Gosto de coisas antigas. Filmes em preto e branco, livros clássicos, músicas. Meu cantor favorito já se foi há mais de 20 exageros, um ano antes de eu nascer, o que me enche de tristeza como se tivesse ido a todos os shows, conhecido pessoalmente, pegado autógrafo e tirado foto.
As canções favoritas da minha vida, meus dois hinos, meus dois mantras também são de outra época, tocaram primeiro em quartos sem internet nem televisão. Adoro sair pra dançar, mas não me importo em ficar em casa fazendo da minha cama o meu mundo, bem 90 aninhos, escrevendo cartas e desenhando corações.
Admiro mulheres de outros tempos, algumas lá da Idade Média, me inspiro em coisas que nem devia conhecer, fico nostálgica com coisas não vividas. No fundo – ou na superfície –, eu me encaixaria perfeitamente, assim como milhões de outras pessoas, naquele roteiro do Woody Allen, aquele mesmo que ganhou o Oscar e ele não foi buscar.
Porém, não sou insatisfeita com o meu tempo. Coloco todas as músicas da antiga pra tocarem lado a lado com as novas. Canto meus hinos todos os dias sem nem me importar se vão me achar louca por passar a vida cantarolando pelos cantos –mesmo quando morro de vergonha ao notar que fui surpreendida nas minhas cantarolices – , coloco as mulheres admiráveis pra estampar o meu espaço.
Eu não vivo de passado, mas gosto de olhar para trás, experimentar as histórias e depois contar o que aprendi. Pode me chamar de pós-moderna, dizer que não me aprofundo no passado, no presente ou no futuro. Pode dizer que eu quero tudo de uma vez. Quer saber? Eu quero mesmo.
Love, Tary
P.S: Dedico esse post a uma certa pessoa que ficou me atormentando no Facebook para postar. Qualquer reclamação sobre a qualidade do texto, favor trollar aqui.