Ou: E aí você entrou na minha vida...
Foi no último ano do Ensino Médio, na minha aula favorita: Literatura. A professora pediu silêncio, pegou um pequeno papel rasgado entre as mãos e me entregou. Demorei alguns segundos para decidir desdobrar - a sorte não andava ao meu lado naquele tempo -, desdobrei e, devagar, li o conteúdo escrito em itálico. Minhas amigas indagaram o nome e, quando respondi, fizeram um ruído de dúvida. "É legal, Tary?", perguntaram.
Respondi que sim, mesmo sem conhecer, lembrava de ter ouvido elogios. Foi minha primeira intuição a seu respeito. Como sempre fazíamos, fomos até a biblioteca, pesquisamos e pegamos alguns livros. Uma leria, outras pegariam as principais informações e a maioria, certamente, deixaria de lado até a última hora. Desta vez, eu poderia ter assinalado a última opção. Mas não aconteceu.
Eu estava estudando na casa da minha avó e, por algum motivo, aquele livro vermelho empoeirado, de capa dura com letras douradas em alto relevo me atraiu. Naquele momento, decidi te conhecer a fundo, lendo as suas palavras na íntegra. Abri, percorri a página amarelada com o dedo indicador e comecei. Poderia ter sido só aquela primeira página, mas não foi.
Ventos rurais despentearam meu cabelo, flores voaram por entre as minhas mãos. E aí você entrou na minha vida pela segunda vez. Em menos de quatro horas, o livro estava terminado. E, desde aquele momento, sempre que me perguntam qual é meu escritor favorito, lá está aquele mesmo nome que foi lido em uma segunda-feira, no fim de dois mil e oito, em um papel rasgado rabiscado com caneta bic azul. Erico Verissimo. Sem acento no nome nem no sobrenome.
Os anos que se seguiram foram repletos dele e de sua "Clarissa", personagem jamais esquecida e que marca meu primeiro contato com Erico. Depois vieram Um certo capitão Rodrigo, Música ao Longe, Olhai os lírios do campo e Um lugar ao sol. Na estante, me esperam, Saga - o fim da história de Clarissa -, O resto é silêncio e Caminhos Cruzados. Não quero que nossa história termine logo, vou lendo sua obra no decorrer do tempo e percebo o quanto de vida ela possui. Protagonistas que sofrem, mas não perdem a vontade de lutar, histórias otimistas, fortes, onde o ambiente também é personagem. Histórias que vão me acompanhar para sempre.
Love, Tary
Que bom que tu apareceu novamente no teu blog ^^. Eu gosto muito dele, porque admiro tua auteticidade =) E tu escreve com o coração.
ResponderExcluirGostei do novo layout, ficou muito fofo!
Alías, Erico Verissimo Nasceu em Cruz Alta como eu =D
Ai Tary, tb amei Erico desde Clarissa e fico apaixonada a cada palavra que leio.. Na lista de livros pra ler, livros pra comprar sempre está ele...
ResponderExcluirE tenho essa impressão também: de que, mesmo ele tendo escrito durante a metade do século XX, suas obras falam de algo q devemos levar em conta agora e q antes era tão comum: a vida simples!
*.*
Beijos, querida!
Nunca li nada do Erico. Mas do Luis Fernando, sou fã! Serve? ;)
ResponderExcluirCom esse post tão encantador, deu vontade de conhecer a obra do autor...
Beijos.
Sabe que nunca li nenhum livro do Erico? Que horror, né?
ResponderExcluirMas livros do filho dele já li vários. Eu sei, nada a ver. hahaha
Beijo!
Bela forma de se apaixonar... e já começou com um amor intenso assim! eu ainda não me atrevo a ler Verissimo, mas como sei q tudo tem uma hora, a nossa ainda irá chegar...
ResponderExcluirblog LINDO, sem mais!
Ué, eu pensei que Caio F. fosse teu preferido, amiga! Tá traindo o movimento? HAHAHA
ResponderExcluirEu não faço a menor ideia de quem é o meu escritor preferido, acho que não tenho um, na verdade. Mas Caio F. faz parte de um momento muito intenso da minha vida, então eu me apeguei muito!
Beijos!
Erico é tudo de bom! Eu li pouco de sua obra, mas ele me fascina muito *--*
ResponderExcluirOlha ai viu, Tary também é incentivo
ResponderExcluirMinha linda fico muito feliz quando abro seu blog e vejo que voce postou coisas novas é sempre um prazer te ler, não conheço a obra do Érico mas você fala dele tão lindamente e com tanta ternura que estou pensando em fazer um projeto igual ao que fiz esse ano de ler a obra da Clarice Lispector ou pelo menos grande parte..
"Um beijão menina ARRETADA (como dizem aqui no ceará) e uma semana bem porreta"
ARRETADO: Cearensismo por excelência. O maior elogio que se pode fazer a uma pessoa "O Pelé é um jogador arretado" quer dizer é o máximo. " A Xuxa é arretada" quer dizer bonita, inteligente e tudo de bom que se possa imaginar.
Confesso que ainda não li nenhuma obra dele, mas a minha mãe também é apaixonada por ele e tem alguns livros aqui em casa. Já peguei alguns para ler, só falta o tempo. Mas tenho certeza que vou gostar, não tem como. Todo mundo que já leu Erico Verissimo se apaixonou por sua obra - pelo menos todo mundo que eu conheço.
ResponderExcluirBeijos ;*
Nunca li nada do Erico, shame on me. Mas tenho vontade. Aliás, muita vontade. Tenho uma curiosidade enorme de ler Olhai os Lírios do Campo, porque acho esse nome TÃO LINDO! Só pode ser coisa boa.
ResponderExcluirQue coisa linda o novo visual do blog, esse background é puro amor, e sua cara!
beijo
Do Érico conheço "Olhai os Lírios do Campo" e "Clarissa", que li recentemente e se tivesse dinheiro, filmava a história. É lindíssimo!!!!
ResponderExcluirQue lindo. Só li Música ao Longe, Ana Terra e alguns poemas, mas entendo o porquê da obsessão. É viciante. E você explorou isso de uma maneira muito poética no texto. Acho que o Érico ficaria orgulhoso. =)
ResponderExcluirEu tenho um pouco de medo quando as pessoas falam dessa maneira de algum autor,porque das últimas vezes fiquei sempre tão entusiasmada e no fim eu sentia que o livro não era pra mim,me doía,sei lá,algo assim.Vou fazer uma tentativa com o Érico tá? Beijoos
ResponderExcluirNunca tive paciencia de terminar um livro do Verissimo, admiro os que gostam, mas meu primeiro contato com ele nao foi bom, as primeiras páginas de um certo capitao rodrigo nao me encantaram e desde entao encaro o Erico como um autor deveras chato, ainda bem que tem quem aprecie sua obra haha beijoss
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