Aí está um subtítulo em português bem digno e que não me irrita tanto, por assim dizer. Skins
realmente retrata a juventude à flor da pele, sem máscaras, sem beleza plastificada e sem as tantas hipocrisias e clichês presentes nas demais séries teen. Na verdade, nem acho que essa definição se aplique a Skins. Claro, os personagens são adolescentes e passam por conflitos típicos - e outros
bem atípicos - da adolescência, mas acredito que as histórias vão muito além disso. Os personagens são - e estão o tempo todo - nus, crus, regados a drogas e repletos de uma perdição que cabe em qualquer fase da vida. Eles são, acima de tudo, humanos. E é justamente essa humanidade que gera tanta identificação e ao mesmo tempo, tanta paixão.
Ao meu ver, tudo começa pelo formato. Um episódio para cada personagem e que leva o nome dele, nada de protagonistas - mesmo que o público insista em escolhê-los ou que a força dramática do ator acabe, ainda que involuntariamente, decidindo o 'principal' da história -, nada de leveza, passarinhos e floreios. Uma série divida em gerações. Assim que o último ano do colegial acaba, os personagens que você aprendeu a amar se despedem e dão lugar a novas caras, a novas histórias. Sempre um estranhamento, sempre um entortar de nariz, mas principalmente, sempre uma reinvenção.
Na primeira geração da série, conhecemos Michelle, Jal, Sid, Anwar, Maxxie, Chris, Effy, Tony e Cassie - esses dois últimos meus favoritos por razões diferentes, mas todos únicos à sua maneira. Não vou dizer que foi amor à primeira vista. Skins só foi me ganhar mesmo no segundo episódio - justamente o da Cassie - porque foi ali que percebi a beleza da individualidade de cada um daqueles jovens. Para mim, o que faz Skins ser Skins é o fato de quase sempre conseguirmos ganhar o olhar do personagem retratado, ver o mundo como ele vê, entrar na sua pele, sentir as suas dores e confusões.
A trilha sonora também é um caso à parte, existe uma harmonia tão grande em determinados episódios que depois de assistí-los é impossível ouvir aquela música sem lembrar das cenas que embalou. Não posso ouvir Hometown Glory (Adele) sem ver a Cassie correndo sem rumo numa New York pequena demais pra ela, da mesma forma que nunca mais conseguirei dissuadir Come Pick me up (Ryan Adams) de um desencontro de trens que nunca mais deixou as coisas serem as mesmas. E sempre que meu celular tocava, era impossível não lembrar da série, já que a versão do elenco para Wild World foi o toque do meu celular por quase três anos.
Porém, nem tudo é perfeito e desde o primeiro episódio da segunda geração já sabia que seria muito difícil aqueles novos adolescentes me cativarem tanto quanto o grupo anterior. E estava certa. Tanto na 3ª temporada, quanto na 4ª, rolou uma forçação de barra constrangedora e que ultrapassou o nonsense gostoso das temporadas anteriores e deu lugar ao ridículo. Tirando algumas tiradas, referências e diálogos memoráveis, Effy, Emily, Naomi, Thomas, Cook, Freddie, JJ, Pandora e Katie simplesmente não chegaram lá. E o pior é que mesmo quando é ruim, Skins é atraente. Mesmo quando os episódios se mostram fracos você não consegue parar de assistir.
Depois desses dois anos um tanto decepcionantes, confesso: estava extremamente apreensiva para essa 5ª temporada. Uma terceira geração, novo elenco. "Fuck it", com certeza diria o Chris. Mas no sábado, ao ver o primeiro episódio, quase pude escutar minha adorada Cassie e seu "Wow". Que enquadramento, que trilha, que personagem, que sentimento, que força! Meu Deus, essa é a Skins que eu conheci, me apaixonei e defendi tanto!
Nos primeiros minutos de "Franky", quando a personagem título acorda, se olha no espelho e o cobre depois, me senti novamente dentro de um personagem, vendo o mundo através dos olhos dele. E no segundo episódio, a mesma sensação. Só que dessa vez, era através dos ouvidos do metaleiro viciado em música Rich que consegui perceber tudo isso. Quando ele tirava os fones de ouvido, a música silenciava, quando ele os colocava, estávamos dentro de seu universo. Sem tragédias nem grandes exageros, só a adolescência pura e simples de que eu tanto sentia falta.
Posso estar sendo precipitada, afinal só dois episódios foram apresentados até agora, mas pela primeira vez desde aquela primeira geração de encher os olhos, estou diante do "à flor da pele" que tanto me impressionou a princípio. Acho que agora, finalmente, posso dizer que Skins voltou. E vocês não sabem o quanto isso me deixa feliz!
Love, @taryzottino
Leitores, tanto trabalho quanto faculdade estão sugando todo meu tempo e energia. Chego às sete da noite em casa e às nove já estou no sétimo sono. Por isso peço que me desculpem e tenham paciência comigo com relação aos posts e comentários. Com o tempo vou me acostumar com a nova rotina e estarei menos cansada, espero :)
[EDIT] A versão americana é um lixo, assistam a original britânica, por favor. [/EDIT]