segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

And the Oscar goes to…

Em época de Oscar todo mundo vira crítico de cinema, entendido de moda e, principalmente, palpiteiro. Não fujo à regra. Acompanhar a cerimônia, pra mim, é sagrado. Amo gritar minhas opiniões no Twitter, sempre acabo indo às lágrimas e levantando para aplaudir no meio da sala de casa. Só que este ano a coisa toda me encantou de um jeito especial. A primeira maravilha foi ver Christoph Waltz premiado. Confesso que meu coração pedia De Niro, que não leva uma estatueta há 23 anos e me deixou com os olhos cheios de lágrimas em O Lado Bom da Vida (uma das poucas reações que esse filme me causou), mas a vitória de Waltz foi uma grata surpresa. Ainda mais considerando um discurso emocionado em que ele chama Tarantino de herói. Falando em Mr. Quentin, que delícia vê-lo subir ao palco pelo roteiro de seu filme. O texto de Tarantino é uma de suas marcas registradas e nunca consigo descrever suas obras sem usar um palavrão. Peace out, xará!

Emocionante também foi rever os atores de Chicago, Mark Ruffalo matando de amor, Norah Jones divando, elenco de Les Mis arrepiando e… Adele. Pra essa mulher daqui a pouco só vai faltar o Nobel. Quando falei dela pela primeira vez aqui, em 2010, eu previ que ainda iríamos ouvir falar daquela inglesinha de voz arrebatadora. Aposta mais certeira que fiz na vida. Ela levou. E por Skyfall, um filme do James Bond, minha franquia favorita de todos os tempos. Se todas as meninas sonharam em interpretar mocinhas de comédias românticas, eu sempre quis ser Bond Girl. Por essas e outras, foi indescritível ver minha cantora favorita brilhando – literalmente, por causa do vestido – ao receber um Oscar.

O prêmio mais surpreendente da noite, na minha opinião, foi o de melhor direção. Amo Ang Lee por motivos de: Brockeback Mountain, e por considera-lo um diretor super sensível, mas jurava que ia dar Spielberg ou, no máximo, o austríaco de Amour. Depois dessa, vou ter que assistir Pi, um filme que boicotei deliberadamente por conta dos bastidores – Scliar, tamo junto. Também pretendo conferir Amour. Porém, vou passar longe de Lincoln, A Hora mais Escura e Indomável Sonhadora. Soninho define.

Falando no senhor presidente, sei que Daniel Day Lewis é um monstro e tal, mas nunca consigo assistir um filme dele até o fim. O único que consegui foi Nine, um dos musicais mais insuportáveis que já tive a infelicidade de pagar pra ver. Seu Oscar foi o mais previsível da história. Nessa categoria, torci sem esperanças para Denzel Washington, de O Voo.

Melhor atriz também foi “whatever”. J Law estava linda com aquele vestido ousado e clássico ao mesmo tempo e tombinhos sempre são bem vindos. Só que ela não merecia. Ganhar Oscar requer transparecer entrega na interpretação. Não acho que tenha sido o caso. A personagem não pedia e nem permitia isso. Basta lembrar de Natalie Portman, Meryl Streep e Marion Cotillard para perceber o quanto foi injusto. Mesmo sem ter visto Amour – ainda – minha aposta era Emmanuelle Riva. As poucas cenas que assisti dessa velhinha fofa me tocaram mais do que Lawrence no filme todo. E não acho que Riva tenha perdido por ser francesa. Volto a citar Marion Cotillard, uma das minhas vencedoras favoritas. Acredito que Jen conquistou os votantes ou que eles estavam querendo se redimir por não terem premiado a menina no ano em que concorreu por Inverno da Alma.

Porém, mesmo com a minha apatia em relação aos ganhadores das categorias principais de atuação, nada poderia me tirar da euforia que já havia sido causada por uma coadjuvante. Anne Hathaway, de quem já assisti praticamente toda a filmografia e amo desde o primeiro sorriso na tela. Talentosa até dizer chega, a eterna Mia Thermopolis me fez chorar horrores ao pegar sua estatueta das mãos do Capitão Von Trapp. Por uns minutos, até me esqueci daquele vestido horrível que não entendi até agora.

Lembram da entrega que citei acima? Ela mostrou em Os Miseráveis. Deu aula. Em poucos minutos, a dor de Fantine nos atinge feito uma surra e os acordes desesperados de “I dreamed a dream” são o golpe de morte que faltava. Vitória mais do que merecida. Senti um orgulho danado dela. E tenho certeza que toda uma geração sentiu o mesmo.

E, por fim, o maior prêmio da noite. Quem me acompanha no Twitter viu minha animação, minha alegria e o meu fracasso na tentativa de conter o CAPS LOCK. Ben Affleck, o desacreditado, o motivo de piada conhecido por escolhas terríveis como ator e que nem sequer foi indicado a melhor diretor. Não pude deixar de pensar que, em seu filme, ele  interpreta um personagem também desacreditado e motivo de piada. As lágrimas vieram de novo e mais fortes ainda. Argo é um filme fantástico. “Americanão” sem ser bairrista a ponto de outros povos não se envolverem. Tenso sem apostar em corridas de carro batidas, sem trilha sonora clichê nem lentidão. E conta uma história real sem cair em melodramas, com ironias divertidas e grandes atuações. Foi a primeira vez que torci com esperanças e foi a primeira vez que meu favorito venceu. Fechou uma cerimônia incrível com chave de ouro. Argo fuck yourself!

Mostra pra eles, meu Ben!

Love, Tary

P.S: Se o Seth apenas cantasse ao invés de ‘piadar’, eu estaria com uma aliança no dedo neste momento.

P.S 2: Obrigada às queridas que acompanharam tudo comigo: Annoca, Analu, Rafitcha, Marie, Renata, Mimi e Dede. Vocês merecem um Oscar de Melhor Elenco!

P.S 3: Esse é o título mais clichê desse mundo, mas sempre quis batizar um texto com ele :)

9 comentários:

  1. Amiga, eu já amava assistir Oscar, mas a partir desse, passou a ter um significado mais especial na minha vida! É uma noite especial com vocês, onde eu posso abusar de todas as minhas habilidades de poser da academia enquanto grito sobre filmes que não vi, opino sobre vestidos e grifes dos quais pouco entendo, e procuro nomes de artistas no google só pra acompanhar todo esse conhecimento de vocês. No outro dia, sempre acordo com uma ressaca horrível de ter certeza que nasci no mundo errado, porque meu sonho era viver nesse glamour, e eu tenho 20 anos e não fiz nada da vida. Mas logo passa. Elas tem estatuetas, vestidos, dinheiro, homens lindos, e eu tenho vocês. Pode não parecer muito, mas é meu tudo! Meu infinito!
    Te amo! <3

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  2. Peace out e Namaste do Ang Lee me mataram!
    Adorei ter visto! Foi emocionante e dei gritos nos prêmios que Django e a Vida de Pi ganharam, tb pq não vi os outros, mas a cerimônia em si foi linda, os musicais, a Adele, a Norah Jones, jesus! gostei das piadas tb, William Shatner? Demais!!!
    Não sabia que a Marion tinha ganhado pq eu nunca acompanhei de vdd o Oscar, mas só gostei dela em Meia noite em Paris, nos outros filmes ela sempre ferrou todo mundo (aka Leo DiCaprio), entao ganhou minha raiva hahahaha Mas é isso q fazem as boas atrizes né? Não igual JLaw que me dá raiva sem ter feito um filme primoroso!!!~
    Beijosssssssss

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  3. Não gostei de Argo ter ganhado e muito menos do vestido - de noiva - da Jennifer Lawrance. Acho que até essa aberração da Hathaway tava melhor e o vestiod que a JLaw usou na festa pós oscar era MUITO mais bonito, convenhamos. E acho que indomável sonhadora deve ser maravilhoso, estou esperando pra ver no cinema. Quanto ao Tarantino, toda vez que ouvia o nome dele lembrava da Marie gritando pra você.
    Abraços!

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  4. Amiga,
    eu fiquei MUITO feliz pela vitória de Argo, porque sei que você queria muito que isso acontecesse e obviamente por causa do Ben Affleck, mas confesso que meu coraçãozinho ainda tá um pouco dolorido porque Les Mis não levou. Alguma coisa dentro de mim tinha esperança que ainda desse certo...
    Enfim, minhas highlights foram Anne, JLaw (motivos óbvios), Les Mis e Tarantino - que eu achei um amor de pessoa, mesmo não conhecendo muito do trabalho dele nem ter visto Django.

    Amei ainda mais tudo isso porque foi com vocês. E você tem super razão: somos o Melhor Elenco. <3

    Te amo!
    Beijos

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  5. "Peace out, xará" Taryne, volte aqui com toda essa infâmia! Ai, você é o máximo.
    Amei tanto teu texto! Concordo com praticamente tudo. A única diferença foi que torci pela J Law por simpatia mesmo. Ela é a nova Miss e eu não tinha visto nada de Amour, então não podia torcer pela Riva. Mas com uma cena só ela conseguiu abalar minhas crenças. Concordo que J Law não merecia pela atuação. MAS NÉ, adoro um jabá.
    Argo eu não termino a semana sem ver. Aí venho comemorar com você.
    Sério, vou criar uma revista só pra te contratar pra escrever nela.
    Beijo! <3

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  6. Tary!

    Amei o seu texto desde "Em época de Oscar todo mundo vira crítico...", porque é a mais pura verdade. Pelo menos da minha visa. Venho fazendo isso desde 20061 Achei o Oscar desse ano bastante surpreendente em algumas categorias e completamente manjado em outras. Assim, até parece que não iam premiar o Daniel-Day Lewis, né? Mas ah, poxa...o cara já tem TRÊS estatuetas do Oscar. Custa das uma chance aos coleguinhas? haha

    Sobre "Pi", recomendo muito. Mesmo com essa história do plágio. Não li o livro do Scliar e nem do Yann Martel, mas o filme de Ang Lee é coisa linda de se ver...literalmente! As cores, os efeitos, a trilha sonora...muito bonito.

    Não assisti "Argo" ainda, mas pretendo. "A Hora Mais Escura" é chato e mais parece uma ação - mais uma vez - oportunista da Kathryn Bigelow para ganhar o Oscar. Spielberg parece ter perdido a mão, né? Cadê o diretor que me encantou com "Indiana Jones" e "E.T."? #chatiada

    "Os Miseráveis" dispensa comentários. Anne linda me emocionou mais que o file todo e depois de sua despedida, o filme não foi mais o mesmo. Desculpa aê, Jean Valjan. "Django" também foi EXCELENTE. Apesar de preferir "Bastardos", Tarantino mandou muito bem, né? Fiquei feliz de vê-lo receber o Oscar pelo texto do filme. C. Watz mais u,ma vez, me encantou com a sua atuação :)

    Sobre a Jeniffer, acho que é exatamente o que você. A Academia estava tentando se redimir...porque né? Não assiti "O Lado Bom da Vida", mas pelos comentários e pelas cenas que assisti, não é como se ela tivesse feito muito. E eu acho a Jen uma boa atriz. Uma das melhores da sua geração...mas eu ainda sou Team Watson! :)

    Ai, falei demais! Mas enfim, só para finalizar: amei o seu texto :)

    Beijos,

    Michas
    http://michasborges.blogspot.om

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  7. Este comentário foi removido pelo autor.

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  8. Ps: estou usando um teclado muito louco, por isso os erros absurdos de digitação no comentário anterior :)

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  9. Chamar Tarantino de xará: zerando a blogosfera e a infâmia e o cinema, tudo ao mesmo tempo agora.

    Nossas impressões foram bem parecidas, amica. A única diferença é que não amo Les Mis tanto assim (fazer o que)e que eu não vejo a hora de assistir A Hora Mais Escura e finalmente terminar Indomável Sonhadora. Aliás, acho muito que você deveria dar uma chance pra ele, é muito lúdico e bonito e tenho a impressão que você iria gostar bastante.

    Sabia que você foi uma das primeiras pessoas que eu li falando sobre a Adele? Aliás, não duvido muito que tenha baixado o CD dela por sua causa, ou então que decidi ouvir o 19 com atenção por conta das suas palavras de amor por ele. Perdi um pouco o ânimo de acompanhá-la depois do 21, que todo mundo acredita ser melhor, mas que eu acho um CD bem mais sisudo, sei lá. Acho o 19 a medida perfeita e sempre irei amá-lo.

    E amiga, amo demais seu fangirlismo pro lado do Ben Affleck. Acho que eu gosto bem mais dele por sua causa, hahahaha!

    Que venham muitos e muitos Oscar em caixa alta pra gente, hein? Já tô que não me aguento pra 2014!

    Beijos

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