Violinos, passarinhos cantando e milhões de flores bonitas? Tudo bem. Mas bom mesmo seria se o céu fosse palco dos melhores shows que o povo da terra não pode mais ter. Essa teoria maluca foi exposta por mim nesta madrugada em que, as always, fiquei divagando no chat do Facebook com Anna Vitória e Analu, que costumam achar esse tipo de coisa normal (um dos motivos que me faz gostar tanto delas, aliás).
A verdade é que eu sempre sonhei em ver Cazuza, Legião Urbana, Beatles, Raul Seixas, Tim Maia, e muitos outros, ao vivo. Nasci tarde demais. Ou talvez seja mais certo dizer que a maior parte deles foi embora cedo demais. Por isso, seria ótimo que depois de partir dessa pra melhor eu tivesse a oportunidade de curtir vários shows deles. Tipo um grande e eterno festival.
Afinal, sempre quando alguém me pergunta sobre o show dos meus sonhos, ao invés de pensar na Adele, na Joss Stone, no John Mayer, no Ben Harper, ou até mesmo no Paul McCartney, eu penso mesmo é no Barão Vermelho. Ah, o Barão. Liderados pelo Cazuza naquele maravilhoso Rock in Rio de 1985 em que ele se enrolou na bandeira do País e desejou que “o dia nasça lindo pra todo mundo amanhã! Um Brasil novo, uma rapaziada esperta”. Todo mundo tão contente com as Diretas Já! Aquela alegria de poder eleger o próximo presidente. A gente até se esquece que depois o Tancredo morreu e parte da esperança do povo brasileiro se foi junto com ele.
Só que ouvindo o CD – que por sinal, é meu álbum favorito de todos os tempos – , tudo o que eu quero da vida é estar lá ouvindo a voz rouca do Caju. Doidão, gritando, falando milhares de palavrões e cantando uma balada só pra homenagear o Lobão, um amigo querido que deveria estar lá, mas não estava. Dá pra sentir o medo deles de serem vaiados nessa hora. Naquela época, ninguém aceitava música lentinha no Rock In Rio, minha gente. Não quero nem pensar no que aconteceria se uma Cláudia Leitte da época (será que existia alguém nessa vibe?) resolvesse se apresentar.
Sabemos que Deus não ia permitir o sexo e as drogas por motivos óbvios, mas bem que Ele podia liberar o rock’n roll pra gente lá em cima, né? Porque é meio injusto imaginar que jamais vamos poder ver esses caras que amamos tocando na nossa frente nem pular horrores na frente do palco, ou tirar uma foto com eles exibindo aquele sorrisão de tiete. Por enquanto, nos contentamos com o que eles deixaram. E com o que a gente sente quando ouve. Que com certeza já se parece com estar no céu.
Love, Tary