quarta-feira, 28 de maio de 2014

Cem dias de felicidade

Já disse isso em outras oportunidades e agora repito: não sou muito boa em cumprir metas envolvendo coisas que gosto de fazer. Este mês, por exemplo, tentei pela terceira vez me aventurar numa maratona literária e voltei a falhar. Novamente não fui a participante empenhada que desejei ser, procrastinei e acabei trocando os livros por episódios deliciosos de Modern Family (é feio dizer que nem me arrependo?). Não é difícil relacionar estes fatos com o post anterior, onde comentei sobre as resoluções que escrevo na esperança de colocar minha vida nos eixos. Ou seja, por mais que meu espírito livre me impeça de cumprir as propostas, um outro lado de mim é seduzido pela ideia.

Logo, sou obrigada a confessar que a roubada de postar fotos durante cem dias foi o meu principal objetivo durante o #100happydays. Eu já sabia que seria impossível registrar todos os momentos de felicidade e imaginei que precisaria rebolar para encontrar  a foto em um dia terrível. Mesmo colocando tudo isso em perspectiva, me inscrevi no momento em que minha amiga convidou. Tudo por querer me desafiar. O curioso é que, apesar das dificuldades, não desisti dessa vez. Na verdade, nem pensei em desistir. Tirei fotos totalmente no auge do desespero e até depois da meia-noite, não vou negar, mas no 100º dia, eu tinha conseguido. E esse foi o maior happy moment da coisa toda. Apesar de parecer bobagem, a conquista foi importante pra mim e me senti orgulhosa por ter resistido.

Quanto à captura de instantes felizes, desde o início desse blog eu defendo a valorização das pequenas coisas, dos momentos de alegria presentes no cotidiano. Fico contente de imaginar alguém aprendendo tudo isso através do #100happydays. Minha irmã veio me dizer que, após ter participado, ela sente vontade de fotografar todas as coisas bonitas que vê pela frente. A mudança de olhar talvez seja o ponto mais positivo. No entanto, nunca vou me esquecer que a foto de pipoca no meu Instagram foi postada no pior dia do ano, com a irônica hashtag. É estranho procurar a felicidade quando ela resolve não aparecer. Essa reflexão se intensificou na minha mente enquanto revia um dos meus filmes favoritos:

MonaLisa67

Por essas e outras nunca concordei com o chavão “uma imagem valer mais que mil palavras”. O sorriso pode esconder uma dor imensa. Você parece feliz na foto em grupo, mas está quebrado por dentro. A pipoca no Instagram ao lado foi fotografada no pior dia do ano. Somos todos muito mais complexos do que as redes sociais aparentam. Gostei de lembrar disso (mesmo que eu não me arrependa do registro, já que a pipoca do meu pai realmente tornou tudo um pouquinho mais fácil).

Não entrei nessa para esbanjar alegria, mas para provar a mim mesma que eu era capaz. Tirei fotos maravilhosas, que trarão recordações sobre o dia em que foram feitas, e sempre serão revisitadas com carinho. Olhar a hashtag criada para abrigar as fotos das minhas amigas era um ponto alto da minha noite. A experiência foi bem mais gratificante do que negativa, porém não penso em repetir. Continuarei registrando momentos aqui e ali, mas, de agora em diante, espero estar tão ocupada vivendo dias de felicidade, que a ideia de fotografá-los demore a passar pela minha cabeça.

Image4

Uma das minhas fotos favoritas do projeto

Love, Tary

P.S: No texto com suas impressões sobre o assunto, a Analu, minha companheira até o fim do desafio, analisou muito bem o fato de sempre acharmos o Facebook do fulano mais colorido e falou sobre a impossibilidade de captarmos a felicidade com exatidão. O post é lindo e merece a leitura!

sábado, 24 de maio de 2014

Madrugada

Acabo de passar por uma daquelas madrugadas em que o silêncio traz pensamentos demais para que minha pobre mente cansada consiga se aquietar. Rolei de um lado para o outro, por horas, tentando desesperadamente conter a quantidade de ideias e reflexões, até que finalmente desisti e vim escrever. Incrível como as coisas ficam claras e assustadoras quando não conseguimos dormir. Relaxar o corpo quase sempre significa olhar para dentro de si, enumerar os erros, pensar naquilo que precisamos fazer amanhã, depois de amanhã, pelo resto da vida.

Hoje a insônia me disse que anoto resoluções porque elas me trazem a segurança efêmera de saber para onde estou indo. Colocar planos no papel não quer dizer nada quando você dificilmente vai riscar todos aqueles itens mas, de alguma forma, me conforta. Mesmo que a sensação não dure muito, eu preciso dela. Os anos que não planejei foram aqueles em que mais me senti perdida, vivendo a esmo, perseguida por ecos do que desejei ser e não fui. Os planejados podem até ter chegado ao fim com uma boa dose de frustração embutida, mas ter uma direção tornou o saldo mais positivo.
A insônia também foi bastante cruel relevando os meus defeitos. Aquelas falhas que odeio ter, mas não consigo apagar. Uma vez eu li em algum lugar que as pessoas jamais mudam de verdade. Cada um é o que é, pronto e acabou. Eu enlouqueceria se deixasse essa teoria tomar conta de mim. Preciso acreditar que essa bagunça de 22 anos será diferente daqui a uma década.

Não quero deletar o passado: os arrependimentos doloridos são parte de quem sou e, apesar de distantes, alguns traços que fiz do meu futuro me parecem alcançáveis. Não vou parar de listar as coisas que pretendo fazer e sei que vários aspectos da minha personalidade jamais serão alterados. Só quero organizar todos esses sentimentos espalhados pelo caminho, entender melhor essa menina confusa que analisa constantemente o que já foi e desenha seu daqui pra frente enquanto todos dormem.

Love, Tary



quinta-feira, 22 de maio de 2014

Minha sessão da tarde

Já faz um tempo estão rolando boatos sobre a retirada da Sessão da Tarde da grade da Rede Globo. E eu só consigo achar isso tristíssimo, de verdade. O negócio está no ar há 40 anos e sempre me pareceu meio intocável. Tive meu caráter formado por vários daqueles filmes e minha paixão pelo cinema começou a nascer ali. Tudo bem que  programação foi ficando cada vez mais fraca com o passar dos anos, mas ainda assim tenho pena das gerações futuras que correm o risco de não passarem por esse “rito de passagem” vespertino. Por isso, fiz uma lista dos filmes que mais me marcaram e que serão vistos pelos meus filhos, com certeza.

Curtindo a vida adoidado

1234

Despretensiosa e significativa como só John Hughes sabia fazer, a saga de Ferris Bueller para matar aula sem ser descoberto é um clássico da Sessão da Tarde. Eu torcia muito para o filme passar, repetia as falas junto com o protagonista e morria de rir das desgraças do diretor insuportável. Também admirava o sistema de Ferris para enganar os pais, com direito a efeitos sonoros, um boneco debaixo das cobertas e, claro, muita manha. E quem não se lembra do momento-musical-sem-razão-aparente mais famoso dos filmes adolescentes? Depois de Ferris Bueller, a experiência de ouvir Twist and Shout nunca mais foi a mesma.

O Jardim Secreto

large (4)

A história de Mary Lennox sempre me deixou com os olhos vidrados na tela da televisão. Me identificava com ela, por sempre ter sido muito curiosa. Eu também teria ficado intrigada com a história de um jardim misterioso e tentaria descobrir de onde vinha o barulho de choro no meio da noite. Li o livro esse ano e, apesar de ter gostado, continuo preferindo o filme. A atmosfera é muito bem criada e os atores desempenham muito bem seus papéis.

A Princesinha

littleprincesshd-sz-007

Muito difícil não se emocionar com o drama dirigido por Alfonso Cuarón. Fico mexida só de lembrar do momento em que Sara Crewe se despede do pai ou dos maus-tratos que ela sofre depois que ele é dado como morto. Meu Deus, como eu sentia ódio da diretora do internato! Acreditava piamente que a mulher era uma bruxa disfarçada. Adorava o modo como Sara fugia daquele pesadelo através das histórias que criava em sua mente fértil. Ainda hoje, acho linda a ideia passada pelo filme, de que todas nós somos princesas. (Fiquei com tanta saudade que revi enquanto escrevia este post: chorei do início ao fim).

Matilda

matilda

Todo mundo deve ter sido fisgado pela história da menina de franjinha e laço de fita que se sentia excluída dentro da própria família e se encontrava nos livros. Só isso já seria suficiente para atrair nossa atenção, mas a garotinha descobre ter o poder mais legal do mundo da fantasia: mover objetos com a mente, a tal telecinesia que eu tanto quis que se manifestasse em mim quando criança. Ela se afeiçoa a uma das professoras mais legais da ficção, a senhorita Honey, e enfrenta a diretora malvada com maestria. Além de ter uma mensagem bacana, o filme é super divertido, duas coisas que deveríamos poder dizer sobre toda produção que passa na Sessão da Tarde.

Edward Mãos de Tesoura

edward2

Conheci Tim Burton na tela da Globo e foi uma excelente primeira impressão, apesar da maioria das nuances só serem percebidas totalmente após a infância. Lembro de uma dualidade na minha reação ao descobrir que esse seria o filme da vez. Ficava feliz, por adorar a trajetória do Edward e também meio triste, por saber que ficaria melancólica com o final. Meu filme favorito do Tim Burton talvez seja Big Fish, mas esta é uma das obras-primas do diretor e eu acho louvável que eu a tenha conhecido na televisão aberta.

As Patricinhas de Beverly Hills

Elenco-de-As-Patricinhas-de-Beverly-Hills-se-reune-novamente

O elenco é incrível: Brittany Murphy, Paul Rudd, Alicia Silverstone, Jeremy Sisto. A história é uma delicinha, bem descompromissada e extremamente divertida, com direito a casal gato e rato, aquela tática da qual sempre fui um alvo fácil. E como se não bastasse, a trilha sonora é ótima. Adorava o computador escolhendo os looks da Cher e lembro de rir bastante das piadas do filme.

Uma Babá Quase Perfeita

Uma-Babá-Quase-Perfeita 

Vocês podem torcer o nariz para o Robin Williams o quanto quiserem, mas não podem negar a doçura desse filme. Aqui, o ator interpreta um cara que se disfarça de babá para poder ficar perto dos filhos. O absurdo desse plot rende momentos muito engraçados. Destaco a cena em que o protagonista tem que se virar para “estar em dois lugares ao mesmo tempo” em um restaurante. Típico filme para toda a família que faz falta nos dias de hoje.

A Princesa Prometida

inigo-montoya

Esse foi uma grata surpresa e até hoje é um dos meus filmes favoritos da vida. Divertido, irônico, emocionante e absolutamente genial naquilo que se propõe. A premissa já é maravilhosa. O neto doente recebe a visita do avô, que se oferece para ler um livro. O garoto desdenha, acha as cenas de amor um saco, mas se empolga com os elementos fantásticos, as lutas com espadas, os perigos. Então a narrativa do avô é brilhantemente interpretada por um ótimo elenco, que não deixa a peteca cair em nenhum instante. Considerando que “A Princesa Prometida” possa ser menos conhecido que os outros da lista, eu peço: pare tudo o que está fazendo e vá assistir. Não vai se arrepender.

Menções muito honrosas: Lua de Cristal (amava e pronto), A História sem Fim, Madeline, Meu Primeiro Amor (impossível ouvir My Girl sem dar uma choradinha), A Espiã, todos os Karatê Kid, os dois A Lagoa Azul*, Os Batutinhas (só não entrou na lista original por que eu vi muito mais no Cinema em Casa que na Sessão da Tarde), Namorada de Aluguel (mesmo caso de ‘Os Batutinhas’), Um Príncipe em Nova York, Jumanji, Um Tira no Jardim de Infância, Elvira, Esqueceram de Mim, Quero ser Grande, Babe – o porquinho atrapalhado, Construindo uma carreira, As namoradas do Papai (…) e muitos outros que não lembro agora.

E vocês? Quais filmes da Sessão da Tarde marcaram suas vidas?

* Minha amiga lembrou e eu tive que editar: esses filmes me hipnotizavam muito. Sempre prometia que não ia ver de novo, mas não resistia.

domingo, 11 de maio de 2014

Read-a-thon

Assim que o relógio marcar meia-noite terá início a Bout of Books read-a-thon, edição de número 10. Para quem não está familiarizado com o nome, trata-se de uma maratona literária criada na gringa e que alguns brasileiros resolveram aderir este ano. Você define sua meta, faz um post (ou vídeo) a respeito e se dispõe a ler o máximo que conseguir durante o período estipulado. Já “participei” de dois eventos do tipo. As aspas se devem ao fato de não ter levado os desafios a sério o suficiente. Culpem o meu espírito livre, mas metas literárias nunca funcionaram direito comigo. Quase sempre me sinto pressionada e perco automaticamente o interesse pelos livros que escolhi. Aquela história de: virou obrigação e ficou chato. É aí que vocês se perguntam: então qual o motivo de se aventurar nessa loucura mais uma vez? Bom, são três as razões.

1. Dos 12 títulos que me comprometi a ler esse ano (me refiro a livros específicos, minha meta quantitativa são 50), só dois ainda não foram lidos, o que talvez represente uma mudança na tal aversão aos planos de leitura.

2. Sempre achei essas maratonas muito legais e sonhei um sonho lindo de ser uma participante decente. Algumas booktubers têm vídeos com dicas para se preparar e “sobreviver” ao movimento. Num mundo perfeito, eu coloco a minha pilha de livros na cadeira mais próxima (no habemos mesa de cabeceira), preparo um chá delicioso e leio até cansar. Me inscrever significa uma nova tentativa de atingir esse desejo. De novo.

3. Estou de férias e o tédio consome meu corpo (você não se odeia por clamar por tempo livre e depois reclamar de se sentir entendiado? Eu sei que me odeio. Humanos, pff).

Agora chega de small talk e vamos falar sobre os livrinhos que pretendo ler. Já estou devorando “Lembra de Mim”, da Sophie Kinsella, um chick-lit que promete risadas, como todos os livros da autora. Assim que minha amiga Dede der o sinal, pegarei o ‘'Álbum de Casamento”, da Nora Roberts (clube do livro de duas pessoas é a melhor coisa do mundo, experimentem), uma indicação da Analu. Em seguida, o escolhido será “Dias Perfeitos”, do Raphael Montes, que recebi de cortesia da Companhia das Letras. Por fim, lerei “As Boas Mulheres da China”, que peguei emprestado de uma amiga e promete me fazer chorar horrores. Ou essa ordem pode mudar totalmente, vá saber. O importante é terminar os quatro livros até às 23h59min do próximo domingo (18). Uma ambição da minha parte, já que me dou por satisfeita quando leio um por semana.

Se você é um dos participantes, por favor, me conte sua meta nos comentários. Caso contrário, diga de qualquer modo o que pretende ler está semana. E me deseje sorte!

Image7771

EDIT: Só consegui ler Lembra de Mim? e Álbum de Casamento. Os demais seguem na listinha de não lidos, mas pretendo mudar isso em breve.

Love, Tary

P.S: Alguém ainda se lembra da existência desse blog?