quarta-feira, 30 de maio de 2012

30 letras de músicas que fazem parte do meu show

Fiquei muito animada quando a Anninha me convidou a postar 30 músicas com letras capazes de mexer comigo. Aquelas que possuem os trechos que mais me arrepiam. A questão é que nem sempre são as músicas tristes que fazem meu coração sangrar, parafraseando a Anna. Mas as letras de todas estas canções, por motivos diferentes, já me deixaram a ponto de chorar – ou me fizeram chorar até dormir. Então, acho que estou dentro da proposta, certo? Não existe qualquer ordem, fui escrevendo conforme as músicas me vieram à cabeça.

legiao-urbana2

“Tudo é dor,
E toda dor vem do desejo,
De não sentimos dor.”

Quando o Sol bater na Janela do teu Quarto – Legião Urbana

“Quero que saibas que me lembro, queria até que pudesses me ver. És parte ainda do que me faz forte. E, pra ser honesto, só um pouquinho infeliz.”

Giz – Legião Urbana

“Quando me vi tendo de viver comigo apenas
E com o mundo
Você me veio como um sonho bom
E me assustei, não sou perfeito.”

Teatro dos Vampiros – Legião Urbana

beatles

“Somewhere in her smile she knows
That I don't need no other lover.”

Something - The Beatles

“And then while I'm away
I'll write home everyday
And I'll send all my loving to you.”

All my loving - The Beatles

“Me abrace em hipérboles, eu só quero uma terminação, minhas tremas espalhadas por você e pelo chão.”

Tremas - Verde Velma

adele

“When the evening shadows and the stars appear and there is no one there to dry your tears I could hold you for a million years, to make you feel my love.”

Make you feel my love - Adele (cover  de Bob Dylan)

“You'll never know if you never try,
To forgive your past and simply be mine.”

One & Only – Adele

cajuzinho

“É que eu preciso dizer que eu te amo, te ganhar ou perder sem engano. É, eu preciso dizer que eu te amo… tanto.”

Preciso dizer que te amo – Cazuza & Bebel Gilberto

“E ser artista no nosso convívio pelo inferno e céu de todo dia, pra poesia que a gente nem vive, transformar o tédio em melodia... Ser teu pão, ser tua comida, todo amor que houver nessa vida, e algum veneno anti-monotonia...”

  Todo amor que houve nesta vida – Cazuza

“A emoção acabou
Que coincidência é o amor
A nossa música nunca mais tocou.”

Codinome Beija-Flor – Cazuza

camelo e mallu

“Eu quis te conhecer, mas tenho que aceitar
Caberá ao nosso amor o eterno ou o não dá.”

Janta – Marcelo Camelo & Mallu Magalhães

shehim

“Loving you
It keeps me satisfied
And I can't explain, oh no
The way I'm feeling inside.”

I can hear music – She & Him

tiiim

“Não sei por que você se foi
Quantas saudades eu senti
E de tristezas vou viver
E aquele adeus não pude dar...”

Gostava tanto de você –  Tim Maia

“Eu ando pelo mundo e meus amigos, cadê?
Minha alegria, meu cansaço?
Meu amor, cadê você?
Eu acordei, não tem ninguém ao lado.”

Esquadros – Adriana Calcanhoto

“O que vai ficar na fotografia
São os laços invisíveis que havia, as cores, figuras, motivos
O sol passando sobre os amigos.”

Fotografia – Leoni

nando ana

“Meus lábios beijam signos feito sinos, trilho a infância, terço o berço, do seu lar.”

Pra você guardei o amor  - Nando Reis & Ana Cañas

amarante

“E até quem me vê lendo o jornal na fila do pão, sabe que eu te encontrei, e ninguém dirá que é tarde demais, que é tão diferente assim.
Do nosso amor a gente é que sabe, pequena.”

Último Romance - Los Hermanos

“Olha, da segunda vez que eu estive aqui
Já não foi pra me distrair
Eu senti saudades de você.”

Eu vou tirar você desse lugar - Los Hermanos

frejaaaat

“E quando madrugar eu vou estar acordado
e quando amanhecer eu vou estar ao seu lado
desperto, vendo seus olhos fechados.”

Escuro e vendo – Frejat

“Eu gosto quando você me beija macio
Eu gosto quando você me abraça no frio
Eu gosto do que você causa em mim
Eu gosto, só gosto
Simples assim.”

Bom dia – Verde Velma

johhhn

“I know a girl, she puts the color inside of my world.”

Daughters – John Mayer


“Teu corpo combina com meu jeito
Nós dois fomos feitos muito pra nós dois
Não valem dramáticos efeitos
Mas o que está depois.”

Nosso estranho amor – Caetano Veloso

“Se não eu, quem vai fazer você feliz?”

Proibida pra mim – Zeca Baleiro

“Quando entrar setembro e a boa nova andar nos campos
Quero ver brotar o perdão onde a gente plantou, juntos outra vez
Já sonhamos juntos, semeando as canções no vento.”

Sol de Primavera – Beto Guedes

cartolinha

“Ouça-me bem, amor, preste atenção, o mundo é um moinho.”

O mundo é um moinho – Cartola

“Olha, você tem todas as coisas
Que um dia eu sonhei pra mim
A cabeça cheia de problemas
Não me importo, eu gosto mesmo assim”

Olha – Roberto Carlos

“Nunca se esqueça, nem um segundo
Que eu tenho o amor maior do mundo
Como é grande o meu amor por você.”

Como é grande o meu amor por você – Roberto Carlos

“Quais são as cores e as coisas pra te prender?
Eu tive um sonho ruim e acordei chorando
Por isso eu te liguei.”

Quase um segundo – Cazuza (letra do Herbert Vianna)

ben


“Did you find what you were after?
The pain and the laghter
Brought you to your knees
But if the sun sets you free, sets you free
You'll be free indeed, indeed.”

She’s only happy in the sun – Ben Harper

 

Love, Tary

P.S: Não pude evitar repetir alguns cantores. Como escolher apenas uma do Cazuza e da Legião, por exemplo? Impossível!

P.S II: Transcrevendo os trechos, percebi que tem muito mais música brasileira do que internacional, que eu sou clichê demais – tem até Roberto Carlos, minha gente! Mas, né, fazer o que se é importante pra mim? – e, bom, acho que vou ter que admitir que devo mesmo ser um tanto romântica. Depois de postar essas canções, vou ter mais trabalho pra negar.

P.S III: Perceberam que o título foi uma manobra para encaixar mais uma música? Não contem a ninguém.

P.S IV: Indicadas: Renata, Kamilla, Larissa e Amanda (:

terça-feira, 29 de maio de 2012

Querido Charlie,

"Então, esta é minha vida. E quero que você saiba que sou feliz e triste ao mesmo tempo, e ainda estou tentando entender como posso ser assim." (Pág. 12)

Eu entendo, Charlie.

Terminei “As Vantagens de ser Invisível” há algumas horas e até o presente momento não consegui me livrar da tristeza profunda que me invadiu ao ler a última página. Não queria que acabasse. Não estava pronta para dizer adeus a esse livro. Deveria ter economizado mais, lido um pouquinho por dia pelo resto da minha vida, sei lá. E agora, tudo o que eu quero é ler de novo. Provavelmente farei isso amanhã mesmo. Importante dizer: não sou de reler. Mas dessa vez é diferente.

Nossa história começou no final de semana retrasado. Fui à livraria depois de muito tempo, como uma espécie de libertação por ter ficado tanto tempo sem ler nada por vontade própria. E era esse livro que eu queria. Nenhum outro iria me bastar. Quando cheguei, toda animada, logo perguntei ao vendedor e ele respondeu, rapidamente, que estava esgotado. Paciência, pensei. Fiquei chateada, não nego, detesto quando meus planos são adiados. Fui procurar outros livros, fazendo aquela pilha básica no braço esquerdo, quando o mesmo vendedor me cutucou e disse: “Ei, encontrei o livro, não estava esgotado não”. Abri um sorrisão e levei pra casa.

A música favorita do Charlie

Comecei ontem de madrugada e acabei hoje. E ainda não sei direito como expressar o quanto esse livro se tornou especial pra mim. A história é contada através de cartas que um garoto de 15 anos escreve para alguém que a gente não faz ideia de quem é. Todas começam com “Querido amigo” e terminam assim: “Com amor, Charlie”. No início, o narrador nos diz que trocou todos os nomes. Não sabemos, portanto, qual o seu nome de verdade, quais são as identidades das outras pessoas na história ou onde ele mora. Mas garanto a vocês: o conhecemos por inteiro. Todos os medos, angústias, dúvidas, vontades, gostos e desgostos. Fazia tempo que eu não sentia tanta vontade de pular pra dentro de um livro, abraçar um personagem e nunca mais soltar. Porque ele é especial demais. Sente e vê o mundo de uma forma muito própria. É ingênuo, encantador, doce, inesquecível.

As cartas pareciam que eram para mim. Charlie conversou comigo o livro inteiro. Uma das cartas é escrita no dia, mês e ano do meu nascimento. 16 de setembro de 1991 e logo nas primeiras linhas dela, ele cita “O Sol é para Todos”, um dos meus livros favoritos. Pode parecer bobo, mas nesse momento eu percebi ainda mais que este livro falou comigo. Charlie é um daqueles personagens que não parecem personagens porque se tornaram reais pra nós. Ri alto e me esforcei pra não passar vergonha no ônibus em algumas partes, chorei feito um bebê em outras e senti meu coração se quebrar um pouquinho a cada página virada. De amor, de aperto no peito, de raiva, de alegria, de encantamento.

Tenho receio de contar muito porque vocês precisam conhecer por vocês mesmos. Só adianto que Charlie te dará muitas dicas de livros, filmes e músicas. E, se você for alguém sensível o suficiente para não julgar, irá fazer com que você pense sobre a vida, sobre as pessoas que ama, sobre você mesmo. E, acima de tudo isso, fará com que você se sinta infinito.

“E naquele momento eu seria capaz de jurar que éramos infinitos." (Pág. 49)

Querido Charlie,

Muito obrigada por tudo,

Com amor, Tary

P.S: Foi escrito por Stephen Chbosky e vai virar filme com a Emma Watson e o Logan Lerman. Se me decepcionar, eu jogo pipoca na tela do cinema.

P.S: Não recomendo pra pessoas de mente fechada. Rola sexo, drogas e rock’n roll, mas o livro é muito mais que isso.

domingo, 27 de maio de 2012

Reflexões em um domingo chuvoso

Na última quinta-feira, entreguei meu pré-projeto ao meu orientador. Isso representou uma gota no oceano se eu for levar em conta a quantidade de coisas que ainda preciso fazer até o final deste ano, eu sei disso. Porém, quando encostei a mão no papel quente recém impresso contendo meses de esforço, tudo o que eu pensei era no final de semana que me aguardava. O primeiro em que eu me permitiria não pensar nesse trabalho, não falar sobre esse trabalho e não me angustiar por causa desse trabalho. Badalação era o que eu menos queria, de verdade. Meus planos se resumiam a ver milhões de vídeos na internet, ouvir música prestando atenção nas letras e, principalmente, ler.

Na noite de ontem, depois de chegar do trabalho, coloquei meu pijama de frio, roxo com bolinhas brancas, e me joguei na cama com a intenção de não fazer absolutamente nada. Depois de assistir as minhas novelas de todos os dias – porque eu voltei a ser noveleira, com orgulho –, fui ver a entrevista do Frejat com a Marília Gabriela, morri de amor ao descobrir que o primeiro CD do Barão vai ser lançado novamente pra comemorar os 30 anos da banda, minha favorita. E aí me deparei com uma outra entrevista que eu ainda não havia visto – acompanho religiosamente todos os “De Frente com Gabi”. Era de um menino chamado Lucas Silveira. A cara eu já conhecia faz tempo, o sotaque gaúcho também. Sabia que ele era líder da Fresno, banda que nunca ouvi nenhuma música. Mas de ouvir as pessoas criticarem e chamarem de emo, no sentido mais pejorativo da palavra, eu me lembro. Descobri que além da banda, ele tem outros três projetos musicais: SIRsir, Beeshop e Visconde. Percebi que o cara é inteligente, articulado e parece ser um piá bem gente boa, sabe? O projeto que eu pude conferir até agora foi este último, o Visconde. E estou apaixonada. Tudo por causa de uma canção chamada 6h34 e da voz que diz coisas lindas como: “amanheceu e eu deveria estar dormindo, mas esses versos são palavras explodindo e no teu colo, um dia, elas vão cair”.

“Nem liga, guria…”

Hoje, eu ouvi o dia inteiro. Durante o banho, debaixo das cobertas, olhando o céu nublado com o rosto encostando nas grades da minha janela. E isso tudo me fez pensar em algo nada parecido com a música ou com meu lindo domingo preguiçoso: preconceito.

Sempre ouvi as pessoas falarem tão mal desse menino, gente. Mal mesmo. Coisas pesada e cruéis. E eu duvido que metade delas tenha parado pra ouvir alguma música. Garanto que se resumiram a olhar de cima em baixo, reparar no cabelo, nas tatuagens e dizer apenas uma palavra para rotular. Como se uma palavra pudesse definir alguém. Sabem o que é isso? Um reflexo do mundo em que vivemos. As aparências importam mais, não é mesmo? Sempre. Olhos sinceros não significam nada se a pessoa não tiver o corpo perfeito, o nariz perfeito. Músicas bonitas não significam nada se o cantor não usar o cabelo convencional, a roupa padrão, repetir o mesmo discurso. Que triste. Que mesquinho.

Cresci ouvindo as pessoas falarem mal de coisas fantásticas. A vida inteira. Já pensou se eu tivesse dado ouvido a todas elas? Teria perdido muito. E hoje, ouvindo essa música e lendo um dos livros mais incríveis que já passaram pelas minhas mãos nos últimos anos, pude concluir exatamente isso: o preconceito pode nos privar de conhecer maravilhas, de ter experiências novas. E até, vejam vocês, de sermos pessoas melhores.

Agora eu estou aqui, vestindo meu pijama com a estampa de  um gatinho que diz: “I’m cute and I know it” e meias bem quentinhas. Com os cabelos ainda molhados, fazendo da cama o meu mundo, com os pensamentos a mil e... alegre. Por ter conhecido músicas  de um cantor legal que vão me fazer sorrir enquanto ando por aí, por estar lendo um livro que os intelectuais achariam completamente dispensável e, principalmente, por ter prometido a mim mesma que jamais deixarei o preconceito – o meu e o dos outros - me impedir de fazer coisas assim.  Quem quer que estiver lendo isso: pelo amor das coisas incríveis que você pode estar perdendo: conheça primeiro. Não dói, não custa nada e você pode se surpreender.

As grades da minha janela. Achei que combinavam com a música e com o texto ;)

Love, Tary

P.S: O livro que eu estou lendo é “As Vantagens de ser Invisível”, do Stephen Chbosky. Estou na metade e meu coração se quebra um pouquinho a cada página. É muito bonito. 

P.S II: Domingo chuvoso, friozinho, livro encantador, músicas novas, fotos, post no blog e reflexões. Tomara que isso seja um presságio para o resto da semana, né?

domingo, 6 de maio de 2012

Deixe as luzes acesas agora

123

Quando eu abri meus olhos na manhã de sábado tudo o que quis foi me deitar de novo e dormir, dormir, dormir. Mergulhar na escuridão de um sono sem sonhos. Daqueles tão profundos que não se sabe a hora em que foi dormir e nem se importa com o momento em que terá de acordar. Quis ficar abraçada ao meu travesseiro, despreocupada debaixo do edredom cor-de-rosa, com duas corujas velando meu sono.

Mas esse pensamento precisou durar menos de dois minutos. Fora do meu quarto, um mundo de compromissos me espera. Sair de casa e ver as luzes do dia é como nascer de novo a cada amanhecer. Porque, no começo, os olhos nem se atrevem a abrir direito, ficam assustados por causa da invasão do sol. É só depois de um tempo que o calor vai grudando na pele, as bochechas vão ficando coradas e os olhos se acostumam com a beleza.

Esses dias assisti um filme lindo em que o protagonista é cego desde que nasceu. Aprendeu a ver o mundo com o tato, com as mãos, com os cheiros, com os sonhos. Não sabe o que é a luz, o que são nuvens, sombras, tem dificuldade em entender as cores e o horizonte. Sorri quase chorando com o barulho da chuva porque escuta as gotas acariciando as janelas. E então ele se apaixona por alguém que já conhece tudo o que ele nunca pôde ver. Alguém que sabe o que são sombras e vive na explosão de uma cidade grande. Ela faz com que ele queira enxergar. Faz pesquisas, procura especialistas.

O rapaz bonito se convence e faz uma cirurgia dolorosa. No momento em que os médicos tiram os curativos de seus olhos, ele mal pode acreditar que aquilo seja enxergar. É muita luz para quem não sabe o que é isso. Ele entra em parafuso, não está habituado com aquilo. Para reconhecer tudo o que vê precisa fechar os olhos e tocar, como se ainda não pudesse ver. Com o tempo, vai descobrindo o mundo através dos olhos. Nasce de novo. Vê o horizonte, as nuvens, a mulher que ama, tudo. E o que acontece depois só assistindo pra sentir. O fato é que as luzes se acendem dentro e fora do personagem dessa história incrível e baseada em fatos reais.

Assim como cintilam em cada um de nós a cada abrir de olhos, a cada novo dia, a cada lágrima caindo nas mãos abertas pressionadas no rosto e enterradas nos cabelos. Porém, nunca se acendem sozinhas. É preciso permitir. Acordar. Sair do quarto e deixar os olhos enxergarem. Mesmo fechados. Porque as luzes estão também nos perfumes, nos toques, no barulho da chuva. Nos cabelos que brigam com o vento. No coração dançando tango dentro do peito. Nos pés que caminham lentamente. Nos outros. Em mãos entrelaçadas, em beijos inquietos, em abraços que irradiam. Em nós.

Love, Tary

P.S: O filme se chama At First Sight. E me fez chorar.

sábado, 5 de maio de 2012

Um dia na vida

Estava bem desanimada pra escrever esse post-diário, mas aí lembrei da música do Barão Vermelho. “Um dia na vida vale uma carona na esquina, um dia na vida vale qualquer tentativa”. E, seguindo esse mantra, resolvi deixar a preguiça de lado, cumprir com o prometido e contar pra vocês como foi minha sexta-feira. Não que tenha acontecido algo de extraordinário, mas conhecendo a minha rotina, talvez vocês me conheçam melhor também. Vamos lá?

O dia de ontem começou à meia-noite. E assim tem começado quase todos os meus dias neste último ano de faculdade. Fiquei finalizando algumas coisas do pré-projeto do meu TCC, me senti minimamente satisfeita e fui dormir por volta das 1h30min. Acordei – assustada, claro - com a voz da Sara Bareilles cantando Bottle it up, a música que tem me despertado desde o início do ano. Aí demorei aquele tempinho básico pra me situar: “sexta-feira, sem aula, apenas reunião com a professora às 7h40min pra falar sobre o TCC, não posso esquecer de levar o notebook, ok, ok”. Levantei zumbizando e com um pouquinho de frio. E parti pras coisas que todo mundo faz assim que acorda: banhozinho, escova os dentes, passa adstringente, protetor solar, penteia a juba. Blá-blá-blá, vocês sabem.

Coloquei meu notebook na bolsa – a louca, porque ninguém merece aquele peso no ombro – já que até hoje não comprei um case decente só pra ele, conferi se não estava esquecendo nada: passe de ônibus, celular, chaves, documentos, carteirinha da faculdade. Bolsa checada, mandei mensagem pra minha amiga Vivi não esquecer de me dar carona. Na maioria dos dias, eu vou de ônibus pra chegar mais cedo, mas como não tenho aula na sexta, dá pra me dar o luxo de dormir até às 7h. Viviane chegou junto com a Ariadine que também vai de carona com ela, nos cumprimentamos e ficamos conversando as coisas idiotas de sempre.

Chegando na faculdade, fui para o Labcom esperar a professora. Encontrei a nanica da Marithê, sentamos no corredor e ficamos tagarelando sobre nossos trabalhos. Aí a Aliny chegou também e… nada da professora. Ela chegou lá pelas 8h e eu já fui abrindo o notebook, mostrando o questionário, as coisas que havia escrito. Ela fez algumas sugestões, me orientou, falou sobre meu excesso de citações e tal. Terminada a orientação, me despedi de todo mundo e fui direto pra Biblioteca pegar o Jornalismo de Revista pra encorpar mais o meu texto. E, claro, demorei horrores por lá, olhando os milhões de livros que gostaria de ler e não posso, porque preciso me dedicar às obras relacionadas ao projeto. Mas fiz uma promessa a mim mesma: não termino essa graduação sem ter lido Rota 66, A arte da entrevista e A Sangue Frio. Pelo menos.

Fui correndo pegar o ônibus pra voltar pra casa. Ao chegar no meu lar doce lar, deitei na cama pra reler algumas partes legais do livro e… comecei a cair no sono. Típico. Então coloquei o celular pra despertar e cochilei gostoso. Até ser acordada novamente pela Sara Bareilles. Argh, tô com ódio dessa música já! Fui esquentar minha comidinha: arroz carreteiro. Almocei assistindo vídeos no You Tube, como sempre. Acho que faço isso pra não me sentir tão só. Odeio almoçar sozinha. E televisão na hora do almoço não rola, né? Resolvi sair de casa ao meio-dia pra pegar o ônibus menos lotado. Fui andando minhas seis quadras diárias até o ponto, ouvindo música e olhando as árvores. No caminho, um tucano lindo deu uma rasante bem acima da minha cabeça. Na hora, eu super lembrei da Renata: aqui não tem jacaré andando na rua, mas vira e mexe me deparo com tucanos e araras, não é fofo? Tudo lindo até aí.  Mas o busão veio lotado. E eu que esperava sentar e continuar o cochilo anterior, fiquei lá, em pé, chacoalhando. Óbvio que sentei no primeiro lugar vago que apareceu. Mas nem consegui dormir. Fiquei ouvindo Giz e pensando no meu TCC, na entrega do pré-projeto, na apresentação da próxima quarta… Ô ano bom de acabar!

Desci do ônibus, caminhei até o trabalho e subi de elevador. Deveria ir de escada, eu sei, mas como conservarei meu sedentarismo? Agradeci mentalmente pelo ar-condicionado, desejei boa tarde pra todo mundo, sentei e comecei a trabalhar. Procura notícia, olha os sites do interior, liga nas delegacias, liga para os bombeiros. Escreve, escreve, escreve. Reescreve. No fim da tarde foi mais legal porque meu chefe levou salgados pra gente e nos presenteou com pães de mel de beijinho. Comer é sempre uma das melhores partes do meu dia, hahaha!

Na hora de ir embora, meu pai foi me buscar junto com a Giovanna. A pobrezinha da minha irmã estava deitada, de olhos fechados, com o banco inclinado. “Tá doente?”, perguntei. Ao que ela respondeu sem nem abrir a boca direito: “sono, maninha, sono”. Fiquei perturbando a Giozinha sem sucesso até que resolvi abusar do ponto fraco dela: cantar alguma música bem tosca. Ao primeiro sinal de “O CRIADOR VEEEEEEEEEEM”, ela já estava rindo e cantando junto. E papis não entendendo nada, tadinho. Chegando em casa, continuamos a cantoria. O vídeo do “Para nossa Alegria” em si não tem tanta graça pra gente. Só quando é a gente que imita.

Em casa, mamis apareceu com um pacote cheio de pulseiras maravilhosas de macramê que minha madrinha enviou de Bauru! Primeiro, achamos que ela tinha mandado pra gente comprar, pois estavam com preço, mas após uma conversinha no Facebook, descobrimos que eram todas presente. Na correria, nem deu tempo dela tirar o preço antes de mandar. Ganhei três. Uma de pérolas grandes com uma miçanga dourada no meio, outra roxa com pérolas menorzinhas e strass – sou apaixonada por pérolas –, além de uma lilás. Ficamos as três muito contentes com nossas pulseiras novas.

O resto da noite fiquei enrolando pra fazer minha tarefa de inglês. Sim, eu não tenho vida social nas sextas-feiras. Acordo às 8h no sábado e trabalho das 13h às 18h. Minhas noites de sexta se resumem a pizza – desta vez foi macarrão, feito por mamis –, coca-cola, homework que sempre faço de véspera, vídeos no YouTube –um dia conto todos os meus canais favoritos por lá –, talvez algum episódio de Sex and the City e só.

E foi assim que a noite foi indo embora, sem glamour. Sei que este post parece meio mal-humorado, mas pessoas que não dormem ficam um pouco assim, hahaha. Só que, apesar de tudo, meu dia foi produtivo. Aposto que se ficasse dormindo não teria nada pra contar, não é? E já dizia Barão Vermelho: “um dia na vida vale”. Sempre vale alguma coisa.

“Um dia na vida
Outro fósforo, outro sol
A vida é um piscar de olhos
E o amor, um alô e um tchau”

(Barão Vermelho – Um dia na vida)

Love, Tary

P.S: As partes itálicas foram editadas. Tinha apagado completamente esses fatos da minha mente. Sou desmemoriada, beijos.

P.S 2: Este post foi uma ideia da Anna Vitória Pônei! O dia de ontem foi escolhido após um sorteio na Máfia.