Houve um tempo em que eu me importava demais. Brigar com uma amiga era motivo mais do que suficiente para ensopar a carteira da sala-de-aula de tanto chorar. Escrevia milhões de cartinhas expressando meus sentimentos, defendia os queridos com unhas e dentes, demonstrava meus sentimentos e confiava em qualquer um que inspirasse confiança. Não sei bem qual foi o momento em que me tornei mais fria. Não lembro se teve um grande acontecimento ou se foi um estalo, um instante de iluminação que mudou minha personalidade sem que eu ao menos notasse.
Talvez eu sempre tenha sido assim, vai saber. O fato é que me tornei um verdadeiro escudo. Blindada a separações, blindada a sofrimento. Não me serve? Me faz mal? Não gosto? Simplesmente descarto e não me arrependo depois. A praticidade em pessoa. Vai ver são virgianices ou quem sabe a dor de crescer e descobrir que nem todo mundo é bom como se pensava aos 14 anos. Minha avó diz que devemos ter malícia, desconfiar de algumas pessoas, ter cuidado com quem nos relacionamos para não nos desapontarmos depois.
E a verdade é que quando me decepciono, me decepciono de verdade. Basta uma única vez. Eu espero demais das pessoas, espero o melhor delas e quando percebo que simplesmente não valem o esforço, sofro. Bom, talvez eu não seja tão fria assim, afinal... Criei esse escudo porque é mais fácil afastar os sentimentos ruins, não pensar sobre eles - afastar as pessoas que me decepcionam, não pensar sobre elas.
Honestamente? Sou feliz por ter conquistado o comando da minha personalidade, sou feliz em ser blindada. Só não queria que as marcas ficassem grudadas no escudo e causassem esse aperto dolorido na garganta toda vez que me lembro delas.
Love, Tary
Esse penúltimo parágrafo super me define! :T
ResponderExcluirTary eu também mudei muito,essa coisa que me derramar em lágrimas qdo brigava com uma amiga eu dou graças á Deus que acabou.Isso só me consumia,só me fazia mal e só me fazia depender das pessoas.Eu tenho meus draminhas meus sofrimentos mas estou bem melhor assim hoje em dia.Porém,também quando me lembro de coisas que aconteceram,situações,sinto ainda uma feriada que ainda não cicatrizou,seria bom,se pudessemos apagar tudo não é?
ResponderExcluirBeijos
Sou ao contrário de você, talvez por ser mais nova, não sei, o fato é que ainda sofro muito com as pessoas que me decepcionam, crio muitas expectativas e choro, no final sempre choro.
ResponderExcluirJá tentei ser fria, acabei tendo que tomar remédios psquiátricos... Acho que não sirvo para sobreviver sozinha, preciso de gente que goste de mim por perto, não aguento decepções e quando elas aparecem, demoro anos para superá-las, mas mesmo superadas, não consigo me afastar das pessoas. Podem ter me feito o maior mau, mas continuo falando com elas, acho que sou meio masoquista, não sei.
De qualquer forma, Tary... Ter um escudo deve realmente ser bom.
Eu me identifiquei com seus post. Também acho que sou blindada, mas acho que não o tempo todo. Meu escudo sofre desgastes. Espero que o seu não seja assim. Torço para que o seu só monte guarda nas horas oportunas.
ResponderExcluirSabe o que eu acho? Com o tempo a gente vai percebendo que algumas coisas simplesmente não valem a pena. Não vale a pena sofrer por tal pessoa, não vale a pena se estressar por tal situação, e aí a gente vai vendo que o que vale a pena mesmo é o que a gente quer, o que a gente gosta e o que a gente sente. Talvez isso pareça um pouco egoísta, mas é assim que começamos a ver o mundo, né não?
ResponderExcluirNo final das contas, a blindagem falha justamente onde não deveria; nas lembranças, né?
ResponderExcluirAdorei o texto, íntimo, profundo e lindamente escrito. *-*
Beijos, flor!
Nossa Tary, eu tô bem longe de "conquistar" essa blindagem. Definitivamente não posso discutir feio com alguém em público, porque choro MUITO, sempre pago de descontrolada. Odeio isso, hahahaha.
ResponderExcluirMas que texto bonito, é tão difícil a gente se analisar assim...
Beijos!
Eu só finjo que não me importo, que não me decepcionei e que não estou pensando no que me faz mal. Mas sempre estou. E sempre acabo chorando sozinha ou fazendo um esforço terrível para não chorar. Preciso muito dessa blindagem.
ResponderExcluirBeijos.
Tary, você me descreveu nesses parágrafos.
ResponderExcluirAcho que aprendi a ser blindada e foi assim que cresci. Porque eu já fui frágil demais e tudo me derrubava. Tudo.
Já sofri com pessoas, com decepções e toda essa coisa que vi que me virava melhor sem elas. Faz mal? Não quero pra mim.
Beijo
hum... Também sou meia blindada com quem eu nao conheço, e com quem ja me magoou sempre penso duas vezes antes de me abrir e expor meus sentimentos. Já com quem eu confio plenamente prefiro me abrir de verdade... por isso me magoo muito qnd esse stres acontesse. Bjks amei seu blog...
ResponderExcluirOlá Tary!
ResponderExcluirVida: mistério, mito, aventura, mar. Navegar por nossos mares interiores, lançar-se na desconhecida rota do futuro tendo como guia o instinto. Enfrentar, no trajeto, procelas e vergalhões. A nau da existência é frágil, mas é possível contornar penhascos, superar turbulências, vencer a sedução das sereias, chegar ao porto desejado. Nascemos para seguir em frente, transpor obstáculos, conquistar. Olhe para o céu, pegue uma estrela como bússola, prossiga na viagem. Deus está ao seu lado.
Estou seguindo seu blog!
Abçs,
Edward de Souza
Parece que conheço alguém idêntico a ti...
ResponderExcluirAdorei o texto!!!
Bjs
Esperar sempre demais dos outros. E sempre o melhor. Isso é algo que me faz sofrer diariamente e que ainda trabalho para ao menos amenizar.
ResponderExcluirE também espero muito de mim. E também me decepciono.
Oh céus, oh vida...
Eu me entrego demais sabe? Tanto em relacionamentos amorosos quanto em amizade mas de uns tempos p/ cá tenho ficado mais arisca, tenho observado mais. Acho que tô começando a ficar blindada tbm.
ResponderExcluirBeijos!
Tary!
ResponderExcluirOlha, vou te dizer que essa é uma das características dos virginianos sim, tive uma amigo que agia do mesmo jeito, meu pai o mesmo, minha avó...
Eu sou um meio termo, tenho mania de achar que sou bff de todo mundo ai me decepciono com a pessoa e nunca mais vou esquecer o que ela me fez. Uma droga!
beijos
Eu já estou um passo a frente: não sinto mais as marcas. Melhor assim, o que passou, passou!
ResponderExcluir♥
Camila F.
Nossa, li esse post e achei que tinha escrito ele. rs Sério, eu também sou muito assim, não fico remoendo coisa ruim não. E detalhe: também sou virginiana. :O Será? XD
ResponderExcluirBeijos
Seu blog é a prova mais que necessário de que você não é insensível, Tary. E criar mecanismos de proteção é uma coisa boa, ninguém PRECISA sofrer, acontece, mas não é necessário. Infelizmente existem uns golpes mais fortes que ultrapassam qualquer escudo, mas a gente sobrevive. Sempre.
ResponderExcluirBjos
Muito bom o seu post, deu pra eu me identificar bastante! Depois de tudo o que tenho passado, também me sinto meio blindado a coisas que não deveria ser, supostamente. Eu pelo menos considero isso bom, por um lado. Já por outro...
ResponderExcluirUm beijo :* Adorei seu blog!
Essa blindagem é necessária e natural, mas infelizmente algumas coisas são mais fortes e as atravessam. Mas a gente vai seguindo, né?
ResponderExcluirBeijinhos! :*