Para sempre tua, Tary Z.

Estou feliz como há muito tempo não era. Felicíssima. Com  brilho nos olhos, coração disparando e uma urgência absurda nos lábios que umedeço a todo instante como que para ter certeza de que estão lá. Lábios com gosto das balas de morango que tanto ajudam a disfarçar o amargo dos dias monótonos. Porém, mais do que qualquer outra coisa, estou feliz por causa da expectativa. E como de costume, tudo me leva a Caio. Paro de ler sua biografia porque a identificação me dói, aguda. Ele amava corujas, queria um amor para toda a vida, era virginiano, podia ser incrivelmente sensível e perigosamente ferino, se inspirava em Clarice, na deusa Lygia e - meu Deus do céu - em Erico. Meu Erico de todas as flores voando atrevidas por entre meus cabelos e pousando em meus ombros debaixo de um sol de Sofia Coppola. Dói me ver tão despida, morando na vida de alguém que já se foi há muito e deixou palavras, suspiros e essa identificação que machuca na mesma frequência em que conforta, acalenta, aquece. A cada linha da vida de Caio é como se sua voz grave e gaúcha me dissesse "Viu? Não estás sozinha!". Ah, meu Caio de todos os morangos mofados ao som de Beatles e Angela Rô Rô. Ah, meu Caio de todas as tardes frias de sonos remendados em bocejos sem fim. Ah, meu Caio do coração bonito que eu sinto tão conectado com o meu. Nem precisa me dizer que será para sempre meu. Porque eu, ah, eu sim...

Para sempre tua.

Love, Tary


Post dedicado a mim, ao Caio e a minha querida amiga que o ama tanto quanto eu, Analu.