sábado, 31 de dezembro de 2011

Vou sentir saudades


Ah, 2011. Que bom que você existiu. Vou sentir saudades. De mim mesma pulando quando você chegou, começando um estágio, realizando sonhos, entrando em outro estágio, sentada na sala de cinema assistindo a última estreia de Harry Potter.

Dançando, festejando, chorando de alegria, de fé, vou sentir saudade da minha felicidade quando descobri que tinha força, que tinha sorte. Vou sentir saudade dos shows, das peças de Teatro, dos livros que li. Vou sentir saudade do meu sorriso quando recebi os presentes, as cartas, o amor das pessoas que guardo no coração.

Vou sentir falta até dos meus pés doloridos, do rosto suado, da cabeça pesada, das lágrimas de expectativa. Do dia em que descobri: eu importo, meu lugar é meu, de mais ninguém e vai dar certo se a esperança não me abandonar. 

Tudo o que eu pedi ao final de 2010 foi: Por favor, por favor, que o próximo seja melhor! E você conseguiu, não foi? Você foi um furacão! O ano em que eu mais aprendi, mais cresci, mais me realizei, mais mudei. O ano em que eu quase não planejei: eu vivi.

Valeu, 2011. Foi inesquecível!

Love, Tary

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Seis coisas que eu quero fazer... em 2012!

Essa história de longo prazo me deixa um pouco deprimida. E indecisa. Resolvi, então, separar seis coisas legais, possíveis e principalmente - NECESSÁRIAS, que quero fazer o mais rápido possível. Muitas foram riscadas da minha lista neste ano (ai, quanta saudade vou sentir de 2011!) e tenho novos objetivos para o ano que vem. São coisas bem práticas - praticidade em pessoa, prazer! - e talvez pareçam chatíssimas e sem graça pra vocês, mas são importantes pra mim, sabe? Logo, seis coisinhas que eu sempre quis fazer, nunca fiz e gostaria muito de realizar em 2012!

1. Passar a tarde no parque 

O tal parque. Se a foto for sua, avisa que eu coloco os créditos!

Eu vivo me prometendo: Taryne, sua mané, seu lugar favorito na cidade inteira é o Parque das Nações Indígenas, vá logo passar um dia lá, leve um livro, tome água de coco, sinta o vento nas madeixas e se permita um pouco de sol! Mas nunca fui. Nunca  passei a tarde inteira lá. Na verdade, até passei, mas não parei pra pensar nisso, ou fiquei conversando -  ou namorando, cof, cof -, ou rindo com as amigas. O que preciso é de uma tarde pra pensar, relaxar, fazer um piquenique e ficar sozinha com os meus pensamentos. Necessário.

2. Aprender a dirigir 


Vinte aninhos, minha gente. Passou da hora. E não aguento mais depender do meu pai pra me levar aos lugares - tudo bem que aprender a dirigir não tem nada a ver com ter dinheiro pra comprar um carro -, mas eu preciso dessa sensação de liberdade. Vou vencer o medo, tomar coragem e virar motorista. Só isso já vai ter tornado o ano excelente. Mal posso esperar pra ouvir as piadinhas de "saiam das ruas, a Tary passou passou no exame de direção!". Aguardem as cenas do próximo capítulo e comecem a torcer por mim.

3. Pintar e fazer uma pequena mudança no meu quarto




Quero muito. Muito. Muito. A prioridade mesmo é pintar, nem precisa ser um desenho bonito como o da moça da foto! Só um branquinho com ar de limpeza tá de ótimo tamanho. É caro, gente. Dá trabalho. E eu PRECISO que minha parede e minhas janelas fiquem bonitas de novo. PRECISO pendurar coisas fofas e presentes incríveis em uma parede pintadinha e linda. Também estou pensando em comprar uma estante de livros branca - eles não cabem mais na parte lateral do meu guarda-roupa - e uma penteadeira com espelho para as mulherzices nossas de cada dia. Mudar a cama de lugar, comprar um tapete grandão... Vocês sabem: meu quarto é o meu mundo. E o mundo da gente sempre precisa de mudanças.

4. Tirar fotos todos os dias até o fim do ano




Nesse a Analu vai me ajudar. Porque eu pedi, porque ela me ama e porque ela adora puxar minha orelha pra eu fazer as coisas quando eu desanimo! Vamos começar juntas, no dia 1º de janeiro (aniversário do blog, ai de quem esquecer), um Project 365! Tirando uma foto durante todos os dias do ano e postando-a no flickr. Esse talvez seja o item mais complicadinho dos seis, mas conto com a Aninha pra me animar - e obrigar - a cumprir. Quero muito fazer um mural incrível como o da Milena mais linda de todas as Milenas do mundo. Acho que eu ficaria muito orgulhosa de mim mesma se conseguisse. (Amiga, envia o link desse post pra mim todas as vezes que eu ameaçar desistir!).

5. Fazer aulas de dança (ou academia)




Duas coisas que eu nunca fiz e que podem me deixar mais bonita, mais feliz e mais saudável. Ainda não decidi qual vai ser a escolha, mas preciso largar dessa vida sedentária, gente. Resta saber se aquelas três letrinhas que estão me atormentando por antecipação e ecoando no meu cérebro constantemente (T.C.C) vão deixar que eu use meu tempo pra ser saudável, bonita e feliz. Provavelmente vou ficar parecendo um zumbi, com olheiras até o umbigo, mas vou tentar! Quem sabe.

6. Completar meu journal (e os caderninhos que tenho dó de usar)




Anna Little Pônei  comentou que quer muito começar um caderninho de lembranças. Eu já tenho um! A metade já está completa, mas só vou sossegar quando chegar até a última página. Na verdade, estou  pensando em comprar outro só para as lembranças deste ano e ir completando o outro aos poucos... É, acho que vou fazer isso mesmo! Assim, crio coragem pra escrever nos outros milhões de caderninhos que compro e tenho dó de usar. Ano novo não é uma página em branco? Vou começar rabiscando tudo então!

Demorei horrores pra responder esse meme delícia, mas dei uma inovada nele pra me redimir. Todas essas coisas nunca foram feitas por mim e espero terminar 2012 com riscos libertadores em pelo menos metade dessa lista.


Love, Tary

sábado, 24 de dezembro de 2011

Temos todo o tempo do mundo

O Natal é minha época favorita do ano. Também adoro quando um novo começa porque a atmosfera é tão limpa, simples e cheia de possibilidades. Podemos zerar o que passou, esquecer os erros e recomeçar. Já dizia Legião que "temos todo o tempo do mundo". E é exatamente nesta época do ano que pensamentos a esse respeito invadem minha mente. 

Neste Natal, desejo todas as alegrias do mundo para você, que separa alguns minutos de seu tempo para ler este blog, gosta do que eu escrevo e me envia sentimentos bons através dos comentários. Na noite de hoje olhe para o céu, faça pedidos, agradeça e abrace as pessoas que você mais ama. Ah, coma coisinhas gostosas também. Nos vemos mais tarde, mais gordos, mais felizes, mais esperançosos. Obrigada por tudo.

Silent night...

Love, Tary

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Mãe por um dia, amor pra vida inteira


Cuidar de alguém indefeso e dependente não é tarefa fácil para quem é individualista e também um bocado desastrada. E mesmo que a pequena Maria Clara, de um ano e quatro meses, seja minha priminha adorada, nunca a havia segurado no colo por muito tempo, tomado conta dela nem passado tempo suficiente em sua inocente companhia de bebê sapeca. A verdade é que não me considerava suficientemente "jeitosa" para ser responsável por alguém tão frágil. Tudo isso mudou numa certa tarde em que, motivada pelo jornalismo, fui até a casa da Maria Clara disposta a vivenciar o máximo possível da experiência de ser mãe. Ao menos por um dia.

Engoli todas as minhas limitações, preconceitos com relação a mim mesma e as críticas daqueles que consideraram a minha tarefa 'fácil demais' - estes, com toda a certeza, não me conhecem em nada. Fui até lá com várias pontadas de medo. "Será que eu vou conseguir segurá-la direito?", "Mas... e se ela chorar?" e, principalmente, "Como é que eu vou fazer pra trocar fralda?" Indagação acompanhada por aquela fisionomia clássica de 'ecaaa'. Chegando à casa da pequena, tive de esperar. Ela desfrutava do tradicional 'soninho da tarde', quase uma exclusividade do mundo dos bebês.

Depois de duas horas, ela despertou, ainda sonolenta. A babá a colocou em meus braços e disse: "Mãe por um dia, ela é toda sua!". Maria usava uma chupeta e estava com os cachinhos suados quando a acomodei em meu colo, dei um beijo em sua bochecha rosada e a levei para o primeiro desafio do dia: trocar de roupa. Ouvi dizer que algumas crianças odeiam essa parte, mas a minha pequena nem se abalou e até facilitou o meu serviço levantando os bracinhos rechonchudos, meu maior obstáculo foi mesmo minha falta de jeito. O modelito era uma graça: um vestido floral frente única e sandálias brancas de laço as quais ela chamava de "pato, pato". Sapato na linguagem dos nenéns. 

Fomos até a cozinha e me explicaram que, após a soneca, ela costumava comer bananas. Peguei uma delas, descasquei e com Maria sentadinha no meu colo, fui oferecendo a fruta. Ela comia devagar e às vezes me presenteava com um de seus risinhos fofos. Então, no momento em que eu a achava a coisinha mais linda desse mundo, a bebê tirou a banana mastigada da boca e me ofereceu toda gentil. “Não, brigada”, eu repetia com um risinho amarelo. Maria não se fez de rogada e continuou insistindo, até que peguei a banana babada – o que a deixou muito satisfeita - e joguei no lixo. Também ofereci água na mamadeira e ela tomou com muito gosto. Eu estava morrendo de sede também, mas aprendi que vontade de filho vem muito, mas muito antes da nossa. E por mais que pareça estranho, é uma alegria imensa trocar nossa vontade pela deles. 

A próxima tarefa era a mamadeira. Quatro colheradas de leite em pó especial de soja e 210 ml de água quente, chacoalha, chacoalha, chacoalha e experimenta pra ver se não está quente demais. Porém, quem disse que Maria Clara me deixava tirá-la do colo pra preparar o ‘mamá’? Ou ela corria pra fora, ou vinha para perto de mim com os bracinhos estendidos para que eu a segurasse. Por várias vezes tentei colocá-la no colo da minha mãe, Nilcélia – que acompanhou a aventura rindo muito da minha cara de desesperada -, mas a Maria não queria saber dela. A essa altura já havia se apegado a mim e balançava a cabeça calmamente sempre que eu queria entregá-la pra alguém. Isso me deixou bem boba e fez com que eu sentisse uma grande onda de amor por aquela menina. 

Com muito custo, conseguimos despistá-la, o que não foi nada fácil porque a Maria é muito esperta e sempre dava um baile na gente. Minha mãe entrou na sala com ela enquanto eu preparava o leite. Preciso dizer que me atrapalhei e fiz a maior sujeira com o leite caríssimo? Não, né? Quando entrei na sala, minha ‘filha’ já esticava os bracinhos para provar a mamadeira, dizendo ‘mamá, mamá’! Mas tenho certeza que minha peripécia não ficou lá muito gostosa. Ela bebeu uns golinhos, logo não quis mais saber e fomos brincar. 

Impressionante como para os bebês tudo é uma nova descoberta, a pequena se divertia com a textura da almofada, com o ursinho que fiz de fantoche, com o barulho das minhas chaves, meu brinco em formato de flor, meus óculos e todas as minhas brincadeiras para fazê-la rir – que deixariam qualquer outra pessoa revirando os olhos. Eu já estava cansada de tanto corre e corre, com o cabelo arrepiado e cara de doida. No entanto, a tarde era uma criança. Literalmente. E mesmo que eu não quisesse dar o braço a torcer, sabia que estava adorando passar meu tempo ali. Na varanda, um pequeno lanche preparado pela minha mãe  permitiu que eu me sentasse um pouquinho e comesse uns bolinhos de chuva. Para beber, um daqueles sucos de caixinha que vem com canudo. De maçã.

Logo a Maria chegou com seu sorriso aberto me pedindo um gole. Ofereci e ela bebeu com gosto, quase sem parar pra respirar. O que prova ainda mais a minha teoria: meu ‘mamá’ ficou realmente uma droga. Perdi o suco pra ela e nem me importei. Tudo o que importava era seguir os passos dela pela varanda, brincar com as flores do jardim, ouvir seus gritinhos felizes e quase morrer quando ela pisava com força em uma poça de água suja do jardim, rindo sem parar, ou tropeçava ameaçando cair. Nem gostava de imaginar o que aconteceria se ela se machucasse!

Pior que isso foi a próxima arte da Maria: ligar a torneira quebrada do jardim e nos molhar inteiras, se divertindo a valer com minha cara de perdida tentando impedir. Lá pelo fim da tarde, o que mais me tirou o sono: trocar a fralda. Descobri que esta parte a Maria detesta. Ela resmungava em cima do trocador, se debatia querendo mexer em uma caixa e não gostou nada. Mas foi só começar a brincar com ela que a ‘raivinha’ passou. Logo eu estava tirando a fralda suja, limpando e colocando uma nova. Mamãe acompanhou o processo e rindo, disse: “Parece que está fazendo uma cirurgia na menina!”. Apesar da piada, admitiu que eu levava jeito e, ao colocar uma nova roupinha na Maria, notei que estava bem mais confiante. No fim, trocar a fralda foi o mais natural da experiência toda. O mais difícil é se esquecer de si mesmo em prol de uma pessoinha que depende de você, não tirar os olhos dela nem por um minuto, correndo atrás e dando bronca quando precisa – não fui bem sucedida nisso... ela é fofa demais pra pensar em brigar! 

Brincamos bastante com a motoca dela, sentamos no chão da varanda e o único momento em que ela chorou foi quando viu Regina, a babá, indo embora. Não durou muito, mas o foi o pior momento pra mim. Foi terrível ver a Maria Clara agarradinha na grade do portão, chorando e super sentida. Peguei as pulseiras que ela adora colocar no pulso e, minutos depois, a bebê já estava sorrindo e cantarolando – na linguagem dela – pelos cantos. Na hora de ir embora, um beijo na bochecha, um abraço apertado e um aperto no peito. Eu já sentia saudade.

Quando a Ceci, mãe da Maria, voltou para casa, fomos embora bem rápido pra que ela não notasse minha ausência. E eu queria ficar mais, dar banho, fazer dormir, levar para passear, conversar... Dizem que ser mãe é padecer no paraíso. Se for realmente assim, quero padecer mais vezes. Quebrei meus próprios paradigmas e descobri que o medo pode te impedir de ter experiências maravilhosas. E foi uma doce bebê de olhos castanhos, cabelos cacheadinhos e olhar sapeca quem fez com que eu me desse conta disso. Ainda bem!


Te amo, bebê!

Love, Tary



 P.S: Matéria de jornalismo gonzo escrita para o jornal da faculdade, a pedidos da minha amiga Ana Luísa Bussular.