Quem disse que só por que acabou não foi de verdade?
A Liliane Prata é uma daquelas escritoras que consegue semear uma ideia através das palavras mais simples possíveis, te fazendo pensar sobre o que escreveu mesmo que seja uma coisinha corriqueira ou, aparentemente, insignificante. Já que minha irmã assina a Capricho, tenho total acesso aos textos dela e sempre me identifico com o que escreve. Sei que não sou mais público-alvo da revista e às vezes nem reparo direito na capa, vou direto para a última página saber o que Lili tem a dizer nesta quinzena.
E é sempre algo que vale a pena ler, assim como todos os textos do blog dela. Não lembro bem quando foi, mas uma coluna em especial me chamou muito a atenção nos últimos tempos. Falava sobre a tendência que temos em avaliar todas as nossas experiências com base em como acabaram. Como se todo o processo fosse descartado e só o final realmente importasse. E, nossa, como isso é verdade!
Só pra citar o exemplo mais clássico: um namoro incrível, cheio de flores e juras de amor se torna um pesadelo, uma perda de tempo horrível caso tenha terminado de um jeito traumático. Se vocês repararem, fazemos isso com absolutamente tudo. Filmes e livros absurdamente bem feitos se tornam lixos atômicos quando o final não corresponde ao todo. Viagens que tiveram 15 dias perfeitos são lembradas com tristeza se no 16º chove o dia inteiro ou você tropeça e torce o pé. Exemplos não faltam.
Aí lembrei de outra coisa que sempre me incomodou e tem tudo a ver com essa tendência: pessoas que dizem que se o amor acaba é porque não era amor. Se você é uma delas, te aconselho que assista Blue Valentine, o filme cuja foto ilustra esse post - o título em português é ridículo: "Namorados para sempre". Ao mesmo tempo que aborda um relacionamento em deterioração, o filme revela o nascimento daquele amor. Mostrando que amores verdadeiros também são passíveis de destruição e também podem morrer um dia. Mas isso não significa que não existiram, que não foram reais.
Não tenho grandes conclusões para tudo isso que acabei de escrever - além de que adoro a Liliane Prata e recomendo Blue Valentine -, só queria partilhar esses pensamentos e talvez acreditar de uma vez por todas que não é apenas o fim o que realmente importa.
Love, Tary
Concordo com você e com a Lilliane, acho que o fim é o de menos e acabo lembrando sempre das coisas boas, resultado: saudades.
ResponderExcluirbeijos
Eu nunca concordei com essa de "se acabou é porque não era amor". Acredito mais naquela teoria de que podemos amar muitas vezes. Amar muitas vezes pessoas diferentes ou amar de jeitos diferentes a mesma pessoa. Que bonito, né? hahaha.
ResponderExcluirMas sério, quando um relacionamento que foi lindo só é lembrado pelas coisas ruins, não é porque o amor acabou, ele se transformou e só.
Tá muito filósofo isso aqui, e não sei se tu entendeu, mas é isso.
haha
Beijo Tary.
Bom, isso é bem verdade. Mas no meu caso, felizmente, vou na contra-mão. Eu peso o todo, não apenas o fim. E pra tudo na vida.
ResponderExcluirE acontece, por exemplo, de já ter participado de trabalhos maravilhosos, mas que foram um inferno pra fazer. Esses, tenho como experiências ruins. E já fiz filmes péssimos, mas que foram tão bons de se fazer, que o que fica é uma ótima memória. Isso só pra dar um exemplo prático.
Aliás, uma vez escrevi um roteiro de curta-metragem chamado "O Meio" (que nunca realizei) e que falava justamente sobre isso, a importância que damos ao início e ao desfecho, mas esquecemos que o que vivemos e deveria marcar de fato é o meio.
Tens toda razão...
ResponderExcluirSempre vemos o lado negativo...
Ou destruímos doces lembranças por segundos de amargura...
Adorei o que escreveste!!!
Bjs
As pessoas tendem a levar em conta apenas o fim que as coisas tomaram.
ResponderExcluirEu adoro um texto do Jabor que toca exatamente nisso.
Um pedacinho dele:
- 'Ah,terminei o namoro...'
- 'Nossa,quanto tempo?'
- 'Cinco anos... Mas não deu certo... acabou'
- 'É não deu...?'
Claro que deu! Deu certo durante cinco anos, só que acabou. "
É exatamente isso! Ficam as lembranças, o aprendizado, os momentos compartilhados. As pessoas se esquecem de tudo isso, é uma pena!
Beijos, flor!
Ei Flor! Menina, que coicidência. Ontem mesmo eu resolvi folhear de trás pra frente a capricho da minha irmã, e comecei a ler o texto da última página. Amei o texto, quando fui ver, era da Liliane! Agora roubarei todas as revistas pra ler o final, hahahha.
ResponderExcluirE eu também acho que não é porque acabou que não era amor. Foi o que a Carol comentou ali em cima, não é porque acabou que não deu certo. Deu certo sim, enquanto durou!
Um beijo!
Gostei da indicação, o blog da Liliane é realmente super legal. Adorei o post, me fez pensar sobre o fim das coisas e o que isso realmente significa.
ResponderExcluir♥
Camila F.
Eu acredito que se o amor acaba é porque não era amor. Acho impossível você amar profundamente um cara e dois meses depois fingir que não o conhece, simplesmente porque terminaram. Acho que se você ama alguém, vai amá-la para sempre, mesmo que de maneiras e intensidades diferentes.
ResponderExcluirMas concordo plenamente que a gente tende a lembrar do fim trágico mesmo quando o início e o meio foram explêndidos.
Beijos!
A gente tem mesmo a tendência de só lembrar dos fatos que marcam mais. É mais fácil do que pensar no todo. É difícil analisar um período de tempo marcante sem pensar no que MAIS marcou. Se o que mais marcou foi a dor, é ela que fica.
ResponderExcluirGosto de filme sobre relacionamentos, acho lindos e tento tirar deles apenas a parte feliz, as pequenas coisas são as mais fofas e que fazem o amor durar. Não gosto de ler sobre relacionamentos, porque a maioria das pessoas que escreve, sofreram algum tipo de desilusão. Nunca sofri por amor, nem quero. Por isso, não estou a fim de encher minha cabeça de besteiras, né?! O que está bom deve continuar assim e seguir para melhor. Não penso no fim.
Fazia tempo que não comentava aqui, deu até saudade! Leio os meus blogs preferidos pelos feeds, mas andava sem tempo de comentar neles...
Bjs :D
Não gostei tanto de "Blue Valentine" (me recuso a falar o título em português) quanto esperava, mas olhando desse jeito, é um filme realmente bonito. E eu não poderia concordar mais com o que você disse. Acho que um grande exemplo de que nem tudo o que termina é ruim, é a saudade. Se você tem saudade de algo que terminou de forma trágica, é porque em algum momento antes da tragédia ela foi boa, não é mesmo? E é engraçado como a gente só pensa mesmo na tragédia, daí reclama da saudade, acha que ela é injusta e tudo o mais.
ResponderExcluirPenso exatamente como você, Tary.
Adorei o texto.
Um beijo!
Ps: Não conhecia o blog a Liliane Prata, obrigada pela dica.
ResponderExcluirPassando para dizer oi!
ResponderExcluirSeu blog está lindo!
Beijos ;(
Aaah, Blue Valentine, Ryan Gosling!
ResponderExcluirTá, parei.
Bom, assinei Capricho por um bom tempo, e tinha vezes que eu achava a Lily Prata... chata.
Fui expressar essa opinião, muita gente me xingou. Mas é o que eu penso, pois pelo menos na minha época (2007, 2008 e 2009), ela escrevia coisas totalmente sem graça e com cara de Meg Cabbot (nada contra, até li muitos livros da Meg), mas é que ela rodava, rodava e não chegava a lugar nenhum.
Bom, essa é minha opinião.
Parabéns pelo blog.
"pessoas que dizem que se o amor acaba é porque não era amor"
ResponderExcluirodeio quem diz isso!!
as pessoas mudam, é normal uma amizade/relacionamento acabar, alguns até podem ser que foram uma farsa, mas isso não quer dizer que todos sãos
mas, nunca tinha parado para pensar de modo geral, é mesmo muitas pessoas analisam as coisas pelo fim, até acho que já devo ter feito HAUSH1U1H2U1H2U1HU3H
Engraçado como as pessoas pensam dessa maneira né? O meu namoro acabou, hoje em dia eu nem falo com o cidadão, mas não encaro como perda de tempo ou tolice minha. Apenas vivi um momento que na época eu julgava correto e que agora, por mudanças de pensamento ou até mesmo influências da própria sociedade, não são vistos da mesma maneira. Ah, sei lá, eu acredito num grande amor e o viveria novamente, com muita intensidade! :D Se acabar, é só tentar de novo né?
ResponderExcluirhttp://thaisacorrea.com/b/
A Liliana e você têm razão. Me lembro do teatro, é assim. Você sabia que para um ator o que é mais valioso em uma temporada teatral é o processo que ele vivenciou até chegar ao resultado que se assiste? É naquele processo que ele saiu do casulo, sofreu, renasceu, aprendeu coisas novas e virou a linda borboleta que a gente vê.
ResponderExcluirbeijo!
PS: o título em inglês é tão lindo e em português tão preguiçoso... que puxa!!!!