têm noção das consequências*.
 
E isso me leva à empatia. Não precisa ser um gênio para saber que muitos dos problemas do mundo se resolveriam se as pessoas fizessem o exercício de se colocar no lugar umas das outras. Parece tão simples, não é? Basta parar e refletir. Eu gostaria que me falassem isso? Eu gostaria que fizessem isso comigo? Será que vai magoar? Leve isso tudo em conta antes de ser responsável pelo sofrimento de alguém.
 










Agora, por último, quero falar diretamente com quem está passando pelo que eu relatei aqui. Primeiro de tudo, me abraça bem apertado. Como você leu acima, sei exatamente como é. Eu entendo. Eu sei que não é besteira. Eu te abraço (sim, mais uma vez).

Segundo: VÁ AO DERMATOLOGISTA! Desculpa pelo caps lock, mas só seu médico vai saber o tratamento certinho para o seu tipo de acne. Se você for adolescente, converse com seus pais, explique o porquê de ser importante (mostre esse post). Escolha um dermato bacana e confie nele.

Terceiro: Ninguém é obrigado a conviver com gente que aponta suas inseguranças deliberadamente. Ter espinhas não é culpa sua, como querem te fazer acreditar. Se essa pessoa for uma amiga, ou um amigo, explique que esse tipo de comentário magoa. E se não for o suficiente, se afaste. Você não precisa estar perto de quem te coloca para baixo.

Quarto: Isso pode ser clichê, mas preciso dizer mesmo assim. Vai passar. Seu tratamento vai dar certo. Tem solução. Não perca a esperança. Meu contato está aqui do ladinho se precisar de mim <3

Quinto: Mesmo quando as suas espinhas forem embora, as pessoas ainda vão arrumar razões para te julgar e te fazer sentir sem valor. Por isso preciso que leia isso o que eu tenho a dizer em seguida com bastante atenção, tá? Você é um ser humano lindo, eu sei. E mesmo sem te conhecer, me dou o direito de te enviar todo o meu amor. Eu te abraço (pela terceira vez e quantas mais você precisar).
 
Vídeo maravilhoso que me faz chorar horrores. Assistam!
Love, Tary

* Não posso falar com propriedade sobre várias outras inseguranças, porém aposto que elas cabem aqui também.
 
P.S: Por ser um texto muito pessoal, pensei se não devia postar na minha newsletter semana que vem, mas acho que estar aqui aumenta as chances de ajudar alguém que esteja passando por isso, quem sabe.

P.S2: Dedico esse post à minha irmã, que infelizmente (e eu rezei tanto para que isso não acontecesse), também teve um caso grave de acne na adolescência. Gio, eu te amo. Sei que você, mais do que ninguém, vai entender o propósito desse texto.

26 comentários:

  1. Amiga, quando comecei a namorar com MB, o rosto dele era COBERTO de espinhas, daquelas que juntavam várias e viravam uma gigantesca, sabe? Muita gente comentava, e dizia que eu devia sentir nojo de beijar a pele dele, mas eu nunca liguei. Isso devia magoar muito ele, tadinho...

    Mas amiga, você. Já elogiei a sua pele algumas vezes, porque acho ela maravilhosa! Mas sabe que também acredito num brilho que vem de dentro? E você brilha muito, amiga. Você é, é sempre foi, maravilhosa.

    Quero botinar todas as pessoas que fizeram comentários ridículos para você!

    Te amo, te amo, e espero que esse post alcance quem mais precisa!

    Beijo!

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  2. Meu amor, eu te abraço.
    Não por ter passado pela mesma coisa, mas por entender o quanto as inseguranças geradas na adolescência nos afetam. Eu poderia substituir teu texto por um meu e colocar a minha altura como o grande problema. Eu poderia também tentar entender porque as pessoas são tão más às vezes. Mas nada disso importa agora. Importa que tu é, sempre foi, uma pessoa linda, por dentro, por fora, por todos os lados.
    Eu sei que nunca vamos esquecer as coisas ruins, mas podemos criar coisas boas em cima e quem sabe as lembranças um dia deixem de ser tão doloridas, né?
    Eu te amo. Eu te abraço.
    <3

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  3. As pessoas são muito cruéis, né? Ironicamente, na adolescência minha pele era perfeita. Hoje em dia ela está MUITO cagada e, mesmo estando em uma fase muito melhor e desconstruída da minha vida, ainda é uma merda. É algo que come a autoestima de verdade; e se na vida adulta é assim, nem imagino como deve ser na adolescência.

    Meu irmãozinho passou por isso quando era mais novo. Ele tinha até bastante no rosto, mas nas costas que era pesado de verdade; ele passou muito tempo sem tirar a camisa de jeito nenhum (quando antes e depois disso ele foi/é o tipo de gente que adora andar por aí semi-nua). Fez tratamento com roacutan e melhorou infinitamente. Também vi nele como a situação é aparentemente sem importância para quem está de fora, mas é bem ruim para quem está passando.

    Lindo seu texto, chorei aqui com o vídeo também. Você é maravilhosa e sempre foi. Por fora e por dentro.

    Te amo <3

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  4. Sabe, agora o meu choro é tão forte que eu chego a soluçar, é tão verdade, é tão intenso, é realmente de coração. Você sabe que sei exatamente o que é isso, que sei o que é as pessoas sentirem nojo de você é você se perguntar todos os dias: Mas o que eu fiz pra isso acontecer justo comigo? A verdade é que é tão cruel, que parece até ter sido um pesadelo. Minha pele não é tão bonita quanto a sua, mas ela já melhorou tanto e eu sou tão grata por isso, ontem mesmo eu estava na dermatologista é ela me perguntou: A sua pele te encomoda muito? E pela a primeira vez na minha vida eu disse: Eu estou muito feliz com a minha pele! Ninguém sabe o que é olhar no espelho e não gostar do que vê até que realmente sinta isso, não gostar de quem você é, não amar você mesmo, é a pior sensação de todas, eu não desejo isso para ninguém. Enfim, de uns pra ca ando me sentindo mais bonita e mais feliz comigo mesma, isso é tão estranho para mim que as vezes eu paro e fico analisando se não é um daqueles sonhos que eu tinha nos meus 11 aninhos. Obrigada por ser a melhor do mundo manis, obrigada por sempre me dizer que eu era linda, obrigada por me abraçar todas as vezes que eu chegava da escola chorando, obrigada por sempre dizer que eles eram uns idiotas. Ah, e eu tenho muita vontade de socar todos esses cretinos que um dia te fizeram sofrer e te aboliram de tantas coisas que você ama, como o seu batom vermelho e seus vestidos rodados, você sempre foi e sempre será a menina mais linda que eu conheci. Eu sou sua fã e amo você MUITO 💖

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  5. Meu amor, não consigo nem imaginar quão difícil tenha sido pra você escrever esse post. Não posso dizer que entendo a sua dor, porque apesar de sempre ter odiado minhas sardas, ninguém nunca me disse essas coisas por causa delas. Porém minha melhor amiga na adolescência provavelmente foi alvo das mesmas palavras duras, assim como o Rodrigo. Vi de perto o que eles passaram e ambos choraram muito no meu ombro depois de se olharem no espelho e odiarem o que tinham visto.

    Eu te abraço amiga, e gostaria de poder ter te abraçado quando você passou por tudo isso. Você sabe o quanto te amo e te admiro, por inúmeras razões, mas a maior delas é pelo tamanho do seu coração e como você sente e se importa e espalha coisas boas por onde passa. Você é linda, Tatá. Sempre foi. Ninguém deveria jamais ter te dito o contrário.

    Obrigada por esse post, obrigada por ser você. Te amo muito muito muito!

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  6. Amiga, li na hora que você postou e agora que cheguei no PC corri para vir te mimar. Tô te abraçando bem forte e te agradecendo ao mesmo tempo. Eu fui ter uma crise com as espinhas a pouco tempo, no início da vida adulta. Acredito que nada tão forte como o que você passou, mas mesmo isso, que podia parecer bem pouco comparado à sua, já me deixou com a auto estima lá no pé. Eu olhava minha cara no espelho e não queria sair de casa, e eu nunca tinha passado por uma crise de auto-estima tão forte. Acabei choramingando na máfia que estava chateada, você me chamou no privado e foi, como sempre, maravilhosa. Me abraçou e me ajudou bastante a passar por aquilo. Fico muito triste de você não ter tido uma rede de amigos que fizesse isso por você, e sim muito pelo contrário. Mas essas pessoas que foram horríveis com você estavam erradas e não tinham 1 décimo do brilho que você tem. Concordo com Couth: sempre achei sua pele linda, se não era de fora, certeza que era de dentro.
    Você é maravilhosa.
    Te amo!

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  7. Expressou tudo sobre o tema que aterroriza a mente de muitos adolescentes - e adultos, pois tem se tornado bem comum nessa faixa etária!
    Acho que o pior não seja o que os outros falam e sim a tristeza que dá olhar-nos no espelho. Isso é realmente devastador!
    Eu precisei tomar esse remédio depois de adulta, durante a faculdade. E olha que relutei em tomar devido aos efeitos colaterais - que por sinal são realmente terríveis! Mas uma hora o tratamento acaba e a vida segue do jeito que deveria ter seguido sempre - ou como a gente acreditou que seguiria... Só que aí vem mais e mais inseguranças que antes se concentravam só no problema "espinhas". Resumindo, o remédio trata a casca, mas se a cabeça não se tratar também, não tem santo que te faça sorrir em frente ao espelho..
    E a propósito, o teu sorriso é tão lindo, teus olhos tão brilhantes e tua energia tão positiva, que quando te conheci não tive nem tempo de olhar pra pele!
    Beijo Taryne!

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  8. As pessoas agem como se acne (e qualquer outro problema em relação a aparência) pudesse simplesmente sumir passando água na cara. Eu nunca tive problemas sérios com acnes, mas tive outros problemas relacionados a outras coisas, e a maldade das pessoas costuma ser a mesma. Não é culpa da pessoa que ela tenha acne, mesmo muita gente agindo como se fosse. Eu tenho um amigo que fez tratamento com o roacutan e foi realmente algo sério. Ele teve que fazer uma dieta extremamente rigorosa, e olha que ele não é um cara que dá importância pra dietas. Mas a pele dele melhorou 100%. E foi bom parar de ouvir comentários maldosos pelas costas dele. Isso enche o saco, porque as pessoas tem que falar essas coisas? São só espinhas caramba, não seriam tão horríveis se as pessoas não jogassem toda essa carga negativa em cima delas, como se fosse um pecado ter.

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  9. Ai, Tatá, eu deixei pra mimar teu post agora que foi quando eu tive tempo pra ler mas agora tô com um nó apertado na garganta.
    Quando eu era nova eu sofria bastante com espinhas, era realmente péssimo, mas todos os meus amigos sofriam também, então a gente tava naquele barco furado junto, então apesar de ser ruim, era em conjunto (?). Perto dos 16/17 anos, algumas das minhas amigas e amigos começaram a limpar o rosto, e eu não, eu continuava lá. Eu fui em dermato, ela me passou um tratamento e não vi melhora alguma. Até que um dia eu fui consultar com uma ginecologista e ela me receitou um anticoncepcional. Comecei a tomar, não deu certo, fui nela de novo, e troquei. Aos poucos as espinhas começaram a sumir, o que aparecia era uma que outra, quando eu estava de TPM. A minha pele tava longe de ser boa, eu usava maquiagem o tempo todo, mas era ok.
    Eis que fui viajar no final de 2014 e meus pés incharam (sim, aleatório assim mesmo), e aí entrei na pilha podre da minha amiga que não parava de falar mal do meu anticoncepcional, e eu, achando que tava tendo trombose, larguei o negócio no meio da cartela e fiquei três meses sem tomar nada.
    Long story short: eu tive o pior caso de espinha da minha vida. Era na testa, na linha do maxilar, no pescoço. Aquelas espinhas vermelhas super doloridas. Eu não mexia nelas, mas elas demoraram pra sumir -- só depois de uns quatro meses tomando o anti de novo. Eu chorei muito ano passado, eu me sentia péssima, horrível, nojenta. Eu sentia que todo mundo olhava pra elas, e não bastava o quanto de maquiagem eu passasse, aquele negócio sempre chamava mais atenção. As pessoas perguntavam o que tinha acontecido, que tava tenso, e mil coisas. Foi horrível e eu juro que não largo o anticoncepcional mais. Não gosto de tomar, mas me gosto menos ainda com a autoestima no pé, me destruindo.

    Eu não sei o que tu passou na tua infância, mas eu sei como é lidar com gente maldosa. A gente cresce com os comentários maldosos martelando na cabeça. A gente não quer esperar, mas no fundo parece que alguém, alguma hora, vai repetir a mesma coisa.

    Mas ano passado eu me deparei com uma frase que me marcou muito: "You shouldn't point out things about people's appearances if they can't fix it in ten seconds."
    Desde então eu penso muito nela e em como ela é real.

    Fico feliz que as coisas tenham se ajeitado, e eu sou muito da ideia em deixar gente maldosa pra trás.

    Beijão!

    Obs.: meu mimo não tem uma coisa chamada coerência. Desculpa.

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  10. Olá Tary. Nunca tive problema com acne mas tive com Obesidade. Sempre fui obesa....ja procurei médicos. Já fiz regimes. Já perdi peso. Já ganhei peso novamente. Fiz cirurgia de redução de estômago mas ao me. Olhar no espelho ainda me via a mesma menina gorda e insegura. Acabei engordando novamente. Seu texto colocou algumas lágrimas em meus olhos. Não importa a aparência quando vc aprende a se amar a vida fica mais fácil. Fica mais Colorida. Hoje eu aprendi que se alguém te coloca Pra baixo é apenas uma forma que essa pessoa achou para esconder os próprios defeitos. Isso finalmente não me incomoda mais e eu consigo sorrir. Consigo ser feliz. Sendo quem eu sou. Parabéns pelo texto e parabéns pelo blog. E saiba que vc é linda. E cheia de talento. Abraço

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  11. Eu só posso imaginar como foi difícil escrever esse post... e pode acreditar: não revirei os olhos nem por um segundo. Não, eu não sofri com acne. Mas com outra coisa, que rendia os comentários mais maldosos das pessoas na escola. Ao contrário de você, eu não sou corajosa o suficiente pra falar aqui publicamente o que era, mas quando você disse que "houve um período em que eu não queria mais sair de casa, evitava fotos, passava o menor tempo possível me olhando no espelho, andava de cabeça baixa, não parava de ter pensamentos ruins", eu sei bem como é. De verdade. E é engraçado, porque como você disse: o tempo passa, a sua acne melhorou, o meu problema eu resolvi, a gente amadurece e entende um monte de coisas que não entendíamos na adolescência, aprendemos sobre as coisas que realmente têm valor... mas ainda assim, nos lembramos com detalhes de frases que foram ditas naqueles tempos, e elas ainda têm o poder de ferir.

    É estranho, não? O mundo sabe ser mau quando quer... Falta empatia, sobre desamor, e confesso que isso me desanima profundamente às vezes. Mas aí leio um post como esse, leio os comentários, e fico feliz por perceber que o bem também está aí. Há quem fale maldades, mas também há quem mande abraços e amor. E é isso que importa, não? No fim das contas, é isso que importa. <3

    Obrigada por compartilhar essa história com a gente. E espero de verdade que este post chegue a alguém que esteja passando por essa situação, ou outra similar, e receba todos os abraços.

    Bjs!

    PS: Essa quote da Adele é FANTÁSTICA <3

    PS2: O print desse tweet tb é FANTÁSTICO <3

    PS3: Ainda bem que você postou aqui, e não na newsletter, pq concordo com você: aqui é mais fácil alcançar quem precisa.

    PS4: E já chega, que meu comentário está gigante ;)

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  12. Eu só queria te abraçar, posso?
    A acne foi um dos poucos problemas que não tive em minha vida, mas acompanhei de perto muitas pessoas queridas que até hoje ainda sofrem com pequenos rastros dela, e é muito triste ver como isso afeta absolutamente tudo do emocional.
    Tava escrevendo um post no meu blog e acabei citando o seu, por ter coincidindo com a ideia que eu queria passar, obrigada por isso <3

    Novembro Inconstante

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  13. Felizmente, nunca tive que passar por isso na adolescência. Sempre tive a pele meio oleosa, e, embora surgissem espinhas (ainda surgem) e eu ficasse estressada com a quantidade de pontinhos no meu rosto, nunca foi nada demais. Não posso imaginar o que é pisar onde você pisou, mas tô te abraçando também. Tive amigos que enfrentaram problemas sérios por causa de acne, e imagino a porrada que isso deve dar na autoestima. Sei como é querer ser invisível, e tô te abraçando de novo porque ninguém merece sentir isso.

    Fica bem. Sempre.
    Beijo!

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  14. Oi, amiga <3
    Acho que nem preciso dizer o quanto esse texto doeu e depois me abraçou. Minha acne começou bem no final da adolescência, por causa de uma síndrome que eu tive a vida toda sem saber e que me causou basicamente tudo que me fez lutar com a minha autoestima a vida inteira. Hoje, graças a um remédio que eu tenho que tomar pro resto da vida, minha pele tá bem mais perto do que eu eu quero. Hoje me sinto mil vezes melhor comigo mesma e sei o quanto essa questão me deixou de marcas (físicas e principalmente emocionais). Então, obrigada por ter conseguido escrever isso tudo e por conseguir compartilhar. Obrigada por se importar em ajudar outras pessoas.
    Quanto à empatia, sigo acreditando que ela é a resposta pra quase tudo. E sigo percebendo que ela é também o que mais faz falta. Você precisa ler um livro chamado The Empathy Exams. Vá à livraria HOJE, compre, leia e venha me falar. Precisamos pensar sobre isso juntar.
    Te amo e me orgulho muito de você.

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  15. Nunca tive problemas com espinhas, mas tive com a cor da minha pele, que nem de longe chega a ser uma doença, mas desconfio que nos meus anos de puberdade e adolescência ter a pele negra para algumas pessoas constituía SIM uma doença. Não vou me estender nesse assunto porque as marcas são bem profundas e sei exatamente do que você esta falando dentro do contexto "ser magoada profundamente". Enfim a vida segue, eu acho você realmente muito lindinha, inteligente, o tipo de pessoa que todo mundo adoraria ter por perto. Difícil acreditar que você sofreu bulling, mas graças a deus que passou não é? bjs.

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  16. Ah moça. É complicado mesmo, não basta ser cruel consigo mesmo, ainda é preciso aguentar insensibilidade alheia. Eu tive alguns problemas assim quando mais jovem, talvez não tão intenso como tu descreveu, mas a ponto de deixar marcas.

    Li a pouco no blog da Tati um post em que ela fala sobre a simplicidade de um elogio e o efeito que ele tem sabe... Me recordo que nunca dei bola pra elogio, mas preferia que não dissessem nada a falar coisas para magoar, e meu, parece tão difícil né, respeitar um pouco, ser corteza... Afe, esses assuntos me deixam meio revoltado '-'

    Enfim, foi ótimo tu compartilhar sua experiência, é doloroso relembrar, mas acredite, alguém estará aqui, lendo, se identificando e agradecendo por encontrar alguém que a compreenda.

    Tudo de bom pra ti e até mais :D

    xoxo

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  17. Amiga,

    Eu não sei o que te dizer, além de: obrigada por este texto. Eu não sei o que é ter acne neste estágio, sempre tive cá meus cravinhos e eles incomodam, mas nunca ouvi comentários a respeito. Por outro lado, cê sabe, eu tenho meus mil e um defeitos que já foram apontados inúmeras vezes por mil e uma pessoas diferentes. Desconhecidos, conhecidos, parentes, amigos... Cada comentário cortou como navalha a minha pele. Cada. Um. Deles. E eu lembro com riqueza de detalhes de todos os episódios. De. Todos. Eles.

    Não existe um só dia em que eu acorde e não lembre deles.

    Mas as coisas vão mudando. E a gente vai crescendo, superando cada um dos comentários maldosos. E, posso dizer? Eu não trocaria aqueles comentários por nada. Nenhum deles. Porque foi andando pelo fogo pra sair do outro lado e respirar, que eu descobri a importância de dar a mão pra quem ainda não saiu de lá, do lado ruim. A importância da empatia só surgiu depois de muitos e muitos cortes em carne viva. Eu acredito muito que somos pessoas bem melhores justamente por termos passado pelo inferno e saído vivas.

    Tenho muito orgulho de ti, te acho linda (e, olhe, linda em todos os aspectos, principalmente no mais importante de todos, que é no fato de tu ser luz) e fico muito feliz em ver que hoje aqueles comentários são só sussurros. Sei que existem dias em que eles podem parecer gritos, mas aí faça um esforço e olhe em volta, cê já não tá mais naquele lugar.

    Amo muito você. Obrigada por escrever isso.

    <3

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  18. Ai, amiga, obrigada. Obrigada por esse texto, que me fez sentir tão abraçada, tão compreendida. Não sofri na adolescência, como eu te disse, então creio que, pelo menos, me livrei de me traumatizar em uma das fases mais complicadas da vida. Entretanto, aos 18 anos, a acne deu o ar da sua graça na minha vida e desde então têm sido vários tratamentos que resolvem temporariamente, até a acne resistir a eles e voltar. A minha pele tem altos e baixos, embora nunca fique sem nenhum lesão. Minha acne é cística, com espinhas internas doloridas, que passam vidas embaixo da pele, doendo como o inferno. Muitas vezes eu forçava e espremia elas, só pra não ter que lidar mais com a dor.
    Apesar disso, eu me considerava normal e vivia a vida de boas, até tudo começar a piorar. Chegou um momento em que eu não conseguia mais ficar de boas em tirar fotos do meu rosto sem maquiagem. E eu nem gosto tanto assim de maquiagem. Sempre tinha que usar um filtro pra esconder as marcas e as espinhas que tinham no meu rosto. Minha autoestima estava, finalmente, abalada.

    Então, na última volta à dermatologista, ela sugeriu que eu iniciasse o tratamento com Roacutan e comecei o mesmo essa semana. Espero que dê tudo certo e que eu consiga ser feliz na minha própria pele, de novo.

    Obrigada, amiga! Obrigada por dividir isso com a gente. <3

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  19. Ai Tary, eu nem saberia o que te dizer, depois desse texto tão bonito e tão honesto, tão maravilhoso. Queria uma máquina do tempo para encontrar a Tary de antigamente e dizer que sim, ela era linda e que se tornaria um ser humano ainda mais lindo no futuro, que ajudaria muita gente e que conseguiria superar esse(s) momento(s) tão difícil da vida. Um caminhão de abraços pra você, viu?

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  20. Amiga, você é maravilhosa.
    Pela sua pele, pela coragem, porque você é linda, e pelo que você é.

    Eu nunca tive problemas com acne, tinha bastante cravo na adolescência e de vez em quando me aparecem umas espinhas oportunas, mas nunca chegou a ser um problema, muito menos uma questão. No entanto, enquanto lia o texto, lembrava dos meus dentes. Meus dentes permanentes nasceram enormes, fora de lugar, e muito manchados. Eu sofria tanto por causa deles quando era criança que lembro que pra mim foi um alívio colocar aparelho fixo, menos pela ideia de que eles iam melhorar, e mais porque o aparelho deixava minha boca mais bonita (!) e os dentões manchados chamavam menos atenção com todo aquele ferro. Eu sofri tudo isso pela minha própria insegurança mesmo, felizmente as pessoas nunca usaram isso pra me atingir. Claro que já falaram sobre meus dentes quando eu era criança, mas nada que chegasse a ser uma perseguição. Mesmo assim, esses um ou dois episódios eu lembro até hoje. Lembro também de uma festa de aniversário, acho que foi de 9 anos. Foi uma festa incrível, com piscina, cama elástica, um festão mesmo. Aí, quando revelaram as fotos, eu só conseguia me ver super sorridente em todas as fotos porém com aqueles dentes horríveis. Se você acha que eu morri de chorar, amassei, escondi e nunca mais olhei pra essas fotos você tá: certa.

    Enfim, não é fácil, e autoestima é um troço sério. Você tá linda agora, amiga, mas isso você sempre foi, de todas as formas. Espero que suas palavras possam ajudar muito mais gente.

    te amo muito <3

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  21. Ai Tatá. Ainda bem que você veio me gritar no privado, porque eu tinha que ler isso e tinha que vir aqui dizer alguma coisa. Eu vi você comentando sobre o post na Máfia e sabia que vinha bomba, mas eu jamais poderia prever ISSO. Eu espero sinceramente que todas as pessoas que têm ou já tiveram esse problema ou qualquer outro se sintam tão acolhidas pelas tuas palavras como eu me senti. Você deu um up na minha autoestima, que por sinal anda lá no lixo, porque além de você ter dito verdades e coisas necessárias, o fato de você ter passado por isso é inspirador. Eu sei que as cicatrizes ficaram, mas todo soldado de guerra tem as suas, não é? E pra mim, só o fato de você vir aqui falar tudo isso já mostra que as tuas cicatrizes, ainda que profundas, não te definem mais. Ela não são quem você é. Tu é muito mais, muito mais linda e fantásticas que todas as coisas ruins que já te aconteceram.
    Amiga, eu nunca tive problema com espinhas, mas acho que posso substituir a palavra "espinha" do seu texto por outra coisa e, assim, conseguir entender um pouco do que você sente. Acho que nunca comentei isso na máfia e nem vou me alongar muito aqui sobre o drama, mas eu tenho um problema de pele por causa da rinite alérgica que são as pregas abaixo dos olhos. Muita gente confunde com rugas e obviamente não falta quem faça comentários maldosos a respeito. As pessoas sempre acham um jeito de nos atingir, né? Ouvi muito uns "por que tu não usa botox nessas tuas rugas?" e vários "tu é tão nova e já tá cheia de pé de galinha", e isso sempre foi (e é) uma coisa que me incomodou muito. É o que eu mais odeio em mim e o que as pessoas logo notam quando olham na minha cara. Mas desde que eu fui na dermato e ela me explicou que não há nada que eu possa fazer a respeito e que tenho que aprender a lidar com esse problema, eu venho nessa luta de me convencer de que eu sou linda mesmo com a pele enrugada. Então sim, as suas palavras me ajudaram muito. Não quero comparar as dimensões dos problemas, até porque eu sequer consigo imaginar o que você passou durante o tratamento, mas vou me atraver a dizer: obrigada por esse texto. Obrigada em nome de todas as pessoas que têm espinhas, dentes tortos ou grandes, pregas nos olhos, olheiras profundas, ou qualquer outro tipo de característica que faça o nosso amor-próprio ir pro fundo do poço.
    Você é linda. Tua pele reluz o que tem dentro de ti e é uma pena que as pessoas não tenham enxergado isso porque estavam preocupadas demais em olhar pras espinhas. Tu pele é linda, teu corpo é lindo, teu cabelo sem comentários e você merece esse beleza externa pela beleza interna que tu traz contigo. E quem discordar disso é completamente louco. E eu desejo mesmo que um dia você viva sem o fantasma da espinha e tenha sempre contigo que elas sumiram, mas deixaram uma "casca" invisível em ti que só te deixou mais forte.
    Te amo muito! Tenho um orgulho muito bem justificado de ti!
    Ps.: achei lindo você citar os seus pais porque não são todos mesmo que dariam atenção a isso. Um menino da minha escola sofria muito com espinhas, muito mesmo, e a escola teve que intervir porque os pais simplesmente ignoravam o problema, mesmo que o menino vivesse tristíssimo por isso. Teus pais são demais por estarem lá por ti.

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  22. Amiga, antes de mais nada: tô te abraçando. Bem forte. É muito corajoso você vir aqui bancar sua história, não pensando que ela é apenas a sua, mas que também pode ser a de muitas meninas por aí. É realmente inspirador e só me dá mais orgulho de ser sua amiga. Acho que nunca te disse isso, mas você é uma das pessoas mais belas que conheço (fiquei meio embasbacada com o tanto que cê era ainda mais linda pessoalmente quando te vi pela primeira vez? sem dúvida) e com uma alma ainda mais bonita. É o tipo de coisa muito preciosa, que definitivamente a gente não encontra em qualquer lugar, e eu cada vez mais me sinto grata por ter você na minha vida.
    Eu nunca tive muitas questões com a minha pele (que nunca foi exatamente boa, mas que nunca foi exatamente ruim pra ser uma questão), mas acompanhei muitas amigas que tiveram problemas sérios de autoestima por causa de espinha e me entristece demais que muita gente ainda não leve o problema com a seriedade e cuidado que merece. A adolescência já é, por si só, uma fase tão complicada e cruel, sabe? Não consigo imaginar o que você deve ter sofrido nesse período, mas fico muito feliz pelos seus pais terem corrido atrás de uma solução, do que era melhor pra você.
    Tudo que você disse aqui é muito muito importante e tenho certeza que esse post ainda vai ajudar muito gente.

    TE AMO MUITO (e admiro mais do que nunca) <3

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  23. Nossa, ABRAÇA! Eu sofri praticamente da mesma insegurança boa parte da adolescência e sei EXATAMENTE como vc se sentiu cada uma das vezes. Não esqueço nunca um dermatologista que me olhou e disse "nossa, mas sua pele está um LIXO", assim mesmo, com todas as letras. Eu lembro que evitava o espelho na cozinha, porque era onde o sol mais batia e dava pra ver BEM todas elas. E como eu chorava.
    Claro, não existe nada melhor que ouvir, anos depois, que "vc não deve ter tido problemas com espinhas", já que sua pele já não apresenta os sinais. Mas não dá para apagar a dor de cada comentário na época. E, mais importante, todas as lições e a força tiradas disso.
    Beijos!

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  24. Oi, Tary! Olha, é a primeira vez que eu visito seu blog e estou emocionada com o seu texto, além de encantada com sua preocupação em oferecer o seu relato para servir de referência para tantas outras meninas que estão sofrendo dessa doença. Mal te conheço e de certa forma não tenho dúvidas da sua bondade. Pessoas empáticas são o meu fraco, sou muito sensível.

    Olhando para sua foto agora, jamais diria que um dia você teve problemas de pele, não parece! E que bom! Quando alguém nos apóia para procurar ajuda, o caminho fica menos árduo. Eu nunca tive problemas graves de acne, mas sofri com ela sim. Tinha espinhas pelo rosto, nas costas e até nos braços. Minha pele sempre foi oleosa e não importava quantas vezes por dia eu a limpava, nunca parecia o suficiente. Tentei sabonetes de enxofre, pomadas, adstringentes, etc. No fim, conforme fui crescendo, elas foram diminuindo, até que alguns anos atrás fiz tratamento de peeling para me livrar das manchas remanescentes. Por sorte, minhas amigas nunca foram de apontar defeitos, e a crítica de outras pessoas não deixaram efeitos em mim a ponto de eu me lembrar deles agora. Mas até hoje fico no espelho procurando defeitos na pele, e lavo o rosto compulsivamente para tirar a sensação de oleosidade constante na pele. Às vezes eu paro para pensar que ninguém repara em mim com tanta minuciosidade assim, e ainda assim fico tentando buscar a "perfeição". A gente precisa mesmo ensinar as meninas a se amarem do jeito que são, e ver que aquilo que não é reversível, é uma característica especial delas.

    Amei o texto! Fica aqui o meu abraço apertado pra você. <3

    Beijinhos. :*

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  25. Tary, que texto lindo! Parabéns pela coragem de revisitar esses momentos que te marcaram tanto negativamente por pensar que, apesar de tudo, podia ajudar alguém. Pode ter certeza de que ajudou, e de que tu é incrível por isso.

    Não tive acne grave, mas sofri um tanto com isso na adolescência e tenho questões com a minha pele até hoje. Ela é bem oleosa, tem muito cravinho e eu não tenho muito auto-controle, sempre mexo e às vezes infecciona e bam, lesão - e, nesse caso, acho que a culpa é minha, né. Parei de fazer tanto isso, mas sobraram as cicatrizes (minha pele fica bem marcada - tenho até hoje uma cicatriz de um dia que raspei a mão numa corda (!) num brinquedo daqueles de parquinho quando tinha uns oito (!) anos). E eu não saía sem maquiagem até um tempo atrás. Hoje eu saio, quando não estou afim, porque aprendi que não *preciso* ter aparência nenhuma. Mas isso já me incomodou muito, e as pessoas que acham que "é besteira" provavelmente nunca passaram por esses momentos em que a gente se olha e se odeia e não sabem o quanto isso horrível. Por outro lado, nunca ouvi nenhum comentário maldoso, sabe? Não consigo entender qual é a necessidade de ser cruel? Ser gentil é TÃO fácil, escolher não ser babaca (veja bem, não é nem ser legal, é só não ser babaca) é tão fácil também. É uma coisa que não entra na minha cabeça. Acho que é o que você falou: a necessidade de se reafirmar - mas tem jeitos melhores de fazer isso, né?

    Acho que acabei falando demais, então quero deixar aqui meu obrigada pelo texto e um abraço bem apertado.

    Beijo!

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  26. Moça, eu não te conhecia e nem conhecia seu blog. Ainda não conheço, de certa forma, mas vou fazer de tudo pra conhecer sim, porque esse texto me conquistou. É muito bom ver que você não está sozinha, que tem gente que passa ou passou pelo mesmo problema e superou.
    Quero te dar um abraço, posso?
    Ah, e uma dica... usa quebra de página nas suas postagens e aumenta a quantidade de posts na página inicial, daí dá pra visualizar melhor os mais recentes :3 só uma dica (tem gente que leva a mal ;-;)
    Beijo <3

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