E no meio de tanta gente, eu encontrei você. Assim, quase sem querer. ‘Quase’ porque eu já te procurava há tempos. Tentei me enganar, dizendo que não precisava de ninguém, mas qual é, todo mundo sabe que é impossível ser feliz sozinho nessa vida. Preciso admitir que pedi por você nas duas vezes em que vi uma estrela cadente riscar o céu. E em todos os momentos em que contemplei o primeiro sol de primavera daquela janela lateral com um dos vidros quebrados. Nós dois, juntos.
Visualizei essa imagem tantas vezes na minha mente que, agora que é de verdade, preciso dizer em voz alta, bem devagar: “nós dois, juntos”. Uau. Parece mentira. Certeza que é o destino. O que mais pode ser? E quem de nós dois vai dizer é impossível? Você sempre foi o mais pessimista, mas deve ter aprendido alguma coisa comigo. Óbvio que aprendeu. Nunca foi de romancear as coisas. Sempre se manteve com os pés no chão. Mas vezenquando acariciava meu rosto e murmurava: “minha flor, meu bebê”. E eu sempre te chamava de cafona e te jogava uma almofada na cabeça, mas prendia o choro e pensava: “amor da minha vida, daqui até a eternidade”. Por algum motivo, eu nunca acreditei que aquela felicidade toda me pertencia.
Mas voltemos ao início. Você: moreno do cabelo enroladinho. Eu: sempre com tinta no cabelo. O encontro parecia ter sido arquitetado. Hora certa, lugar horrível. Entre tanta gente chata e sem nenhuma graça, você veio. Me ofereceu um drink, elogiou os meus olhos castanhos e me beijou. Aconteceu tudo tão rápido que parecia insignificante. Coisa de uma noite só. Aí você pegou a minha mão e eu senti na pele. A sua energia. As faíscas. O arrepio frio.
Começamos a dançar, devagar. Slow dancing in a burning room. Porque toda aquela festa com gente esquisita de repente havia desaparecido. Éramos só eu e você. Éramos um. E o meu corpo inteiro soube que era você o meu veneno antimonotonia. Não quis me precipitar ali. Não quis parecer afobada. Não quis te assustar. Mas quis que fosse pra sempre. Eu quis. Quase sem querer.
E no dia em que você foi embora, eu incorporei a personagem principal da música mais triste do meu próprio mundo. Foi então que precisei dizer que te amava. Não porque você ia me abandonar, mas porque eu já não tinha mais medo de dizer. Foi exatamente isso o que eu disse. “Eu te amo. Por isso não vá embora, não me deixe nunca. Nunca, nunca mais”.Você ficou. E eu continuo dizendo devagar e saboreando cada sílaba: “nós dois, juntos”. Primeiro foi quase sem querer. Agora nós dois queremos a mesma coisa. Quando você olha no meu olho e eu olho no teu, nós sabemos o que é. E quem um dia irá dizer que não existe razão?
Love, Tary
P.S: Todo esse post foi arquitetado com trechos e títulos de músicas! Espero que você tenha cantada o texto inteiro ;)
Meu Deus, amiga! Você aproveitou tão bem aproveitado o título simples que eu te joguei, que nem sei. Suspirei do início ao fim desse texto. Foi tão bonito que estou duvidando ser fictício, e vou ali chorar porque você nem comentou comigo sobre o dono desse cabelo castanho cacheado.
ResponderExcluirMaravilhoso, amiga. Brilhante. E sim, cantei ele inteirinho. <3
Eu já disse no chat que tô sem saber como comentar, porque simplesmente AMEI o texto e tô sem palavras. Mandou bem demais. Arrasou, como sempre.
ResponderExcluirPrincipalmente aqui: "(...) Não quis parecer afobada. Não quis te assustar. Mas eu quis que fosse pra sempre. Eu quis. Quase sem querer."
Vou imprimir esse texto e colar na minha agenda, HAHAHAH.
Te amo!!! <3
Juro, Taryne Zottino de Bourbon Orleans e Bragança, essa é a história da minha vida sem o happy ending (so far). Se algum dia isso terminar do jeito que tá no seu texto vc será uma das minhas bridesmaids e lerá esse texto na minha festa de casamento igual em Letters to Juliet ahuahuahauh Lindo demais, véi! <3
ResponderExcluirMeu Deus vc arrasa!! Em todos os seus textos eu sempre quero ser "a garota", fico lendo e me imaginando! Lindo!
ResponderExcluirCantei o texto inteiro, pode ter certeza. Cantei e sonhei junto. Amiga, você manda bem demais misturando músicas com prosa <3
ResponderExcluirQue lindo, Tary!!! Vc realmente manda muito bem! Orgulhooo!
ResponderExcluirBeijos!
Uau! É só isso que eu consigo dizer Tary, me arrepiei todinha com essa história de amor na forma mais bela possível, e com trechos e títulos de músicas? Você surpreendendo seus leitores sempre, é por isso que eu adoro rodopiar por aqui.
ResponderExcluirBeijos flor!
Meu Deus, você é um gênio. Eu demorei pra sacar a coisa das músicas, até então estava pensando que você tinha encontrado sua cara metade e estava toda fraking out, quando captei o espírito da coisa deixei-me embalar pelas belas letras e comecei a apreciar a história e perceber o quão genial você sempre é. Parabéns.
ResponderExcluirAbraços!
Que lindo, Tary! E que trabalheira você teve, não? HAHAHA Mas o resultado ficou perfeito. Fiquei aqui vibrando com os trechos que conseguia identificar. Arrasou!!
ResponderExcluirMuito lindo! Nem lembrei de música, fui imaginando a história a cada palavra, frase, parágrafo.
ResponderExcluirO livro que você está lendo é ótimo, viu?! Li o "Diário de Suzana para Nicolas" no começo do ano e não tem como não se emocionar com a história.
Bjs!
É mesmo impossível não ler esse texto ao mesmo tempo em que você canta um ou outro trecho que reconhece. Eu fiquei numa vibe muito boa ao lê-lo/cantá-lo. Tá tão lindo que eu espero mesmo que você tenha feito nota mental de mostrá-lo a alguém que mereça, um dia.
ResponderExcluirBeijo <3