quarta-feira, 20 de novembro de 2013

12 pequenas doses de alegria

Amandinha, do Maçãs Verdes, inventou esse meme querido, no qual precisamos listar 12 coisas que abrilhantam nosso cotidiano. Analu me indicou e cá estou, pronta para dizer que sou totalmente adepta dessas pequenas alegrias egoístas que nos fazem sorrir por dentro e tentar esticar o momento o quanto pudermos.

1. Dias de folga chuvosos

Chuva já me faz feliz nos meus dias úteis. Por mais que seja um saco enfrentar o pânico naquelas tardes de “tirei o guarda-chuva da bolsa e começou a chover”, não consigo deixar de achar dias nublados incrivelmente românticos, melancólicos e contemplativos. Assim que a temperatura cai, tudo fica mais silencioso, mais agradável. Parece que temos mais tempo para ouvir nossos pensamentos, seguindo o ritmo da chuva. Mas quando São Pedro resolve lavar a terra na minha folga, sinto ainda mais que o universo e a natureza resolveram conspirar a meu favor. Abençoadas sejam aquelas 24 horas chuvosas sem absolutadamente nada para fazer, quando posso passar o dia de pijama vendo filmes e espiando os pinguinhos se acumularem no vidro da janela. Sem contar a possibilidade de cochilar sem nenhuma culpa.

2. Devorar um livro

Conseguiria fazer essa lista inteira com tópicos envolvendo livros. Passar horas na livraria, comprar vários livros de uma só vez, começar uma história nova, namorar as páginas,  terminar um livro e me sentir vitoriosa em relação ao número de não lidos na estante. Enfim, são incontáveis as alegrias que esses objetos extraordinários me proporcionam diariamente. Porém, nada me deixa mais contente do que não conseguir largar um livro até terminar. Ler em pé no ônibus de tanta empolgação, terminar o capítulo andando na rua, não conseguir desgrudar da história nem enquanto estou comendo. Devorar livros? Sempre, obrigada.

3. Fazer as unhas

Não me considero uma pessoa particularmente vaidosa. Exceto quando se trata das minhas unhas e das sobrancelhas. Já comentei  isso com vocês, me sinto a pessoa mais descuidada do mundo quando estou com algumas dessas mulherzices por fazer. Só que o processo de tirar as sobrancelhas não é lá muito legal, né? Não estou falando da dor, já que eu sempre durmo, mas de só ver o resultado no final. As unhas, não. Amo ter tempo para fazer as unhas, amo me demorar na escolha do esmalte (dificilmente repito a cor), amo esfoliação nos pés (!!!) e confesso: depois, fico olhando as minhas unhas das mãos o tempo todo, feito as mulheres pedidas em casamento olham para o anel de noivado.


4. Banho demorado

Quero deixar claro que meu conceito de banho demorado não consiste em trinta minutos debaixo do chuveiro, sou super a favor de preservar a água do mundo. Mas ter cabelo comprido é uma ótima desculpa para prolongar o mais próximo que vou chegar de um banho de cachoeira diário. Coloco o celular para tocar algumas músicas e deixo fluir os pensamentos. Banhos introspectivos tornam qualquer um mais criativo e sempre saio deles achando que posso organizar toda a minha vida. Pena que a sensação não dura tanto. Talvez se eu tomasse decisões debaixo do chuveiro, tudo estaria resolvido, igual àquele personagem do Woody Allen em “Para Roma, com amor”, que só tinha talento para cantar ópera durante o banho.

EMMA


5. Músicas que conversam comigo

Estou distraída ouvindo músicas no shuffle, quando uma delas me surpreende, dizendo tudo o que eu precisava ouvir e nem sabia. Ou um simples trecho vai direto no meu coração antes mesmo de eu me preparar para ele. Felizmente, isso tem acontecido com mais frequência e o conforto que vem junto é impressionante. Porque às vezes a gente não quer despejar nossas besteiras nos amigos e na família, mas precisamos de alguém para dizer que entende. Graças a Deus por Cazuza, Legião Urbana, Los Hermanos, entre outras vozes que sempre conversam comigo.


6. Passar a tarde em um lugar bonito

Consigo ficar feliz só de me visualizar em lugares bonitos, imagine quando estou, de fato, passando a tarde em um deles. De preferência, abarrotado com belezas naturais, um céu bem azul e companhias divertidas. E brisa, precisa ter brisa no pacote. Por mais urbana que eu seja, adoro esses momentos em que paro para apreciar o mar, os rios de Bonito, ou mesmo meu parque favorito na minha cidade.

7. Caronas inesperadas

Pessoas sem carro aprendem a gostar muito de caronas (por dependerem delas). É lindo quando algum tio me vê esperando o ônibus e se oferece para me levar. Ou quando a colega de trabalho diz que me deixa em casa. E, principalmente, quando meu pai, que quase sempre me leva de carro até o ponto, não fala nada, passa do lugar onde me deixa e anuncia que vai me levar no trabalho. Não ter que enfrentar ônibus lotado e sol fervendo os miolos: apenas amor.


8. Conversas nostálgicas

Relembrar é preciso. As histórias de família repetidas em todas as reuniões, os melhores momentos de uma amizade e, especialmente, a infância. Me perdoem os que nasceram depois, mas a infância 90 foi incrível demais e não consigo esconder os olhinhos brilhando quando a conversa é sobre isso. Os melhores filmes da Sessão da Tarde e do Cinema em Casa, as amarelinhas riscadas de giz, as brincadeiras com a irmã nos fundos de casa, os seriados do SBT, os desenhos favoritos, os trabalhos feitos em papel almaço depois de pesquisar nas enciclopédias enormes. Ah, como eu amo falar sobre tudo isso!

FERRIS


9. Maratonas de séries

Pipoca, sorvete, vinte episódios de séries diferentes no computador e o resto do dia livre não poderiam significar outra coisa no meu mundo. Recomendo isso para qualquer ser humano viciado em seriados e incapaz de se atualizar. Essas maratonas já me tiraram de muitas crises por não me deixarem pensar em nada além de continuar acompanhando o desenvolvimentos dos personagens.


10. Água de coco antes do trabalho

Tem um tiozinho que vende água de coco do lado do ponto em que desço para ir trabalhar. Ele não vai sempre, mas geralmente aparece nos dias de extremo calor (da parte de Campo Grande) e enorme preguiça de viver (da minha parte). Compro um copão e vou tomando enquanto caminho para o jornal. Refresca até a alma.

11. A hora de comer

Sonho o dia todo com os momentos em que vou sentar para comer. Sou capaz de ficar contente por horas só por terem me prometido um bolo, um macarrão alho e óleo ou uma pizza no fim do dia. Fico pensando a semana toda no que mamãe vai preparar para o almoço de domingo. E quando essas horas finalmente chegam, meu dia fica automaticamente melhor.  Gordinha tensa, fazer o quê.

FOME

12. Me sentir produtiva

Desde arrumar meu quarto, até tirar os milhões de papéis da bolsa, limpar os livros da estante ou apagar os arquivos não usados do computador. Gravar o vídeo que estava planejando há semanas, conseguir escrever bastante e, claro, resolver as pendências que deixei para a última hora. Apesar de adiar muito esses momentos, sempre me sinto bem (e aliviada) quando consigo bancar a organizada e, de uma vez só, riscar vários itens da to do list mofando no post-it ao lado.

Indico Marie, Dede e Milena. E nada de me ignorarem, mocinhas!

Love, Tary

terça-feira, 5 de novembro de 2013

Nostalgia Doces Rodopios

Faz um tempinho que quero fazer uma retrospectiva dos layouts que usei desde que comecei esse blog e nada melhor do que fazer isso exatamente quando uma nova troca acaba de se feita. Cassie Ainsworth está de volta. Ela mesma, minha personagem favorita de todos os tempos. Não sei se todo mundo entende minha fixação por colocar uma foto da Cassie em praticamente todos os cabeçalhos que o Doces Rodopios já teve nesses quase quatro anos de existência. Talvez minha amiga Anna Vitória, que vira e mexe se rende à Holly Golightly, seja a única que consiga. Também não sei se pra vocês trocar o layout do blog é mera convenção ou cansaço da imagem anterior. Pra mim era mais ou menos isso, no começo. De uns tempos pra cá, todas as trocas têm um certo motivo emocional, acreditem se quiserem. Desde então, nunca mais coloquei nada para estampar meu blog que não expressasse a fase que estava vivendo. Os do início, infelizmente, sumiram por aí. Lembro que o primogênito foi uma colagem muito simples de fotos do casamento de Lucas & Peyton, estava orfã de One Tree Hill  e não resisti. Também teve um blend de Audrey, Judy Garland e Marilyn pelo caminho, desse talvez os leitores mais antigos se lembrem. Acho que o meu terceiro foi esse:

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Bem rosa, bem romântico. Quando a gente começa a blogar tudo o que quer da vida é ser lido. Dá pra notar o meu desejo de fazer com que vocês soubessem do que eu gostava através das fotos e resolvessem, sei lá, dar uma chance para o que aquela blogueira nova tinha a dizer. Bonito saber que, três anos depois, ainda amo absurdamente cada uma dessas coisinhas em preto e branco. (E Cassie estava ali, claro). Saudades absurdas desse lay.

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Me apaixonei tanto por esse layout quando terminei, vocês não fazem ideia.  É “rodopiar” em imagens e ninguém precisa saber que são de “As Virgens Suicidas”, né? Ops, contei. Mas parece? Kirsten Dunst está tão feliz nelas. Adoro essas fotos e lembro que me senti ousadíssima por usar essa fonte toda trabalhada. Ele demonstra a  necessidade que eu tinha de fazer tudo casar com o nome do blog, sempre. Só que era uma fase em que eu precisava desesperadamente rodopiar, então acho que tudo bem. Atenção leitor antigo: primeiro template com as folhinhas icônicas que apareceriam exaustivamente mais pra frente.

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De todos, esse talvez seja o que eu menos gosto. Não é à toa que ficou pouquíssimo tempo no ar. Poluído demais, florido demais, corações totalmente despropositais. E como assim “por Taryne”, quem eu tava achando que era pra usar só o primeiro nome? A Madonna? Risinhos. As fotos eu curto, apesar de elas também remeterem ao suicídio, né? Considerando que a Cassie tentou se matar nessa cena, hahaha!  Ai, gente, é a melhor personagem da história (da minha vida, pelo menos) rodopiando! Eu não podia deixar de aproveitar a coincidência, oras. E, mais uma vez, a minha insistência em ser literal. Blogueira júnior, relevem.

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Mudando de água pra vinho, um dos meus favoritos. Gosto do jeito como ele é meio “profissa” sem deixar de ser o que é: um lay de blog pessoal. Nunca mais consegui acertar no preto e branco depois disso. Na época, chamei bregamente de “um passeio pelas minhas paixões” e comentei sobre as folhinhas persistentes num post com esse mesmo título. Isso foi em fevereiro de 2011 e ele ficou até outubro daquele ano, o que prova o quanto eu tinha me apegado.

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Tanto gostei que tentei reproduzir no próximo, sem tanto sucesso. Ele resistiu bastante tempo também - reparem na repetição de fotos de lays anteriores, tsc, tsc. Preguiça, a gente vê por aqui. Parando pra pensar, gostava mais do background vintage de mini-flores do que dele, em si. Auge das folhinhas e muita saudade do Heath Ledger.

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E chegamos ao meu preferido disparado. Estava desesperada por algo colorido, juntei coisas fofas, três personagens queridas, esse mini-piano e voilà, habemus layout. Vale dizer que a frase no canto inferior é resultado de uma bichisse total com minha amiga Analu. Estávamos fissuradas com “Velha e Louca”, da Mallu Magalhães, e resolvemos colocar um trechinho da música nos nossos novos lays. A história toda vocês podem conferir aqui. Essa imagem me faz lembrar o porquê de 2012 ter sido tão bom.

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Aqui eu quis traduzir o que fazia com as minhas agendas. Deu um trabalho do cão e acho que nunca fiquei realmente satisfeita com o resultado. Olhando agora, achei até bem bacana! Nenhuma mudança muito drástica, porém. A única novidade é a presença da protagonista de “Minha Vida de Menina”. Um filme brasileiro lindo baseado num livro (o diário dela) que eu preciso ler urgentemente.

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Foi quando eu me cansei  dos gráficos trabalhados, das milhões de fotos. E foi aí que me apaixonei por demonstrar minhas fases através dos layouts. No post sobre ele, escrevi o seguinte: “é a coisa mais simples e autobiográfica que eu já fiz (…) Sem personagens identificáveis nos quais me apoiar, sem casais fofinhos de filmes, sem a Cassie. Sei que já citei as “personagens identificáveis”, mas entre todas que passaram por aqui, ela foi a única que esteve presente na maioria esmagadora dos templates. E, por fim, sem as folhinhas. A mais drástica alteração”. Era a fase pós-faculdade. A menina esgotada que ainda tinha esperança.  E passarinhos, porque eu nunca soube lidar com espaços em branco.

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Se o anterior foi autobiográfico, com esse a coisa atingiu o nível: “peguei meus sentimentos e joguei na tela do meu blog”. O título do post sobre ele mostra perfeitamente o que eu quis passar, tinta rosa no meio do quadro escuro (o background era bem pretão, totalmente diferente de tudo o que eu já tinha colocado por aqui). Alguém pode até se enganar pela estampa de bolinhas e o cor-de-rosa, mas esse foi o template mais melancólico do Doces Rodopios. Uma amostrinha de como 2013 não tem sido fácil. O novo também é, só que de um jeito diferente que vou retomar adiante.

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Se for pra falar de estética, não sou nada fã do meu último layout. Mas ele foi extremamente importante porque representou um pedido ao universo para que as coisas, pelo amor de Deus, melhorassem. Além de denotar toda a minha empolgação com “Antes da meia-noite”, último (será?) filme da trilogia do Linklater, precedido por “Antes do amanhecer” e “Antes do Pôr do Sol”. Ainda não acredito que não postei sobre o sonho realizado de ver esse casal incrível no cinema, um dos pontos altos do ano.

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Agora vamos ao atual (postando a foto por motivos de pesquisas futuras). No dia em que vi “Pure”, episódio da Cassie na sétima temporada de Skins, soube que aquela fotografia extraordinária me renderia um layout. Depois de demorar um bocado, ontem finalmente saiu. O trecho em lilás é da música tema do episódio, da Gabrielle Aplin (escutem, por favor) e diz basicamente que eu mal posso esperar pra começar de novo. Só de olhar pra isso, sinto vontade de chorar, me achem piegas, se quiserem. É tão verdade que chega a doer. Mesmo prosseguindo com a vibe clean, espero que dê pra reparar na minha vontade de recuperar um pouquinho do meu jeito antigo de fazer lays, sem deixar de respeitar as mudanças que ocorreram em mim de lá pra cá.

Sinto que meu pouco interesse em abrir meu programa inseparável e brincar com as imagens expressa também o meu descaso com o blog. Fui uma péssima blogueira em 2013. Se os comentários minguaram, a culpa é muito minha e não só do suposto fim iminente dos blogs pessoais. Não quero que eles acabem porque aqui eu posso gritar todas as minhas pieguices, sonhos, melancolias, temores, através das palavras que tanto já me resgataram. Sim, eu quis dizer tudo isso – e muito mais - com algo tão simples no topo do Doces Rodopios e com essa retrospectiva.  Mal posso esperar para começar de novo. E como vocês já devem ter notado, não estou falando somente do meu blog. 

Love, Tary

domingo, 3 de novembro de 2013

5 músicas para cantar na frente do Simon

Sendo a fã de realities musicais que eu sou, incontáveis são às vezes que imaginei como seria me apresentar na frente dos temidos jurados. Obviamente, em todas essas audições imaginárias, Simon Cowell fazia parte da bancada e me dava um 'sim'. Já sonhei em ser aplaudida de pé também, admito. Nesses devaneios em que eu nasci com talento para cantar, nunca sou aquela diva que alcança as mais altas notas cantando Whitney Houston. Sem dúvida, em todos os realities que eu já vi na vida, 'I have nothing' foi interpretada em algum momento. Apesar de linda, essa música é a escolha mais clichê do universo, junto com 'I'll always love you', talvez. Considerando que minhas candidatas favoritas são sempre as mais contidas, a vibe seria outra e, claro, fugiria das canções que todo mundo sempre canta. E foi falando sobre essas músicas manjadas dos shows musicais com Annoca, que ela criou esse meme: 'se você estivesse em um reality musical, quais músicas escolheria para cantar?’. Graças a essa ideia sensancional, a lista abaixo nasceu.

Turn me on - Norah Jones

A vibe diferente que citei acima seria total Norah Jones. Controle dos vocais, tom grave bonito, sem gritos desnecessários. E essa música é um escândalo de tão sexy, uma ótima pedida pra não cair no boring e conseguir a atenção do júri.

Almost Lover - A Fine Frenzy

Sou apaixonada por canções que contam histórias e isso me ajudaria horrores porque - muito provavelmente - travaria na frente dos jurados. Abusaria da sutileza na voz e das expressões faciais, caprichando no refrão. ‘Almost Lover’ seria perfeita para atingir o objetivo.


Stop this train - John Mayer

Essa seria uma boa para cantar no X Factor UK, porque o USA não deixa tocar instrumentos musicais durante a apresentação. Levaria meu violão - toco 3 instrumentos nesse universo paralelo do talento musical - e conquistaria a todos por ser despretensiosa. Mentira, o maior motivo pra ter escolhido uma das músicas mais bonitas do John Mayer é não me conformar com a quantidade pífia de canções dele interpretadas em realities musicais. Minha versão ia ser parecida com a do 'Where the light is', que vocês podem conferir no vídeo acima.

You really got a hold on me - The Beatles

Ah, essa eu ia cantar com toda a emoção do mundo porque minha paixão por essa música é inexplicável. Mas ia optar por uma versão mais animadinha. A platéia ia bater palmas no ritmo e tudo, aposto.

Dream a little dream of me - Ella Fitzgerald

Meu sonho cantar essa jóia para milhares de pessoas, sério. Eu teria a voz parecida com a da vocalista do The Mamas & The Papas ou com a da Zooey Deschanel, mas a pegada seria mais moderna - sem perder a classe, é claro - pro Simon não me chamar de old fashion, coisa que ele adora fazer com os pobres candidatos. Se bem que, com essas escolhas pouco convencionais, eu nem chegaria aos live shows.

A setlist eu já tenho, pena que o talento musical eu não herdei de mamãe. Indico para todos que quiserem fazer, mas não se esqueçam de dar os créditos para a Anna Vitória. Fazer meme alheio sem creditar é o fim, galera.

Love, Tary

sábado, 2 de novembro de 2013

Vai saber

Às vezes eu me pego perguntando o porquê de ter amigos. É sério. Eu sou a única louca que questiona isso? Traçando o meu perfil, talvez eu mesma não fosse minha amiga. Eu sou confiável, isso é bem verdade. Praticamente esqueço os segredos que me contam. Mas será que eu sou legal? Será que sou uma companhia agradável? Tenho minhas dúvidas, sinceramente. Acho que às vezes moro dentro de mim mesma de um jeito que impede os outros de me convidarem pra sair e sentir o sol, só um pouquinho. E também assumo uma postura defensiva de quem já sofreu um bocado por ter aberto uma brechinha e se permitido espiar o que tem do lado de fora. Talvez por isso eu quase sempre me sinta a pessoa que não vai fazer tanta falta assim se não comparecer àquela festa, já que muito provavelmente foi a última a ser lembrada na execução da lista. E talvez por isso eu nunca saiba dizer se preferem que eu seja a piada para rirem com os outros na mesa, ou se preferem rir de alguma outra coisa comigo do lado. Ou talvez eu só tenha acordado meio triste hoje, vai saber.