terça-feira, 30 de novembro de 2010

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Simplesmente feliz


Hoje assisti um filme que me fez refletir sobre muitas coisas, até tirei estes prints de uma das minhas sequências favoritas, pertinho do final. A verdade é que estou ensaiando aparecer há tempos e nunca imaginei - não mesmo - fazer isso depois de assistir "Simplesmente Feliz". Principalmente porque esta não é a fase mais simples nem mais feliz da minha vida.

"Simplesmente feliz" conta a história de Poppy, uma professora de 30 anos que está sempre sorrindo e, mesmo em situações adversas, não perde a alegria de viver. Sua bicicleta é roubada e não faz o menor escândalo, só se chateia por não ter tido tempo de se despedir e resolve aproveitar a situação para aprender a dirigir. Quando vê dois de seus alunos brigando, apenas pergunta se o garoto agredido está bem e se concentra no "valentão", tentando descobrir a origem de sua raiva. E no meio de tudo é confrontada pela irmã grávida e tem que conviver com um instrutor de direção amargo e pessimista, exatamente seu oposto. 

Querem saber a verdade? A alegria de Poppy irrita. Nos primeiros minutos é impossível conter o revirar de olhos e a vontade de desligar a televisão. E é por isso que jamais recomendaria sem reservas, afinal, "Simplesmente feliz" não é um filme para todos. Mas, honestamente? Deveria ser.  

Sob o disfarce de "comédia leve" se esconde um trabalho profundo que, além da felicidade, trata das escolhas que fazemos em nossas vidas depois de adultos, revelando sutilmente o quanto é difícil crescer sem perder a real essência, a personalidade. O quanto é difícil não se desculpar por ser quem é. E, finalmente, o quanto é difícil não ter vergonha de ser feliz mesmo que suas atitudes e sua maneira de encarar a vida sejam mal vistas pelos outros.


Tenho que discordar de Allison Reynolds. Quando você cresce, seu coração não morre. Existem mais responsabilidades, a visão das coisas muda, mas os sentimentos ainda estão lá e depende de cada um escolher a felicidade ao invés da amargura. Prefiro a visão de Poppy e sua amiga: É difícil ser adulto, é mesmo uma longa viagem, mas fazemos nossa própria sorte. Bom, alguns de nós. Outros deixam a oportunidade passar. 

"Está ficando tarde e eu tenho medo de ter desaprendido o jeito. É muito difícil ficar adulto."

"Eu tenho repetido que, no que depender de mim, me recuso a ser infeliz!"

(Caio Fernando Abreu)

Love, Tary