sábado, 18 de dezembro de 2010

O que ando fazendo nas férias

Além das festinhas de fim de ano - ando obcecada por festas do Hawaii -  e das minhas viagens seguidas pra Fátima do Sul - uma espécie de Stars Hollow sul-mato-grossense menos charmosinha -, ando aproveitando o tempo livre pra ler, assistir séries, ouvir músicas e tudo mais o que já faço o ano inteiro mas nas férias posso fazer sem culpa. Então, como eu sou muito legal - super - resolvi dividir com vocês e, quem sabe, sugerir coisinhas pra diminuir o tédio que sempre aparece nesse período.

Lendo...  Orgulho & Preconceito, Jane Austen 


Muitas pessoas morrem de medo dos clássicos, mas juro que o livro é simplesmente uma delícia de ler! É aquela coisa leve, linguagem elegantérrima com doses de sarcasmo e situações românticas nada forçadas ou melosas, prefiro mil vezes essas demonstrações sutis de afeto do que o ultra-romantismo da Emily Brontë, por exemplo. E não posso deixar de dizer: Mr. Darcy é muito amor pra um personagem só. Super adorando o livro. 

Ouvindo... Someone Like You, Adele


Eu amo a Adele. Muito. Só isso explica o fato de ter escutado "Someone Like You" - canção do novo álbum dela que sai em janeiro do ano que vem - pela milionésima vez consecutiva hoje.  Já escrevi sobre ela aqui, mas como sou uma mané pra falar das coisas que gosto, posso não ter sido suficientemente clara. Então dá uma escutadinha aí em cima e me conta se estou exagerando. Se não gostar dessa, faça um favor pelo resto da sua vida e escute as outras músicas da Adele. 

Assistindo... The.O.C.


The O.C. é outra série que se perdeu na minha vida e não poderia deixar de rever. Engraçado é que só fui   conquistada de fato no fim da segunda temporada e agora quero desesperadamente começar a próxima. Marissa pode ser uma insuportável com seus problemas nanicos e o Seth às vezes me irrita horrores com  seu egocentrismo. Summer pode ser fresca ao extremo e Ryan só sabe resolver as coisas através dos punhos. Admito, eles têm milhões de defeitos horríveis, mas não consigo deixar de torcer por eles nem por um episódio. Principalmente pelo Ryan, meu favorito, o menino introspectivo e monossilábico que, mesmo sem demonstrar direito,  realmente se importa. Não tem jeito, The O.C. é a mãe dos dramas teen atuais - Gossip Girl e 90210 super tentam beber nessa fonte -, adoro e sempre me divirto assistindo.

Mas se essa gripe maldita não me abandonar logo, vou acabar passando as férias inteiras bridgetjonesando! Mas que puxa!

É isso, espero que tenham gostado das dicas! Aproveitem as férias!

Love, Tary

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Sempre quis viver em Stars Hollow

Life is short, talk fast!

Sempre soube que Gilmore Girls seria uma das séries da minha vida. Desde quando tinha treze anos, assistia os episódios dublados no sbt junto com mamãe e achava o Jared Padalecki o cara mais lindo do mundo. Lembro de passar madrugadas inteiras rindo da Lorelai, torcendo pela Rory e me identificando com o vício delas por café, pizza e cultura pop. Porém, graças ao tio Sílvio e suas mudanças na grade, só assisti as duas primeiras temporadas e em horários muito absurdos. 

Em tese, essa seria a primeira série que eu baixaria na vida e assistiria todos os episódios compulsivamente quando tivesse uma internet boa o suficiente para tanto, mas eventualmente acabei me esquecendo das garotas Gilmore. Tudo mudou nesse fim de ano, baixei as duas primeiras temporadas e estou viciada de novo. Na verdade é como se estivesse assistindo pela primeira vez já que não lembro de nada e mudei totalmente meus conceitos: Jared Padalecki era um moleque de cabelos oleosos. Tristeza. Não me levem a mal, ele era e continua lindo combatendo demônios por aí, mas revendo Gilmore Girls não me pareceu tão deslumbrante como era aos meus treze anos. 

Tirando essa insignificante desilusão adolescente, a série continua tão genial quanto eu me lembrava. O roteiro é impecável, repleto de referências pop - de Xuxa a Oliver Twist -, Rory e Lorelai falam mais rápido do que qualquer ser vivente consegue, todos os personagens, mesmo os mais secundários, conseguem ser super cativantes e finalmente, Gilmore Girls possui a cidade fictícia mais legal do universo dos seriados: Stars Hollow é o lugar onde sempre quis viver, por mais urbana que eu seja. 

Não existe cidade mais charmosa, repleta de habitantes que dariam a vida uns pelos outros e que ainda pareça uma pintura durante o inverno. O tédio de viver numa cidade pequena não pode existir quando se têm um lugar como o Luke's, onde é possível se empanturrar de junkie food e obter conselhos amorosos ao mesmo tempo. Além dos eventos malucos de todos os anos - como concursos de dança e do melhor boneco de neve - e as festas maravilhosas organizadas por Lorelai e sua melhor amiga Sookie, a chefe de cozinha mais divertida de todos os tempos. 


Se você gosta de antiguidades, pode fazer negócios com a Sra. Kim - tomando cuidado para não ser enxotado de sua loja a vassouradas, claro - , se tem um fraco por livros peça um emprestado a Rory e se gosta de músicas, garimpe a coleção de cd's da Lane. Se nada disso bastar, ainda restam as noites de cinema verborrágicas e regadas a guloseimas na casa das Gilmore. Impossível uma cidade fictícia ser tão simpática quanto Stars Hollow!

Fora isso tem o fator identificação: falo rápido pra caramba, não saberia explicar nada sem minhas citações e referências pop, sou viciada em cafeína - em rehab, por causa da enxaqueca -, minha relação com mamãe é perfeita, tenho as crises nerds e o mesma compulsão por livros da Rory, vivo nomeando objetos inanimados tal qual a Lor, mega desastrada que nem a Sookie, meio enlouquecida com trabalhos feito a Paris e às vezes fico mais monossilábica e mau-humorada que o Luke. Alguma dúvida de que meu lugar é Stars Hollow e de que Gilmore Girls é uma das séries da minha vida? 

Férias = leitura, guloseimas e Gilmore Girls!

Love, Tary

domingo, 5 de dezembro de 2010

Nosso último semestre

Quinta-feira com vocês tem gosto de Sexta. Em meio a tweets-desabafo, batidinhas, vídeos (muito) embaraçosos, fofocas, coreografias horríveis, versões enroladas de Teenage Dream e risadas escandalosas, nós temos certeza de que nos divertimos horrores quando estamos juntas.

Tudo isso me faz pensar nos primeiros dias de aula, ano passado. Faculdade é diferente de escola, todos são desconhecidos, uns querem estudar, outros só pensam em curtir e muitas precipitações acontecem pelo caminho. Uns estão vindo de longe, deixaram o conforto da comidinha da mamãe em busca da realização. Uns  idealizavam a faculdade como sinônimo de independência e acreditavam piamente que aqueles seriam os melhores anos de suas vidas. E outros sabiam desde o primeiro dia que nem um ano de graduação teria o mesmo amor  e companheirismo presentes no Ensino Médio.

Foi assim: no meio de tanta gente eu encontrei vocês, entre tanta gente chata sem nenhuma graça... A partir daquelas primeiras impressões, alguma coisa aconteceu e, dali pra frente, nos tornamos inseparáveis. Alguma coisa deve ter se passado no universo para que eu e a Vivi (@vivianegomez) nos encontrássemos na faculdade depois de termos sido amigas durante a infância, estudado juntas e perdido o contato num espaço de quase 10 anos. Isso bastaria, mas escolher a mesma área de atuação e ainda morar no mesmo bairro? Coincidência demais pra acreditar que foi coincidência.

Não existem conversas nerds suficientes para nós, ficamos horas falando sobre os livros de Harry Potter, rimos do Sheldon de The Big Bang Theory e suspiramos pelos nossos vampiros favoritos da ficção. Isso quando não matamos aula pra ver filmes de mulherzinha e filmes cults bizarros, cumprindo nosso ritual involuntário: comer o barato do dia no Subway, garimpar livros na Leitura até o cinema abrir, ver o filme e, por último, aquela passadinha nas Lojas Americanas pra dar uma olhada nos dvd's. 

E o que dizer da minha irritante, porém adorável, Ariadine? Será por acaso ela morar na rua atrás da minha "humilde residência"? Campeã na arte das gírias regionais e dos palavrões por segundo, ela é aquela amiga que chora junto quando se têm problemas, cozinha pra você e faz o melhor brigadeiro do mundo. Vou sentir a maior falta de, todos os dias, te ouvir falando de The Corrs, rir dos seus tremeliques e do seu - muito característico - arregalar de olhos.

Ah, mais do que tudo, vou sentir saudade de brigar com você por causa dos trabalhos do Zanatta *.* Mentira, vou sentir saudade de brigar com você por causa de qualquer trabalho! Hahaha! Não, falando sério agora, não sei o que farei sem as nossas conversas bobas sobre qualquer coisa durante as aulas. Por isso, sempre conte comigo para comer brigadeiro e assistir o mais novo filme da Rachel McAdams, com lágrimas ou sem elas. 

Foram só dois anos, mas pude contar com vocês pra tudo e sei que ainda posso, afinal, a Ari mora praticamente do lado da minha casa e as caronas da Vivi continuam. Espera, elas continuam, né amiga? *medo mortal* 

Vocês e a Thê (@_MaritheLopes) - nossa baixinha absurdamente querida, patrocinadora de lanches para famintos e desenhista oficial de árvores incríveis, que vai ficar no jornalismo comigo e merece um post só dela também - fazem dos meus dias muito felizes e, podem ter certeza, amo muito, muito, muito vocês - muito mais do que o tamanho do universo. Fiquem certas, Ari e Vivi, de que serão ótimas publicitárias: não precisaram fazer esforço algum para persuadir meu coração a acolher vocês para sempre. 

Love, Tary

terça-feira, 30 de novembro de 2010

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Simplesmente feliz


Hoje assisti um filme que me fez refletir sobre muitas coisas, até tirei estes prints de uma das minhas sequências favoritas, pertinho do final. A verdade é que estou ensaiando aparecer há tempos e nunca imaginei - não mesmo - fazer isso depois de assistir "Simplesmente Feliz". Principalmente porque esta não é a fase mais simples nem mais feliz da minha vida.

"Simplesmente feliz" conta a história de Poppy, uma professora de 30 anos que está sempre sorrindo e, mesmo em situações adversas, não perde a alegria de viver. Sua bicicleta é roubada e não faz o menor escândalo, só se chateia por não ter tido tempo de se despedir e resolve aproveitar a situação para aprender a dirigir. Quando vê dois de seus alunos brigando, apenas pergunta se o garoto agredido está bem e se concentra no "valentão", tentando descobrir a origem de sua raiva. E no meio de tudo é confrontada pela irmã grávida e tem que conviver com um instrutor de direção amargo e pessimista, exatamente seu oposto. 

Querem saber a verdade? A alegria de Poppy irrita. Nos primeiros minutos é impossível conter o revirar de olhos e a vontade de desligar a televisão. E é por isso que jamais recomendaria sem reservas, afinal, "Simplesmente feliz" não é um filme para todos. Mas, honestamente? Deveria ser.  

Sob o disfarce de "comédia leve" se esconde um trabalho profundo que, além da felicidade, trata das escolhas que fazemos em nossas vidas depois de adultos, revelando sutilmente o quanto é difícil crescer sem perder a real essência, a personalidade. O quanto é difícil não se desculpar por ser quem é. E, finalmente, o quanto é difícil não ter vergonha de ser feliz mesmo que suas atitudes e sua maneira de encarar a vida sejam mal vistas pelos outros.


Tenho que discordar de Allison Reynolds. Quando você cresce, seu coração não morre. Existem mais responsabilidades, a visão das coisas muda, mas os sentimentos ainda estão lá e depende de cada um escolher a felicidade ao invés da amargura. Prefiro a visão de Poppy e sua amiga: É difícil ser adulto, é mesmo uma longa viagem, mas fazemos nossa própria sorte. Bom, alguns de nós. Outros deixam a oportunidade passar. 

"Está ficando tarde e eu tenho medo de ter desaprendido o jeito. É muito difícil ficar adulto."

"Eu tenho repetido que, no que depender de mim, me recuso a ser infeliz!"

(Caio Fernando Abreu)

Love, Tary

domingo, 17 de outubro de 2010

Saldo dos últimos dias

+ 1 blusa fofinha
+ 1 jeans 
+ 1 perfume novo
+ 1 vestidinho baphônico
+ 3 dvd's  - Antes do Amanhecer, Frida e Simplesmente Amor
+ 3 livros - Messalina, Antes de Morrer e O Livro de Ouro da Mitologia
+ 1 pacote de tubes 
- 1 pacote de marshmallow
+ 2 idas ao cinema - Comer, rezar e amar & A Lenda dos Guardiões
+ 3 maratonas de séries - The Middle, Friends e Dexter
+ 1 noite do pijama 
- 1 emprego 

Tenho vinte reais na carteira, estou sem emprego desde a penúltima sexta-feira - o que não é algo que eu queira comentar, apesar de ter levado melhor do que imaginava - e, óbvio, abandonei o blog. Tem sido muito mais fácil ligar o computador apenas para ver séries incríveis que me fazem esquecer meus sentimentos bagunçados do que escrever sobre eles. E eles estão mesmo uma bagunça. Por isso não briguem comigo se eu me esquecer de passar por aqui e responder comentários - ainda mais com o fim do semestre e do ano (graças a Deus!) se aproximando. Mas juro que vou tentar voltar direitinho mesmo que demore um pouquinho. Preciso parar de escrever em post-its e organizar minha vida de verdade. 

Love, Tary

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Me bateu uma vontade de...


Tomar banho de chuva. 
Mesmo que o clima aqui não esteja colaborando.


 Tirar fotos idiotas com as velhas amigas
Que saudade delas!


Sujar os pés na lama.
Pra lembrar como é se sentir totalmente livre.


Dançar, dançar, dançar.
Até o rosto avermelhar e os pés se encherem de bolhas.


Viajar e fotografar.
Como se não houvesse amanhã.

Ler no parque.
Pegar todos os livros não lidos da estante e...voilá!

Balançar e observar.
Mesmo que digam que não tenho mais idade pra isso.

Rodopiar.
Até ficar tonta, perder a noção da realidade e mergulhar na fantasia.

Dormir sem hora para acordar.
Que é o que eu mais preciso fazer no momento.

Olhar o céu por horas.
Sem me importar que os olhos míopes turvem e a enxaqueca apareça.

Ver coisas que os outros não conseguem.
E me sentir visionária.

Me sentir plenamente feliz.
Sabendo que preciso de bem pouco pra isso. 

Ou na verdade,
Sabendo que às vezes não preciso de nada.

Love, Tary

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Meus dezenove!



Hoje é seu aniversário. Dezenove anos, a última chance antes dos vinte adentrarem sua vida e saírem  só para dar lugar aos trinta. Não tente esconder: está ficando velha, querida. Você achava  mesmo que aos dezenove saberia dirigir, estaria noiva, moraria sozinha e teria um cachorro? Não, ainda não. Mas você tem um emprego, está estudando o que gosta - mesmo com crises esporádicas  -,  ainda têm amigos verdadeiros e uma família incrível.  E o que mais? 

Roupas jogadas pelo quarto. Cartas coladas na parede lilás e espalhadas na terceira gaveta do armário. Muitos livros organizados na estante. Filmes que sua natureza possessiva obrigou a comprar. Fotos nos porta-retratos. Desenhos escondidos do resto do mundo. Poucos CD's ouvidos milhares de vezes. 

Nascimento da irmã. Quinze anos. Formatura. Faculdade. Trabalho. Perdas e vitórias. Tombos e lágrimas. Namorados e beijos. Amigos e desafetos. Provocações e vontades. Rodopios e vertigens. Dores e pessoas. Família e você. Seus céus de Legião. Seus chocolates de Cazuza. Sua infância de Blossom. Seus heróis de James Bond. Seus sonhos de Felicity. Suas memórias de Snoopy. Seus fones de ouvido de She & Him.  Dezenove. Uau.


Love, Tary

domingo, 12 de setembro de 2010

Giz


Você está com a cara vermelha, marcada das muitas risadas do dia, entra no carro e comenta sobre as histórias engraçadas que ouviu. O carro estaciona  em frente a uma floricultura e você prefere ficar sozinha, está despenteada, cansada. Desliga o rádio porque, né, ninguém é obrigada a ouvir músicas  sobre tapas e beijos depois de um dia inteiro de trabalho.

Pega seus fones de ouvido, companheiros de ônibus lotado, de aulas repetitivas, de tardes ensolaradas de um janeiro que já foi e de um dezembro que nunca será. Engraçado como esses fones de ouvido agora têm sido seus amigos, antes você preferia um bom livro, um filme da sua diretora favorita, mas agora anda com eles pra cima e pra baixo, cantarola baixinho e pronto, está em  casa, está segura.

Mas, de repente, enquanto você está naquele carro com a janela escancarada, sentindo uma brisa suave no rosto, uma música  surge. E, ali, ao lado da floricultura, perto de rosas, gerânios, perto dos lírios - seus favoritos -, sente seus olhos queimarem. São lágrimas aprisionadas - no olhar e no peito -  elas não rolam pelo rosto e não acalmam o coração, só doem. "Mas tudo bem", diz a canção. E você se esforça para acreditar.

Desenho toda a calçada
Acaba o giz, tem tijolo de construção
Eu rabisco o sol que a chuva apagou
Quero que saibas que me lembro
Queria até que pudesses me ver
És parte ainda do que me faz forte
E, pra ser honesto,
Só um pouquinho infeliz
Mas tudo bem, tudo bem
Giz, Legião Urbana
 
Love, Tary

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

10 coisas, selinhos e blogs

Aproveitando que recebi dois selinhos das queridas Kelly e Hoho'n (muito obrigada, meninas!), vou me redimir de não ter participado do #blogday e, de quebra, cumprirei a regra do primeiro selinho: dizer 10 coisas sobre mim. Primeiro, os mimos:


10 coisas sobre mim

1) Nunca quebrei um osso sequer, mas já devo ter ralado até a testa. Isso mudou um pouco do 2° ano pra cá, mas eu VIVIA caindo e, ocasionalmente, derrubando a pobre amiga do meu lado.

2) Eu amo fazer listas - mesmo sendo péssima nisso - e todos os anos faço uma de presentes de aniversário e só mostro quando alguém insiste. Na verdade, gosto de organizar meus desejos de consumo em ordem de importância pra não sair comprando coisas inúteis. Não que isso aconteça muito, porque quando estou deprimida compro livros como se não houvesse amanhã e bom, livros nunca são inúteis.

3) Falando nisso, sou maluca por livros e DVD's. São os presentes perfeitos pra mim. Não posso entrar nas Lojas Americanas ou na livraria do shopping sem PRECISAR de algo. Aliás, quando saio dessas lojas sem nada, me sinto a rainha do auto controle. Juro.

4) Já estudei com uma pessoa que se tornou MUITO famosa. E isso ainda me parece estranho e engraçado. Imagine a pessoa que senta ao seu lado na sala de aula sendo perseguida por fãs histéricos na  TV . Imaginou? Engraçado? Pois é!

5) Minha cor favorita é lilás. Meu vestido de 15 anos foi lilás, meu quarto é lilás e, provavelmente, metade das minhas roupas também. Confesso que tenho um pouco de "ciúmes" quando alguém compra alguma coisa lilás que não é pra mim. Não é à toa que, na minha família, a cor é conhecida como "da Tary".

6) Meu livro favorito de todos os tempos - entre muitos - é A Menina que roubava livros, mas eu poderia ficar horas falando sobre Clarissa, Meu Pé de Laranja Lima, Aos Meus Amigos, Antes de morrer, Eu sou o mensageiro (...). Com filme é a mesma coisa,"O Mágico de Oz" ganha por ser meu preferido desde que me entendo por gente, mas a lista é interminável. Quando se trata de seriados é diferente, Felicity é a série da minha vida e acho difícil que outra supere - ahá, posso jurar que muitos apostavam em Skins!

7) Eu definitivamente me casaria com: Mark Ruffalo, Jude Law, Louis Garrel, Henry Cavill, Jim Sturgess, John Mayer, Jonathan Rhys Meyers, Nicholas Hoult, Ewan McGregor, Joseph Gordon Levitt (...) Polígama, eu? Isso porque não mencionei os personagens, né.

E quem pode me culpar?

8) Sou uma pessoa estranha quando se trata de música. Tenho minhas fases musicais e outras nem tanto, mas pode ter certeza, sempre estarei escutando: Cazuza, Legião Urbana, Adele, John Mayer (apaixonada  <3), She & Him, Amos Lee, Norah Jones, Verde Velma (hum, merece um post), Mandy Moore, Leoni, The Beatles + a trilha de Across the Universe, Switchfoot, Lifehouse, Nando Reis, Rita Lee, Frejat (...)

9) Reparo muito nos detalhes da vida. O céu, folhas, pessoas, sons da natureza. Por causa disso preciso sempre me manter atenta. Caso contrário, acabo esquecendo tudo, descendo no ponto de ônibus errado, confundindo pessoas.

10) Minha miopia (e astigmatismo) já me fez pedir desculpas por esbarrar num MANEQUIM DE LOJA. Ou seja...

10 blogs queridos e recomendados

Esses são blogs que adoro e visito bastante, sempre à procura de novos posts. Pessoas, sintam-se à vontade para postar os selinhos e as dez coisas sobre vocês!


Love, Tary

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Antes de se apaixonar

Um filme, para mim, se torna favorito quando não consigo tirá-lo da cabeça por dias (ou meses, ou anos) e preciso contar a todo mundo o quanto é imperdível. Antes do Amanhecer e Antes do Pôr do Sol são assim. Se você não assistiu ainda não viveu - ignorem esses exageros clássicos da minha personalidade, mas não retiro o que disse.

Antes do Amanhecer (Before Sunrise - 1995)

Um trem. Um casal. Viena. Um poema. Vinho no parque. Beijos. Amor possível e impossível ao mesmo tempo. Jesse e Celine se sentam um ao lado do outro por acaso naquele trem. Ela, francesa. Ele, americano. Ambos nos seus 20 e poucos anos, cheios de sonhos, desejos e juventude. Entre olhares disfarçados, ele pergunta qual livro ela está lendo e ela devolve a pergunta, assim começa a história. Eles começam uma daquelas conversas intermináveis, aquelas conversas que você sente o coração pular porque sabe que não são apenas conversas casuais. Então, o trem desembarca. Jesse ficará em Viena e Celine voltará a Paris. Ambos ficam magoados por terem de se separar e interromper aquele "Talvez", aquele "E se..." Jesse então convida Celine para continuarem se conhecendo em Viena e ela aceita. Amor verborrágico. O que eles vivem antes do amanhecer todos gostariam de experimentar ao menos uma vez.

Antes do Pôr do Sol (Before Sunset - 2004)

Reencontro. Um livro. Uma canção. Paris. Lágrimas. Confissões dentro do carro. Vidas que prometeram. Mãos. Um "I know" que estremece. Noves anos se passam. Nove anos que foram. Nove anos que não foram. Nove anos depois da promessa que Jesse e Celine fizeram: um novo encontro naquela estação de trem. Promessa feita entre beijos, lágrimas e esperança. Agora nós sabemos que a promessa foi desfeita, mas queremos os motivos. A conversa entre eles flui como se não tivessem se passado nem dois meses e as provas de que nunca se esqueceram estão em toda a parte. Eles estão mais maduros, mudados, mas ainda sonham. Sonham antes do pôr do sol.

Claro que muitos odiarão os filmes - como assim eles só conversam e andam o tempo inteiro? -, mas quem gosta de diálogos inteligentes vai se encantar e desejar um amanhecer e um pôr do sol como o que eles tiveram. Roteiros excelentes, interpretações absurdas de Ethan Hawke e Julie Delpy (aliás, eles nem parecem que estão atuando tamanha a naturalidade em cena), direção impecável de Richard Linklater. Viena, Paris. E o amor. Aquele antes de se apaixonar que marca para sempre. E se o terceiro filme contando a história de Jesse e Celine sair do papel, estarei lá. Pipoca na mão, sorriso de expectativa e olhos marejados de quem sempre esperou pelo próximo Antes.

Love, Tary

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

People always leave


Se tem uma coisa que aprendi vendo One Tree Hill foi essa: "People always leave". Claro que depois também aparece um desenho com "Sometimes they come back" na série, mas isso não muda o fato de que um dia, invariavelmente, todo mundo se separa.Pode ser um se mudando para outra cidade, aquela sua amiga de décadas se matando pra passar em Medicina e não tendo tempo para nada ou a sua turma integrada da faculdade que logo vai se dividir. O fato é que pessoas vêm e vão, não tem jeito. É por isso que, depois de muito levar na cabeça, fiquei meio blindada quando se trata de separações. Sofro no primeiro instante, sinto dor, choro, mas acabo sempre superando. Acho que é porque meu otimismo sempre ganha do pessimismo. Enquanto o último insiste em dizer "People always leave", o outro sempre se adianta em retrucar: "Sometimes they come back..."

Love, Tary

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Mudanças? Talvez.

Está indo em busca do Talvez, Felicity?

Quando sua vida muda, parece que alguma coisa dentro de você desperta. Podem reparar, no exato momento em que algo exepcional te acontece, uma tênue e aguda dor perpassa pelo corpo. Não é uma dor ruim - por mais estranho que isso possa parecer -, mas um sentimento tão vísceral, tão estridente que é impossível não sentí-lo fisicamente, como se fosse um beliscão atrevido dado pela vida.

Uma perda de fôlego combinada com uma vontade de ficar - e sorrir - e - de chorar -, fugir. Vontade de encarar o novo e vontade de enfiar a cabeça na terra como fazem os avestruzes. Eu sinto essa dor, sinto medo e ansiedade. Sinto misturas. Misturas de coisas que nem sei o nome. Fico analisando as possibilidades, prevendo o futuro, revendo o que já passou.

Sou tão Felicity que até assusta. Ela era assim, lembram? (A Lari eu sei que sim!) Analisava cada passo, cada desvio de cabeça, cada meio sorriso, cada olhar perdido, cada risada alheia. E não importava o quanto fosse inteligente médica-artista-gerente de café, sempre fazia escolhas erradas: quando o Ben a queria, ela queria o Noel. Quando o Noel a queria, ela queria o Ben. Quandos os dois a queriam, preferia ficar sozinha ou com alguém do lado de fora do triângulo. Mesmo quando estava feliz vinham as dúvidas, os medos que ela gravava em fitas, pedindo os conselhos de Sally.

E é aí que eu sou menos Felicity, ela dizia que gravava seus pensamentos em fitas porque se expressava melhor, dizia tudo sem freios e não tinha tempo de se arrepender. Eu, não. Estou em tudo o que escrevo. É nas palavras que consigo ser quem sou de verdade.Agora estou falando em palavras porque percebo mudanças também nelas. O que eu sinto por dentro se reflete nas pontas dos dedos que tocam as letras e as transformam nessas palavras tão minhas, tão "mim", tão agora e tão talvez.

Falando nisso, vocês já sentiram vontade de talvez? Eu sinto uma vontade louca disso. O Talvez para mim é quase um mistério personificado - por isso a letra maiúscula agora. Uma condição que quero, desprezo, preciso, digo, tenho e até persigo. Será que existe um Talvez esperando que eu o transforme em "Sim"? Como essa carta que escrevi uma vez. Nela, a "Solidão" era remetente e o "Futuro", destinatário. A pobre Solidão pedia ao Futuro que quando chegasse apenas mudasse seu triste nome. Simples assim. Como se uma simples mudança de nome, transfigurasse tudo.

As mudanças são de dentro para fora, de fora pra dentro. Trazem dor, guerra, lágrimas, beijos, paz, coragem. Trazem Solidão e Futuro. Também trazem Talvez. E talvez, até tragam "Sim". Quem sabe?

Love, Tary

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Sou todas elas

Se tivesse saído de uma obra de ficção, eu seria parecida com elas:

Clarissa, personagem de Erico Verissimo.

Só me falta o um Vasco. 

Felicity Porter, de Felicity.

Só me falta um Ben e um corte de cabelo drástico.
Cassie Ainsworth, de Skins.

Só me falta um Sid e muita coragem (ou muito medo).

Jenny, de Educação.

Só me falta Paris.

Alice, a do País das Maravilhas.

Só me falta achar o Coelho Branco.

Dorothy Gale, de O Mágico de Oz.

Só me falta encontrar o caminho de volta para casa. E, ah, me falta um Totó também.

Celine, de Antes do Amanhecer e Antes do Pôr do Sol.

Só me falta um Jesse. E Viena. E Paris. E um livro escrito em minha homenagem.

Claire Colburn, de Elizabethtown

Só me faltam as conversas intermináveis ao telefone.


Mia Thermopolis, personagem de Meg Cabot.

Só me falta ser princesa. E ter um Michael Moscovitz.

Luna Lovegood, de Harry Potter

Só me falta a magia.

Outro dia explico melhor.

Love, Tary

Todas as imagens foram retiradas do We Heart It.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Rodopios alterados

Tem gente que entra na faculdade e pensa que tudo serão flores. Todo mundo vai ser amigo e todos vão ser unidos como no tempo de Ensino Médio e quando chegar a época de formatura a galera toda vai se juntar e conversar sobre o quanto aquele tempo valeu a pena. Eu era uma dessas pessoas. Eu realmente pensava que a minha turma da faculdade seria igual - ou pelo menos parecida - a do terceirão. Cara, como eu fui otimista. Bom, eu sou otimista, mas não era para tanto.

Pode até ser que a sua sala da universidade seja a mais unida do mundo e que você super se revolte e discorde horrores do meu post, mas a única experiência que tenho é essa e por mais democrática que eu seja, é só da minha experiência que posso falar: eu sinto a maior saudade da escola. Pronto, falei.

Não quero desmerecer os amigos incríveis e as pessoas maravilhosas que conheci no curso, porque eu juro que, além do meu sonho de ser uma profissional graduada, é só por eles que acordo todos os dias e tenho ânimo de ignorar o zum zum zum da sala e me concentrar nos meus objetivos.

Tudo isso estava me deixando triste, triste, triste. Estava me sentindo tão feliz no começo do ano! Era quase inacreditável essa infelicidade toda que teimou em me invadir no segundo semestre de 2010. Incontáveis os mililitros de lágrimas que derramei, as noites insones, as vezes que o colo da minha mãe foi a única saída, os momentos que pensei em trancar a faculdade, desistir de tudo. Pensei que não iria aguentar.

Mas agora... Caramba, tudo melhorou tanto! Primeiro de tudo: arranjei trabalho como estagiária de um Jornal. Pode ser cedo pra dizer isso, mas eu estou adorando! Meus colegas de trabalho são fofos, preocupados e engraçados. Escrever as matérias tem sido bem tranquilo, já que adoro dedicar meu tempo à escrita... E mesmo nas horas de correria, uma voz na minha cabeça diz que vou conseguir. Além disso, estou fazendo Inglês aos sábados. Para mim, estudar a língua inglesa é um prazer! Queria que todas as matérias da faculdade fossem assim, uma delícia de aprender! A faculdade, bom, estou gostando bastante da grade desse semestre e aproveitando os últimos momentos com meus adorados amigos de Publicidade e Propaganda, já que nos restam apenas uns três meses juntos.

Agora, minha rotina é a seguinte: Um ônibus para ir à faculdade, dois ônibus para vir ao trabalho, lá pelas 18:00 vou pra casa e... Bom, depois de chegar em casa famintíssima - essa palavra existe? - tomo banho, janto e mal tenho tempo secar o cabelo antes de cair na cama. Aos sábados, inglês de manhã, tarefas, trabalhos, família, festas, um pouquinho de internet... A única coisa que me deixa triste é não ter muito tempo para ler e ver meus filminhos, mas vou ajeitar minha agenda - ui, quem vê até pensa que sou importante - pra encaixar essas duas paixões. Também não vou ficar blogando com frequência, porém, estarei sempre por perto. Mas, ei, quem está reclamando? Eu estou feliz e é isso que importa!

Love, Tary

P.S: Para os curiosos quanto ao post anterior, é uma história baseada em fatos reais. Reais e muito, muito antigos ;)
P.S²: Adoradas que não me deixaram desanimar: Gio (Maninha), Nil (Mammys), Ari, Thê, Bella e Vivi.
P.S³: Assim, por causa da nova rotina, vou demorar um tiquinho pra responder todo mundo. Quando tiver um tempinho livre, faço isso.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Amor que queima

Ele segurou as pontas dos meu cabelos. Segurou e roçou os dedos neles como se fossem valiosos, como se fossem fios de ouro. Não me olhava nos olhos e agradeci por isso - meus olhos ardiam, me entregavam -, só olhava para os meus cabelos com uma expressão tão doce, tão chocolate com morango, que eu quis experimentar. Quis provar daquela expressão. Quis provar dele inteiro. 

Então percebi seus dedos, seus olhos, sua boca em meu pescoço. Ele piscou na minha nuca, beijando devagar, o que provocou cócegas, arrepios, talvez até uma surdez momentânea. Mal tive tempo de me recompor, ele me olhou nos olhos. Tentei esconder a paixão neles, mas não consegui. Nem ele.  

A mesmíssima paixão estava em sua íris, sua pupila, estava até nos cílios que antes haviam acariciado minha pele. Percebi que ele ia dizer alguma coisa - ainda apertava meus cabelos, a mão livre colada em minha cintura -, me preparei para ouvir. E quando ele finalmente disse, meu corpo me traiu completamente: tremi. 
- Amor, amor que queima.

Love, Tary

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Etapas importam

Em todos os momentos complicados da minha vida, fico repetindo alguns mantras que se não ajudam de fato, pelo menos permitem que eu pare, respire e desabafe. De todos eles, acredito que o mais famoso seja o seguinte: "Queria dormir e só acordar no Natal." É. Ok, vamos admitir que seria de fato prazeroso não ter de passar por todas as provas, desgastes, sofrimentos e angústias de um ano inteiro e acordar apenas na minha data favorita do ano, mas será que eu nunca parei para pensar nas coisas que perderia? Nas pessoas que deixaria de conhecer, nas experiências que deixaria de viver, nos ensinamentos que jogaria fora?

Tudo isso me lembra Click, comédia estrelada por Adam Sandler em 2006. No filme, Michael Newman, o personagem de Sandler ganha um controle remoto universal que lhe possibilita o comando total de sua vida, avançando e voltando no tempo conforme suas vontades. Inicialmente, Michael se diverte com a bugiganga, afinal, quem não quer ultrapassar os momentos chatos e difíceis da vida, não é mesmo? Mas é óbvio que o lazer dura pouco. O personagem passa a viver no piloto automático, excluindo as pessoas que ama, se direcionando para o fim de sua vida sem perspectivas, sem aprendizados, sem saber o que esperar.

- Eu tenho o poder, cara!!!! - É... não.

Certamente que todos gostariam de não sentir dor, de não passar por momentos constrangedores e chatos, de poder controlar o tempo, o espaço, a memória. Sempre pensamos e desejamos obter o total controle de nossos destinos, mas pular etapas não é um bom negócio e não corresponde a ordem natural das coisas.

Lembro de um episódio de Grey's Anatomy onde Abigail Breslin interpretava uma garotinha que não sentia dor física e, por consequência, não sabia quando tinha algo errado em seu organismo, o que causa hemorragias internas e um caos em seu corpo.  Na sala de operação, a sempre sábia Dra. Bailey - minha  personagem favorita na série - diz uma frase que ilustra perfeitamente a importância de deixarmos as coisas acontecerem: "As pessoas se esquecem de que sentimos dor por um motivo". Verdadeiro, hein?

Acredito que cada segundo de nossas vidas tem um propósito maior do que apenas existir, todas as etapas são importantes. Talvez dormir e acordar no Natal não seja um escape dos acontecimentos ruins, mas uma fuga covarde. O mantra continua, mas apenas da boca pra fora, não é preciso pular etapas para ser feliz.

Love, Tary

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Algumas verdades sobre mim

Tenho um medo enorme dos leitores do blog acharem que sou sempre um ser rodopiante, alegre vinte e quatro horas por dia, totalmente doce, uma verdadeira fada cintilante. Ora, não é bem assim. Estou anos-luz de uma ninfa vestida de seda. Falo palavrão, me arrependo, me auto-critico com uma frequência que beira a neurose, sou chata. Muito, muito chata. Pela manhã, chego ao insuportável. Na TPM, não sou a melhor pessoa do mundo pra se morar junto. Odeio ser acordada. Vou ouvir suas críticas e tentar melhorar, mas ficarei triste por um bom tempo, pensando no que tenho de errado e me martirizando com isso. Não, não absorvo críticas com facilidade, sofro com elas.

Se você for meu amigo querido ou familiar próximo e falar alguma coisa errada na minha frente, vou te corrigir, exatamente por não querer que estranhos o façam. Tenha em mente que posso ser ferina, posso ser cruel. Posso machucar com minhas palavras, mas saiba que nunca farei isso de má fé. Fico enfurecida quando me tiram pra otária, quando me ignoram gratuitamente, quando me lembram dos meus erros como se isso fosse divertido, quando me humilham. Não consigo tolerar brincadeiras idiotas justamente porque houve um tempo em que as tolerei demais. Às vezes me assusto com minha frieza e às vezes me pego sendo egoísta. Às vezes sou tão sensível que fico sem saber como agir.

Não gosto que zombem dos meus sonhos, das minhas enxaquecas, das coisas que acredito. Se você tiver amor à vida, tratará minha irmã e meus amigos absurdamente bem. E se quiser fazer um trabalho comigo, tenha a certeza de que vou me esforçar ao máximo pra tirarmos a melhor nota do mundo, mas prepare-se para mau-humor, perfeccionismo crônico, cobranças, auto-cobranças e eventuais discussões. Em alguns momentos simplesmente "não vou com a cara" das pessoas e, por incrível que pareça, dificilmente estou errada no meu julgamento. Odeio telefone com todas as minhas forças. E ok, sou viciada em Internet, mas tenho uma vida, não se atreva a dizer que não tenho. Se eu estiver apresentando um trabalho importante e começarem a rir e conversar, vou pedir silêncio com a menor delicadeza possível, não consigo tolerar desrespeito. Em hipótese alguma me chame de mimada, nem de brincadeira.

Tenho mania de empilhar as coisas e organizar notas de dinheiro em ordem de valor. Não sou de fazer social pra fazer parte de algum grupo. Nunca quis aprender a andar de bicicleta. Odeio quando falam que não tive infância, as pessoas realmente não sabem nada sobre como fui feliz quando criança. Não anoto num bloquinho os caras que beijei. No quesito organização, sou uma vergonha para as virginianas. Tenho pavor de baratas. Detesto meu nariz e minha pele. Sou uma pessoa nada esportiva.  Adoro novelas rurais e dou risada do Rodrigo Faro. Não faço a menor questão de ser popular e amada por todos. Travo quando o assunto são Ciências Exatas. Gosto de ficar em casa e realmente adoro ficar sozinha. Por favor, não fume perto de mim. Às vezes fico triste, muito triste, e isso não significa necessariamente que  queira colo, mas talvez eu queira. Posso ser insegura e indecisa. Odeio festas juninas. Acho que bife de fígado não é comida, é tortura. Sou confusa na minha confusão e às vezes me sinto completamente perdida.

Pois é, não sou perfeita e, sabe do que mais? Não pretendo ser.

Decepcionados? Hehe! Escrevi este post porque senti necessidade de desabafar. E de me revelar um pouco também. Sempre falamos das nossas qualidades, do que gostamos, das coisas boas que fazemos. Mas nossos defeitos - por mais que não nos orgulhemos deles - são parte de quem somos, compõem nossas verdades. Nem sempre nossas verdades são só flores, cor-de-rosa e rodopios. Temos fraquezas, medos, manias, inseguranças, imperfeições. Somos humanos. E a última coisa que quero é ser vista como uma bonequinha intocável, quero ser vista como detentora de voz, rosto, identidade. Quero ser vista de verdade.

Love, Tary.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Enxergando bolinhas aleatórias

Sábado passado fui fazer um hemograma. Ao contrário da maioria das pessoas, isso não é um  grande problema para mim. A bem da verdade, até gosto. Tudo bem, parece um pouco estranho achar "legal" ver um desconhecido espetando uma agulha no seu braço, coletando seu sangue e depois colocando em tubinhos, mas... Ok, é mesmo estranho.  Só que dessa vez o cara tirou muito sangue! Sem mentira, devo ter visto uns sete tubinhos sendo cheios! Tanto que minhas unhas ficaram roxinhas. E, estranhamente, aquela situação foi me dando vontade de rir. Juro pra vocês que, na minha mente maluca, parecia muito engraçado aquele sangue todo pulsando dentro de vários recipientes com tampas coloridas. O pobre do moço perguntava a todo momento se eu estava bem, de certo achando que estava a ponto de desmaiar de nervoso. Mas não se assustem, vejo Grey's Anatomy demais, fico sonhando com cirurgias, com o elevador do Seattle Grace e com o McSteamy, claro. Mentira, infelizmente Mark Sloan nunca apareceu nos meus sonhos. Damn!

Depois fui entregar meus óculos na Ótica. Não sei se vocês sabem, mas não satisfeita em ter miopia, também tenho astigmatismo, por isso se não te cumprimentar na rua, não me venha com "Que garota metida". O caso é que, também não satisfeito, meu grau aumentou - beijos pra ele por isso - e tive que abdicar do inseparável óculos vermelhinho o fim de semana inteiro.  Após a constatação de que o mundo fica mesmo psicodélico quando você não enxerga direito, fui com minha família para uma linda chácara afastada da cidade.

O céu estava tão azul que quase me engoliu, o vento bagunçava o cabelo e eu fingia que estava detestando, quando na verdade sabia que era exatamente daquilo que estava precisando desde que o ano começou. Uma paisagem linda de doer os olhos míopes, piscina com cascata, riacho, horta, churrasco delicioso, todo mundo cantando no fim da tarde... Essas coisas me fazem notar o quanto a vida na cidade é atarefada e o quanto alguns de nós carregam esse estigma pra qualquer lugar que vão. Aposto que muitas das pessoas que estavam lá nem perceberam o quanto aquele céu estava incrível. Azar o deles.

Uma das coisas mais chatas em estar sem óculos, é o fato de todas as pessoas amigas a sua volta ficarem te chamando de cega e zoando da sua condição pouco proveitosa. Mas fiquemos calmas, afinal não se pode brigar com cão-guia! Fui conduzida pela minha irmã durante o show do Lulu Santos, no Domingo. Tive que apertar os olhos para ver o cantor com sua camisa amarela e sua calça vermelha, pra vocês verem como é a condição da cidadã brasileira desprovida de visão perfeita. Confesso que não conhecia muitas das músicas, mas me esbaldei em "Apenas mais uma de amor", "Como uma onda", "Assim caminha a humanidade" e "Tempos Modernos", essas duas últimas minhas músicas favoritas dele e talvez as mais emblemáticas. O show foi ótimo.

Já na Segunda as coisas foram bem menos agitadas. Desde que as aulas começaram, ando fingindo que isso na verdade não aconteceu. Vai ver deu uma reviravolta no espaço-tempo e ainda estou de férias, claro! Então posso me dar ao luxo de ler os livros que bem entender ( leia-se: aqueles que não têm "Princípios éticos" no título) e assistir episódios de The Big Bang Theory como se não houvesse amanhã. Anteontem foi o cúmulo do "What a hell você está fazendo da vida? Acordei passando mal, não fui à aula e passei a manhã lendo jornais/revistas, e a tarde inteira rindo com os nerds mais legais de Los Angeles, além de ter encontrado tempo na minha rotina ociosa para assistir Ensaio sobre a Cegueira comparando com o livro que havia lido na véspera. Quando a noite finalmente chegou e mamãe devolveu meus óculos, brinquei: "Uau, o mundo faz sentido de novo!"


Mas quer saber? Mesmo com meus olhos míopes, piscantes - e com aquela manchinha marrom no olho direito - sou capaz de enxergar o que muitas pessoas jamais poderão ver: a beleza das coisas mais simples dessa vida.

Queridos, talvez vocês tenham notado pelo post passado que não estou em minha melhor fase. Por isso não respondi todos os comentários ainda. Leio as mensagens lindas de vocês e quero responder quando estiver completamente disposta e alegre. Prometo que tentarei responder o mais rapidinho possível. E meu MUITO obrigada àqueles que mesmo sem minhas respostas ainda vêm aqui e comentam os posts, vocês são absolutamente incríveis, sabiam?

Love, Tary

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Lágrimas

Eu já chorei por muitos motivos. E já chorei sem motivo algum. Chorei vendo filmes, imaginando se aqueles amores realmente são possíveis. Chorei lendo e relendo livros inesquecíveis, molhei as páginas de afeto e de angústia. Chorei ouvindo aquela canção capaz de me traduzir em melodias.

Chorei depois de me machucar fazendo travessuras que já nem lembro direito quais foram. Chorei porque brigaram comigo injustamente. Chorei pelos outros. Chorei pelas dores de dentro, pelas dores de fora, pelas dores que eu demonstro e por aquelas que escondo até de mim mesma.

Chorei voltando de uma festa com os olhos borrados e o coração tremendo de arrependimento. Chorei 10 minutos por alguém que nunca mais permiti que me fizesse chorar. Chorei horas e horas por aqueles que partiram e ainda choro quando a saudade aperta o peito. Chorei de exaustão, de cansaço, de medo. Chorei no colo da minha mãe e por alguns segundos voltei a ser uma criança.

Chorei no banho enquanto minhas lágrimas se confundiam com a água do chuveiro. Chorei até dormir, ensopando o travesseiro com minhas dúvidas. Chorei no ponto de ônibus porque não sabia qual caminho tomar.

Chorei esperando que você visse que aquelas lágrimas eram tão suas quanto minhas. Chorei porque não podia mais aguentar sozinha. Chorei de uma alegria tão verdadeira que doía por dentro. Chorei de emoção. Chorei porque só podia chorar. Chorei porque sorrir não era suficiente.

Chorei porque vivi. E sigo chorando. E sigo vivendo.


Love, Tary

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Ah, imenso amor desconhecido...

"Preciso de alguém, e é tão urgente o que digo. Perdoem excessivas, obscenas carências, pieguices, subjetivismos, mas preciso tanto e tanto". (Caio Fernando Abreu)
*
Estava cumprindo minha resolução mais importante das férias - arrumar meu armário -, quando me deparei com alguns textos soltos do Caio Fernando Abreu que imprimi e guardei há uns dois anos.

Lembro-me que, na época, todos os contos me mudaram um pouco. Sabe quando se lê alguma coisa e um arrepio percorre todo o corpo denunciando que aquilo foi escrito para você? É como se Caio me conhecesse, invadisse as melhores e as piores partes de mim e, após a viagem, sentasse em frente à máquina de escrever e reproduzisse o mais íntimo do meu ser.  Caio tem uma escrita que arde no peito de tão verdadeira e, antes mesmo de começar a leitura, sua alma já muda de tamanho e de cor, tão grandiosas são aquelas palavras.

Hoje, pensando nos meus dias e olhando para o nada, procurei respostas em todos os lugares, nuvens, conversas, mãos e fios de cabelo. Mas bastou minha intuição aparecer, me fazendo abrir o armário - agora arrumado-, para que eu pudesse recordar todos os sentimentos que ainda insistem em se fazer presentes. Bastou encontrar aquele conto, aquele “Preciso de alguém”, escrito por Caio F. em 1987, para notar que não importa quantos anos tenham se passado entre Caio e eu, ou entre o meu eu de dois anos atrás e o meu eu de agora, realmente não importa. Ainda me sinto exatamente como ele descreveu.

Sentei-me na cama e juntando as letras, senti o coração formigando e os olhos transbordando de lágrimas antigas e novas. Fiquei completamente indefesa de mim mesma, lutando contra minha memória, vendo minha face em cada uma das palavras de Caio.

“Preciso de alguém” fala da procura de um amor que aceite, salve, entenda. Fala dos momentos em que imaginamos como será o encontro com aquele que será nosso caminho. É como uma carta para o alguém que ainda não se conhece, mas a quem vai se entregar tudo algum dia. Ler este conto é  se ler, se sentir, se reconhecer, se conhecer.

*
"Preciso de você que eu tanto amo e nunca encontrei. Para continuar vivendo, preciso da parte de mim que não está em mim, mas guardada em você que eu não conheço.Tenho urgência de ti, meu amor. Para me salvar da lama movediça de mim mesmo. Para me tocar, para me tocar e no toque me salvar. Preciso ter certeza que inventar nosso encontro sempre foi pura intuição, não mera loucura. Ah, imenso amor desconhecido (...)"

Leia o texto completo: Preciso de alguém

Love, Tary

domingo, 11 de julho de 2010

Sabedoria Cassiniana

Vocês estão cansados de saber o quanto eu amo Cassie Ainsworth, de Skins. Falo sobre ela, cito suas frases o tempo todo, desenho, faço maquiagens inspiradas (!) e me identifico absurdamente (tirando a parte das drogas e da anorexia, claro). Logo, vou poupá-los do falatório habitual e mostrar fotos que ilustram meus motivos perfeitamente.








Não levem o título ao pé da letra, óbvio que uma adolescente, principalmente uma personagem de Skins, não faz ou fala sempre a coisa certa. Todas as fotos foram retiradas do We Heart It.

Love, Tary

quarta-feira, 7 de julho de 2010

20 anos sem Cazuza


Quando criança, gosto do som de seu nome e canto “Exagerado” num karaokê. Tempos mais tarde, assisto ao filme que retrata sua vida e me emociono com suas dores. Leio “Só as mães são felizes” e choro baixinho pensando nas injustiças e sofrimentos que teve de suportar. Vejo todos os DVDs, vídeos, fotos e me admiro cada vez mais com sua beleza, talento e carisma. Escrevo a primeira reportagem da minha vida a seu respeito. Sonho em ir à Sociedade Viva Cazuza e  conhecer Lucinha Araújo. Viro as páginas de “Preciso dizer que te amo” e não me canso de reler suas canções, encontrar fotografias incríveis em preto & branco, conhecer seu processo criativo. Escuto suas músicas todos os dias da minha vida, me impressionando com cada construção, cada figura de linguagem, cada som, cada verdade, como se estivesse ouvindo tudo pela primeira vez. Fico encantada com suas poesias musicadas, com seu jeito desbocado e com sua coragem. E neste dia, 20 anos depois de ter ido brilhar em outro lugar, preciso dizer que te amo...

Um dia Cazuza definiu Cartola, seu grande ídolo, da mesma forma que hoje eu o defino:
Cazuza não existiu, foi um sonho que a gente teve...

*

Peço desculpas pelo post curto e não muito bem escrito. Eu queria que quando falasse de Cazuza, fosse de uma maneira perfeita, mas eu estava muito emocionada ao escrever e acho muito difícil falar do que amo. Além disso, estou chocada e tristíssima porque Ezequiel Neves, produtor musical e grande amigo de Cazuza, a quem este chamava carinhosamente de avô, faleceu hoje, exatamente 20 anos após a morte do Poeta.

Love, Tary