Ela chegou em casa com os pés cansados por causa do salto alto. Largou a bolsa no sofá e foi correndo até a geladeira, morrendo de sede. Tomou dois copos d´água, começou a tirar a maquiagem e entrou no banho. Lavou os cabelos para tirar o cheiro do cigarro que aquela gente insiste em fumar dentro de locais fechados, escovou os dentes, colocou um pijama com estampa de bolinhas e caiu na cama sem nem se importar se acordaria com os fios embaraçados no dia seguinte.
Mal colocou a cabeça no travesseiro, recebeu uma mensagem no celular. “Não consigo parar de pensar em você…” Ele. O rapaz que ela jurava que jamais ligaria de novo. O rapaz por quem ela havia se apaixonado de um jeito que até doía. O rapaz com asas tatuadas nas costas. Lara leu a mensagem várias vezes e pensou no que fazer. Ir atrás dele? Nem pensar. Ela estava exausta, havia bebido umas doses a mais de tequila, tinha olheiras profundas e…não queria dar o braço a torcer.
Resolveu voltar a dormir quando o assovio irritante do aparelho se manifestou novamente. Bufando, ela se sentou na cama e se preparou para ler. “Ainda lembro do quanto você odeia ser acordada, Lara. Não diria isso se pudesse suportar ficar sem dizer. Amo você. Estou apaixonado por você. E você precisa saber disso antes de ir embora amanhã. Não pense que acreditei naquelas palavras. Disse aquilo só porque não queria que eu fosse atrás de você e deixasse tudo para depois. Eu realmente não posso ir atrás de você. Ainda não. Mas tenho direito a uma despedida decente. Posso ir até aí?”.
Assustada e com os lábios tremendo, Lara digitou umas palavras, rapidamente. “Você já está aqui, não está?”. A resposta veio com o som do interfone. Ela se levantou e foi descalça até a porta. Lá estava ele. Fábio. Usando um terno barato, com o rosto cansado de noites insones e uma tulipa nas mãos. Sorrindo, ele fez uma pergunta que não precisa de resposta: “Sabe o quanto eu amo você assim, de cabelo molhado?”.
***
Mais tarde, dentro do avião e completamente em prantos, a última imagem que ela tinha na cabeça era a dele. Dormindo de bruços, tranquilo. Lindas asas nas costas. Naquele momento, tudo o que Lara queria no mundo era que aquele desenho fosse de verdade.
Love, Tary
Que poético que ficaram essas asas no conto, amiga! Sim, porque na vida real eu odiaria. Odeio tatuagens grandes. HAHAHA.
ResponderExcluirE agora quero saber se a Lara vai desistir de viajar.. Poxa.. Gostei dela, ela dorme com cabelos molhados, eu também!
Te amo <3
Meu Deus que coisa mais fofa! O ruim dos contos é que sempre dá vontade de saber o resto, se eu ver algum cara com tatuagem de asas nas costas já posso ter surtos acreditando que achei o meu Fábio rsrs! Beijos
ResponderExcluirAi amiga, queria rolar com esse cara na grama, né por nada não. Essa coisa dele gostar dela com o cabelo molhado é tão amor!
ResponderExcluirAdorei <3
beijos
Lindo, lindo, lindo! Quantas de nós nunca sonhou com uma fofura dessas? E o toque das asas deixou o texto sensacional!
ResponderExcluirQuero um Fábio <3
haha
Beijos! :*