terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Rodopios antigos

Se eu pudesse roubar toda a sua dor e transformar em líquido de ilusão, bateria tudo no liquidificador e beberia num só gole, sem pensar.
Pra você, daria meu coração - mesmo que ele esteja quebrado agora - todas as minhas veias, artérias... Daria o meu sangue todo e todos os meus orgãos, saudáveis ou não...
Pra você, entregaria meus dias, os felizes e os tristes.
Dobraria a sua saudade em pequenas partes e enviaria para longe de tudo...
Cortaria seus medos em tiras microscópicas e os jogaria ao vento para que ele os levasse.
Eu pegaria todas as suas lembranças ruins e as converteria em boas.
Sei que não posso roubar suas dores, te entregar meus dias, meu coração e meu sangue, não posso dobrar sua saudade, recortar seus medos e muito menos converter suas lembranças;
Mas eu posso dividir minha vida com você, posso fazer o que for possível (e impossível) para que seus dias sejam menos complicados e posso te dar momentos de felicidade tão completa, que seus problemas se tornarão muito pequenos.
Eu posso estar aqui por você e te entregar meu sorriso, meu abraço e meu amor. Pra sempre.

E é isso o que eu gostaria de dizer a todas as pessoas que eu mais amo.

Escrito em Outubro/2008.


*

Ai, ai. Correria de início de ano! Ainda bem que é por um bom motivo: vou à praia!
Isso de arrumar malas, comprar coisas pra levar e preparar tudo, está me deixando sem tempo. Então vou deixar este post como o último até eu voltar, dia 25/01.
Quem sabe até lá, as coisas e as pessoas que amo se multipliquem? Espero voltar com coisas novas, coisas boas e doces rodopios pra dividir com vocês.


Com muito amor, Tary.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

O dia em que virei Don Lockwood


I'm Singin' in the Rain, just Singin' in the Rain

Não parecia um dia particularmente emocionante: acordei, almocei (sim, eu sou uma dorminhoca que acorda na hora do almoço nas férias!) e resolvi que ficaria o maior tempo possível de pijama.
 
Nada melhor do que saber que não vai aparecer um trabalho surpresa da faculdade, as provas estão longe de atormentarem e que ficar em casa o dia todo procrastinando não é motivo de culpa. Estava um calor infernal e a última coisa que eu queria era ficar enfurnada no quarto, então fui para a cozinha, abri as janelas e sentei para continuar a leitura do último livro de Harry Potter. Foi aí que começou a chover.
 
Aquela chuva linda, que eu contava que acabasse com o calor. Nem pensei direito: larguei o Harry em cima da mesa, peguei meu CD de Across the Universe recém-comprado, coloquei no som portátil, levei lá pra fora e, quando a chuva tocou meus cabelos, me senti a versão feminina - e de pijamas - de Don Lockwood, o apaixonado ator de Cantando na Chuva. Claro que ao invés de Singin' in the Rain, estava cantando All My Loving embalada pela voz do Jim Sturgess, mas a sensação, tenho certeza, era a mesma.

No filme, o personagem de Gene Kelly, está todo feliz por estar apaixonado por Kathy Selden e pelo beijo recebido à porta da casa dela. Bom, eu não estou apaixonada por ninguém, mas a sensação de dançar e cantar na chuva, foi de completa paixão. Paixão pela vida.

A minha alegria era tanta, que os trovões me pareciam risos roucos e as nuvens cinzentas eram mais bonitas e poéticas que o próprio sol. Dava pra ver em cada gotinha da chuva que embaçava meus olhos, um pouquinho da infância, um pouquinho daqueles dias em que tomar banho de chuva era uma brincadeira corriqueira.

Enquanto eu estava na chuva, papai assistia futebol na televisão e nem percebeu que sua filha estava na varanda, cantando e dançando, como se o amanhã fosse ilusão. Agora pouco, enquanto estava escrevendo este post, mammys chegou e me perguntou porque meu pijama estava estendido lá fora, todo molhado. Com uma risadinha boba, respondi:

- Ah, mãe é que hoje eu tomei banho de chuva.
Ao que ela respondeu, também sorrindo:
- Que gostoso! Também queria ter tomado...

É assim. Podemos crescer, trabalhar, ter um monte de responsabilidades, mas no fundo sempre queremos sentir o gosto dos nossos dias de criança nem que seja um pouquinho. Seja comendo a comida da vovó, seja lendo uma agenda velha cheia de adesivos coloridos, seja subindo numa árvore, seja tomando banho de chuva. Talvez porque alguns de nós nunca deixam de ser um pouco criança, ou talvez porque olhar nossos dias com olhos infantis, torne a vida perfeita.






terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Adele




Adele Laurie Blue Adkins

Sabe aquele tipo de música que te traz uma coisa muito especial quando escuta? Que te evoca um monte de pensamentos? Que te aquece o coração? Assim é o som da Adele.

Ela é inglesa, tem 21 anos, olhos estupidamente azuis, não se encaixa nos padrões hipócritas da sociedade - também não parece ligar pra eles - e tem uma voz absolutamente fabulosa! De verdade, é uma voz que vai crescendo aos poucos e você se sente anestesiado, encantado com as canções e com a intérprete. O álbum de estréia, "19", foi lançado em 2008 e, no ano passado, ela ganhou dois Grammys merecidíssimos de Artista Revelação e Melhor Performance Pop Feminina.

''19'' é mesmo muito, muito bom; tem aquela pegada de soul e de jazz, algumas músicas bem dançantes e uma roupagem super própria, super Adele. Todas as músicas merecem ser ouvidas, mas algumas pedem destaque, Hometown Glory foi a primeira canção da Adele que ouvi, em Skins e numa cena bastante significativa pra mim e pra a série em si, desde esse momento me apaixonei pelos vocais arrebatadores dela:




I've been walking
In the same way as I did
Missing out
The cracks in the pavement
And tutting my heel
And strutting my feet
"Is there anything
I can do for you dear?
Is there anyone I can call?"
"No and thank you, please Madam
I ain't lost, just wandering"






Chasing Pavements é linda, linda, linda! E foi por ela que Adele ganhou o Grammy de melhor performance; é uma música madura e super forte:



Should i give up,
Or should i just keep chasing pavements?
Even if it leads nowhere,
Or would it be a waste?
Even if i knew my place should i leave it there?
Should i give up,
Or should i just keep chasing pavements?
Even if it leads nowhere. 
 

Make You Feel My Love é aquela que me arrepia dos pés a cabeça, é um cover lindo, visceral. Uma homenagem incrível a Bob Dylan numa interpretação simplesmente arrebatadora da Adele. Nem tenho mais superlativos pra esta faixa:



When the evening shadows
And the stars appear
And there is no one there
To dry your tears
I could hold you
For a million years
To make you feel my love

First Love fala de alguém que está cansado de seu primeiro amor e quer experimentar algo novo. Ai, esses amores mal resolvidos...



So little to say
But so much time
Ddespite my empty mouth
The words are in my mind
Please wear the face
The one where you smile
Because you
Lighten up my heart
When I start to cry.


Right as Rain é bem dançante, adoro ouvir quando estou me arrumando pra sair, ou quando acordo de manhã. A letra é bem enfática:





Cause when hard work
Don't pay off
And I'm tired
There aint no room in my bed
As far as I'm concerned
So wipe that dirty smile off
We won't be making up
I've cried my heart out
And now
I've had enough of love.

Essas são só algumas sugestões pra você também se sentir inebriado com o som da Adele, mas todas as músicas de "19" são incrivelmente competentes e recomendo ouvir o álbum inteiro. Tenho certeza que a Adele veio pra ficar e que ainda vamos ouvir falar muito desta inglesinha de olhos lindos e voz inspiradora.




Adele é formada na mesma Escola de Arte de Kate Nash e Amy Winehouse


*

E não é que eu criei uma conta no formspring? Até esses dias nunca tinha ouvido falar, mas pareceu divertido, fui lá e criei. E como minha inbox está tristemente vazia, me façam perguntinhas, gente! Aqui do lado, ou aqui.
Graças a uma dica da Uaba, coloquei o Google Friend Connect aqui também! Se alguns de vocês quiserem seguir o blog, ficarei feliz com isso.




domingo, 3 de janeiro de 2010

Cassie & Eu

Oh, wow! Lovely!

Quem sempre diz estas palavras, com um sorriso docemente lunático nos lábios, é a personagem das duas primeiras temporadas do seriado britânico Skins, Cassie Ainsworth, que é também uma das personagens mais complexas que eu já vi e uma das minhas favoritas de todos os tempos. Ela gosta de vestir todas as suas roupas de uma só vez e odeia pessoas que mudam suas vozes quando dizem algo importante. Diz amar comida, mas nunca come nada e é totalmente apaixonada pelo Sid, que corresponde, mas é um completo idiota às vezes. Cassie é aquela menina que diz I like the things that I like but I love everything, porque acha que até as piores coisas têm algum motivo para serem amadas.

 
Uma vez ela sofreu tanto por amor, que até o comparou com a sensação de estar quase morrendo. Cassie ama David Bowie, The Cure e filmes mudos em preto e branco. É sozinha mesmo com um bando de gente em volta, tem medo e coragem sempre nas horas mais equivocadas; aparece quando não devia, foge quando deveria ficar, quase sempre toma as decisões erradas. Só ela sabe o que se passa realmente dentro da sua cabeça, só ela sabe o que está além daqueles sorrisos estampados em seu rosto a todo momento. Pode ter toda uma atmosfera de sonhadora birutice, pode ser assustadora e até um pouco ferina em alguns instantes, mas é muito, muito humana.

 
Ao mesmo tempo que é triste, é feliz, o que pode não fazer sentido algum, mas ao mesmo tempo faz todo o sentido do mundo; é que Cassie se apaixona pelas pequenas coisas, aquelas que ninguém nota, aquelas que todos percorrem os olhos displicentemente - e como é difícil para alguns entenderem isso! Ela pode ter uma alegria contagiante num instante e depois pode estar abraçando a si mesma pra tentar aliviar a dor escondida; pula numa cama elástica e vira criança, afinal ela não acha que tenha crescido de fato. Mas é só mudar para um lugar totalmente novo que cresce sim, a olhos vistos e de repente.
Cassie pode ser várias numa só, pode ser introspectiva e extrovertida... Pode fazer um comentário totalmente infantil e logo depois dizer um palavrão, pode ter doçura e agressividade; é sempre ela mesma, mas em diferentes versões e sempre acredita na bondade dos outros, até que eles invariavelmente a decepcionam.

No fim, ela é apenas... humana. É apenas gente, muito gente. E é assim que eu me definiria se não tivesse o mesmo medo - ou desconforto, chame como quiser - de demonstrar os meus verdadeiros sentimentos, aqueles que guardo bem lá no fundo do meu coração. Cassie é meu outro eu, com toda a certeza, o meu eu mais confuso, mais obscuro, mas meu outro eu. Muito do que tem nela vive em mim também - tudo o que disse acima, pra ser mais exata. E nessas linhas borradas, falo de mim através da Cassie, porque ela é mais que uma personagem, é parte de mim.
 
Quem interpreta Cassie Ainsworth é a brilhante atriz Hannah Murray.


Se você quiser ver o que ela ama e odeia, veja o Diário da Cassie. Sério, é uma das melhores coisas que eu já vi na vida e isso não é coisa de fã inflamada. And please, façam um favor para o resto das suas vidas e VEJAM Skins. Baixem, vejam pelo VH1, apenas deem uma chance para esse seriado maravilhoso.

sábado, 2 de janeiro de 2010

Amargas queixas ou doces rodopios?

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Ah, vai me dizer que não prefere a primeira opção?

Eu sou meio individualista, do tipo que não se importa em ficar sozinha em casa e que curte ver filmes sem ninguém por perto; óbvio que adoro dançar com os meus amigos, sair com eles, conversar banalidades, mas têm dias que não quero ver ninguém e um bom livro me basta, têm dias que a única companhia que quero é a minha.

Há quem diga que sou fria, que não demonstro o que sinto e que sou fechada pra caramba; antes eu até concordava com isso: tenho sim rompantes de frieza, momentos que não quero demonstrar nadinha do que tá se passando aqui dentro e muito menos deixar alguém entrar, mas como disse, são momentos. Adoro beijar e abraçar as pessoas que eu amo, adoro encontrar alguém que não vejo faz tempo e acho ótimo conversar com gente diferente; além disso, não tenho dificuldade alguma em dizer "Eu te amo" quando eu realmente sinto isso por alguém.

Só que não vejo necessidade alguma em fazer social com os outros, não puxo saco de ninguém e não fico ligando pra Deus e o mundo pra jogar conversa fora - eu nem gosto de telefone! Hahaha!
E se não deito num divã e fico confabulando sem cessar sobre os meus problemas, é porque eu quase nunca os considero relevantes o suficiente pra encher alguém falando sobre eles. Acho - acho mesmo - que a vida é muito boa pra ficar se queixando todo o tempo.

Não é que eu seja um cubo de gelo ou uma bitch insuportável que simplesmente não se importa, só gosto de ter aqueles instantes só meus, comigo mesma. Não é que eu odeie falar sobre o que me aflige, só acho melhor fazer uma oração pedindo força do que chorar na frente dos outros e importuná-los com reclamações.

Não é que eu nunca desabafe, mas só faço isso quando realmente vejo necessidade, não me torno uma drama queen por qualquer coisa. Ok, é claro que eu reclamo - quem não faz isso? - Os estudos, por exemplo, me fazem xingar muito e até derramar lágrimas, a TPM me deixa aquela bitch insuportável que disse acima! Mas nem por isso fico dizendo que a minha vida tá uma bosta.

A vida - e lembrem bem disso - é a melhor coisa que nos aconteceu. E se eu prefiro dar muuuuuuuuitas risadas e dançar até os pés encherem de bolhas a me queixar o tempo todo, realmente não acho que alguém possa me julgar por isso. Se prefiro ler um bom livro a falar mal dos outros pelo telefone, acho que estou fazendo a coisa certa. E se prefiro rodopiar na chuva a fazer social com quem não merece minha atenção, penso que fiz a melhor escolha.


sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Oi, 2010! Oi, leitores!

Pois é, 2010 chegou finalmente! E a minha passagem de ano foi sensacional como há muito tempo não era; passei ao lado de pessoas que se importam comigo e dancei muito, me diverti pra caramba mesmo. O fato de os meus pés estarem inchados e de não conseguir nem andar direito de tanto cansaço, nem me deixam menos feliz: valeu muito a pena. Começar um novo ano assim, completamente feliz, rodopiando ao lado das pessoas mais doces da sua vida, é indescritível.

Sempre acreditei desacreditando naquele papo de que anos pares são sempre melhores que anos ímpares porque 2004 foi um dos piores anos da minha vida até hoje e vejam só, é irrevogavelmente par, até a soma dá um número par! Não que eu acredite em numerologia, mas é realmente esquisito que o ano em que eu mais sofri, aquele em que mais me perdi em todos os meus 18 anos, tenha sido o que os crédulos chamam de "ano de sorte".

Mas sempre que começa um ano, eu meio que tenho um feeling de como este será e graças a Deus minha intuição diz que será um bom ano, espero estar certa. Como tenho consciência que só vou conseguir o que quero se tomar atitudes que me levem a isso, já comecei cumprindo uma resolução: este blog.

Na verdade, eu já escrevia num blog, o Dias de Brinquedo; mas quase nunca postava e principalmente, não escrevia nada de muito pessoal. Escrevia textos, contos e poemas que mostravam um pouco de mim, porém não davam às pessoas nem ideia de como eu me sentia, o que eu fazia e nem do que eu gostava, do que me apaixonava. Esse vai ser diferente, vou me revelar mais, vou contar coisas que acontecem na minha vida, vou compartilhar coisas que eu adoro e deixar até meu lado mulherzinha louca por maquiagem transparecer! Afinal, eu também adoro moda, make, sapatos, bolsas e ir às compras, como a maioria das mulheres.

E, sim, vou dividir meus dias, meus momentos felizes - e os não tão felizes - com quem ler o que eu escrevo aqui. Ah, e podem esperar muitos posts de fã, porque eu realmente amo falar das coisas que me apaixonam.
É isso, espero que continuem comigo esse ano e muitos outros, acompanhando meus doces rodopios pela vida.