quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Suor sagrado

Poucas coisas me deixam mais feliz do que estar em uma festa, usando um vestido bonito depois de ter passado por todos os esforços mulherzísticos de praxe e, de repente, não mais que de repente: tocar aquela música. Não as que todo mundo dança, ou aquelas bem creiças que a gente sabe de cor porque não param de tocar no rádio, não aquelas que a gente se joga na pista de dança, mas torce o nariz quando alguém coloca pra tocar no ônibus e jamais colocaria no iPod. Mas aquela música. A letra é bonita. O som é bom demais pra ser verdade e te faz se sentir dentro do seu seriado favorito. Dançando no seu ritmo, gritando tão alto que é difícil saber como os pulmões aguentam. 

Nesses momentos - não me perguntem o porquê - tenho plena certeza de que estou muito viva. Mesmo que você esteja com um bando de gente amada em volta, essas pessoas vão sumindo. Não porque desapareçam de verdade, como quando a gente está olhando fixo pra alguém e não quer ver mais nada, mas porque seus olhos vão acabar se fechando por alguns segundos. Não tem jeito. Aqueles três ou quatro minutos parecem horas. Só você e a música. Mesmo que seus passos sejam desajeitados e mesmo que a empolgação não combine com o ritmo, você pouco se importa. Porque os batimentos do seu coração combinam.

Dizem que boa música é o perfeito casamento entre letra e melodia. Eu digo que quando você está aproveitando uma boa música, seu coração, seu corpo, sua voz - e até os cabelos, se for um rock bem pesado - se casam com ela também. As luzes da festa geralmente estão baixas e lá pelo final, ninguém está reparando mais no que os outros estão vestindo ou calçando. Ninguém mais liga para os cabelos desgrenhados nem para o suor. Mas eu confesso que quando termino minha jornada quase religiosa com a música que esperei desde o início, corro meus olhos pelo salão e acho o máximo ver os olhos fechados dos outros, as mão se movendo acima das cabeças. Aquele monte de gente quase saindo de seus corpos e sorrindo sem nenhuma razão em particular. A união deles com a música. É tão bonito de ver. Dá vontade de congelar aquela instante. Fazer o mundo parar.

Eu costumo dizer que não sou uma pessoa deveras musical, mas a verdade é que - assim como tudo na minha vida - música pra mim não é só música. E o que eu sinto ao escutar não é só um simples prazer. Na melhor festa do ano ou trancada no meu quarto com o som no último volume, eu me agarro a cada nota e a cada palavra musicada. Não me aguento dentro de mim mesma. Acho que a dança é um pouco disso também. Dançar bem ou mal não é a questão. Mas parece que quando você está envolvido demais, precisa colocar isso pra fora. Então, dança. E quando eu estou vivendo algo assim, não só me sinto muito viva e muito inteira, mas também, muito, muito jovem.


Love, Tary
P.S: Dedico esse post a minha irmã. A melhor dançarina e maior festeira que eu conheço. Ela sabe o que eu quis dizer. Te amo, sis!
P.S 2: Criei uma página do blog no Facebook! Quem gosta de acompanhar os posts, por favor, curta! Doces Rodopios :)

14 comentários:

  1. Amiga, música jamais será só música! Pra mim, é catarse. Eu me entrego de verdade. Você precisa ver que engraçado eu, de madrugada, sem sono, ligando o ipod pra ver se durmo, quando de repente me pego sentada na cama "rasgando travesseiro" e dublando a plenos pulmões o sentimento do momento, só porque não posso gritar. Eu também sinto a música na alma. Tem umas que me doem o peito! E a gente precisa muito dançar na mesma balada, olhar uma pra cara da outra, e ver que somos feitas de titânio!
    Te amo! <3

    ResponderExcluir
  2. Eu realmente senti o que você quis dizer, é por isso que eu amo tanto a dança e a música, parece que a gente vive em outro mundo, quando estamos com essa energia tão boa, tão diferente. Eu sempre quis escrever um texto desse tipo, para mostrar pras pessoas o quanto dançar é fascinante, mais esse dom de escrever é seu né? hehe'. E não importa o que as pessoas falem, você dança muito bem e canta também. Eu só espero que as pessoas não deixem esses momentos de alegria de lado e que se joguem sem medo de ser feliz Obrigada por dedicar esse texto pra mim branca <3 amei *-* Beijocas!Te amo.

    ResponderExcluir
  3. Lendo esse texto, eu voltei pra março do ano passado. Eu estava em uma festa que, até então, era só mais uma das tantas festas que eu já tinha ido. O que diferenciou-a, no final da noite, foi AQUELA música. Aquela que me fez ignorar o meu alvo em questão, ignorar os amigos, ignorar o copo que estava na minha mão e simplesmente esvaziá-la para poder jogá-la para o alto e deixar meus dedos tocarem o céu e o meu infinito particular, por três minutos ou quatro. Essa sensação é mágica. O poder que você tem com as palavras também. Parabéns.

    olhos-de-capitu.blogspot.com

    ResponderExcluir
  4. Faz tempo que não me sinto assim numa festa, esse arrepio incrível de todas as pessoas juntas dançando, o calor humano! Amo isso também, tanto. São momentos tão raros que são mais especiais que aqueles em que fico endoidando sozinha com alguma música duvidosa (o que é bem mais frequente). Precisamos sair pra dançar no encontrão, viu? Dançar muuuitoooo!

    Beijo!

    ResponderExcluir
  5. Quando comecei a ler o texto (que amei, por sinal) achei que não ia me identificar porque não danço, mas sei o que você quer dizer. Especialmente nessa questão de congelar o momento. Ano passado fui num show de bossa e mpb, bem a cara do Rio (da onde eu sou), e foi lindo ver todo mundo cantando e dançando. Foi um momento lindo, só de ver aqueles pessoas felizes.

    ResponderExcluir
  6. Eu sou apaixonada por essa sensação de ser transportada pela música, mas costumo sentir mais em shows do que na pista de dança. Engraçado que na pista sempre tem mais gente e esse é o legal da coisa, sabe? Nunca sinto que sou eu sozinha pirando e dançando, mas sim eu e as pessoas que eu mais gosto no mundo pulando a nossa música favorita. É lindo, mas de um jeito diferente <3
    Já em show, eu sempre sinto que eu tô sozinha, sabe? Eu, a música e a pessoa no palco. O mundo para pra eu curtir aquilo e essa sensação não tem preço.

    Mas ei, ainda quero viver um momento desses contigo. Precisamos!

    Te amo, amiga <3

    ResponderExcluir
  7. Te entendo. Perfeitamente. Nunca vou esquecer da primeira balada que eu fui em que tocou um milhão de músicas que eu amava, mas tudo bem, beleza. Daí tocou "I Miss You" do Blink e eu comecei a chorar desesperadamente, minha amiga me encarando sem entender nada. Em seguida começou a tocar a música do Rich de Skins, aquela "f* I won't do what you tell me" e daí eu explodi. Transcendi. Fui completamente infinita. Foi um dos melhores momentos da minha vida e desde então tenho buscado por algo parecido, mas nada mais ocorreu, o que é triste.
    De qualquer modo, te entendo e digo que venero esse suor sagrado.
    Abraços!

    ResponderExcluir
  8. Essa sensação é uma coisa curiosa, né? De tudo a nossa volta sumir enquanto vamos fechando os olhos e nos deixando ser embaladas pelo som contagiante DAQUELA música. Não sou nem de longe uma boa dançarina, mas amo/sou colocar na VH1, aumentar o volume, arrastar o sofá e ficar saltitando na minha sala... é como se nada pudesse me atingir. Sabe, não preciso estar no meio de uma pista de dança pata ter essa sensação de ser completa, fechar os olhos e balançar as mãos acima da cabeça. Às vezes, sentada na frente do computador, me pego gritando a letra de uma música, fazendo todos aqueles movimentos com as caixinhas de som quase explodindo de tão alto. Não há nada melhor do que essa sensação!
    Mil beijos, Tary <3

    ResponderExcluir
  9. Quando um texto descreve, com perfeição, tudo o que você sente e pensa sobre determinada situação, nem mil palavras bastam. Meu silêncio, estou extasiada.

    ResponderExcluir
  10. Amiga,
    Eu tenho dessas também, mas não muito em baladas ou festas, porque não sou a maior dançarina nas festas. Na maioria das vezes, eu fico no meu canto, enquanto todo mundo se acaba na pista. Agora, minha relação com a música é algo que eu nem consigo descrever. E acho uma delícia quando as letras falam por mim e as melodias fazem o meu coração mudar o ritmo dos batimentos. <3

    Te amo!
    Beijos

    ResponderExcluir
  11. Isso que você descreveu acontece quando vou em algum show de uma banda que amo. Aconteceu com o Pearl Jam, aconteceu com o Maroon 5. Sabe, você pode amar todas as músicas, mas quando aquela especial toca não há no mundo o que te impeça de cantar a letra a plenos pulmões, de pular e, quem sabe, até abraçar a pessoa ao lado. É tão contagiante, é tão mágico! Depois que termina eu posso estar um trapo, mas digo com toda a convicção que faria tudo novamente. =]

    ResponderExcluir
  12. Ai Tary, você sabe o que eu sinto então. Há poucas coisas no mundo que eu gosto tanto quanto dançar... e sim, há músicas que nos deixam sublimes, acima do céu, nas nuvens. É como se a gente entrasse numa realidade paralela, tão especial e nossa. Eu gosto muito!

    E adoro os olhos fechados... das pessoas dançando, das pessoas cantando....

    Beijinhos

    ResponderExcluir
  13. Já tive esse momento, mas nunca tinha parado para pensar nele. Tudo o que você descreveu é realmente o que acontece o que a gente sente, é fechar os olhos e deixar as música entrar pelos ouvidos e sair pelos poros. É uma conexão tá pura e tão perfeita que dá mesmo vontade de querer congelar o momento. =)

    ResponderExcluir

Obrigada pela visita! Comenta que eu respondo (: