terça-feira, 23 de agosto de 2011

Escreveram pra mim

Neste semestre estamos exercitando textos jornalísticos. Entre eles, o perfil, no qual o jornalista produz um texto interpretativo a respeito de alguém. Então, a professora colocou o nome de todo mundo em papéis e fez um mini sorteio. Cada um escreveria sobre aquele que tirasse. Fiquei meio assim, afinal, ninguém quer ser retratado de forma errada. Acabou que a Thê, uma das minhas amigas mais queridas foi quem me tirou e escreveu um texto lindo sobre mim. Depois, cada um tinha que fazer um "de frente com Gabi" com o perfilado e ler o texto pra ele. Quase chorei quando a Thê fez isso. Simplesmente amei. Obrigada, tampinha, você é a melhor. Te amo muito e pra sempre! Eis o texto:

Rodopiando com Taryne
Por Marithê Lopes

Segunda-feira, 1º de agosto, às 10h40min ela entrou no restaurante Piatto da faculdade. Deixou a bolsa em cima de uma mesa perto da entrada. Meticulosamente pegou a bandeja, o prato, os talheres e o guardanapo. Escolheu as melhores folhas da salada e os tomates. Serviu o arroz branco e o coloriu com o feijão. Duas conchas de estrogonofe, cenouras e abobrinha. Senta-se na mesa e confessa “Odeio almoçar sozinha”.

Foi assim que começou a saga Sherlock Homes que procura desvendar um mistério chamado Taryne Cavalcante Zottino. A miopia e o astigmatismo não a impedem de observar os detalhes da vida com um olhar especial. Olhares atentos como os de crianças que tudo perguntam e pra tudo querem uma resposta. Não somente o olhar de criança, mas, a alma também. Taryne ainda é capaz de se divertir como quando era criança e brincava com a irmã caçula de princesas versus bruxas, de boneca, de escola, faziam cabaninhas, gincanas, teatros, pulavam amarelinha e de repente se tornavam as "Detetives mais loucas do mundo", a brincadeira favorita. Falando em infância é importante ressaltar que Taryne não sabe andar de bicicleta e nunca teve um cachorro. Somente um peixe, o Billy, que morreu e nem teve um enterro digno.

Basta falar no nome da irmã caçula uma vez para os olhos se encherem de brilho e orgulho. Giovana Zottino, a Gio, é sua melhor amiga. Pessoa que ela tem uma paixão imensurável. Aquela que ela morre de ciúmes, a protege de baixo das asas até hoje. “Sem você, eu seria apenas metade. Seria sem graça, sem brilho e completamente só. No teu abraço, encontro o meu lugar no mundo, minha casa. Você é simplesmente a minha vida”, foi assim que ela descreveu a irmã em seu blog.

Para a Gio, a “maninha” Taryne é o amor de sua vida. É tudo. Melhor amiga, com quem divide seus segredos. Na irmã ela se inspira como modelo de vida. Admira a honestidade e quando a Tary aplica o “fala na cara”. O defeito seria ser muito crítica. Giovana adora quando as duas fazem a semana das irmãs onde elas assistem filmes, preparam as comidas favoritas e se curtem.

Taryne adora escrever. Confessou que a escrita é a única coisa que a garante. Acredita mais na Literatura do que no Jornalismo, profissão que escolheu pra ser tua. Ela pratica a escrita em seu blog, muito conhecido no universo dos blogueiros. “Doces Rodopios” é o nome de seu blog, tão peculiar quanto à dona. Através de sua escrita consegue levar alegria para pessoas desconhecidas.

A melhor experiência dos últimos tempos foi ter participado do Despertar, um retiro para jovens. Lá ela aprendeu uma filosofia que irá praticar daqui pra frente. A filosofia do “Preciso deixar um legado de coisas boas para as pessoas”. Depois dele ela voltou a frenquentar à Igreja. Mudou a frieza com a família se tornando mais carinhosa com a mãe, principalmente. E fortaleceu ainda mais a amizade com o Gabri, amigo de sala.

Sua mãe, a Nil, é a eterna “mãe coruja”. Taryne é uma das principais razões de sua felicidade. Uma pessoa muito alegre, perfeccionista, “na dela”, defende quem ama com “unhas e dentes”, é dedicada e justa, olha todos os lados. “Quando a Tary nasceu, minha vida mudou completamente. Antes não me via como mãe. Foi só ela nascer pra eu me dar conta do tamanho do amor que eu já sentia. Um momento especial, porque à partir dali tudo que eu fazia era em função dela. Foi amor à primeira vista”, declara Nil. Taryne também é o xodó do pai, ele a chama de Branca, pressupomos que seja pela falta de melanina.

Sua avó Cleonice não contém os elogios ao se falar da neta. Diz admirar muito a dedicação que Taryne tem com tudo o que faz. Uma menina responsável, estudiosa, a verdadeira “boa neta”. Quando questionada sobre os defeitos da neta dona Cleonice diz: “Tu já viu avó colocar defeito em neta? Sou suspeita pra falar dela”.

Enxaqueca é seu grande mal. Às vezes chega atrasada na faculdade. Seus olhos diminuem. Qualquer barulho a incomoda. Não é aconselhável fazer piadas quando ela está assim. Nem ao menos dizer que ela é hipocondríaca. Sua amiga Ariadine sabe muito bem disso, apesar de muitas vezes não praticar. “Fui com a cara dela desde o primeiro dia de aula. Desde esse dia quis ser sua amiga. O que me incomoda nela é reclamar de tudo!”, comenta Ariadine.

Quem reparar bem na Taryne poderá perceber que ela cada dia usa algo relacionado a corujas. Blusa, anel, colar, brinco... Essa é uma de suas paixões. Coleciona vários objetos “corujescos”. Ela tem uma coruja de pelúcia, a Genoveva, que ganhou em 2008 de uma amiga, a Ísis. Também coleciona seus livros preferidos. Ela se sente bem em estar rodeada daquilo que gosta.

Seu bisavô paterno, o Basto, vai fazer 103 anos e sua bisavó, a Dita, vai fazer 98 anos, quando Taryne fala deles se enche de orgulho, pois os admira muito. “Não quero viver tudo isso. Até uns oitentinha tá bom”, confessa Taryne.

Tão complicada de desvendar quanto a mais complexa operação matemática ou aquele exercício de física quântica de outro mundo. Porém é muito fácil querer a amizade dela, simplesmente porque ela tem tudo o que uma pessoa precisa pra ser feliz. Ela tem um encanto peculiar, uma denominação que ainda não tem nome. Assim é Taryne Zottino.

Love, Tary

domingo, 7 de agosto de 2011

As melhores coisas do mundo

Para que eu jamais me esqueça delas

Amar. Se sentir amado. O amor, em si. Filmes. Ir ao cinema só porque deu vontade. Pessoas que veem filmes sorrindo. Livros. Livros com capas e edições bonitas. Cheiro de livro. Pessoas que gostam de ler. Estantes repletas. Jornal quentinho. Brigadeiro. Marshmallow. Chocolate. Ovo de Páscoa. Algodão doce. O último ano da escola. Fazer o que gosta. Relembrar a infância. Fazer maratona de séries e esquecer da vida. 

Abraços. Abraçar alguém quando se está morrendo de saudade. Abraçar em pensamento. Abraço apertado. Beijos. Beijo apaixonado. Beijo de ternura. Beijo de esquimó. Sorrisos. Alegria. Chorar de alegria. Chorar de alívio. Consolar alguém e saber que conseguiu fazer essa pessoa se sentir melhor. Ouvir música. Ouvir a música que você gosta tocando na rádio. 

Gargalhar. Gargalhar sem medo de te mandarem calar a boca. Gargalhar até a barriga doer e lágrimas saltarem dos olhos. Gargalhar até perder o ar. Maré de sorte. Ter amigos em quem confiar. Se surpreender positivamente com alguém. Perdoar. Se sentir feliz. Banho de chuva. Dormir ouvindo o barulho da chuva. Sorvete. Corujas. Cachorrinhos. Pérolas. Turma da Mônica. Ver uma coisa que você queria muito em promoção. Comprar alguma coisa legal com dinheiro do seu próprio esforço.

Ouvir acidentalmente alguém te fazendo um elogio. Ler um elogio escrito com o coração. Dar presentes. Ganhar presentes. Não deixar que te desmereçam. Dar uma resposta esperta para uma pergunta idiota. Conseguir. Vencer. Cabelos cheirosos. Perfume. Lírios. Árvores. Árvores totalmente sem folhas. Fotografia. Fotografar e registrar momentos lindos. Lembranças boas. Lembranças que ensinam. Aprender. Ensinar. Ser honesto. 

Fazer alguém também gostar de uma coisa que você ama. Dormir até mais tarde. Acordar e descobrir que é sábado, ou está uma hora adiantado. Sorrir por dentro. Se sentir aquecido. Se sentir especial. Dançar até o corpo inteiro formigar. Dançar sozinho no quarto. Cantar no chuveiro. Friozinho debaixo das cobertas. Preguiçar. Ajudar alguém e não alardear isso. Natal. Um novo ano que começa.


Coleções. Pantufas. Desenhar. Lápis de cor. Cadernos. Escrever. Bagunçar com amigos queridos. Desabafar quando mais se precisa. Comida de avó. Amor de Deus. Sonhos. Sonhar. Viajar. Se sentir seguro. Se sentir livre. Se sentir em paz. Estar rodeado pelas coisas e pelas pessoas que ama. Ter um pedido concedido. Carinho. Arte. Parques. Piqueniques. Tardes ensolaradas. Ursinhos de pelúcia. Fé.

Lasanha. Sushi. Mostarda. Comer alguma coisa deliciosa. Comer alguma coisa diferente. Vento. Céu azul cheio de nuvens. Céu estrelado e lua cheia. Janelas. Janelas de Vento. Pais que conversam com os filhos sobre tudo. Avós que mimam. Trabalhos que orgulham. Amigos que entendem. Acreditar na vida. Acreditar em sim mesmo. 

Olhos. Olhares. Olhos sinceros. Olhos que revelam tudo. Pessoas. Pessoas que enviam amor sem nem te conhecer pessoalmente. Pessoas que sabem quando você precisa de ajuda. Pessoas idosas com a vida nas mãos. Jovens que não desistem. Coragem. Esperança. Andar de mãos dadas. Pés que se aquecem. Não ter vergonha de ser feliz. Não ter vergonha de parecer bobo. Não ter vergonha de brincar. Nunca perder a vontade de evoluir. Ter um colo sempre disponível. Viver. Apreciar a vida. Apreciar as coisas pequenas. Enxergar as melhores coisas do mundo todos os dias.

Love, Tary

P.S: Completem minha lista nos comentários ;)

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

As piores coisas do mundo

Ônibus lotado. Ônibus lotado com pessoas que não gostam de banho. Ônibus lotado com pessoas que não gostam de banho, mas adoram funk. Brigadeiro com manteiga demais. Prova. Prova para a qual você não estudou nada. Pré-vestibular. Vestibular. Não passar no vestibular. Regras que oprimem. Tabus. Não ter mais assunto. Sentir sono e não poder dormir. Sentir fome e não ter o que comer. Sentir frio e não ter um casaco ou um cobertor quentinho por perto. Não ouvir a sua mãe. Brigar com os amigos. Bífe de figado. O molho do McDonalds. Sujar a roupa com o molho do McDonalds. Gripe. Livro com erros de grafia ou de tradução. Dor de cabeça. Unhas por fazer. Quebrar as unhas. Sobrancelha sem tirar. Bolsa pesada. Almoçar sozinho. 

Sapato apertado. Sapato apertando o pé machucado. Mexerem nas suas coisas. Não conseguir abrir uma garrafa ou um pote de azeitona. Chegar atrasado. Esperar alguém que vai chegar atrasado. Descobrir que alguém amado é um completo idiota com os outros. Sensacionalismo. Egoísmo. Inveja. Falta de amor. Falta de respeito. Falta de fé. Falta de educação. Ver alguém passando necessidade e não poder ajudar em nada. Ver alguém que você ama sentindo dor. Perder alguém querido. Fracassar. Ser julgado por causa de algo que você gosta muito. Debocharem dos seus sonhos. Não ter apoio. Te tratarem com frieza quando você mais precisa de calor. 

Amar e não ser correspondido. Amar e não saber se é correspondido. Ser ignorado. Ser ignorado na frente de todo mundo. Chorar em público. Chorar em público e alguém perguntar o que aconteceu.  Violência. Coisas boas que acabam. Coisas boas que acabam mal. Discutir a crença dos outros. Maré de azar. Calor de 40°C. Acharem que você está mentindo. Fofocarem sobre você. Mentirem a seu respeito. Filme pretensioso. Premiações que cometem injustiças imperdoáveis. Gênios que morrem jovens. Falta de consideração. Falsas esperanças. Perder o rumo. Se sentir perdido. Sofrer. Sofrer calado. Calar quando a vontade é gritar.  Não ser perdoado. Não conseguir perdoar. Indiferença. Ódio. Terror. Medo. Primeiro dia de qualquer coisa. Deixar de acreditar. Olheiras. Espinhas. Tirar a maquiagem depois da balada. 


Gente que maltrata animais. Gente que maltrata crianças. Gente que se maltrata. Gente que é triste o tempo todo. Gente que reclama de tudo. Gente que tem vergonha de ser quem é. Gente que tem vergonha de ser feliz. Gente chata. Mas a pior coisa do mundo, com toda a certeza, é só enxergar as piores coisas no mundo.

Afaste as coisas ruins de você. Sempre.
Em breve, as melhores coisas do mundo!

Love, Tary

P.S: Completem minha lista nos comentários ;)