terça-feira, 21 de agosto de 2012

Temos todo o tempo do mundo

O melhor final de semana da minha vida começou com muita ansiedade: eram muitas experiências novas para uma pessoa só. Primeira vez em que viajaria de avião, primeira vez que conheceria São Paulo, primeira vez em uma feira do porte da Bienal do Livro e, principalmente, a primeira vez em que eu veria de perto e teria a oportunidade de abraçar as blogueiras mais incríveis do mundo: minhas mafiosas.  Não dormi nem um minuto na véspera da viagem. O sono estava lá, mas a minha cabeça não parava de matutar. Sonhei tanto com aquele momento que era difícil acreditar que realmente estava se tornando realidade. Só fui me dar conta quando estava com a cara enfiada na janela da aeronave, agradecendo a Deus por ter me dado a sorte de fazer parte de tudo isso e ter a oportunidade de encontrar pessoas que eu já amava.

O meu maior medo quando topei participar foi o aparecimento daqueles silêncios constrangedores nos quais todo mundo sente vontade de cavar um buraco com os pés. Claro que isso não aconteceu em momento algum. Parecia que tínhamos nos visto no dia anterior e em todos os dias antes dele. Parecia que a gente já tinha tirado milhões de fotos e almoçado várias vezes no McDonalds. Ficamos tão próximas nesses onze meses que os abraços apertados, os olhos nos olhos e as trolladas ao vivo foram a confirmação de uma amizade que estava sendo construída há muito tempo.

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Corremos umas para os braços das outras, gritamos dentro do shopping, distribuímos lembrancinhas, sentamos no chão da Bienal com o cansaço estampado nas olheiras e a alegria cravada nos sorrisos que quase nunca sumiam dos lábios. Andamos de metrô escoradas umas nas outras e eu perdi meu medo de escada rolante ao ser amparada por meninas lindas muito menores que eu. Cantamos “Lua de Cristal” no karaokê num coro mafioso que foi a realização de um sonho na minha vida e uma das coisas mais emocionantes que já vivi.

Tomamos o café da manhã mais gostoso do mundo feito pela melhor anfitriã que poderia existir. Fomos presenteadas por um céu azul  e um vento no rosto que combinam perfeitamente com aquilo que somos e que eu jamais imaginaria encontrar na São Paulo sempre pintada com variações de cinza pelos outros. Compramos livros, batons e perfumes mágicos que pareciam ter sido fabricados especialmente para cada uma de nós. Impressionamos as vendedoras da Quem disse, Berenice? e o funcionário simpático da Chilli Beans com a história do nosso encontro.

LENDAS

Gargalhamos horrores o tempo inteiro porque tudo era motivo de riso e abraço. Sentamos no chão da Livraria Cultura, rodeadas por livros e por rostos que antes só víamos por fotos e vídeos. Caminhamos abraçadas na Avenida Paulista entoando “Tempo Perdido” e outras canções da Legião que deixavam os passantes atônitos, acreditando de certo estarem diante de um flashmob. Provamos que existe amor em SP e espalhamos esse sentimento por onde passamos. Deixamos o Starbucks marcado de lágrimas no início das despedidas. Fizemos festa do pijama, criamos bordões e ouvimos ao vivo histórias clássicas que havíamos lido deitadas na cama de casa com o notebook ao lado. No último dia, acordamos com o choro preso nas gargantas e, no aeroporto, a dor de dizer “até logo” foi demais para conter o choro, os soluços e os abraços mais apertados já trocados.

Entrei no avião chorando feito um bebê ao lembrar de tudo o que vivemos e construímos com tanto carinho. Com uma felicidade imensa que não cabia em mim e por isso mesmo estava sendo traduzida em lágrimas. No lado esquerdo do peito, um bottom e muita saudade. Foi tão maravilhoso e inesquecível que até agora estou com medo de acordar e descobrir que tudo não passou de um sonho. Todas estão costuradas em mim e carrego um pedaço de vocês em tudo o que faço, vejo e sou. Obrigada por tudo. Se antes eu já tinha muita fé na vida e nas pessoas, agora eu não acredito mais no impossível. Nada é impossível. Afinal, temos todo o tempo do mundo.

amoooor

Amo MUITO vocês!

Love, Tary

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Para dar o play e voltar a ser criança

Tem gente que odeia aqueles momentos em que os desenhos animados interrompem suas falas e começam a cantar. Eu, definitivamente, não sou dessas. Tenho um carinho tão grande por determinadas cenas musicais de animações que me pego cantarolando as músicas sem nem me esforçar pra decorar as letras. Quando criança, tinha uma boa coleção de VHS e aprendi desde cedo a rebobinar ou avançar a fita para ver novamente aquela cena que tanto me encantava. Depois de crescida, meus olhos ainda se enchem quando estou diante de uma cena desse tipo e viro criança de novo. Vou compartilhar minhas favoritas com vocês e garanto: seu dia ficará melhor depois delas.

“Um dia, um dia… eu serei feliz”

Branca de Neve toda esfarrapada e alvo de planos maléficos da Rainha Má começa a cantar essa coisa linda para as pombinhas e, de repente, é surpreendida pelo Príncipe Encantado em seu – olha que coisa! – cavalo branco. Meu Deus, preciso comprar o DVD desse desenho. É fantástico!

“Você é o meu mundo lindo, o mais lindo que eu já vi... É a canção que eu canto... você é minha Melody”

Ao contrário do resto do mundo, eu absolutamente amo A Pequena Sereia II. Lembro com clareza do concurso que o Disney Cruj fez pra selecionar a menina que dublaria a Melody, filha da Ariel. Sei essa música todinha até hoje e fico com vontade de chorar porque adorava o VHS.  Outra coisa bonitinha desse filme é rever Sebastião e Linguado, meus “mascotes” favoritos da Disney.

Assisti esses dias e me apaixonei completamente. A canção é uma das mais cativantes dos contos de fada e a Rapunzel é a princesa mais legal dos últimos anos. Recomendo que assistam essa versão da música em português  e também a original, ambas são incríveis. Quanto ao filme, acho que o DVD tem duas opções de dublagem. Escolham a que não é dublada pelo Luciano Huck, tá? Realmente, a voz dele atrapalhou bastante. Não dava pra se desligar da figura do “cara que apresenta o Caldeirão” e focar no Flynn, que é um personagem muito bacana.

“Lá na curva o que é que vem”

Pocahontas não é o desenho favorito de quase ninguém nesse mundo, mas com toda certeza é um dos meus. Essa música maravilhosa não me deixa pensar o contrário. E, apesar de não ser princesa, a protagonista é uma das heroínas mais fortes e donas de si já criadas. Amo.

“Um mundo ideal… é um privilégio ver daqui”

Ah, essa dá até vontade de chorar. É a nossa infância, gente! Jasmine e Aladdin voando no tapete e vendo as maravilhas do mundo enquanto cantam a música mais bonita dos clássicos Disney, na minha opinião. Fora que esse desenho é muito divertido e tem coadjuvantes ótimos, como o Sultão e Abu, o macaquinho fofo do Aladdin.

“O homem abomina tagarelas, garota caladinha ele adora”

O que dizer de Úrsula? Pra mim ela é a melhor vilã de todas. Debochada, irônica, cínica e, bom, muito engraçada! Aqui ela usa todo o seu poder de convencimento para fazer Ariel entregar sua voz em troca de pernas que a façam chegar até o príncipe Eric. Esperta, a malvada canta que “só as bem quietinhas vão casar” e convence a pobre sereia. Existem outras músicas ótimas nesse desenho, mas achei que Ursulete merecia a homenagem.

“O tempo vai passar, os anos vão confirmar as três palavras que eu proferi: amigo, estou aqui”

Essa não é de conto de fadas mas emociona do mesmo jeito. Sempre que vejo essa cena fico pensando em todos os amigos que tive e também nos brinquedos que adorava quando pequena. É a cara da infância.

“Todo mundo vai temer quando me ouvir urrar”

Simba, a coisa mais fofa desse mundo, expressa sua vontade de ser rei no melhor filme da Disney, sem discussões. Esse tem as melhores canções, os melhores personagens. Meu Deus, eu preciso do DVD [2]. Aliás, Hakuna Matata só não está aqui porque já coloquei em outro post, mas fica a menção honrosa.

Love, Tary

P.S: A inspiração pra esse post surgiu de uma pergunta que a Anna me fez no Ask.Fm.

P.S 2: Adoraria ver todo mundo postando sobre as suas músicas favoritas de animações! Considerem isso um meme (:

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Cochilar é preciso

Estou de férias do estágio desde o primeiro dia deste mês, lendo livros para desenvolver o meu TCC e tentando cumprir com o cronograma que eu mesma estabeleci. O que é bem difícil quando você está fazendo o trabalho só e sozinha, mas enfim, a gente supera. O fato é que por dois dias dessa primeira semana descompromissada, me deixei levar por um pequeno prazer não desfrutado pela minha pessoa há muitos séculos: cochilar a tarde. E nesses dias em que me rendi àquela dormidinha básica depois do almoço, pude constatar o seguinte: sonhos bizarros são mais frequentes nesse período. Tá, eu sei que a gente sonha sempre que cai no sono, mas a questão é que eu consigo me lembrar muito mais claramente do que sonhei quando durmo a tarde.

Hoje a coisa foi tão, mas tão estranha. Estava lendo meu O Retrato de Dorian Gray, feliz e animada com a escrita do Oscar Wilde, quando as pálpebras começaram a pesar toneladas. Apaguei. E de repente eu estava na cobertura de um hotel na Grécia. Eu. Em uma cobertura. Na Grécia. Com vista para o mar e janelas enormes. Aí um amigo meu chegava, mais aleatório do que tudo nessa vida, com várias caixas de pizzas na mão, querendo subir pra gente conversar. Só que o elevador estava quebrado e a gente teve que subir pelas escadas.

Meu amigo, sendo igualmente lesadinho no sonho, entrava no quarto de um grego sem querer porque eu, claro, não lembrava o número do meu quarto. Então o grego começava a gritar e correr atrás da gente, e nós continuávamos subindo as escadas. Correndo horrores. E carregando as pizzas! Então a Brigitte Bardot (?) apareceu na nossa frente e eu acordei. Gente, como assim? Eu jamais me lembro desses sonhos malucos – se é que eu os tenho - de manhã. Fora que as coisas que eu sonho durante a noite são sempre em preto e branco. O que faz com que eu me sinta um cachorro, juro pra vocês.

Porém, tudo deve ter um motivo lógico. Ontem eu vi um vídeo em que a Rosana Hermann falava sobre a Grécia. Hoje conversei bastante com o tal amigo das pizzas. Também me perguntaram no ask.fm quais os cabelos famosos que mais invejo e, obviamente, citei La Bardot. Acho que Freud explica, né? Mas será que minha teoria tem fundamento e os sonhos bizarros se multiplicam durante a dormidinha pós-almoço? Tenho quase certeza. Ou talvez sejam apenas artimanhas ocultas para te fazer viver coisas divertidas e inusitadas através de cochilos despretensiosos. De qualquer forma, recomendo a experiência. Cochilar é preciso.

Joey e Ross sabem do que eu estou falando

Love, Tary

P.S: Cochilo é uma palavra engraçada.

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Rabiscado com giz de cera

A gente se conheceu em outra vida, tenho certeza. Porque você e eu éramos nós muito antes de nascer. Sentados, lado a lado, de mãos dadas. Eu de vestido e sapatilha cor-de-rosa, você de jeans, camiseta preta e all star. O parque em volta, extraordinário, exclusivo pra gente. O sol se pondo e o céu explodindo em mil cores vibrantes, enquanto eu sorria com a timidez que nunca tive estampada nas bochechas coradas.

Olhando para o pôr do sol e saboreando o prazer de saber que teu olhar não fugia de mim e que o teu sorriso ao me contemplar era ainda maior que o meu ao presenciar um milagre da natureza. O cabelo solto, enorme, brigando com o vento e sendo acalmado pela mão que não estava na tua. E a gente ia ficando assim. Eu de olho no céu, você de olho em mim. Se fosse um filme, a fotografia ia ser bem ensolarada, bem nostálgica, bem aquele diretor brasileiro que eu adoro e você provavelmente nunca ouviu falar. Se fosse uma música, seria de um álbum independente de uma banda que me faz chorar e te faz morrer de tédio. Porque a gente não combina em nada, mas se completa em tudo.

Eu dizia milhões de palavras pra tentar sumir dentro do meu vestido de bolinhas e desaparecer dali pra não ter que te encarar nunca mais. E você ficava escutando, soletrando letra por letra na tua mente, encantado, sem se cansar de mim. Teu celular tocava alguma música estupidamente doce e eu me surpreendia, ganhando uma piscadela cafona que fazia com que eu te detestasse instantaneamente. Mas que também provocava uma risada instintiva e uma vontade de abraçar que jamais passaria.

A gente se conheceu em outra vida, tenho certeza. Nesse cenário descrito, sonhado e pintado com giz de cera colorido, aquecidos por um sol que conforta e não deixa febril. Hoje ainda somos você e eu. Em breve, nós.

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Love, Tary

P.S: Não acredito em outras vidas, mas curto a licença poética.