domingo, 20 de julho de 2014

Saindo de uma roubada para entrar em outra

Todos sabem como me relaciono com maratonas literárias. Sempre me animo, separo meus livrinhos e raramente consigo cumprir as metas estabelecidades. Pois bem, fico muito feliz em anunciar que isso acaba de mudar. Esta semana, participei da Booktube-a-thon, um desafio gringo incrível, criado pela minha vlogueira literária favorita. Eu já estava inclinada a entrar nessa roubada, dona Luh me animou e, surpreendentemente, deu muito certo.

booktube

Dos títulos acima, que estavam na minha pilha “to be read”, só não consegui terminar “O Diário de Helga”, mas considerando que faltam apenas 59 páginas e o dia ainda não terminou, me sinto uma vencedora! Li pelo menos 100 páginas todos os dias desde segunda-feira  (menos ontem, que não parei em casa). Também cumpri quase todos os desafios. Era permitido combinar até dois em um único livro. Logo, este foi o meu saldo: Começar e terminar uma série/livro com vermelho na capa: “Maus”. Livro que alguém escolheu para você ler e que se tornou uma adaptação cinematográfica: “A mulher do viajante do tempo” (tive sorte nessa! O livro que minha irmã escolheu já virou filme). Gênero que você leu menos esse ano/livro com figuras: “O Diário de Helga”. “A Doce Passagem” era o que eu estava lendo antes da maratona e foi finalizado já no primeiro dia. Só boicotei a loucura de ler 300 páginas por dia ou sete livros durante a semana. Isso seria demais para essa maratonista amadora.

Agora, minhas amigas me chamaram e não resisti: vou emendar uma roubada deliciosa na outra e tentar ser uma boa participante da Maratona Literária 3.0, organizada pelo Café com Blá Blá Blá. Um evento brazuca do qual participo desde a primeira edição, mas nunca rendeu o mesmo efeito da Booktube-a-thon.

maratonabrazuca

Acabo de perceber que todos podem ser encaixados nos desafios anteriores, mas juro que escolhi sem pensar nisso! Basicamente, tentei escolher livrinhos que estou muito animada para ler, de gêneros diferentes e que prometem uma leitura rápida e gostosa. Vencer essa maratona será a constatação de que eu consigo criar e cumprir metas nessa vida de leitora. Vamos ver o que acontece, né? Me desejem boa sorte.

Love, Tary

quarta-feira, 9 de julho de 2014

Hoje eu quero falar da gente

Eu não quero falar do placar. Tá lá. Nas manchetes de hoje, na história do futebol, nas biografias dos integrantes da Seleção, nas nossas memórias. Todo mundo viu. Ficamos incrédulos, gritamos com a televisão, sofremos e, no fim, permanecemos anestesiados até o árbitro apitar. Fim de jogo, fim do sonho de levantar a taça em casa. Agora não adianta criticar o técnico nem os jogadores que ele escalou. Muito menos apelar para os fatores psicológicos ou lamentar exaustivamente a saída do craque. Não quero falar de nada disso. Que tal tirar a atenção do campo e olhar pra gente? Isso mesmo, queria falar um pouquinho de nós, torcedores.

Me emocionei toda santa vez que nosso hino foi cantado nos estádios. Não conheço todos os outros, mas morro de orgulho do nosso. Aquelas palavras me atingem direto no peito e falam por mim: amo o meu País com toda a minha alma. Alguém consegue negar que é bonito ouvir milhares de pessoas gritando "pátria amada, Brasil"? Mesmo pra quem não gosta de futebol, é difícil manter o rebolado ao ouvir a voz de tantos brazucas cantando com vontade.

E então, lá no jogo contra o Chile, a nossa torcida vaiou o hino dos caras. E aquele desrespeito me machucou lá no fundo. Rivalidade é quando a bola está em jogo, a expressão cultural de um País é sagrada (Você pode até dizer que eles vaiaram o nosso de volta. Mas aí é com eles, né? As atitudes do meu povo é que me interessam).

Estranho constatar que a vaia é quase tão universal quanto o "eu sou brasileiro com muito orgulho, com muito amor", não é? Os extremos são completamente diferentes, mas a força é a mesma. O cântico é entoado na hora de torcer e celebra as vitórias. A vaia aparece para pressionar o adversário e marca as derrotas.

Hoje foi a vez da vaia, mais uma vez. E ouvir aquilo, algo que eu infelizmente já esperava, me deixou mil vezes mais triste do que a eliminação. Aquilo sim me encheu de vergonha. Se a Seleção Brasileira precisa se reinventar (e claramente precisa), acho que a nossa torcida também. É triste dizer isso, mas precisamos reaprender a torcer. Você deixou de apoiar o seu clube do coração nas piores derrotas? Duvido. Torceu contra? Aposto que nem pensou nisso. Por que é tão fácil quando se trata do Brasil?

Por que somos os melhores e "não podemos" perder de jeito algum? Ou será o descontentamento com o País descontado no esporte? É simples vibrar quando o placar é favorável e, da mesma forma, é bem confortável tirar a camisa verde e amarela quando a tragédia está anunciada. Não nego que fiquei chateada, saí da sala e até xinguei. Não me isento da necessidade de mudança. Mas vaiar quem me pede desculpas? Jamais. Eu emudeço quando perdemos, mas meu grito de hexa só vai crescendo na garganta à espera do dia que vai finalmente se libertar. O colar com a bandeira do Brasil permanece no meu peito. Vou torcer de novo no próximo jogo, no seguinte, no outro e em todos os que eu estiver viva para acompanhar.

Eu disse mais cedo que é na derrota que conhecemos as pessoas. E sempre tem alguém comentando que nossa relação com o futebol revela muito sobre quem somos, enquanto povo. Pensem bem. Quando o time está ganhando, torcemos, batemos no peito, beijamos a camisa. Assim que algo dá errado, toda a paixão se transforma em vaia e se direciona para os dedos que, cheios de ódio, apontam culpados. Reação que, me corrijam se eu estiver errada, pode ser aplicada a vários outros aspectos da nossa sociedade. E das nossas vidas.

Torcedor que é torcedor não empurra só na vitória*. Torcedor que é torcedor também sabe perder. Amarga a derrota enquanto pode, é verdade, mas enxuga as lágrimas, pensa na próxima partida e nunca deixa a esperança de lado. Isso é torcer.

Love, Tary

* Queria muito que nossa torcida, nos próximos jogos da Seleção, se preparasse de verdade para torcer. Com inúmeras músicas que empurrassem o time, sabe? E que abandonasse as vaias.