Escrevi no Facebook e no meu journal, mas não parecia certo
começar 2016 sem tirar a poeira deste blog e falar um pouquinho sobre o ano que
passou. Ainda mais considerando que hoje completo seis (seis!!!) anos de Doces
Rodopios. Posso ter passado grande parte desse tempo desaparecida, é verdade,
mas sempre voltei. Sempre volto. E hoje dou sinal de vida pra dizer que mal
posso acreditar que 2015 finalmente chegou ao fim. Foi um ano difícil, cheio de
altos e baixos, repleto de tragédias e escândalos. Porém, no que diz respeito à
minha humilde vidinha, estes 365 dias foram muito importantes. Olhando para
trás, parece que vivi mil vidas.
Comecei o ano pedindo demissão e passei meses sem saber o que
raios iria fazer em seguida. A expressão “mixed feelings” nem começa a descrever
o que aconteceu dentro de mim depois desse passo gigantesco. E no fim das
contas, os patos se
enfileiraram. Decidi atravessar o mundo em busca de mim mesma. Semprei
sonhei em fazer intercâmbio e aproveitei esse momento de dúvidas angustiantes
(sério, eu tava enloquecendo) pra realizar esse desejo. Sabe quando você sente
que, se não fizer algo “agora”, talvez nunca mais tenha essa chance?
Mas antes de desembarcar em Dublin, a missão de surpreender a
noiva do ano precisava ser cumprida. Eu e minhas amigas alugamos um apartamento no Rio de Janeiro, fomos juntas para a balada (pela primeira vez, já que sempre
preferimos bater papo de pijama) com coroas típicas de despedida de solteira,
ostentamos bolo e champanhe e passeamos na Urca <3 (não consigo escrever Urca
sem colocar um coração do lado, me perdoem). E em junho, Couthinha casou. Na
cerimônia mais linda que meus olhos já viram. Nós fomos damas, seguramos buquês
e choramos horrores, como esperado. Ainda não consigo explicar o que aconteceu
naquele dia. Parece um sonho que sonhamos em conjunto. E de certo modo, foi
mesmo.
Então, depois de alguns dias, meus pés tocaram a Ilha
Esmeralda. O último texto traz um bom resumo dos meus primeiros 100 dias aqui,
mas teve muito mais. Um Halloween de verdade, com todo mundo fantasiado nos pubs
do Temple Bar. Caminhadas de mais de 30 quilômetros em busca de emprego. O fim
do meu curso de inglês. Trabalho voluntário. A decisão mais difícil que já tomei
em 24 anos. Um Natal longe de casa com direito à ceia farta, amigos pra vida
inteira e o coração quebrado de saudades.
E tem quem pense que intercâmbio é glamour. Essa experiência
tem mais suor, lágrimas, bolha no pé e dor de cabeça do que as pessoas imaginam.
É um tal de passar a semana comendo porcaria porque não dá tempo de almoçar em
casa (e nem se tem dinheiro pra comer bem em algum restaurante). Não fazer
coisas simples, que no Brasil faziam parte do cotidiano, como comprar uma roupa
só porque achou bonita, ou pegar um táxi só porque está chovendo muito.
Intercâmbio é sacríficio. É escolher prioridades. É poupar hoje pra ter amanhã.
Não é fácil estar aqui. E mais difícil ainda foi escolher ficar mais um pouco. A
saudade da minha família aperta tanto que às vezes sinto vontade de pegar um
avião e correr para os braços de quem mais amo nesse mundo. Ficar é colocar em
prática o exercício da renúncia todos os dias, mas também significa abraçar uma
vida que só posso ter aqui. E que vai ficar aqui quando eu voltar.
Ah, só mais uma coisa. No dia 31 de março, em pedaços, eu
postei o seguinte: “(…) nunca quis tanto: escrever, me apaixonar e viajar
por aí. Apesar de não me considerar boa ou preparada o suficiente para nenhuma
dessas coisas.” E adivinhem só? Todas essas coisas aconteceram em 2015. Eu
continuei documentando tudo no papel (completei um ano mantendo um journal), estou morando na Irlanda há seis meses e…
me apaixonei. Foi bem diferente dos filmes da Disney (essas músicas dizem tudo, caso
alguém esteja curioso) e passou longe de se tornar amor, mas não me arrependo de
absolutamente nada. Pelo contrário, tenho certeza de que tudo o que me permiti
viver (e sentir) vai refletir no “daqui pra frente”. Já dizia o Poetinha que o
amor da nossa vida é feito de todos os outros que a gente teve.
Terminei 2015 me sentindo grata, infinita e, principalmente,
orgulhosa de mim. Eu provei que consigo me virar. Me dei um voto de confiança.
Acreditei que podia. Nunca corri tantos riscos em tão pouco tempo. Tive que
driblar a indecisão e fazer escolhas complicadas. Experimentei o gosto
da coragem e pedi mais. Chorei, sofri, me perdi, mas meu Deus do céu, como
eu vivi.
Se a Taryne do futuro tivesse contado para a Taryne do passado
tudo o que a aguardava, ela provavelmente morreria de rir, incrédula. Não faço a
menor ideia do que 2016 me reserva. Só quero aprender ainda mais. Colecionar
memórias bonitas e experiências desafiadoras nessas páginas em branco que agora
parecem tão intimidadoras. Mas seja como for, eu vou. Estamos indo. Boa jornada para todos nós!
Alguns dos melhores momentos de 2015
Love, Tary
Amiga, acabei de ler no twitter que tinha post novo aqui e precisei vir correndo ler (por favor, escreva maissss). 2015 foi um ano intenso, maluco, por vezes difícil de engolir, mas também foi um ano importante. A gente só se conheceu no final de 2014 e eu não sei como era sua vida antes disso, mas a Taryne que eu conheço é uma das pessoas mais corajosas que eu já vi, e uma das que mais me inspiram também. Tem que se orgulhar de você sim, de tudo que você viveu nesse ano, da história que você está escrevendo, da pessoa que você é. E que em 2016 você viva muito muito mais.
ResponderExcluirte amo!
Amiga, que texto lindo. Toda vez que você aparece aqui você arrasa, saudade de ter post sempre para ler mas pela primeira vez na vida entendo essa história de hiatus de blog, o meu que o diga, coitado. ENFIM.
ResponderExcluirEu tinha certeza absoluta que essa viagem ia ser completamente transformadora na sua vida, que você ia fazer muita coisa incrível e aprender muita coisa também. Sempre tive muito orgulho de você e cada dia tenho mais. 2016 será mágico. Te amo muito!
Tary, que relato lindo! Acompanho de longe seu intercâmbio e estou muito feliz que você tenha tido a coragem de ir e que esteja sendo tão bom. Que bom que você tá aprendendo, aproveitando e se permitindo sentir. Esse ano só me permiti sentir tristeza, mas como alguém que nunca se permitiu não estar bem, foi muito importante - porque, se não, eu nunca teria conseguido seguir adiante.
ResponderExcluirVamos ver o que 2016 nos reserva - espero que muitas coisas boas, e lindas, mas também, pro que vier de difícil, coragem e força. Sei que você tem essas duas coisas, então só posso dizer que espero que seu ano seja incrível.
Beijo!
PS: saudades desse blog <3
Amiga! Eu disse que vinha, não disse? Antes tarde que nunca ou whatever, você me conhece, hehe.
ResponderExcluirLendo seu texto a única coisa que me passou pela cabeça foi aquele nosso Skype e nossas conversas sobre intercâmbio, o dia que te mandei infinitos áudios sobre meus planos e você e sua mãe ouviram juntinhas. Depois lembrei do dia que você veio me contar que tinha decidido ir, que sua vida tava uma correria e que logo logo você estaria do outro lado desse mundão vivendo experiências únicas.
Nunca duvidei que você podia, que você iria e que, mesmo que algumas coisas dessem errado no caminho, seria só pra dar incrivelmente certo no final. Que bom saber que foi exatamente assim, e que bom te ver feliz. Muito, muito bom.
Te amo, Tatá <3
Oi, Tatá! Esse ano na minha vida parece ter durado uma década, mas observando a sua vida daqui de fora, aí parece que durou um século. Incrível que tudo isso tenha acontecido em um ano só, e é por isso que eu fico muito orgulhosa de você. É impressionante o tanto que você cresceu esse ano; é difícil deixar outras partes de nós para trás, mas não tem jeito, né? Ficar parada não é necessariamente manter o que se tem, às vezes a gente só fica presa e termina sem nada. Mas ainda assim, seguir em frente é um desafio, e você aceitou.
ResponderExcluirEstou muito feliz de te ver de volta por aqui, mesmo que seja só para tirar a poeira, e mais feliz ainda de poder estar acompanhando essa sua aventura de longe. Torço por você todos os dias.
Beijos, amo você <3
Parabéns Tary! :) Pela virada que você deu, e por essas conquistas que relatou aqui. Fico feliz por elas.
ResponderExcluirQue seu 2016 seja ainda melhor.
Bjs!
http://inescrita.blogspot.com/
Tary, vi no seu ano de 2015, um pouco do meu, que embora histórias completamente diferentes, vivemos experiências que nos fizeram crescer. Isso é muito bom! Desejo que 2016 apenas dê continuidade a tudo isso!
ResponderExcluirBeijos, linda! Tudo de melhor!
Sabe, amiga, que nesses dias que estive com Banana, acabamos fazendo aquilo que a gente faz sempre, que é falar sobre a gente. E nesse papo falamos sobre você, como essa viagem estava sendo incrível, como estávamos felizes e orgulhosas pelas escolhas que você tinha tomado - assim, bem babonas e ridículas mesmo <3 E é completamente verdade. Você sabe que me identifico muito com esse seu (ex?) lado de assustada, agarradinha na asa do pai e da mãe, ao mesmo tempo que sinto uma vontade louca de sair e conhecer o mundo. Pra quebrar a cara e passar perrengue mesmo, porque acho que isso é essencial. Então me enche de felicidade ver você aí, do outro lado (do oceano e de você mesma, talvez) tão realizada. Eu disse isso antes de você ir e repito: o mundo é seu <3
ResponderExcluirTe amo muito e espero que esse ano a senhora escreva mais - não só no journal, hehe #interesses
beijos! <3
Fazia assim, SÉCULOS, que eu não passava em blogs alheios e quando resolvi fazer isso, vim aqui, que foi um dos primeiros blogs que visitei na vida. Você continua tão doce quanto da primeira vez. E por mais distante que eu esteja - e te acompanhando direto no snapchat - tenho orgulho de você também. E fico muito feliz que as coisas estejam dando certo e você esteja se sentindo realizada. Acho que nada é melhor do que isso.
ResponderExcluirTenho certeza de que seu 2016 será incrível!
Um abraço bem grande! <3