sábado, 29 de dezembro de 2012

Livros: o melhor de 2012

Continuando com a tradição firmada no ano passado, venho contar pra vocês o que li em 2012 no formato vídeo. Desculpem o tamanho. É que já faz um ano, eu estou enferrujada e perdi totalmente meu poder de síntese – o pouco que eu tenho, claro. O que me assusta é que no ano passado eu gastei esse mesmo tempo para falar de TODOS os livros que havia lido e nesse, comentei apenas sobre as melhores leituras. Enfim, espero que se divirtam assistindo e não fiquem irritados com as minhas manias e tiquezinhos. A lista não está em ordem cronológica nem de preferência. Ou seja, mandei a organização pro beleléu este ano. Outra coisa que preciso dizer é que não li nenhum livro ruim. Todos foram bons, mas apenas alguns deles me conquistaram.

 

Eu e Anna Vitória resolvemos entrar nessa dos vídeos juntas, adorei o tipo de post que ela inventou e resolvi copiar. Posso né, amiga?

Livros lidos em 2012 - e breves comentários sobre eles:

1) Um Dia

Em and Dex, Dex and Em. Apenas amor.

2) Contos de Fadas

Entrou para os favoritos porque eu amo Contos de Fadas, essa edição da Zahar é maravilhosa e eu pretendo reler bastante nessa vida. Pequena Sereia é meu favorito disparado.

3) Reparação

Preciso reler. Estraguei totalmente minha experiência com o livro porque estava de péssimo humor e fiz o impensável: li o final. Eu sei, shame on me. É impecável, no entanto, só relendo pra dar a ele o tratamento devido.

4) Pequena Abelha

Achei muita manchete pra pouca notícia, porém cheguei a me emocionar em algumas partes e tem umas passagens muito bonitas.

5) Espera

Continuação da saga dos lobinhos que eu havia começado a ler no ano passado. Vou ler o último pra ver como se encerra, mas achei o primeiro melhor…

6) Fazendo meu filme 2

Tão gostoso de ler quanto o primeiro. Nada que vá mudar a vida, mas super bem intencionado, fofo e adorável. Também vou continuar com os livrinhos da série.

7) Papel-jornal, artigos de Jornalismo Cultural

8) Jornalismo Cultural

9) Jornalismo de Revista

10) A Era do Vazio

Pós-modernismo e tapas na cara a cada página. Estudantes de Jornalismo, leiam.

11) As Vantagens de ser Invisível

O livro mais amado do ano. Não importa o que digam a respeito,  não mesmo. Charlie entra na lista dos personagens mais inesquecíveis da minha vida.

12) A Lista Negra

Incrível, incrível, incrível. Boa pedida para ser trabalhado nas escolas, na minha opinião de leiga. E foi um presente lindo que ganhei da minha amiga Renata <3

13) O Apanhador no Campo de Centeio

MARAVILHOSO! Melhor livro do ano.

14) Eu receberia as piores notícias dos seus lindos lábios

Troféu melhor título do mundo.

16) Precisamos Falar sobre o Kevin

Troféu Soco no Estômago e Personagem mais Perturbador.

17) Quarto

É excelente, só a narrativa que me incomodou um bocado.

18) Criança 44

19) Amanhã você vai entender

Eu esperava mais. Monstrinho da expectativa estragou nossa relação. Mas ainda assim vale a pena.

20) A Culpa é das Estrelas

Muito ótimo, apesar de não ser meu favorito do John Green e nem de 2012.

21) Pequenas Epifanias

22) A Lenda do Cavaleiro sem Cabeça

Curtinho, curtinho e bem bacana. A edição da Leya é de babar de tão linda. Ilustrada, gente <3

23) Bela Maldade

Surpresa altamente positiva do ano!

24) Diário de um Banana

Pra ler em uma sentada e morrer de rir. O mais engraçado do ano.

25) Estilo Magazine – o texto de revista

26) Lola e garoto da casa ao lado

Troféu casal mais apaixonante de 2012, troféu ‘virei a noite lendo’ e troféu ‘personagem masculino apaixonante’, claro. Quero um Cricket pra mim, me desculpa sociedade. Além disso tudo, foi emocionante rever os personagens de Anna e o beijo francês. Mesmo.

Love, Tary

sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Asas tatuadas nas costas

Ela chegou em casa com os pés cansados por causa do salto alto. Largou a bolsa no sofá e foi correndo até a geladeira, morrendo de sede. Tomou dois copos d´água, começou a tirar a maquiagem e entrou no banho. Lavou os cabelos para tirar o cheiro do cigarro que aquela gente insiste em fumar dentro de locais fechados, escovou os dentes, colocou um pijama com estampa de bolinhas e caiu na cama sem nem se importar se acordaria com os fios embaraçados no dia seguinte.

Mal colocou a cabeça no travesseiro, recebeu uma mensagem no celular. “Não consigo parar de pensar em você…” Ele. O rapaz que ela jurava que jamais ligaria de novo. O rapaz por quem ela havia se apaixonado de um jeito que até doía. O rapaz com asas tatuadas nas costas. Lara leu a mensagem várias vezes e pensou no que fazer. Ir atrás dele? Nem pensar. Ela estava exausta, havia bebido umas doses a mais de tequila, tinha olheiras profundas e…não queria dar o braço a torcer.

Resolveu voltar a dormir quando o assovio irritante do aparelho se manifestou novamente. Bufando, ela se sentou na cama e se preparou para ler. “Ainda lembro do quanto você odeia ser acordada, Lara. Não diria isso se pudesse suportar ficar sem dizer. Amo você. Estou apaixonado por você. E você precisa saber disso antes de ir embora amanhã. Não pense que acreditei naquelas palavras. Disse aquilo só porque não queria que eu fosse atrás de você e deixasse tudo para depois. Eu realmente não posso ir atrás de você. Ainda não. Mas tenho direito a uma despedida decente. Posso ir até aí?”.

Assustada e com os lábios tremendo, Lara digitou umas palavras, rapidamente. “Você já está aqui, não está?”. A resposta veio com o som do interfone. Ela se levantou e foi descalça até a porta. Lá estava ele. Fábio. Usando um terno barato, com o rosto cansado de noites insones e uma tulipa nas mãos. Sorrindo, ele fez uma pergunta que não precisa de resposta: “Sabe o quanto eu amo você  assim, de cabelo molhado?”.

***

Mais tarde, dentro do avião e completamente em prantos, a última imagem que ela tinha na cabeça era a dele. Dormindo de bruços, tranquilo. Lindas asas nas costas. Naquele momento, tudo o que Lara queria no mundo era que aquele desenho fosse de verdade.

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Love, Tary

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Eu tenho uma teoria:

De um jeito ou de outro, todo mundo está conectado. Mesmo achando que você não tem nada em comum com aquela pessoa, acredite em mim, você tem. E essa pessoa e você podem se tornar grandes amigas se abrirem os seus olhos e notarem a tal da conexão. É mais ou menos assim que começa minha história com a Renata. Acho que quem falou primeiro de mim foi ela em um post doidinho com uma foto de bebês. E depois ela criou o primeiro meme de sua vida, dizendo que morria de vontade de me indicar, mas não conseguia comentar no meu blog e eu talvez nem conhecesse o dela. Aí a Ana Luísa resolveu mandar a gente parar de besteira e começar a conversar. Foi ela que nos apresentou formalmente (o quão formal um tweet pode ser?) porque, bom, essa é a Analu. E a partir daí eu passei a trocar comentários com uma das pessoas mais admiráveis que já tive a oportunidade de entrar em contato nessa vida.

Se eu tivesse que definir a Rê em uma palavra seria um palavrão, com todo o respeito, mas seria. Com quatro letras. E que começa com F. Porque ela dá os melhores conselhos, escreve textos “iluminação na vida” que não são chatos de ler, é organizada (me ensina), tem um excelente gosto musical, gosta de Chaves, cozinha super bem, tem um sorriso bonito pra caramba e eu poderia ficar aqui a noite toda descrevendo as milhares de coisas incríveis que fazem com que ela seja incrível. A Anna disse que no começo ela intimida a gente. É verdade. A gente geralmente fica tímido perto de quem admira muito.

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Mas tudo o que eu poderia falar sobre a Renata não dá a entender fielmente o carinho que ela confere às pessoas que gosta. Como eu poderia explicar a pizza feita de madrugada, a casa sendo limpa várias vezes pra receber visita, o “ai de vocês se sujarem meu tapete” ou a melhor trilha sonora para um passeio de carro? Como eu poderia explicar aquela mensagem no facechat “pode confiar em mim, hahaha”? Ah, eu sei que posso, Rê. Em você em confio de olhos fechados. Por isso, hoje eu venho aqui pra dizer que eu te amo. Que sinto saudade de você todo o santo dia e que desejo que as melhores coisas do mundo aconteçam na sua vida. Desejo tantos momentos lindos que os cinco segundos nos últimos momentos de vida não serão suficientes. Você merece tudo de melhor, Rê.

Feliz aniversário, amiga!

Love, Tary

terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Trilha sonora dos últimos doze meses

Ou: retrospectiva musical 2012

Orgulho-me imensamente em dizer que este foi o ano em que mais ouvi música na minha vida. Costumo dizer que não sou uma pessoa deveras musical porque existem épocas em que convivo com uma trilha sonora frenética e também longos períodos de silêncio total. E geralmente é assim que a coisa funciona, mas nos últimos doze meses a melodia certamente ganhou da quietude. Meu computador e o celular lotado de músicas trabalharam mais do que nos anos anteriores.

Para fazer esta retrospectiva musical, contei com a ajuda da minha memória e da minha Last FM, recurso que descobri em 2009 e comecei a levar a sério faz pouco tempo. Porém, nem precisaria desse site bacana pra saber disso: 2012 foi o ano da Legião Urbana. Nunca precisei tanto da voz rouca do Renato Russo me dizendo que não, eu não estava sozinha no mundo, um bando de gente passou e ainda vai passar por todas essas tribulações na vida. As mais ouvidas foram Tempo Perdido, Quase sem Querer, Teatro dos Vampiros, Será, Giz, Quando o Sol Bater na Janela do Seu Quarto e, recentemente, uma das minhas favoritas: Andrea Doria. Um pecado que esta não seja uma das canções mais comentadas da Legião. É dolorosamente bonita.

Nada mais vai me ferir é que eu já me acostumei com a estrada errada que eu segui e com a minha própria lei…

De todos os mantras legionários que repeti pra mim mesma, este é um dos que mais quebra meu coração em pedacinhos. Mas Legião é amor antigo, né? Em segundo lugar na lista de “mais ouvidas”, uma revelação: Mallu Magalhães. Assisti o clipe de Velha e Louca umas quinze vezes no mesmo domingo, criei um layout com uma das frases da música e ficava me segurando pra não dançar dentro do ônibus quando a canção aparecia no shuffle. Além dela, escutei  à exaustão as deliciosas “Olha só, moreno”, “Sambinha Bom” e “In the morning”. Com certeza vou acompanhar ainda mais o trabalho dela daqui pra frente. Fui conquistada.

Eu tenho tido a alegria como dom e em cada canto eu vejo o lado bom!

Depois da Mallu, veio Esteban. Maravilhosa descoberta, possível graças à minha amiga Anna Vitória, que colou um vídeo de “Pianinho” no meu mural do Facebook, apostando que eu ia gostar. Amei. Meu sonho é gritar as músicas do álbum Adiós, Esteban! e tietar bastante o Tavares em um show. Junto com a Annoca, claro! Todas as músicas rodaram dia e noite, praticamente, mas entre tantas composições lindas, as mais ouvidas foram “Sophia”, “Segunda-feira”, “Canal 12”, “Adiós, Sophia” (que eu amo demais por ser uma espécie de revanche rancorosa) e, obviamente, “Pianinho”.

Eu bebi saudade a semana inteira pra domingo você me dizer que não sabe o que quer e não quer mais saber…

O senhor Nando Reis também deu as caras na minha playlist. Principalmente porque rolou show dele aqui na minha cidade. Aí eu me joguei nos arquivos MP3 que acumulei ao longo dos anos! O pior é que o show nem foi lá essas coisas e todo mundo saiu reclamando, mas o “pré-show” escutando minhas músicas favoritas foi  bastante divertido. Destaco “All Star”, “Espatódea” e “Luz dos Olhos” das antigas, e “Muito Estranho” do adorável álbum Bailão do Ruivão, que resgata músicas lindíssimas da nossa música popular.

Quarta estrela, letras três, uma estrada. Não sei se o mundo é bom, mas ele está melhor desde que você chegou

Talvez para compensar todos os 20 anos que ouvi Cazuza todo santo dia, sem exceção, em 2012 o ritmo diminuiu um bocadinho. Veja bem, um bocadinho. Não escutei de segunda a segunda, mas toda semana ele estava lá me arrancando sorrisos enquanto o vento passava pela janela do ônibus. Muito difícil dizer as mais ouvidas. Vou, portanto, enumerar as favoritas desse ano. “Faz parte do meu show”, “Todo amor que houver nessa vida”, “Preciso dizer que te amo”, “Minha flor, meu bebê” (SEMPRE!), “Blues da Piedade” e - inédita até este ano - “Sorte e Azar”.

Faço promessas malucas, tão curtas quanto um sonho bom, se eu te escondo a verdade, baby, é pra te proteger da solidão…

Depois, a minha paixão mais louca. Eu tinha uma antipatia gratuita por Los Hermanos, mas bastou prestar atenção para amar. E este ano o amor já ficou concreto e irrefutável. O que eu mais gosto neles, tirando as letras incríveis, é nunca adivinhar as rimas seguintes porque elas jamais são previsíveis. E, finalmente, consegui ouvir “Conversa de Botas Batidas” inteira, viciei e me apaixonei. Não conseguia escutar essa música antes por motivos de: ficar deprimida. Junto com “Eu vou tirar você desse lugar”, esta foi a canção deles que não saiu dos meus ouvidos e da minha mente.

Ai, não fala isso, por favor, esse é só o começo do fim da nossa vida, deixa chegar o sonho, prepara uma avenida, que a gente vai passar…

Fora esses artistas, a trilha sonora de 2012 contou com Valentin, projeto lindo de morrer que agradeço por ter encontrado este ano, Visconde, Barão Vermelho e Verde Velma. Esses dois últimos, porém, são figurinha carimbada. E nesse fim de ano, não consegui parar de escutar o Red, álbum lindo Taylor Swift. Enfim, foi uma bela trilha. Espero que meu 2013 também seja embalado por canções maravilhosas e novas descobertas musicais.

Love, Tary

P.S: Feliz Natal, povo!

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

O ano que me abraçou e não quis mais soltar

Ou: uma retrospectiva de 2012 no dia em que o mundo não acabou

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Finalmente chegou o texto “iluminação na vida” anunciado no primeiro post deste mês. Aviso de imediato que vai ser grande, piegas e nada épico. Por isso aconselho a leitura com um copo d’água ou suco bem gelado ao alcance das mãos, ao som de uma música divertida e em uma posição confortável. Em outras palavras: nada de notebook na barriga. Hoje eu quero falar sobre 2012, o temido, o malvisto, o famigerado. O… chocantemente bom. Comecei este ano totalmente pessimista e cética a respeito do que ele me traria. Parte de mim gritava a plenos pulmões que seria terrível e a outra parte tapava os ouvidos, mas ameaçava acreditar. Alguns temores se confirmaram. O Trabalho de Conclusão de Curso roubou muito do meu tempo, perdi minha querida bisavó, me decepcionei com pessoas em quem confiava cegamente e enfrentei dias horríveis. Mas se for colocar na balança, as alegrias ganham de lavada das tristezas. 2012 deu o ar de sua graça como quem não quer nada e acabou me surpreendendo.

Quando o ano começou, todos torciam o nariz quando eu dizia que meu TCC seria uma revista. (sobre Literatura ainda) e que eu faria sozinha. Muitos duvidaram da viabilidade do projeto e dava pra sentir na pele a previsão de fracasso que faziam. Só que eu não desisti. Foram muitas lágrimas derramadas por causa desse trabalho, olheiras que iam até o umbigo e um cansaço que até agora não devo ter compensado. Mas quer saber? No fim a minha vitória compensou tudo isso. A Literatour nasceu linda, do jeito que eu sonhei, com um pedacinho de cada um que acreditou e aceitou contribuir. No ano que vem meu maior desejo é conseguir apoio para imprimir vários exemplares e trabalhar a revista nas escolas da minha cidade.

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Na minha banca examinadora, no dia 13 de novembro, finalizei a apresentação dizendo: "Isso é retórico, considerando todo o meu trabalho, mas eu sempre fui uma apaixonada por livros. Desde de antes de aprender a ler. Eu via a minha mãe lendo e ficava intrigada com a magia envolvida naquilo. Porque ela sempre ficava 'surda' com um livro das mãos, de tão absorta na história. Eu descobri a magia, cresci, desenvolvi a Literatour e essa é a minha singela retribuição aos livros por terem me salvado tantas vezes". Ali eu já estava satisfeita com o resultado, com a sensação de dever cumprido e os elogios dos três mestres só aumentaram ainda mais a  minha felicidade. Mas nada se compara à sensação de ouvir aquele 10 tão batalhado saindo da boca do meu orientador. O choro que se seguiu foi de alívio misturado com todos os melhores sentimentos. Um dos momentos mais bonitos que eu já vivi, sem dúvida.

E então na quarta-feira foi a minha colação de grau e agora posso ser oficialmente considerada  jornalista. Uma jornalista com diploma, obrigada. Apesar da cerimônia ser apenas uma formalidade meio chatinha, jogar o capelo pro alto e abraçar os colegas que me acompanharam por quatro anos foi muito bom. Melhor mesmo só descobrir que começarei 2013 exercendo essa profissão que, aos trancos e barrancos, nunca deixei de amar.

JOR

Nada, porém, foi mais inesperado do que o final de semana dos dias 18 e 19 de agosto. Se eu fosse a louca das tatuagens, com certeza faria uma com essas datas (só que não). Viajei de avião pela primeira vez na vida, caí de amores por São Paulo, cidade linda que já amava mesmo antes de visitar. Conheci as garotas mais incríveis da galáxia e tive a confirmação de que nada é impossível. De que o Renato Russo estava certo e, sim, temos todo o tempo do mundo! Me despedir das minhas amigas me deu a maior prova que já recebi: saudade dói demais. Foi inesquecível, mas tem dias que estou cá com meus pensamentos e tenho vontade de me beliscar. Até hoje fico na dúvida se foi de verdade, ou se foi um sonho sonhado em conjunto.

MAFIA

Enfim, 2012 foi esse furacão todo. Tirei foto com os melhores comediantes do Brasil, fui bastante ao teatro, passei uma tarde loucamente corrida no parque, não li nenhum livro ruim! Perdi o medo de passar batom vermelho e o adotei para todo o sempre, tomei coragem pra mudar o cabelo, comprei um sapato igual ao da Dorothy. Me presenteei com a tão desejada caixa de Friends. Participei de um retiro maravilhoso, disse adeus à minha série favorita e chorei por duas horas seguidas depois disso. Tive o melhor aniversário de todos. Um parapente caiu na minha cabeça (e nem é brimks). E eu sobrevivi a tudo isso, me superei. Provei a mim mesma que sou forte. Agora mal posso esperar pelo que estar por vir.

Love, Tary

P.S: Calma! Sei que esse post não foi tão iluminação na vida (ou seja, gigante) quanto os da Renata, de quem roubei a referência, mas ele será dividido em algumas partes. Vai ter retrospectiva literária, musical, televisa e cinematográfica.

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Bye, Skins

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Este texto foi escrito no dia seguinte ao último episódio da 6º temporada de Skins, mas na época, me pareceu muito piegas. Relendo, não achei tão ruim assim e resolvi postar.

Já vou avisando logo de cara que este é um dos textos mais difíceis que eu já escrevi na vida. O mais adiado, o mais complicado, o mais dolorido. Por muito tempo eu pensei que, se não escrevesse sobre isso, não seria verdade. Mas, infelizmente, é. Skins acabou. A minha série favorita - a série da minha vida - foi cancelada. E só quem já viu um dos seus seriados mais amados acabando sabe o que eu quero dizer. Minha primeira reação à notícia foi colocar a mão sobre a boca e dizer: não! Enquanto as lágrimas caíam, teimosas, e a expressão se contorcia naquela cara horrorosa que todos fazemos quando as emoções transparecem. Porque, sabe, dói demais.

Pode parecer idiota, mas quem sabe do que eu estou falando, vai me entender. Foi como me despedir das tardes, noites, madrugadas e manhãs em que eu apertava o play, jogada na minha cama, ou sentada na minha cadeira favorita e era transportada para Bristol, na Inglaterra. E, de repente, estava em uma daquelas festas intermináveis, regadas a uma bebedeira louca e embaladas por uma música boa demais pra ser verdade. Lá estava eu, pensando sobre todos os meus problemas e sobre dores minhas que antes eu nem sabia que existiam. Lá estava eu, amando personagens como se fossem reais, me identificando com a alma deles e não com suas atitudes.

Sou totalmente contra drogas e isso não me impediu de amar aquelas pessoas que ganhavam vida através de jovens atores completamente sensacionais.  Aliás, uma das coisas que mais me irritaram nesses seis anos em que assisti Skins foram as pessoas classificando a série com “sexo, drogas e rock’n roll”. É tão mais do que isso. São sentimentos tão fortes que te atingem, identificações tão profundas, tapas na cara que fazem o corpo inteiro balançar. Não dá pra dizer que Skins representa “a vida como ela é” porque não é nada disso. Existem toques de exagero e tudo é pintado com tintas bem mais vibrantes do que as cores da realidade em que a gente vive, mas uma coisa eu posso garantir: a essência está ali. Os medos, as dúvidas, as inseguranças, a morte, o amor, os sonhos, as verdades, as dores, as lágrimas, os sorrisos, as fraquezas, a força: a vida. Skins é a intensidade em sua forma mais visceral. É não conseguir dormir de ansiedade para o próximo episódio, é sofrer tanto por um personagem que seus próprios problemas acabam se tornando insignificantes.

Por isso tudo, a minha despedida ainda não acabou. Não superei, nunca vou superar. E só de ver alguém citar Skins, mesmo em um texto, ou situação que nada tenha a ver com a série em si, só consigo me lembrar que acabou. A audiência não ajudou, é fato. E os fãs da segunda geração - que é minha menos favorita de todas - só ficavam pedindo a volta de uma das personagens, boicotando a sexta - e última - temporada sem dó nem piedade. Sendo que a terceira geração de Skins foi incrivelmente bonita, bem feita e nos presenteou com alguns dos melhores episódios da história da série. Apesar de tudo isso, outra parte de mim, a mais conformada, quer acreditar que foi melhor. Que os roteiristas poderiam se perder pelo caminho e estragar tudo. Mas é uma parte muito pequena.

Dito isso e esperando que alguém ainda esteja lendo isso aqui, digo que foi importantíssimo pra mim assistir Skins durante seis anos da minha vida. Todos aqueles rostos e histórias, mesmo os que eu não gostava tanto, permanecem em mim. E eu espero que vocês todos, algum dia, sintam o que eu senti vendo Skins com qualquer outra série, livro, filme, sei lá. Até mesmo a tal dor da despedida. Porque, sabem, essa dor mostra o quanto foi tudo tão incrível. E, afinal, nós só sofremos ao dar adeus àquilo que amamos muito. E, meu Deus, como eu amo Skins.

Love, Tary

P.S: Os criadores da série estão preparando mais seis episódios para o ano que vem. Não haverá uma nova geração, mas alguns personagens que já participaram de Skins, vão fazer aparições. Não será a mesma coisa, tenho certeza. Mas teremos Cassie!

domingo, 9 de dezembro de 2012

Passeio pela estante virtual

Ou se você quiser um título infame: Skoob, Skoob Do.

books

Acompanhei esse meme desde quando ele surgiu pelos vlogs da vida e adorei, porque amo falar sobre livros e adoro brincar no Skoob, mas a grande vontade de responder só surgiu quando a Annoca o postou no blog dela, a convite da Amanda. São quinze perguntinhas sobre a rede social literária e que, querendo ou não, acabam dando uma ideia de como estão as minhas leituras.

1 - Quantos livros você tem na aba LIDO?

267.

2 - Qual livro você está lendo?

Estou lendo um livro genial e empolgante chamado Criança 44, do autor Tim Rob Smith. É um thriller que se passa na URSS de Stalin, onde os crimes eram escondidos da população para que todos pensassem que o país estava livre da violência porque todos eram iguais. O personagem principal é um agente que recebe ordens para ignorar um assassinato, mas acaba querendo encontrar o criminoso. Suspense incrível.  

3 - Quantos livros você tem na aba VAI LER?

198 livros. Meu esquema pra essa aba é colocar todos os livros que eu quero ler na vida, a médio e a longo prazo.

4 - Você está relendo algum livro? Qual?

Não estou. Aliás, mesmo que estivesse não colocaria no Skoob. Porque aí o livro some da minha aba de livros lidos. E meu TOC me deixa desesperada com isso.

5 - Quantos livros você já abandonou?

Segundas chances: Duas histórias muito açucaradas com aqueles personagens patéticos que choram de emoção durante o sexo e se amam com todas as forças do coração e da alma. Eca. Só aguentei terminar a primeira história e com muito custo. Barbara Delinsky nunca mais!

Marley e Eu: Calma, gente! Eu juro que tenho coração! Mas achei a narrativa tão chatinha… e o livro era emprestado, o que significa que eu tinha prazo pra ler. Aí eu larguei. Escrevam nos comentários se eu perdi muita coisa.

O vendedor de sonhos: Meu tio jurou que é maravilhoso e eu confio no gosto dele. Só que a coisa não engrenava de jeito nenhum. E olha que eu até tinha conseguido ler um livro do Augusto Cury antes. Não sei se não rolou química, ou se o preconceito falou mais alto. 

O Mundo de Sofia: Achei o começo insuportável e também era emprestado. Devolvi sem ler. E a pessoa que havia me emprestado também não tinha conseguido ler, o que deve significar alguma coisa.

A paixão segundo G.H: Eu tenho muito nojo de baratas. Asco profundo e avassalador que sempre me faz dar gritinhos chorosos e gritar pelo meu pai. E acho que todo mundo sabe que a personagem da Clarice Lispector tem as mais altas experiências filosóficas com uma barata e acaba, inclusive, comendo o bicho. Não deu. Mas ainda quero ler um dia porque pretendo ler todos os livros dessa escritora. Ela dizia que esse livro é pra quem já tem a alma formada. Vamos considerar que a minha ainda está se graduando.

6 - Quantas resenhas você tem cadastradas no Skoob?

54. Antigamente era sagrado! Eu sempre escrevia algum comentário após terminar a leitura de algum livro, mas hoje em dia a preguiça tomou conta de mim. Quem sabe ano que vem eu retomo, né? Era tão divertido.

7 - Quantos livros você já avaliou?

O mesmo número de livros lidos, 267. Sempre avalio.

8 - Quantos livros você tem na aba FAVORITOS? Cite alguns deles:

Tenho 65 livros nessa aba. Eu não tenho muita frescura pra favoritar, não. Se me apaixonei durante a leitura e senti o coração bater mais forte, vou marcar como favorito. Não me importa o gênero. Alguns deles: Aos meus amigos, da Maria Adelaide Amaral, Bela Maldade, da Rebecca Brown, Pequenas Epifanias, do Caio Fernando Abreu, Música ao Longe, do Erico Verissimo (o amor da minha vida), Meu pé de laranja Lima, do João Vasconcellos, As Virgens Suicidas, do Jeffrey Eugenides, O apanhador no campo de centeio, do Salinger, A Menina que roubava livros, do Markus Zusak (…)

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9 - Quantos livros você tem na aba TENHO?

139, por enquanto.

10 - Quantos livros na aba DESEJADOS?

Nos desejados, coloco os livros que eu preciso comprar (ou ganhar) URGENTEMENTE! Prefiro assim pra não colocar milhões e depois ficar me torturando porque não tenho os 198 que quero ler. São 31 no momento.

11 - Quantos livros emprestados no momento? Quais?

Nossa, fiquei assustada agora. Tenho 12 livros emprestados no momento! Ai dessas pessoas se não me devolverem. See Jane Date, Réquiem em Los Angeles, A vida secreta das Abelhas, Os contos de Beedle – O bardo, O Castelo de Vidro, A menina que não sabia ler, Fazendo meu filme 1, Ler viver e amar em Los Angeles (que vai trocar assim que voltar do empréstimo. Horrível esse livro), O menino do pijama listrado, A borboleta tatuada, A sombra do vento e Uma vida interrompida

12 - Você quer trocar algum livro? Qual?

Não. Saí dessa de trocar pelo Skoob, prefiro ir ao sebo daqui e fazer a festa. Mais rápido.

13 - Na aba META, quantos livros você tem marcados? Conseguiu cumpri-la?

27. Eu uso esse recurso só pra organizar os livros que quero ler e ter uma ideia de quantos livros eu li no ano, não necessariamente como uma meta. Aí nem ligo se vou cumprir ou não.

14 - Qual o número do seu paginômetro?

59.649

15 - Qual o link do seu perfil no Skoob?

http://www.skoob.com.br/usuario/153573-taryne

Todos estão convidados a responder!

Love, Tary

sábado, 8 de dezembro de 2012

Um pouco de ousadia, talvez

Acho que vocês conseguiram notar algo de diferente por aqui. Se a resposta for negativa, suba sua barra de rolagem e dê uma olhada na garota exausta com uma nuvem cinza sobre a cabeça. Repararam? Pela primeira vez na história desse blog nós temos um layout sem as típicas folhinhas. “Você e suas folhinhas!”, diria a Analu, entre risos. É, elas foram aposentadas e espero que ninguém chore de saudades. Eu mesma já superei. Esse layout é a coisa mais simples e autobiográfica que eu já fiz. Poderia fazer toda uma explicação filosófica a respeito? Aham, poderia. Porém, vou confiar na sensibilidade de quem – ainda – lê esse blog.

Mas deu pra sacar, não deu? Sem personagens identificáveis nos quais me apoiar, sem casais fofinhos de filmes, sem a Cassie. Sei que já citei as “personagens identificáveis”, mas entre todas que passaram por aqui, ela foi a única que esteve presente na maioria esmagadora dos templates. E, por fim, sem as folhinhas. A mais drástica alteração. Entendam a mudança como quiserem. Insiram o título bobo desse post aqui. Sei lá.

O fato é que muita coisa aconteceu desde o meu penúltimo post. Muita mesmo. E não sei como eu consegui ficar tanto tempo sem escrever sobre elas. Sem despejar por aqui tudo o que eu senti e vivi nos últimos tempos. Só que ainda não é o momento. A essa altura todo mundo deve saber que eu tirei 10 no meu TCC, mas ainda quero escrever detalhes a respeito. Só que eu sinto que se for falar disso, vou precisar falar de 2012 inteiro. E isso não será um post qualquer. “Será uma iluminação na vida!”, parafraseando a Renata.

Enfim, me alonguei um pouco. E tenho que trabalhar daqui a pouquinho, o que me faz odiar a mim mesma um pouquinho por ainda estar acordada. Estudos deveriam ser feitos sobre a minha capacidade altamente sabotadora de estar quase caindo no sono e simplesmente decidir mudar tudo no meu blog. Espero sinceramente não ter decisões do tipo quando se tratar de um apartamento. Pelo menos não de madrugada.

Love, Tary

sábado, 17 de novembro de 2012

A dona da sopa

Minha amiga Larissa Lemos, ou simplesmente Laris, dona do blog Sopa de Mil Coisas, foi entrevistada por mim graças ao mais novo meme da Máfia. O negócio todo foi bem anônimo e misterioso, mas… eu fui mané e dei a dica certeira de que tinha tirado ela nesse sorteio do amigo secreto, hahaha! E eu adorei ter tirado a Laris. Ela foi a minha primeira amiga mafiosa. A primeira blogueira com quem troquei e-mails e comecei a conversar mais. Por isso, tenho um carinho muito especial por ela e agradeço por ter tido a oportunidade de abraçá-la em agosto deste ano. Te amo muito, Lari linda! Espero que tenha curtido as perguntas!

laris

Eis a entrevista!

1- Nome: Larissa Lemos
2-  Idade: 24 anos
3-  Onde nasceu: Bragança Paulista
4-  Onde mora: Ribeirão Preto
5-  O que faz da vida?  Até o fim do ano sou estudante e estagiária!

6- Quais são as vantagens e desvantagens da profissão que você escolheu? (Psicologia)

Bom, as vantagens são estar em contato direto com as pessoas, fazer um papel de facilitar seu desenvolvimento pessoal, poder vê-las adquirindo confiança, dando mais passos, busca alegrias. As desvantagens são não ter tanta facilidade nesse papel, ou cansaço mental de ouvir muitos problemas, lidar com a própria impotência e lidar com pessoas que às vezes não se engajam e enganam a si mesmas e ao psicólogo.

7-  Qual livro mais mexeu com você nos últimos tempos?

Nos últimos tempos... estou lendo o livro da mulher que ajudou Anne Frank e sua família a se esconder na Holanda durante a 2ª guerra; esta história me arrepia muito! Mas também posso dizer que reler Sidarta (Hermann Hesse) neste semestre abalou minhas estruturas novamente..

8- Quais são suas bandas favoritas?

Ultimamente estou gostando muito do Coldplay! Não tenho ouvido tanta música assim e tenho ouvido mais cantores solos, como Jorge Drexler e Lenine!

9- Qual o melhor presente que você já ganhou e por quê?

Eu estava pensando nisso, pois a foto de hoje do Desafio  21 é 'algo pelo que você é grato'! E estava pensando que sou grata por ter passado meu aniversário deste ano em Machu Picchu! Acho que todos ganhamos presente especiais ao longo da vida, mas até agora esta viagem foi o mais especial pra mim, pois era meu sonho desde o começo da faculdade e por mais que tenha sido rápido e meu desejo fosse ficar lá por mais tempo, como num retiro espiritual, me conectou bastante à algumas questões da alma e do ser humano em essência! Foi uma viagem que me fez refletir muito!

10 - Pra você, existe uma receita para fazer um relacionamento dar certo? Quais seriam os ingredientes?

Olha, até pouco tempo eu achava que sim, que tinha receita. sério mesmo. Mas não tem. Felizmente somos seres mutáveis, não permanecemos com as mesmas ideias, vontades e aspirações sempre, então não tem como manter intacto um relacionamento, no sentido de deixar ele guardado, longe das intempéries! Seria bom se tivesse; por outro lado, como seres mutáveis que somos, se algo se mantivesse e nossa percepção de nós mesmos não, talvez o relacionamento não fizesse mais sentido... Enfim! Percebi que é bom que as coisas se construam e se desconstruam! Talvez o que seja necessário pra um relacionamento dar certo é aceitar que isso acontece e conseguir lidar com as mudanças que surgirão e que nem sempre são para o pior! Acho que a gente estando pronto enquanto indivíduo para as transformações, um relacionamento aparece meio que naturalmente... =)

Essa Lari é muito sábia né, gente?

Espero que tenham gostado!

Love, Tary

sábado, 13 de outubro de 2012

Woodstock na eternidade

Violinos, passarinhos cantando e milhões de flores bonitas? Tudo bem. Mas  bom mesmo seria se o céu fosse palco dos melhores shows que o povo da terra não pode mais ter. Essa teoria maluca foi exposta por mim nesta madrugada em que, as always, fiquei divagando no chat do Facebook com Anna Vitória e Analu, que costumam achar esse tipo de coisa normal (um dos motivos que me faz gostar tanto delas, aliás).

A verdade é que eu sempre sonhei em ver Cazuza, Legião Urbana, Beatles, Raul Seixas, Tim Maia, e muitos outros, ao vivo. Nasci tarde demais. Ou talvez seja mais certo dizer que a maior parte deles foi embora cedo demais. Por isso, seria ótimo que depois de partir dessa pra melhor eu tivesse a oportunidade de curtir vários shows deles. Tipo um grande e eterno festival.

Afinal, sempre quando alguém me pergunta sobre o show dos meus sonhos, ao invés de pensar na Adele, na Joss Stone, no John Mayer, no Ben Harper, ou até mesmo no Paul McCartney, eu penso mesmo é no Barão Vermelho. Ah, o Barão. Liderados pelo Cazuza naquele maravilhoso Rock in Rio de 1985 em que ele se enrolou na bandeira do País e desejou que “o dia nasça lindo pra todo mundo amanhã! Um Brasil novo, uma rapaziada esperta”. Todo mundo tão contente com as Diretas Já! Aquela alegria de poder eleger o próximo presidente. A gente até se esquece que depois o Tancredo morreu e parte da esperança do povo brasileiro se foi junto com ele.

Só que ouvindo o CD – que por sinal, é meu álbum favorito de todos os tempos – , tudo o que eu quero da vida é estar lá ouvindo a voz rouca do Caju. Doidão, gritando, falando milhares de palavrões e cantando uma balada só pra homenagear o Lobão, um amigo querido que deveria estar lá, mas não estava. Dá pra sentir o medo deles de serem vaiados nessa hora. Naquela época, ninguém aceitava música lentinha no Rock In Rio, minha gente. Não quero nem pensar no que aconteceria se uma Cláudia Leitte da época (será que existia alguém nessa vibe?) resolvesse se apresentar.

Sabemos que Deus não ia permitir o sexo e as drogas por motivos óbvios, mas bem que Ele podia liberar o rock’n roll pra gente lá em cima, né? Porque é meio injusto imaginar que jamais vamos poder ver esses caras que amamos tocando na nossa frente nem pular horrores na frente do palco, ou tirar uma foto com eles exibindo aquele sorrisão de tiete. Por enquanto, nos contentamos com o que eles deixaram. E com o que a gente sente quando ouve. Que com certeza já se parece com estar no céu.

Love, Tary

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Menina-flor

Nascida e criada para espalhar amor pelo mundo, ela deixa tudo mais bonito por causa do sorriso aberto que torna fáceis até os momentos mais complicados da vida. Mesmo na janta que antecedeu a despedida daquelas meninas espalhadas pelo Brasil que já começavam a antecipar o adeus, ela não parou de sorrir. Porque esse é o dom da menina-flor. O de acender a luz dos olhos de todos com quem convive. E através da lembrança de seu abraço apertado do qual é impossível não sentir falta todos os dias, só conseguimos repetir uma prece todas as manhãs para que ela viva coisa lindas e incríveis. E para que possa transformar cada dia em um dia de sonhadora.

Acho que ela ainda não sabe, mas ainda vai encontrar alguém que a entenda como  jamais pensou ser possível. E esse alguém vai ver a menina-flor por trás do codinome beija-flor que se esconde em seu coração. Vai ser quando ela menos esperar. Estará por aí, de mochila nas costas, usando uma roupa que combine com o calor de sua terra, ouvindo uma música sobre um passarinho preto nos seus fones de ouvido. E então descobrirá que ainda é cedo, muito cedo! Que nunca foi tão jovem e que sempre será.  E o melhor: descobrirá tudo isso quase sem querer.

Por enquanto, sonhamos junto com ela. Ao seu lado. Torcendo sempre pro dia nascer feliz. E sabendo que isso vai acontecer. Porque ela merece mais do que ninguém.  A menina-flor se chama Milena! E hoje torna a primavera ainda mais cheia de significado. Minha querida, neste dia tão especial, deixo nosso Cazuza falar por mim. Porque assim como ele, especialmente hoje eu preciso dizer que te amo! Feliz aniversário!

Milena Tape 1

Milena Tape 2

Baixem a trilha sonora da menina-flor e aniversariante do dia

Love always,

Tary, Analu, Dede, Anna e Renata

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Aderindo ao clichê

Blogueiro surtando por causa do trabalho de conclusão de curso é o clichê mais velho da blogosfera. E, olha, acho que vai continuar assim pra todo o sempre. Porque, gente, sério. Não é fácil. Tudo bem, eu concordo quando meus professores dizem que TCC não é um bicho de sete cabeças.  Ok. O problema é que dá um trabalhão, principalmente quando você está sozinho no barco.

E os seus pensamentos, todos eles, são transferidos para a concretização desse trabalho. TODOS. Quando eu estou no estágio, acho difícil me concentrar em qualquer coisa porque estou pensando no TCC. Quando estou vento um filme, não consigo me entregar totalmente pra história porque a minha mente não me deixa parar de acreditar que eu deveria usar cada segundo livre do meu dia pra terminar meu trabalho. O mesmo acontece com os livros. Nada mais irônico do que estar fazendo um trabalho SOBRE eles e não ter tempo pra ler! Uma maravilha. Só que não.

A essa altura vocês já perceberam o motivo do abandono mais recente do meu blog. Dá uma culpa danada escrever aqui porque eu sinto que deveria estar terminando meu TCC. E parece que quanto mais eu faço, mais coisa ainda precisa ser feita. Chego a ficar angustiada. Fora o medo de fracassar depois de tudo isso, né? Prefiro nem falar a respeito pra não ficar na bad.  É como o Carpinejar disse naquele texto tão melhor do que qualquer outro sobre esse assunto: TCC faz o vestibular parecer um feriado. Faz mesmo.

Por esse motivo, espero de verdade que vocês que – ainda – me leem consigam entender e não desistam de mim. Eu voltarei. Vai demorar um pouco, é verdade, mas voltarei. Talvez daqui a duas semanas, talvez só na metade de novembro, ainda não sei. Até lá, me desejem boa sorte.

Pronto, agora admiti que faço parte do maior clichê da blogosfera. Ufa.

Love, Tary

P.S: Obrigada a todos que mandaram as fotos pedidas no post anterior (:

P.S: Do Instatreco – apelido carinhoso para o Instagram - eu não sumo jamais porque aquilo melhora meus dias de um jeito que vocês nem imaginam. E é tão rapidinho! Sou taryzottino por lá (:

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Missão do dia: ajudar a blogueira com o TCC

Tenho esse blog há quase três anos e acho que nunca pedi ajuda de quem me lê aqui, mas agora esse momento chegou! Como alguns de vocês já sabem, me formo esse ano. É, no final de 2012, se tudo der certo, o mundo terá mais uma jornalista. E se tudo der mais certo ainda, alguma redação poderá contar com uma foca recém saída do forno. Só que para tudo isso acontecer, preciso passar pelo Trabalho de Conclusão de Curso. Aham, ele mesmo, o temido TCC. Escolhi fazer uma revista sobre literatura porque sou apaixonada por revistas e mais ainda por livros. E disso vocês já devem estar cansados de saber, não é? Pois bem, resolvi unir as duas coisas e estou bastante feliz, apesar de não ter mais tempo pra nada e só saber pensar nisso o dia inteiro.

Tudo explicado e entendido? Então vamos ao pedido: Haverá uma parte na revista dedicada a fotos dos leitores com os livros que estão lendo. E eu gostaria de pedir que todos vocês que passam por aqui (leitores-fantasma, vocês também!) - me enviem suas fotos até o próximo domingo,  dia 30 desse mês. As fotos precisam ter uma boa qualidade e não podem ser alteradas com photoshop, filtros do Instagram e etc. Junto com a foto, preciso que me mandem os seguintes dados:

Nome Completo
Profissão ou Ocupação
Cidade/Estado
Idade
Nome do Livro/ Autor

Também quero que deixem por escrito no e-mail: “Eu autorizo a publicação dessas imagens na revista Literatour. Assinado, Fulano”. 

Outro adendo: sei que a maior parte dos leitores do blog é composta por mulheres, por isso, os poucos meninos não podem se acanhar, viu? Preciso muito das fotos de vocês! E as meninas que tiverem namorados e amigos (os papais também!) dispostos a posar – se  eles não estiverem dispostos, convençam eles, haha! –, isso seria maravilhoso.

Ok?

Conto com a ajuda de todos! Obrigada desde já! Qualquer dúvida eu respondo nos comentários.

O e-mail: revistaliteratour@gmail.com

P.S: As fotos serão selecionadas, mas eu preciso do maior número de opções possível! Mesmo que sua foto não seja publicada, sua colaboração é necessária e será muito apreciada (:

domingo, 23 de setembro de 2012

Harmonica

Alguma coisa acontece no meu coração e não, não é quando cruza a Ipiranga ou a  Avenida São João. É involuntário e às vezes me parece até sobrenatural o efeito que provoca em mim. Meus olhos se fecham imediatamente e a cabeça sente vontade de se enfiar em qualquer janela aberta por onde corra muito vento. Se estiver de pé, sinto o corpo enfraquecer.  E se estiver deitada, me agarro mais ainda ao travesseiro e fico sonhando, perdida por um jardim coberto de folhas canadenses.

Não se enganem, caros leitores. Não achem que estou falando de um cara.  Bom, poderia até ser sobre um cara, mas aí ele teria que tocar gaita.  É isso mesmo. Essas sensações todas aparecem quando escuto esse instrumento que, pra mim, é o mais bonito de todos. A herança deve ter vindo do meu bisavô paterno, gaiteiro de mão cheia. Ou das tantas gaitas que ganhei de presente do meu pai quando era criança. Lembro de colocá-las na boca e tocar apenas de brincadeira, só pra fazer barulho, mas sem deixar de ficar frustrada por não conseguir tirar músicas belíssimas dali.

O som da gaita não é extremamente delicado como o da flauta e nem tem toda a elegância de um violino. Parece grave demais e até bruto em um primeiro momento, mas acaba por te fazer chorar porque – e neste momento serei piegas – te alcança a alma.

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De todas as músicas bonitas que têm gaitas no meio, a minha favorita deve ser “Come pick me up” na versão do Ryan Adams. Está na trilha sonora maravilhosa de Skins e toca exatamente quando os trens do Sid e da Cassie se desencontram. E acaba comigo. Porque fala de um garoto arrasado por causa de uma mulher que deve ser a maior filha da mãe da história. Cantando, ele pede: “Come pick me up, take me out, fuck me up, steal my records, screw all my friends behind my back, with a smile on your face, and then do it again, I wish you would”. E, nos intervalos dessas palavras, a gaita aparece feito um lamento rouco e meu coração se quebra em milhões de pedaços.

Mas não é para extravasar meu amor pelo instrumento que estou escrevendo isso. É que preciso deixar registrado um desejo. Algum dia na minha vida eu vou aprender a tocar gaita. Nem que seja uma música só ou um trecho curtinho. Mesmo que eu já esteja velhinha demais e não consiga mais quebrar o coração de ninguém. Por nenhum motivo especial, sabe? Só porque – meu Deus do céu - é bonito demais.

Esse post não fará sentido algum se você não ver o vídeo abaixo:

Mandy Moore, te admiro mais por ter se casado com um cara que toca gaita…

 

Love, Tary

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Primeiras impressões mentem (18/29)

– Mas não é só isso. – ele apertou meu corpo contra o seu e continuou – Eu fiz todos os testes que eu pude para garantir que a injeção é segura, mas meus recursos são muito limitados. Tenho medo de que possa acontecer algum efeito colateral. Não quero te causar nenhum mal.
– Alex, eu já resolvi. – afastei-me um pouco e olhei dentro de seus olhos decidida – Eu quero fazer isso.

Ele fechou os olhos, respirou fundo e perguntou:

–  Tem certeza? Apesar de ser essa a maneira que encontrei para ficarmos juntos, estou um tanto quanto inseguro. Não acredito que vá acontecer qualquer coisa de ruim, mas qualquer possibilidade de risco que envolva a mulher que eu amo… –  ele não conseguiu terminar a frase. Apenas voltou os olhos para os meus com uma expressão de desespero que fez os pelos do meu braço se arrepiarem. Percebi que sua próxima ação seria desistir de tudo por causa daquela necessidade estúpida de me proteger o tempo inteiro. Então, me adiantei.

–  Claro que eu tenho certeza! Deixe de bobagem e aplique essa injeção de uma vez.

Segurei as mãos dele  e cravei no rosto um sorriso enorme. Enorme e completamente falso. Por dentro, eu estava  tremendo. Lutando para esconder o pavor em algum canto de mim mesma que Alex não tivesse acesso.

Ele não parecia totalmente convencido, mas assentiu e me obedeceu. Virou as costas para mim e pegou a seringa no bolso do casaco  Pediu para que eu me sentasse e se sentou ao meu lado, de cabeça baixa. Pensei que fosse acabar logo com aquilo, mas alguns segundos se passaram sem que fizesse qualquer movimento.

De repente, levantou o rosto para mim e, sem que eu pudesse prever, me beijou. Puxou meu lábio inferior para si e apertou os meus cabelos com a mão livre. Mas não foi um beijo apaixonado comum como os muitos que já havíamos trocado. Ele me beijava com urgência, como se achasse que eu iria  desaparecer no minuto seguinte. Mesmo envolvida no beijo, senti meu sangue gelar.

Alex se afastou de mim com a mesma rapidez com a qual havia se aproximado. Pegou um elástico que estava em cima da mesa e o envolveu em meu braço. Limpou a área com um algodão embebido em álcool. Seus gestos eram metódicos e frios, como os de um profissional. Minhas veias foram aparecendo, ele posicionou a injeção e então, finalmente, a agulha perfurou minha pele. Alex apertou a seringa e o líquido transparente começou a desaparecer daquele objeto que o amor da minha vida segurava.

– Diana, você está bem? –  O profissional de antes sumiu por completo e deu lugar a um menino indefeso, preocupado com a namorada.

– Estou! – E estava mesmo. O medo havia desaparecido e eu já queria me levantar e gritar para o mundo que tudo ficaria bem. Que nós ficaríamos bem. 

Alex pressionou um algodão no furo em meu antebraço e depois cobriu o pontinho de sangue com um band-aid. Parecia feliz. Não, feliz não, ele estava aliviado. Assim que se livrou de todo o material cirúrgico, pegou as minhas mãos e fez com que eu saísse do sofá e fosse ao seu encontro.

No momento em que fiquei de pé, percebi que havia algo errado.

Uma dor de cabeça excruciante me atingiu como se eu tivesse levado um tapa na parte de trás do pescoço. Meus olhos ficaram turvos e senti minhas pernas amolecerem. Abraçado ao meu corpo e ainda de pé, Alex era puro terror. Ele estava gritando alguma palavra que parecia ser meu nome, mas eu já não ouvia mais nada. A dor não permitia.

Mesmo com a visão embaçada, olhei pela janela e vi. Uma mulher. Eu já a havia visto antes, mas não conseguia me lembrar direito. Ela sorria de um jeito maníaco e parecia completamente satisfeita com alguma coisa. Entretanto, antes de tudo ficar escuro e antes de eu desmaiar nos braços de Alex, um nome veio à minha mente e quis morrer por não conseguir proferí-lo para o meu amor antes de perder os sentidos:

“Camila”.

(1/29) (2/29) (3/29) (4/29) (5/29) (6/29) (7/29) (8/29) (9/29) (10/29) (11/29) (12/29) (13/29) (14/29)(15/29) (16/29) (17/29)

Sejam bem vindos ao meme de comemoração do aniversário de 1 ano da Máfia! Um conto escrito a 29 mãos. Tudo começou com a Rafa e foi continuando nos blogs listados acima. O trecho no começo do texto é um link para a última parte, de autoria da Paloma. A continuação você confere amanhã no blog da Annoca.

Camila não era uma inocente que precisava ser salva? Por que estava satisfeita com o sofrimento de Diana se ajudou o casal a fugir? Terá sido tudo uma armação?

Não perca a próxima parte!

Love, Tary

domingo, 16 de setembro de 2012

Minha filosofia de vida é rodopiar


A felicidade pela chegada dos meus vinte e um anos começou na sexta-feira, quando recebi três caixas enviadas pelo correio. Isso mesmo, essas três maravilhas estavam me esperando depois de um cansativo dia de trabalho. Enviadas com todo o carinho do mundo por pessoas incríveis e absurdamente queridas. No sábado,  ganhei uma coruja de pelúcia da maninha e de mamis. A nova integrante da coleção. Gorda, enorme e altamente apertante, ela foi batizada de Margot e não sai mais do meu lado. Depois a alegria veio dos céus.  Após um período bastante seco, finalmente choveu. Não foi muito, mas o céu azul, antes substituído pelo mormaço triste, voltou a aparecer, provocando espanto e um sorriso gigantesco no meu rosto. Como eu estava com saudades dos meus céus azuis que me roubam olhares a cada segundo do dia! Chegada a hora de fazer as unhas, a manicure hilária me sugeriu experimentar a tal “filha única”. E eu, sempre tão discreta, fui na onda e resolvi avacalhar tudo, pedindo muito glitter por cima. Não satisfeita, pintei as unhas dos pés de roxo, abandonando o renda e o lilás de sempre. As caixinhas recheadas de amor, a chuva, Margot e a ousadia foram meus primeiros presentes  
 
De noite, quando comecei a me arrumar para ir encontrar meus amigos no barzinho mais bacana da cidade, escolhi a saia jeans mais rodada, uma blusa vermelha com detalhes de renda e uma sandália preta. Fiz uma maquiagem leve nos olhos, passei Rosaréu nos lábios e fiz uma promessa a mim mesma: vou aproveitar tanto essa nova fase que meus problemas se tornarão insignificantes se colocados lado a lado com a minha felicidade.
 
No local combinado, rodeada por pessoas que amo, tive uma noite perfeita. Regada a saqueirinha de morango,  risadas, confissões inconfessáveis e músicas maravilhosas. Eu não sabia, mas era dia de MPB. Tem como não acreditar que esse era mais um presente pra mim? A banda cantou a trilha perfeita para a ocasião. “A Francesa”, “Pais e Filhos”, “Vem quente que eu estou fervendo”, “Perdidos na Selva” e “Open your Eyes”, só pra citar algumas das minhas músicas favoritas que estavam no setlist. Ganhei chocolates da Cacau Show, uma linda blusa de coruja e, depois da meia noite, beijo borrado de batom vermelho na bochecha e um bar inteiro cantando parabéns pra mim. Com o rosto todo corado, não só por causa da bagunça de batom que minha amiga fez, mas por vergonha, claro.
 
Após o mico, muitos abraços apertados e desejos de felicidade. “Podem deixar”, pensei comigo o tempo inteiro. Também fui presenteada com um bolinho que fiz questão de dividir com todos os presentes, apesar dele ser apenas um pouco maior que um cupcake.  Agradeço a todos os amigos que estavam lá por terem compartilhado comigo esses momentos tão especiais. É impossível ser feliz sozinho, já diz a canção. Graças a vocês eu continuo a rodopiar e sempre me levanto depois de uma queda.
 
Ao chegar em casa, explodindo de tão contente, abracei mamãe e vi que uma festa estava me esperando na internet. Como o relógio já marcava 3h da manhã – 4h na maior parte do Brasil - só uma das incentivadoras da comemoração permaneceu acordada. Ela me fez entrar no skype e ligar a webcam enquanto me ajudava a “procurar”. E então, eu encontrei. Post incríveis espalhados pelos meus blogs favoritos. Todos com o mesmo título: Doces Rodopios. Contos. Contos que deveriam ser chamados de sonhos traduzidos em palavras.
 
Então, na primeira madrugada com 21 anos, eu coloquei meu  pingente de nuvem no pescoço e encontrei o amor da minha vida no parque. Citei Cazuza depois de dar de cara com o ‘’the one’’ enquanto rodopiava sozinha na pista de dança. Me tornei meu animal favorito e aprendi a voar. Assisti ao pôr-do-sol do Pantanal com um jacaré ao lado. Fui protagonista de filme francês comparável a uma das minhas personagens mais queridas da literatura. Colhi flores, formei um buquê em minhas mãos e iluminei o mundo.  Se meu pai por acaso tivesse acordado naquela madrugada, teria flagrado as três Zottino debulhadas em lágrimas. Eu eu nem podia imaginar que no dia seguinte, ouviria um ‘eu te amo’ muito aguardado em mais um conto e leria rodeada de árvores como sempre quis fazer, em outro deles.
 
Neste domingo, acordei me sentindo muito amada. Talvez em nenhum dos meus aniversários eu tenha me sentido tão amada quanto nesse. Fui almoçar com minha família e comi de graça – privilégios de ser a aniversariante do dia. Pude provar meu bolo favorito e receber a visita de uma amiga maravilhosa. Na missa, agradeci por ser assim, tão sortuda. Por ter as melhores pessoas do mundo ao meu lado e sempre poder contar com todas elas. Agora estou aqui, depois de horas, finalmente terminando esse post. São 23 horas e 30 minutos. Falta meia hora pra este dia acabar e eu queria que não terminasse nunca, mas estou convicta. Os meus 21 serão mágicos. Esta será a melhor fase da minha vida. Estou pronta pra isso e mal posso esperar. Obrigada, Senhor, por mais um ano. Obrigada, família, por segurar as minhas mãos e me encher de força. Obrigada, amigos, por terem me escolhido.  Que o mundo me receba de braços abertos. Os meus já estão abertos. E girando no ar. Todos tem uma filosofia de vida. A minha é rodopiar.
 
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Me abraça, mundo!
Love, Tary

sábado, 8 de setembro de 2012

Quem vai pegar o buquê lilás?

OIE

Ela acordou com um medo danado de estar atrasada. E estava. Pulou da cama quase jogando o corpo inteiro para fora dela, lavou o rosto e escovou os dentes, com pressa. Jogou algum dinheiro na bolsa e saiu de casa. Assim que colocou o pé na rua, percebeu que deveria ter levado um guarda-chuva: o céu estava quase preto de tão cinza. Mas não havia tempo para voltar, ela teria que correr muito se quisesse pegar o ônibus a tempo e chegar, pelo menos, 15 minutos depois do horário. Senão, iria chegar meia hora depois e teria de aguentar o sermão da chefe do setor, no escritório triste daquele emprego que odiava.

Ser operadora de telemarketing era um castigo para Marina. Sempre que perguntavam sua profissão, ela se encolhia em si mesma e respondia, com o mesmo orgulho ferido de todas as vezes que ouvia da mãe: “tá vendo? Quem mandou nascer sonhadora e ter cursado Cinema? Agora está aí, mal empregada e infeliz”. A garota ficava ainda mais pequena por dentro e concordava com um meneio de cabeça. Por mais que seu coração não se arrependesse, a mãe estava certa. Apesar de ter amado cada segundo do curso de Cinema, o sonho não lhe trouxe um emprego na área. Aquilo doía tanto que ela não conseguiu mais suportar os “nãos” nas entrevistas, as promessas de telefonemas não cumpridas e os currículos que, certamente, não chegavam ao destino certo. Naquela terça-feira nublada, fazia um mês que havia desistido. Seguiu o conselho da mãe, finalmente. Parou de sonhar.

Enquanto corria para pegar o zero-meia-sete, coletivo lotado de todo santo dia, Marina deixava as lágrimas caírem e pensava que a vida pessoal não estava lá muito boa também. Ser traída pelo namorado não era o final feliz que ela tinha escrito pra si mesma em sua mente criativa. Ela sabia que o relacionamento ia de mal a pior, mas não imaginava que César fosse capaz de tamanha cafajestada. Nem sequer pediu perdão, o salafrário. Apenas deu aquele sorrisinho torto idiota e tentou se justificar: “aconteceu, Nina…” Como se aquelas palavras fossem suficientes. Sorte a dela ter esquecido rápido. Não tinha vocação pra donzela sofredora.

Quando estava na esquina do ponto de ônibus, a chuva começou. E não teve aquele início de garoa fria, não. Já veio atrevida, com pingos enormes que foram direto no cabelo escovado na noite anterior. “Nem pra ter colocado um casaco com capuz”, pensou. Marina se protegeu como pôde debaixo da minúscula parte coberta do ponto, desviando o rosto das ondas feitas pelos carros que passavam a toda velocidade, sem se importar com as pobres almas que dependem de transporte público. Chegaria molhada, infeliz e atrasada. Que falta de sorte.

Colocou os fones nos ouvidos e tentou se concentrar na música. Era a trilha sonora de Pulp Fiction, filme que absolutamente idolatrava. Fechou os olhos por um tempinho e tentou sorrir ao se lembrar dos colegas cineastas. A lembrança foi repentinamente destruída pela água cheia de lama com que um Corolla belíssimo a presenteou. Xingou o motorista de todos os nomes possíveis, mas ele seguiu seu caminho sem nem buzinar. Irritada e com vontade de se jogar na frente do caminhão que passava, Marina olhou para trás, tentando esconder as lágrimas.

Mesmo com a visão embaçada,  conseguiu ver uma coisa quase indecifrável jogada no terreno baldio atrás dela, dentro de uma caixa de papelão com abertura virada para a rua. Estava totalmente coberta de lama e parecia… um ramalhete. Coberto de sujeira, claro, mas um ramalhete. Tomada pela curiosidade, ela se aproximou, sem ligar para o temporal, já que estava completamente encharcada. Se agachou e o pegou, sujando as mãos e também as unhas por fazer. Colocou o ramalhete debaixo da chuva e sorriu. Porque conforme o marrom ia sumindo, apareciam lírios. Lírios lindos com uma cor tão bonita que parecia irreal: lilás. Um buquê lilás todo murcho, com uma fita roxa que unia as flores.

Assim que terminou de limpar o buquê, escutou uma voz masculina que dizia: “moça, você vai pegar uma pneumonia…”. Marina olhou. Era um rapaz  de olhos verdes, com um guarda-chuva xadrez: “Quer carona até o terminal no meu guarda-chuva? Esse ônibus deve estar atrasado.” E então ela começou a sorrir mais ainda porque soube, naquele momento que aquilo era a mudança de narrativa no roteiro da sua vida. Ela, que não acreditava em destino e odiava comédias românticas, soube na hora que o rapaz de olhos verdes que salvava a mocinha em perigo não estava ali à toa. Marina levantou, com o buquê lilás em mãos e disse: “Claro”.

Que se exploda o emprego idiota, a chefe mal amada e a mãe. Ela havia sido escolhida sabe lá por qualquer força para pegar aquele buquê lilás: o único resquício de poesia naquele ano inteiro. Alguém tinha jogado os lírios ali por falta de amor, por raiva, por desilusão. Marina não seria mais uma, não deixaria o mundo destroçar um sonho. Pegou carona no guarda-chuva do rapaz, ainda com as flores nas mãos, decidida a pedir demissão. Decidida a não desistir.

Talvez você não acredite, caro leitor, mas parou de chover assim que eles atravessaram a rua. E o cara de olhos verdes - que por sinal se chamava Pedro – também adorava os filmes do Tarantino. O sol apareceu, timidamente. E quando Marina olhou para o céu, pôde jurar que ele estava meio tingido de lilás.

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Love, Tary

terça-feira, 21 de agosto de 2012

Temos todo o tempo do mundo

O melhor final de semana da minha vida começou com muita ansiedade: eram muitas experiências novas para uma pessoa só. Primeira vez em que viajaria de avião, primeira vez que conheceria São Paulo, primeira vez em uma feira do porte da Bienal do Livro e, principalmente, a primeira vez em que eu veria de perto e teria a oportunidade de abraçar as blogueiras mais incríveis do mundo: minhas mafiosas.  Não dormi nem um minuto na véspera da viagem. O sono estava lá, mas a minha cabeça não parava de matutar. Sonhei tanto com aquele momento que era difícil acreditar que realmente estava se tornando realidade. Só fui me dar conta quando estava com a cara enfiada na janela da aeronave, agradecendo a Deus por ter me dado a sorte de fazer parte de tudo isso e ter a oportunidade de encontrar pessoas que eu já amava.

O meu maior medo quando topei participar foi o aparecimento daqueles silêncios constrangedores nos quais todo mundo sente vontade de cavar um buraco com os pés. Claro que isso não aconteceu em momento algum. Parecia que tínhamos nos visto no dia anterior e em todos os dias antes dele. Parecia que a gente já tinha tirado milhões de fotos e almoçado várias vezes no McDonalds. Ficamos tão próximas nesses onze meses que os abraços apertados, os olhos nos olhos e as trolladas ao vivo foram a confirmação de uma amizade que estava sendo construída há muito tempo.

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Corremos umas para os braços das outras, gritamos dentro do shopping, distribuímos lembrancinhas, sentamos no chão da Bienal com o cansaço estampado nas olheiras e a alegria cravada nos sorrisos que quase nunca sumiam dos lábios. Andamos de metrô escoradas umas nas outras e eu perdi meu medo de escada rolante ao ser amparada por meninas lindas muito menores que eu. Cantamos “Lua de Cristal” no karaokê num coro mafioso que foi a realização de um sonho na minha vida e uma das coisas mais emocionantes que já vivi.

Tomamos o café da manhã mais gostoso do mundo feito pela melhor anfitriã que poderia existir. Fomos presenteadas por um céu azul  e um vento no rosto que combinam perfeitamente com aquilo que somos e que eu jamais imaginaria encontrar na São Paulo sempre pintada com variações de cinza pelos outros. Compramos livros, batons e perfumes mágicos que pareciam ter sido fabricados especialmente para cada uma de nós. Impressionamos as vendedoras da Quem disse, Berenice? e o funcionário simpático da Chilli Beans com a história do nosso encontro.

LENDAS

Gargalhamos horrores o tempo inteiro porque tudo era motivo de riso e abraço. Sentamos no chão da Livraria Cultura, rodeadas por livros e por rostos que antes só víamos por fotos e vídeos. Caminhamos abraçadas na Avenida Paulista entoando “Tempo Perdido” e outras canções da Legião que deixavam os passantes atônitos, acreditando de certo estarem diante de um flashmob. Provamos que existe amor em SP e espalhamos esse sentimento por onde passamos. Deixamos o Starbucks marcado de lágrimas no início das despedidas. Fizemos festa do pijama, criamos bordões e ouvimos ao vivo histórias clássicas que havíamos lido deitadas na cama de casa com o notebook ao lado. No último dia, acordamos com o choro preso nas gargantas e, no aeroporto, a dor de dizer “até logo” foi demais para conter o choro, os soluços e os abraços mais apertados já trocados.

Entrei no avião chorando feito um bebê ao lembrar de tudo o que vivemos e construímos com tanto carinho. Com uma felicidade imensa que não cabia em mim e por isso mesmo estava sendo traduzida em lágrimas. No lado esquerdo do peito, um bottom e muita saudade. Foi tão maravilhoso e inesquecível que até agora estou com medo de acordar e descobrir que tudo não passou de um sonho. Todas estão costuradas em mim e carrego um pedaço de vocês em tudo o que faço, vejo e sou. Obrigada por tudo. Se antes eu já tinha muita fé na vida e nas pessoas, agora eu não acredito mais no impossível. Nada é impossível. Afinal, temos todo o tempo do mundo.

amoooor

Amo MUITO vocês!

Love, Tary