Às vezes o mundo se mostra tão cruel que, mesmo sem querer, a gente se defende do mesmo jeito. Não tenho achado mais a melancolia tão bonita. Ela grudou na minha carne e parece não querer sair de jeito nenhum. Sabe aquela tristezinha imunda que vem sorrateira e, do nada, toma conta? Sempre acompanhada daqueles vislumbres de futuro que ameaçam liquidar nossa esperança.
Por isso, agradeço todos os dias pela arte. Sem ela, talvez eu me sentisse ainda mais sozinha. É um colo para minha cabeça cansada, um beijo demorado na bochecha, um sopro de vida. Agradeço pelos personagens de papel e tinta que criam vida e me encontram, sem avisar, em qualquer esquina. Agradeço pelos que acompanho durante anos, duvidando, vez ou outra, do fato de serem fictícios. Agradeço por cada frame daqueles filmes que não só dizem muito, mas remexem dentro de mim e, mesmo na dor, salvam meu dia.
Hoje preciso agradecer a um deles, em especial: Medianeras. Filme argentino que não sai da minha cabeça desde o domingo passado. Eu havia acabado de acordar e, com preguiça de levantar e encarar a rotina, resolvi assistir. Fui recepcionada por um casal protagonista que mora na bela Buenos Aires, lado a lado, procurando a mesma coisa, sofrendo das mesmas angústias, cada um no seu canto, sem nunca terem se percebido na multidão. São a resposta para a pergunta que não dizem em voz alta e nós sabemos disso, mas eles não.
E não termina aí. Medianeras aborda ainda o modo como a internet nos aproximou e nos afastou ao mesmo tempo, relaciona a arquitetura da cidade com as frágeis relações humanas, provoca aquela pontada de identificação, através de metáforas que convergem na mais brilhante delas, no final. Carregado da pós-modernidade na qual nasci e que, sem ter culpa, mudou minha vida. Sem contar a música que dá título a esse post e me faz chorar enquanto o escrevo. Mas posso revelar uma coisa? A última cena me devolveu a vontade de acreditar. Ela, mais uma vez: a Esperança. Tudo o que eu precisava e sempre volto a precisar. Você fez de novo, arte. Meus olhos marejados agradecem e esperam pela próxima vez.
“Cause true love is searching too, but how can it recognize you, unless you step out into the light? Don't be sad, I know you will, but don't give up until true love finds you in the end.”
Love, Tary
P.S: Ouçam o cover maravilhoso – com gaita – da música do título e do trecho acima. É sério, agora: clique aqui.
P.S2: E pelo amor de Deus, assistam esse filme.
Amiga, não sei o que seria de mim se não fosse a arte (e vocês, claro).
ResponderExcluirOntem eu e Anna ficamos uma long conversa a fio fazendo paralelos entre a nossa vida e as comédias românticas, e chegamos a uma conclusão extremamente esperançosa: Nossa vida bate perfeitamente com as das protagonistas!!! Sendo assim, só tá faltando a parte do mocinho, esperemos! HAHAHA
To aqui nos trabalhos, vendo o filme. Nunca segui com tanto afinco e rapidez uma dica cinematográfica de alguém, viu?
Te amo!!
Tary que texto mais lindo! Nem tenho como colocar em palavras quanto eu pude me relacionar com ele e como te entendo.
ResponderExcluirNão conheço o filme, a música estou ouvindo agora. Mas com toda certeza eu vou ver esse filme o mais rápido possível.
A esperança sempre volta né? Pelo menos a gente sempre pode contar com ela.
Beijos
Eu amo tudo nesse filme. De verdade. Assisti em 31 de dezembro e foi tipo iluminação da minha vida. Tão triste e palpável e ao mesmo tempo esperançoso. ♥
ResponderExcluirQue bom que você falou dele no blog porque essa ideia nem passou pela minha cabeça e agora as pessoas poderão saber que ele existe! <3
True love will find you in the end. I DO BELIEVE!
Beijos :D
Eu assisti esse filme faz pouco tempo, e não dava nada por ele. Mas achei muito bom, e dá para se conectar bastante com os personagens. Achei muito bonito o final, e essa frase da primeira foto é maravilhosa! Quando ela falou isso eu fiquei, tipo: "cara, é isso mesmo!!! como não pensei nisso antes?" hahaha.
ResponderExcluirAgradeço a arte também: música, cinema, tv, design e etc. Sem ela a vida seria bem sem graça!
Beijo
Eu sei como é essa melancolia que as vezes vem e demora um bocado para sair, acho que é a arte que nos salva desse mundo tão difícil e ao mesmo tempo bom de se viver.
ResponderExcluirEu estou louca para assistir esse filme, mas não me recordava o nome. Agora com seu post vou poder vê-lo.
É por isso que eu amo de paixão aquela frase do Nietzsche: a arte existe para que a verdade não nos destrua.
ResponderExcluirÉ, na verdade, uma perspectiva pessimista, porque dá a entender que a arte nos ilude porque o mundo real é insuportável. Mas gosto de lê-la com lentes cor-de-rosa e pensar que a arte existe pra segurar o tranco enquanto a vida não chega lá, não nos deixando melancólicas ou cínicas demais diante da realidade e - pior ainda - do futuro.
Eu sempre fico alegre quando vejo você se acender mais pra vida, amiga. Disse pra Banana e digo pra você também: você não combina com os tons tristes.
Quero te ver rodopiar!
Te amo!
(E verei Medianeras, me aguarde!)
Como é bom vir aqui e ter post novo e, melhor, ter post tipicamente Tarynesco.
ResponderExcluirVocês descreveu exatamente meus sentimentos com o filme, só que bem mais poeticamente do que eu seria capaz. Vi Medianeras numa noite besta, totalmente sem esperar encontrar algo tão maravilhoso. Aí eu não sabia se seria algo muito melancólico, mas gostei de cara por já falar da internet e de como ela muda nossa vida. Até que no final eu tava quase pulando na cama e gritando "LIFE, I'M READY". Essa cena final é o remedinho que precisamos.
Amo você, diz pra essa tristeza suja desgrudar pra valer. Senão ela terá que se ver comigo.
Beijo <3
Concordo com você, quanto ao mundo, Tarynne, ele é realmente cruel. Às vezes olho as cenas de violência e penso se essa pessoa é feita do mesmo material que eu. Ainda não sei exatamente o que pensar sobre isso, só penso que me assusta...
ResponderExcluirO filme parece ser bem interessante. A internet realmente tem nos afastado e construído relações que, na sua maioria, são rasas e sem amor. Sinto falta do carinho de uma boa conversa ao vivo e, por isso, entendo a necessidade de largar um pouco o computador e viver o que está lá fora. É um vício do qual tenho tentado me livrar (:
É preciso muita esperança para ultrapassar os nossos vícios e medos (:
Beijos,
Mari
caixadamari.com
Já dizia Nietzsche que "a arte existe para que a verdade não nos destrua" (frase que eu estou pensando seriamente em tatuar, porque é tão verdade e porque é tão parte da minha vida...eu seria totalmente destruída e arrasada pela verdade se não fosse a arte. Estou contigo, Tary. Estou agradecendo fervorosamente pela arte existir.
ResponderExcluirNão sei muito bem o que seria de nós.
E a esperança: assim como a melancolia, ela também sempre dá um jeito de voltar e grudar na gente.
Ainda bem. Amém.
<3
Amiga,
ResponderExcluirVocês estão falando tanto desse filme que eu PRE-CI-SO assisti-lo. E vou. Aí debato com vocês. E amei esse texto. Amiga, não sei como, quando, nada disso, mas eu concordo com o título desse texto. E esse texto é maravilhoso. A arte realmente faz com que eu me sinta menos solitária. E obrigada por essa música. Amo gaita. E amei tudo nela. Assim como amo você :*
Tary, você ganhou.
ResponderExcluirMinha amiga Bárbara fala dele há mil anos mas com a sua descrição vou fechar o computador tipo AGORA e deitar pra assistir. Preciso achar em algum lugar.
PS: estou guardando este seu segundo parágrafo pra alma! De verdade, que trecho lindo, que escolha de palavras, tanta delicadeza e ao mesmo tempo quanto de mim também não tem nele. Lindo demais!
Tary, eu amei esse filme também. Tudo sobre o que ele falou, e como o fez, me ganhou. Foi doído me reconhecer ali naqueles personagens, mas, por outro lado, o final, naquela cena linda (que me deixou sorrindo feliz) realmente traz a vontade de voltar a acreditar.
ResponderExcluirLindo seu post. Eu também sou muito, muito grata pela arte.
Beijo!
Eu aproveito o seu texto e faço o meu agradecimento a arte. Sem ela, não sei o que seria de mim também, Tary.
ResponderExcluirNão vi esse filme ainda, mas me recordo de você indicando para a gente. Quando eu puder vou querer ver.
Fiquei curiosa pra assistir esse filme...
ResponderExcluirÓtima dica, Tary!!!
Bjo, bjo!!!
Tatá, te entendo completamente. Não vou dizer pra não se sentir assim, porque (por mais que eu queira que você não se sinta) falar não vai ajudar. Ouvi você falando desse filme, mas só agora me interessei - e MUITO - por ele. Acho que vou assistir domingo! Outra coisa que eu não conhecia era essa música, e que coisa mais linda! Muito obrigada por todas essas coisas maravilhosas que eu não conheceria sem você, amiga. E de quebra, você ainda me dei uma ideia para postar no blog (pode deixar que CLARO vou linkar seu post nos créditos <3). Te amo!
ResponderExcluirQue texto lindo! Me lembrou muito a minha professora de estética da faculdade. Ela inclusive passou esse filme em sala de aula. Infelizmente, só consegui assistir ao final dele, mas a história é realmente emocionante (fiz um trabalho em cima dele depois disso!).
ResponderExcluirFiquei feliz com seu post, embora ele remeta à melancolia e você mesma esteja passando por essa fase. Não deixa de ser bonito mesmo assim.
Estou com um novo blog! Eu antigamente postava no falecido Teor Alcóolico. Agora estou com esse projeto novo, o Juventude em Prosa.
Beeijos!
Ai Lindona... quem nunca, né? Mas quando a gente se sente assim o melhor a fazer é justamente isso que você já faz: buscar consolho e abrigo na arte. É um refúgio e tanto! Ainda não assisti Medianeiras, nem nunca tinha ouvido falar, mas pela competência que filmes latinos demonstram no cinema, acredito MUITO que deve ser o máximo. Já está anotado. Beijão e fique bem.
ResponderExcluirLindo lindo esse cover, Tary, que música mais emocionante!
ResponderExcluirE já disse que amo seu jeito de escrever? Parecia um post de desabafos, apenas, mas está aí: uma indicação. Adorei e já anotei o nome do filme :)
Estou curiosa agora rs
Beijos
Mell Ferraz
http://www.literature-se.com/
Também gosto muito do filme Medianeras. E tu tens razão sobre a esperança... pra mim particulamente ele me dá esperança de que mesmo quando a gente tá num lugar onde acha que não tem mais ninguém pra conhecer, ou que nunca vamos encontrar porque a gente nem sabe o que está procurando, pode ter alguém tão perto e tão longe!
ResponderExcluirEsse filme é um amor tremendo. Desses que a gente acaba se encontrando com as mensagens, os personagens, meio que sem querer.
ResponderExcluirE ainda bem que você fez o apelo no fim do post para irmos ouvir a música. Quanto amor, quase chorei só ouvindo e prestando atenção na letra.
A gaita ajudou muito! Adoro rs.
Beijo!