sexta-feira, 29 de julho de 2011

Beijo francês

Anna e o Beijo Francês, de Stephanie Perkins - Editora Novo Conceito

Sempre quando minha vida se encaminha para novos rumos, pego um livro. Pode ter certeza: são nos momentos de maior confusão interior, quando estou pensando demais e analisando tudo sem descanso, são nesses momentos que leio mais furiosamente e devoro outras vidas enquanto tento dar conta de organizar a minha.

Comprei Anna e o Beijo Francês por dois motivos: ter ouvido muitos elogios e, claro, Paris. Todo mundo sonha em conhecer a Cidade Luz, ser fotografado tietando a Torre Eiffel, passear e babar na Shakespeare and Company e encontrar o Louis Garrel em algum Café charmoso (essa última parte cabe somente a mim, claro). A estreia de Harry Potter foi a oportunidade perfeita. Eu já tinha tudo planejado e estava sozinha, assim ninguém me chamaria à razão dizendo que tenho livros suficientes me esperando na estante.

Saí da livraria completamente apaixonada pela edição, adiando a leitura até o momento em que precisasse dela. Tirei fotos. Namorei a capa. Saquei da estante logo após terminar Morangos Mofados. Tentei ruminá-lo e fracassei miseravelmente. Terminei de ler em dois dias.

Tudo começa quando os pais de Anna Oliphant resolvem obrigá-la a estudar num internato em Paris (oi? Meus pais bem que poderiam me obrigar a isso). No início ela está relutante, afinal abandonou família, melhor amiga e até um possível namorado. Porém, acaba fazendo amizade com um grupo incrível composto por Meredith, Josh, Rashimi e (pausa para suspiros) Étienne St. Clair. Americano de nascença, sotaque inglês de quem morou muito tempo em Londres, estilo francês por causa do pai parisiense. Eu nem liguei se ele é descrito como baixinho, minha gente. Ele gosta de História, ele gosta de arte. Ele tem cabelo bagunçado e olhos castanhos profundos. Ele é do tipo cuidadosamente descuidado! E eu já mencionei que tem sotaque britânico envolvido, né? Crush literária detectada. Óbvio que a protagonista do livro concorda comigo, mas o cara tem namorada, ela tem um pretendente em sua cidade natal... tudo é complicado, os dois são complicados. E essa confusão toda é muito gostosa de ler.

Não vá esperando "alta literatura", algo que "mudará a sua vida". Isso aqui é um romance leve, fofo, despretensioso, adolescente, uma delícia. Livro de férias ou pra relaxar depois de uma leitura mais densa. Aliás, pausa para um desabafo: Eu tenho vontade de matar quem não sabe se render a uma leitura divertida e só dá valor aos clássicos. Vá se divertir um pouquinho e pare de querer ser culto o tempo todo. Apenas não assista uma comédia romântica esperando filme do Godard, não leia Meg Cabot esperando Saramago e tudo estará bem.

Prefiro não contar muito da história porque esses livros fofinhos tem de ser degustados, mas confiem em mim. É um doce de livro, principalmente pelas referências pop, as descrições de Paris e, óbvio, pelo romance. Como não se apaixonar por uma história de amor na cidade mais romântica do mundo?



"Isso é tudo que sei sobre a França: Madeline, Amélie e Moulin Rouge. A Torre Eiffel e o Arco do Triunfo também, embora eu não saiba qual a verdadeira função de nenhum dos dois. Napoleão, Maria Antonieta e vários reis chamados Louis. Também não estou certa do que eles fizeram, mas acho que tem alguma coisa a ver com a Revolução Francesa, que tem algo a ver como Dia da Bastilha." 

Love, Tary


P.S: A tradução e a revisão do livro pecam um pouco, nada que tenha me atrapalhado, mas ler o original deve ser bem legal.

*Fotos tiradas por mim

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Sobre estar em casa

Poderia falar sobre milhões de coisas. Sobre estágio, faculdade, ônibus (alguém já reparou o quanto eu cito essa palavra por aqui?), sobre a proximidade - e a crise - dos vinte anos, sobre sentir falta do melhor amigo que está no Canadá, sobre sentir falta das melhores amigas que moram aqui mas não converso há tempos, sobre o quanto almoçar sozinha no restaurante universitário é um porre, sobre minha recente vontade de comer sushi enlouquecidamente, sobre medo, sobre adaptações, sobre as preparações para os quinze anos da minha irmã.

Sobre andar sensível demais e chorando com qualquer coisa que envolva casais apaixonados (se for de velhinhos, a coisa piora consideravelmente), sobre passar por situações sem sequer registrá-las, sobre o final de semana que mudou a minha vida, sobre minha fé, sobre Deus, sobre a minha mãe, sobre o clima de deserto que faz em Campo Grande, sobre o último filme que assisti, sobre o último livro lido (que envolve Paris e um personagem de tirar o fôlego, mesmo sendo baixinho), sobre não ter tempo de fazer as unhas nem de tirar a sobrancelha (precisava compartilhar a vergonha), sobre uma conversa muito divertida no Skype com minhas amigas blogueiras, sobre querer muito mudar o layout do blog mas morrer de preguiça só de pensar.

Sobre meu amor por novelas rurais de época, sobre minha fobia com convites de última hora, sobre conformismo, sobre 2011 estar sendo um presente na minha vida - apesar de tudo. Sobre o quanto pessoas volúveis me irritam, sobre chocolate, sobre coca-cola gelada, sobre comida árabe com limão, sobre sempre esquecer de comprar marshmallows, sobre encontrar felicidade na solidão, sobre amor, sobre meu sono desregulado.

Sobre me envergonhar ao cair no sono durante as aulas, sobre indecisão, sobre dúvidas, sobre exigir demais de mim mesma, sobre escolhas, sobre arrependimentos, sobre mudanças, sobre fases complicadas que sempre me atingem, sobre achar que minha pobre bolsa comporta as bugigangas socadas dentro dela, sobre não lembrar da última vez em que me maquiei para sair (e isso é uma coisa que eu adoro), sobre não ansiar nadinha pela volta às aulas no Inglês.

Sobre a bagunça no meu quarto (e nos meus pensamentos), sobre ter pavor de me atrasar, sobre me sentir julgada, sobre querer escrever como se minha vida dependesse disso, sobre saudade, sobre coisas que aquecem, sobre coisas que machucam, sobre amor - de novo. Sobre mim, sobre os outros, sobre o mundo e sobre viver - com todas as dores e delícias que isso implica.

Poderia mesmo falar sobre todas essas coisas - de fato, sobre muitas delas, ainda vou -, mas percebo que já falei muito sem ao menos notar e aí prefiro deixar um certo mistério. Porém, vocês precisam saber que, no momento, quero estar em casa. E segundo o último livro que li, a palavra casa não é um lugar. É uma pessoa. 


Esse é o livro citado, Anna e o Beijo Francês. Amei tirar essa foto, o post sobre o livro sairá em breve.

Love, Tary

terça-feira, 26 de julho de 2011

Começos


Todo mundo sabe que começar assusta. Aquela angústia no peito, aquela ansiedade insistente. A coragem de todos os dias se evaporando diante do desconhecido. Uma dorzinha exposta no olhar, no mau-humor matinal e nas pernas formigando. A zona de conforto de repente arrancada e o controle da vida ameaçando escapar das mãos. Se todo dia representa um novo começo, por que o medo ainda se faz presente? Talvez ele seja uma espécie de proteção tentando revelar que o que é novo necessita de cuidados. O importante é que depois do começo, novas possibilidades aparecem, o hábito vem acompanhado da rotina e o medo inicial vai desaparecendo no ritmo certo. Não há espaço para preparação, basta pedir que os novos presentes da vida façam rir, aprender e ter certeza a respeito do lugar no mundo. Só resta respirar fundo e imaginar o que virá depois. 


Love, Tary

quinta-feira, 21 de julho de 2011

A louca das séries - parte II

Se já estava enlouquecendo por antecipação antes de começar a escrever esta segunda lista, imaginem a minha cara ao me deparar com um espaço em branco e várias séries implorando para serem incluídas? Que dó. Aproveitando minha recente decepção com a 2ª temporada de Glee e com a 4ª de The Big Bang Theory, vou ignorar os beicinhos das duas séries e retirá-las delicadamente da seleção. Que fique registrado, porém, que ainda não desisti. Quanto a True Blood, esperemos a 4ª temporada apresentar seu último episódio e depois manifestemos nossas opiniões. Por hora, melhor indicar apenas as sensacionais, deixando de castigo as que andam deixando a desejar. Explicações devidamente feitas, conheçam:

Minhas séries favoritas dos últimos tempos

Being Erica


Erica Strange tem 32 anos e uma vida ferrada. Sem namorado, sem emprego, família despejando cobranças e incontáveis arrependimentos na lista. No meio de tudo isso, um cara muito estranho com pinta de psicólogo (e fascinado por citações famosas) oferece uma espécie de "terapia" que consiste em voltar no tempo e fazer diferente. Ou seja, Erica tem a oportunidade de reencontrar todos os erros do passado e tentar consertá-los. Claro que muita coisa ainda dá errado de formas diferentes, mas a personagem sempre consegue aprender. É uma série bem de mulherzinha, pra assistir com a mãe (a minha adora!), suspirar e dar muitas risadas com as peripécias da protagonista. 

Community

Imagine um grupo de estudos repleto de gente diferente, onde um é mais doido que o outro, porém todos funcionam super bem juntos? Essa é Community, minha comédia favorita dos últimos tempos. Praticamente todo o santo dia lamento não ter um episódio novo para assistir (a série está em hiato até setembro, eu acho) porque essa é a minha mais recente (e obsessiva) paixão televisiva. Quem diz que "The Big Bang Theory" é a comédia nerd mais legal do mundo, nunca ouviu falar de Community. Não, você pode até não rir o tempo todo, mas se tiver o mínimo de referências da cultura pop, se divertirá horrores e se perguntará como eles conseguem escrever episódios tão geniais. Zumbis, RPG, citações de seriados ruins da tv, episódio em stop-motion, paintball, homenagem a Pulp Fiction, flashbacks hilários e outros complementos malucos: está tudo lá. Não desista nos primeiros episódios, a série só engrena na metade da 1ª temporada e na 2ª, vira a melhor coisa do mundo. Lamentável que premiações como o Emmy e o Globo de Ouro a ignorem completamente e indiquem tanto lixo.

Game of Thrones

No começo da temporada, achava Game of Thrones uma bagunça de muitos personagens que até justificava o hype na excelente produção, mas não conseguia cativar no que mais me apetece: a profundidade dos personagens. Lá pelo 5º episódio, no entanto, a série me conquistou completamente. O universo de GoT compreende sete reinos governados por um só rei. Óbvio que todo mundo ia querer um pedaço desse bolo, né? E é aí que precisa prestar atenção pra não se perder nos núcleos, já que a série possui vários clãs doidinhos pelo poder. Temos muito sangue, guerras, surpresas, alianças e como não poderia deixar de ser: uma boa dose de intrigas. Além de alguns elementos fantásticos rodeando tudo. Corre, que por enquanto só tem uma temporada com apenas dez episódios! Vale muito a pena.

Misfits

Pense no seguinte: adolescentes infratores que ganham super-poderes e estão pouco se lixando para salvar a humanidade! Eles querem mais é usar dos poderes para benefício próprio e isso é muito, muito legal.  Têm vários elementos trash, alguns episódios bizarros ao extremo, uma trilha sonora de explodir a cabeça de tão boa e é britânica. Puritanos, fiquem longe, aqui a coisa funciona mais ou menos à moda de Skins, mas com super-poderes e cada reviravolta mais animal que a outra. E, pelo amor de Deus, não me venha falar que não têm tempo pra assistir Misfits: a série têm apenas duas temporadas contendo seis episódios cada uma! 

Parks and Recreation

Sabe aquela comédia cuja propaganda passa direto na Sony e você nunca pensou em assistir por parecer chatinha? Assim começa minha história com Parks and Recreation, que na verdade é totalmente hilária. Conta a história dos integrantes de um departamento subestimado dentro do governo de uma cidadezinha ainda mais subestimada. Temos a vice-presidente idealista, o presidente que prefere comer um bife gigante do que atender os chamados da população, a estagiária que não faz absolutamente nada e por aí vai. Pode até não parecer engraçado, mas confie em mim: é de chorar de rir. Todo mundo critica a 1ª temporada, eu gostei bastante, mas admito que as duas seguintes são muito mais engraçadas. Recomendo muito!

The Vampire Diaries

O começo da 1ª temporada é horrível, a gente não aguenta mais histórias de vampiros e rola todo aquele preconceito com série da CW, mas gente eu juro pra vocês que The Vampire Diaries é muito boa. Principalmente por conseguir algo que a maioria das séries anda penando pra conquistar: fazer o telespectador mal poder esperar pelo próximo episódio. É muito divertida, os vampiros são vampiros de verdade - ninguém brilha no sol ou é mais duro de matar que o Bruce Willis -, as reviravoltas te deixam sem fôlego e eu adoro a ironia dos vilões Katherine e Damon, os melhores personagens da série. Larga de ser preconceituoso e vai se divertir.


Switched at Birth

Essa acabou de estrear e está na lista por um motivo muito simples: todo mundo merece uma fofurinha dessas na vida. A história das duas meninas trocadas na maternidade, criadas por pessoas totalmente diferentes e que resolvem unir as duas famílias para que todos se conheçam melhor simplesmente ganhou meu coração. Outro ponto positivo de Switched at Birth é abordar a deficiência auditiva, bastante negligenciada na maioria das produções. É um amorzinho!

The Big C


O câncer é uma doença terrível que já fez a minha família sofrer muito. Eu simplesmente odeio essa doença com todas as minhas forças. Quando fiquei sabendo que uma série da Showtime abordaria o assunto, relutei muito em assistir. Mas ouvi comentários do quanto  era engraçada, bonita e sutil. Calma aí, uma série sobre câncer contendo essas três características, como  assim? Pois te garanto, The Big C consegue compor esses três elementos de maneira perfeita. Tudo culpa da brilhante Laura Linney (O Show de Truman) e do resto do elenco que, entre outros nomes, conta com Gabourey Sidibe (Preciosa). Não tem nada de mórbido ou forçado, como cheguei a pensar. Risadas e lágrimas coexistem muito bem quando o texto e as atuações ajudam.

The Good Wife

Seu marido é um promotor famoso, sua família é linda e você é uma dona de casa feliz. De repente, o marido perfeito se mete num escândalo sexual e é preso por corrupção, as crianças surtam e você precisa voltar à profissão de advogada para sustentar a família. É isso o que acontece com Alicia Florrick, a protagonista de The Good Wife. E no meio dessa confusão toda com o marido (0 Mr. Big de Sex and the City), ela precisa pensar nos casos do escritório e aguentar os filhos chatinhos. Alicia é uma heroína. Ainda não acabei a primeira temporada, mas até agora não assisti nenhum episódio ruim da série. Assistam!

The Middle

O principal motivo para amar The Middle são os personagens. A família Heck é maluca, adorável, hilária e muito cativante. Eles são preguiçosos pra caramba, politicamente incorretos, mais quebrados do que tudo e se ferram tanto que chega a dar dó, mas são extremamente engraçados e peculiares. Impossível não se apaixonar por cada um deles. Especialmente por Brick, o caçula da família, aficionado por livros, completamente antissocial e fascinado por repetir a última palavra de suas frases sussurrando-as assustadoramente. Amo e nunca vou deixar de acompanhar as maluquices deles. 

Grey's Anatomy

Estou numa fase magoadinha com Grey's porque a última temporada me decepcionou um bocado (principalmente a season finale) e a criadora da série, Shonda Rhimes, anda negligenciando demais minha personagem favorita, a fodástica Dra. Miranda Bailey. Porém, nunca poderia deixar de citar os meus queridos residentes - no início, internos - do Seattle Grace. Sou completamente fissurada na dinâmica da série, adoro que os pacientes sejam uma metáfora em relação a vida dos médicos, amo até os mais chatos dos personagens e não dá pra negar: nenhuma série consegue fazer um episódio-evento tão bem quanto Grey's, basta assistir a finale da 6ª temporada. Mais que tudo, essa é uma série que nunca passa batida, sempre deixa uma reflexão.

Aos que chegaram até aqui, obrigada pela paciência e não deixem de conferir ao menos uma dessas séries excelentes, não vão se arrepender. Caso alguém se interesse, também vejo Dexter, The Walking Dead, Love Bites, Happy Endings e Modern Family. Ah, todas as comédias aqui indicadas não possuem as risadinhas de fundo que todo mundo parece odiar tanto (:

Love, Tary

terça-feira, 19 de julho de 2011

A louca das séries - parte I

Demorei bastante para escrever a respeito das séries favoritas justamente por passar tempo demais assistindo minhas séries favoritas. Sou completamente viciada nesse formato de contar histórias através de episódios de quarenta ou vinte minutos. Pensando bem, claro que eu sou. Caso contrário, por que veria 23 séries? Não há como negar: bons seriados se aprofundam muito mais no desenvolvimento de personagens do que filmes ou novelas. Por isso, quando a Renata me convidou a tagarelar sobre elas, mal pude esperar. O único problema foi decidir quais eram as preferidas. Não vou conseguir e pronto, desculpem. O máximo que posso fazer é dividir em dois posts, um contendo minhas séries favoritas de todos os tempos e outro que contenha as de ultimamente. E limite de quantidade? Não sei o que é isso. 

Minhas séries favoritas de todos os tempos


Todo mundo adora falar mal de Felicity, mas eu nem ligoesta sempre será a série que me fez gostar de séries e nenhuma outra jamais conseguirá competir com isso. Lembro de gostar desde o piloto, ficar curiosa com a garota de cabelos rebeldes recebendo um recado do garoto mais popular da escola em seu year book e mudando todo o curso de sua vida por causa disso. Ela toma coragem para se livrar dos pais opressores, vai fazer faculdade em New York, se apaixona, faz inúmeras burradas e amadurece à força. Era uma série simples, doce, sem acontecimentos bombásticos, mas com grandes citações, coadjuvantes inesquecíveis que me faziam rir horrores, chorar na mesma proporção e me apaixonar ainda mais a cada episódio. Simplesmente marcou a minha vida para sempre. Os medos, as dúvidas, a escolha da carreira, os sonhos, as decisões estúpidas. Quem nunca foi Felicity que atire a primeira pedra. 

Talvez eu tenha um fraco por séries protagonizadas por meninas com nomes exóticos, mas   Blossom é minha queridinha desde que eu tinha sete anos, assistia pelo o SBT ao lado da minha tia e esperava ansiosa pelos novos episódios. Como já escrevi aqui, a sitcom mostrava a vida de uma adolescente comum, inteligentíssima, nada bonita, mas com um coração enorme e uma família de dar inveja. Lembro de me arrumar para ir à escola enquanto acompanhava as desventuras dela, ria dos irmãos atrapalhados, do pai ciumento e da melhor amiga tagarela. Quando assisti novamente, no ano passado, me encantei de novo. Inesquecível.


Se existe uma série pra se recomendar sem medo de ser feliz, essa série é Gilmore Girls. Tenho pena de quem consegue não gostar da trajetória de Lorelai e Rory, das idas ao Luke's, das milhões de referência pop, do vício por café e de Stars Hollow, a cidadezinha mais simpática da televisão. Impossível não se emocionar com a relação das duas, querer ser amiga delas e participar de uma movie-night recheada de junkie food, tentando entender alguma coisa na rapidez daqueles diálogos. Gilmore Girls é apaixonante!


Você conhece outra série que faz rir há 40 anos? Provavelmente, não. Milhões de crianças cresceram assistindo e adorando Chaves. E mesmo sendo sinônimo de infância, Chaves é amado até hoje por ser inocente, engraçado sem fazer esforço e simplesmente adorável. Pobres das gerações que não conseguem ver graça no menino orfão desastrado, na garota levada de óculos e maria-chiquinha, no bochechudo mimado e em todos os outros personagens que fizeram dessa série tão especial para tanta gente. 


Como o próprio nome diz, The Tudors conta a história da dinastia que começa com o rei Henrique VIII, conhecido por ter se casado seis vezes, fundado uma nova religião pra validar um desses casamentos e mandado cortar a cabeça de duas das esposas. Gosto principalmente porque Henrique e suas esposas - em especial Ana Bolena - são meus personagens históricos favoritos, as interpretações são excelentes, a produção é muito boa e Jonathan Rhys Meyers é demais. Ele interpreta Henrique exatamente como deve ser: sedutor na mesma frequência em que é completamente desprezível. Pena que não continuaram a série, adoraria ver a saga de Blood Mary e Elizabeth I também. 


Se alguém me disser que não gosta de Friends, vou morrer de medo dessa pessoa. Sério. Pode até  não curtir o formato, se irritar com as risadas de fundo ou desgostar de algum dos personagens, mas se você não gosta da série, em si, existe algo de muito errado contigo, desculpa aí. É totalmente possível fazer maratonas infinitas e rir todas as vezes com as histórias desse grupo de amigos hilários. Aliás, se eu tivesse que escolher só uma série pra ver na minha vida inteira, seria Friends. E o Chandler é o melhor!


Todo mundo sabia que Skins daria as caras nessa lista, né? Desde os primeiros posts desse blog eu sempre deixei claro o quanto essa série é importante na minha vida. O fato de conter a minha personagem favorita de todos os tempos, Cassie Ainsworth, já diz muita coisa. Aliás, Skins é a única série não-cancelada que citei aqui, pois mesmo que as próximas gerações me decepcionem, vou me lembrar com carinho da primeira e da terceira. Sempre vou me lembrar do quanto a técnica e a trilha sonora são impecáveis também. Porém, mais importante que tudo, sempre vou me lembrar do quanto alguns desses personagens fazem parte de mim. Penso que se as pessoas têm um preconceito danado com Skins, ainda não se ligaram: é muito mais do que sexo, drogas e rock'n roll. Vida, amor e juventude à flor da pele. Isso é o que representa pra mim. 

Levei horas pra escrever esse post. Nem imagino quanto tempo vou demorar pra fazer o próximo. Quanto aos indicados, acho que Gab e Mayra iam gostar de responder. O combinado é listar as 10 melhores séries, mas podem roubar como eu fiz (:

Love, Tary

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Te guardo comigo, Harry

Apenas minhas sensações sobre o último filme e o fim da saga,  livre de spoilers.

Épica. Essa é a melhor palavra para descrever a segunda parte de "Harry Potter e as Relíquias da  Morte", mas mesmo assim não parece suficiente. Este poderia ser um texto repleto de interjeições - e palavrões começados com a letra "F", admito - por causa do filme, porém preciso manter o devido respeito e dizer apenas que este foi, acima de tudo, um verdadeiro presente para os fãs. Os que cresceram com Harry através dos livros, os que o conheceram depois de adultos, os que somente viram os filmes e os que relutaram em amá-lo, mas se apaixonaram perdidamente.  

Comprei meu ingresso na semana passada e não me preocupei em convidar ninguém pra ir comigo. Em parte porque a maioria dos meus amigos ou não gosta de HP, ou estaria trabalhando no único horário legendado e... em parte porque aquela era a minha despedida. Só minha. O mais maravilhoso de Harry Potter é que cada um tem a sua história com a saga. E por mais que algumas dessas histórias se assemelhem, cada um conhece a importância pessoal daquelas palavras repletas de magia, honra e amizade verdadeira. Só eu sei o que Harry representa na minha vida e por isso resolvi ir ao cinema sozinha na minha primeira estreia.

Mal dormi à noite, acordei doente, peguei dois ônibus, enfrentei fila e passei uma fome danada. Enfim, cansada, doente, faminta. Quando entrei na sala de cinema, todas as sensações se converteram em uma só: felicidade. Meu coração batia rápido e minha cabeça não parava de relembrar o motivo daquele momento significar tanto pra mim. E quando o filme começou, caramba! Quanta energia boa! A sala inteira vibrava e dava pra sentir a paixão de todo mundo que estava ali.  Nos momentos tensos, daria pra ouvir o barulho de um alfinete caindo no chão. Nos momentos de combate e aqueles momentos aguardados por tanto tempo, impossível não gritar e bater palmas feito criança. E, claro, impossível não chorar. Na metade do filme nem tentava conter: as lágrimas corriam livres pelo rosto. Lágrimas de emoção e, principalmente, de saudade.

O filme é lindo, forte, fiel, emocional, extremamente bem produzido e, assim como o livro em que foi baseado, se tornou meu capítulo favorito da saga. David Yates compreendeu  perfeitamente que mais que uma história sobre um universo fantástico, Harry Potter se sustenta em personagens incríveis que aprendemos a amar. Destaco então meus favoritos: Snape, Ron, Hermione, Luna, Neville, Minerva e o próprio Harry, o garoto que sempre viverá.  Não tenho críticas. Deixo as falhas pra quem quiser falar sobre elas, eu me reservo o direito de não reparar em nenhuma, achar tudo perfeito e chorar só de lembrar. 

Para algumas pessoas, o epílogo da série representa o fim da infância. Para mim, pelo contrário, mostra que a infância só termina se a gente se esquece dela. Posso não ter crescido com você, mas te guardo comigo, Harry. Sempre.




Love, Tary


P.S: Meus filhos vão ler Harry Potter.

domingo, 10 de julho de 2011

Sweet Memories

Eu sei que isso era pra ter sido postado no mês passado, mas né? Fiz uma bagunça e o vídeo ficou o próprio uma bagunça, mas tudo bem! Acho que tenho que fazer mais dessas coisas pra me acostumar e pagar menos mico, hahaha! Sejam fofinhos ou zoem meu sotaque nos comentários à vontade.


Ninguém sacou as referências no post passado e acho que ficaram curiosos: Lixo e Purpurina é um texto-diário do Caio Fernando Abreu. Bilhetinho Azul é uma música do Cazuza, que também é lembrado quando escrevi "exageros". "Acordo sem vontade de acordar" é a primeira estrofe da música. Ah, e o filme "Blue Valentine", cuja foto ilustrava o post ;)

Love, Tary

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Silly and lovely

Lixo, purpurina, bilhetes azuis e exageros. Acordo sem vontade de acordar e tenho medo do abrir de olhos significar uma nova batalha da qual não posso fugir. E sempre significa. O mundo inteiro sabe, o corpo avisa e os sonhos também. Sonho que estamos juntos, sua voz grave de beijos urgentes entrelaçando meu pescoço. Desperto mais viva do que nunca, mas ao mesmo tempo, prestes a morrer. Queria sorrir, fixar meu olhar no teu rosto queimado de sol, mas sempre desvio. Ríspida, séria, profundamente covarde. Enquanto tudo o que queria era sustentar meu olho no teu olho por tempo suficiente para descobrir se você também sente. Mas abraço a dúvida com as mãos trêmulas e busco meu caminho nas músicas sonolentas, nas olheiras de insônias vendidas e... em você. Na ideia perigosa do que poderia ser. In your silly and lovely smile.



Love, Tary

P.S: Beijo pra quem sacou as referências na estrofícula ;)