domingo, 30 de janeiro de 2011

Outras 10 perguntas

Ah, nada como um bom meme pra te animar quando você só quer procrastinar no facebook e assistir filmes do Russell Crowe como se não houvesse amanhã. Na verdade, nada melhor quando você está trabalhando e não tem tempo nem de pensar direito - às vezes adoro não ter tempo, me sinto útil no mundo. Quem me indicou foi a Analu que, por sua vez, foi indicada pela Nina! Adorei as perguntas, bem interessantes. Vamos lá:

1 - Qual é para você o cúmulo da miséria?
Ser mesquinho. Viver a vida acumulando picuinhas e mágoas. 

2 - Onde gostaria de viver?
Como a Analu disse, o importante nem é o lugar, mas o que acontece nele. Se você se sente perdido onde está, se sentirá assim em qualquer lugar (da série: coisas que aprendi vendo Felicity) e assim será com qualquer sentimento. Mas não dá pra ser totalmente infeliz vivendo em Paris. Adoraria morar lá, por um tempo, pelo menos. 

3 - Qual o seu ideal de felicidade terrestre?
Sempre quando imagino a felicidade plena, penso num lugar muito verde, cheio de sol, com todas as pessoas que amo em volta. A verdade é que o "ideal de felicidade terrestre" pode acontecer um pouquinho todos os dias.

4 - Quais as faltas que merecem sua indulgência?
Erros involuntários ou inocentes. Ingenuidade excessiva. Precipitações. 

5 - Qualidade que prefere no homem
Bom humor - o que é bem diferente de ser um palhaço mala - e sinceridade. Mas vamos combinar que um sorriso bonito é quase irresistível. 

6 - Qualidade que prefere na mulher
Todas as que admiro se destacam pela força e pela bravura. 

7 - Porque personagem da literatura se apaixonaria?
Cairia fácil pelo Vasco Bruno, de Música ao Longe. Revolucionário, esquivo, misterioso, artista!

8 - Qual o seu palavrão preferido?
Nunca dá pra saber qual vai aparecer na hora da raiva, mas não há nada como um PQP! Bem sonoro mesmo.

9 - Qual seria para você a maior desgraça?
Vou ter que copiar a resposta da Analu: Perder qualquer pessoa que eu amo. E o pior é que isso é meio inevitável né.. =S [2]

10 - Como gostaria de morrer?
Rápido. Pra que eu não sinta dor em me despedir da vida, que é tão maravilhosa!

Minhas indicadas:

LarissaMelAna  e Nathy  :)

Love, Tary

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Infância nossa de cada dia

Eu, minha maninha e as pequenas alegrias de ser criança!

Quando eu era pequena, desenhava por horas a fio. Além de brincar com as minhas tias e contar as joaninhas na parede, era meu passatempo preferido nas manhãs na casa da minha avó. E sempre que ela me chamava para ajudar nos afazeres de casa, dizia tranquilamente que tinha tarefa e passava o dia inteiro desenhando meninas com roupas bonitas, montanhas cheias de flores e qualquer coisa que via pela frente. Vovó fingia que não estava vendo nada e ficava rindo da minha "faltinha" de vergonha na cara. Deve ter sido numa dessas manhãs que tracei meu vestido de 15 anos dos sonhos, inspirado num dos desenhos que mais vi quando pequena, "O Rei e eu". 

Mas assim que o Ensino Médio começou, trazendo com ele o fim da minha infância, simplesmente parei de desenhar. Joguei fora todos os meus desenhos como se fossem um atestado do quanto eu não era boa o bastante. Quando penso nisso me bate uma tristeza! Aqueles rascunhos eram parte de mim, um pedaço da minha infância que não precisava ter deixado ir embora. Por isso, às vezes, quando ninguém está vendo, fecho a porta do quarto e finjo que estou na casa da minha vó, desenhando joaninhas como se não houvesse amanhã. Da porta do meu quarto pra dentro eu sou quem eu quero, posso ser criança de novo e pronto, acabou.

Comentei com uma amiga que existem coisas da infância que automaticamente deixamos de fazer depois de adultos. Não subimos mais em árvores nem brincamos todos os dias, ficamos com o maior peso na consciência se passamos o dia inteiro à toa. Cada um tem a "sua coisa" de criança que deixou de lado por causa das obrigações de gente grande. E quer saber a verdade? Isso é meio triste. 

Então, da próxima vez que alguém torcer o nariz ao me ver comprando um caderno do Ursinho Pooh, conversando com a Genoveva - minha coruja linda de pelúcia - ou fazendo beicinho enquanto peço "por favor", vou simplesmente virar para essa pessoa e, com a maior cara de "tenho 6 anos" do mundo, mostrar a língua pra ela!!

Porque tá pra nascer alguém que me convença que a criança em mim já não existe mais. Tenho vislumbres dela todos os dias, às vezes ela toma conta de mim por inteiro e será assim para sempre. 

Genoveva - a coruja de pelúcia mais linda do mundo inteiro - aprova esse post!

Love, Tary

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Carla Bruni, trens e janelas


Foi num dia triste, frio e chuvoso na semana do seu aniversário, a primeira vez que você chorou no ônibus. Ocupou um canto com apenas um assento, se acomodou, puxou as mangas do casaco para que cobrissem as mãos frias, pensou que estava segura. E foi aí que ela apareceu. Uma tristeza tão gelada e escura quanto o tempo, fazendo seu coração doer no toque suave daquelas lágrimas silenciosas caindo sobre seu livro e se misturando com a chuva que ensopava o cachorrinho na capa. 

Os cabelos tentavam esconder a estupidez do seu rosto avermelhado mas não te importava que te vissem chorando porque pra você não havia mais ninguém naquele ônibus e se havia, não podia ver através dos seus olhos míopes, embaçados e agora esverdeados - como sempre ficam quando suas emoções te traem. 

Nos fones de ouvido, música francesa. Carla Bruni, Quelqu'un m'a dit. A música que te faz pensar em trens, janelas, vento, liberdade. Então as lágrimas vão secando, Bruni se torna Piaf, a dor só se despede quando bem entende e a liberdade só vem quando você olha através do trem, respira fundo e abre as janelas de vento. Um sorriso lhe é arrancado quando vê flores caídas e molhadas pelo chão da rua e, de repente, está nascendo de novo e aquele choro foi o espanto de enxergar o mundo pela primeira vez. 

Love, Tary

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Livros, livros, livros: uma retrospectiva

Confesso: estava morrendo de preguiça de escrever sobre os melhores livros que li no ano passado. Primeiro, foram quarenta livros e pra uma pessoa que não tinha tempo pra nada e só lia no ônibus - e  durante aulas chatas, né, mas abafa -, acho até um número razoável. Mas a @luhsmile me deu bronca no twitter dizendo, com toda razão, que é pecado ter preguiça de falar de livros. Graças a ela, criei coragem - e vergonha na cara, mas abafa de novo - e vim fazer a retrospectiva. Aí, meio que criei uns tópicos e se alguém quiser responder, vou achar o máximo! Vou indicar umas blogueiras no final. Isso mesmo: mamãe, criei um meme!

Os livros que li em 2010

Harry Potter e as Relíquias da Morte, As Meninas, O Morro dos ventos Uivantes, Música ao Longe, Ídolo Teen, O Diário da Princesa - volumes 2, 3,4 e 5, As Brumas de Avalon - 1, 2,3 e 4, Fazendo meu filme, Ensaio sobre a Cegueira, See Jane Date, Desculpa se te chamo de Amor, A menina que não sabia ler, A Última Música, Travessuras da Menina Má, O Menino do Pijama Listrado, Antes de Morrer, Moça Interrompida, Sorte, Em seu lugar, Sussurro, Um certo capitão Rodrigo, Morto até o anoitecer, A arte de correr na Chuva, Capitães da Areia, Alice no país das maravilhas, O Mágico de Oz, Melancia, A Sombra do Vento, A Senhora do Jogo, Memórias de uma Gueixa, Poderosa, A faca de dois gumes, Os contos de Beedle- o Bardo e Laura

Em negrito os melhores do ano, em itálico os que não leria de novo e o restante, bons, porém indiferentes. Essa é opcional pra quem quiser responder porque, né, quase me descabelei pra lembrar tudo. Não precisa morrer de tanto falar - como eu - se não quiser, só cita o livrinho.

O casal literário mais fofo 

Clarissa & Vasco, de Música ao Longe (Erico Verissimo). Primeiro que eles são primos - e amor de primo não acaba nunca: quem pegar essa referência é muito viciado em novela -, ela é uma professora inocente viciada em livros e ele, revolucionário de pensamentos fortes. O relacionamento dos dois, apesar de estar apenas no início nesse livro, é de contrair os dedos dos pés e morder os lábios de tão doce e cativante.  Menção honrosa: Ron & Hermione, de Harry Potter.

Virei a noite lendo

Três livros me fizeram virar a noite, mas o escolhido é A menina que não sabia ler (John Harding), demorei 8 horas para ler e estava realmente amanhecendo quando li a última página. É daqueles livros eletrizantes, que te surpreendem absurdamente, você termina a leitura e não consegue parar de pensar na narrativa, juntar as peças, investigar os fatos e fica um bom tempo com a história grudada na mente. Incrível.

Soco no estômago

O menino do pijama listrado (John Boyne) foi a porrada do ano pra mim. Tratar o nazismo do ponto de vista de duas crianças é quase cruel, pois a inocência da narrativa machuca demais. Nem preciso dizer que chorei horrores.  Menção honrosa: Sorte (Alice Sebold).

Aquele em que chorei de soluçar 
Ou "o livro mais triste que li" pra quem não costuma chorar lendo

Apesar do livro acima ter me desidratado quase que completamente, o que mais me fez chorar foi Laura (Elair Witczak), tão desconhecido que eu mesma tive que criar o perfil no skoob, mas recomendadíssimo, se puderem procurar em sebos, façam isso! Conta a história de uma menina que só queria ser amada, mas foi julgada e maltratada por ser pobre. A miséria retratada é tão pungente que não há como não terminar a leitura e se sentir agradecido por tudo o que têm. Fui dormir chorando, rezando e pensando nas "Lauras" que existem pelo mundo, bem diz a sinopse: Laura pode ter sido a irmã que não quisemos, a amiga de que aproveitamos, a filha que não tivemos a coragem de reconhecer. 
Menção honrosa: Antes de Morrer (Jenny Downham)

A maior decepção do ano 

Desculpa se te chamo de amor (Federico Moccia) tinha tudo pra ser legal. Mas não foi. É italiano e isso é lindo, porque tem toda uma atmosfera calorosa que falta nos livros americanos e ingleses. O tema é muito interessante: o relacionamento de uma menina de 17 anos e um cara de 37. Têm referências incríveis de filmes e músicas ótimas. Mas tudo isso se estraga no excesso de personagens secundários inúteis, na encheção de linguiça e na mania do autor de querer poetizar sem ter bagagem pra isso. Uma pena.
Menção nada honrosa: Moça Interrompida, Susanna Kaysen.

O mais chato

Antes de tudo: não me matem. Sei que muita gente ama esse livro, inclusive minha incentivadora Luh, mas não teve jeito. Apesar das descrições lindas e dos personagens secundários interessantíssimos, os protagonistas de Travessuras da Menina Má (Mario Vargas Llosa) não me cativaram nem por uma linha e isso é o pior defeito que um livro pode ter, na minha opinião. Até perdoo uma narrativa arrastada ou bobinha se os personagens me fizerem torcer por eles e esses, infelizmente, não chegaram nem perto. 
Menção nada honrosa: Melancia (Marian Keyes). 

Quase morri de tanto rir!

Com certeza absoluta, See Jane Date (Melissa Senate) foi o livro que me fez rir alto. Não, não li em inglês, mas me recuso a usar o título em português "Procura-se um namorado, última chamada" que faz parecer que estou lendo um livro de autoajuda pra mulheres encalhadas. Jenny, a protagonista maluca e super identificável, está realmente desesperada, mas qual protagonista de chick lit não está? Bridget Jones que o diga. Comprei porque estava deprimida, precisando de um porre literário e me arrependi instantaneamente, mas bastou começar a leitura pra pagar a língua. É cheio de referências pop, ultra engraçado, terno e o melhor "livro de mulherzinha" que já passou pelas minhas mãos. Menção honrosa: Morto até o anoitecer (Charlaine Harris)

Aventura, fantasia ou infanto-juvenil 

Coloquei as três pra dar mais opções - a pessoa conta que alguém vai responder, haha! -, mas minha resposta a cada uma delas seria a mesma: Harry Potter e as relíquias da morte (JK Rowling).  Simplesmente AMEI o final, não me decepcionei em nada e quase morri de ansiedade lendo.  
Menções honrosas: As Brumas de Avalon (Marion Zimmer Bradley) e Fazendo meu filme 1 (Paula Pimenta).

Bate bola de personagens

Personagem masculino apaixonante: Vasco, de Música ao Longe. 
Personagem feminina admirável: Morgana, de As Brumas de Avalon. 
Personagem mais chato: Gwenhwyfar, de As Brumas de Avalon. 
Personagem mais legal: Ron, de Harry Potter e as Relíquias da Morte.
Personagem mais perturbador: Florence, de A menina que não sabia ler. 
Personagem que mais me identifiquei: Lorena, de As Meninas (Lygia Fagundes Telles)

O melhor livro que li em 2010

Parte da minha resenha no skoob de Ensaio sobre a Cegueira (José Saramago), explica perfeitamente o motivo, então colei aqui:  Inquietante, claustrofóbico, genial. Este livro revela todas as faces humanas e gera uma reflexão assustadora sobre o que aconteceria se um caos como o "mal branco" se instalasse no mundo, o que de fato aconteceria se de uma hora para outra uma epidemia de cegueira surgisse? Ou será que já somos cegos que podem ver e ainda não nos demos conta disso? A leitura provoca reações quase físicas, nos imaginamos cegos, perdidos, famintos e imundos. Não somos mais nós mesmos, mas aqueles personagens sem rosto, sem olhos, sem nomes. Aflição, falas misturadas... Se trata de uma narrativa poderosa e necessária, onde nos sentimos completamente dentro da história. GE-NI-AL.

5 indicadas pra responder!

 Luisa  - Fernanda -  Jéssica Asato -Analu - Anna Vitória

E foto de parte da minha estante pra ilustrar!



Ufa, terminei!!! Love, Tary

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Desatina sem doer


Revistas de moda recortadas, grudadas no chão molhado de vinho tinto e tristes cacos de vidro emoldurando uma forma exausta, são feito mosaicos sem cor e sem vida. Cabelos suados e rímel borrado brigando num rosto adormecido de solidão. Pés tomados por bolhas, descalços de qualquer armadilha. Vestido preto safado e no relicário entreaberto, afundado no decote, duas fotos envelhecidas sem foco. Nos ombros desnudos, a figura de uma serpente multicolorida assustadora. E nos olhos que se abrem, castanhos e mega dilatados, um brilho de inocência perdida, uma mordida da cobra, uma dor de Camões e uma expressão de quem quer tudo e não vai esperar. 


Escrevi na madrugada de hoje e resolvi chamar esse tipo de texto de "estrofículas", inspirada no Luís Fernando Veríssimo, que chama seus pequenos textos de "textículos", haha!

Love, Tary

sábado, 1 de janeiro de 2011

Esperanças com sorvete


Depois de um ano ruim como foi 2010, começo este novo um pouco desconfiada, ressabiada mesmo, sem saber direito "qual será". Normal, até. Mas pergunta se meu otimisto deixa minhas expectativas diminuirem? Capaz. Sempre fico cheia de esperanças nessa época do ano e mesmo não escrevendo minhas resoluções, acabo as construindo mentalmente e torcendo para que consiga alcançar tudo o que mais desejo. Especialmente aqueles três pedidos secretos que 2010 não soube me dar de presente...

Estaria mentindo se dissesse que o ano que passou foi totalmente horrível, talvez seja o otimismo falando de novo mas muitas coisas legais aconteceram. Viajei bastante, arrumei meu primeiro emprego, dancei horrores, fui mais de vinte vezes ao cinema, li quarenta livros, fui ao meu tão esperado show do Leoni, escrevi como havia me prometido, tive um Natal perfeito, curti minha família e me diverti bastante com meus amigos. Das coisas ruins, algumas me fizeram aprender e outras não tiveram lado bom algum - algumas não têm mesmo, lide com isso. Lembram da minha confusão sobre os anos pares, considerados os melhores por todos e que sempre foram os mais difíceis pra mim? Então! 

No fundo, espero milhões de coisas boas em 2011. Espero ser uma pessoa melhor, mais tolerante e menos "não levo desaforo pra casa". Quero continuar não tendo vergonha de ser feliz e não quero ter medo de aproveitar a minha juventude, correr atrás dos meus sonhos e ser perseverante neles. Não quero que as coisas aconteçam sozinhas, mas que eu as faça acontecer. 

Ano passado, neste mesmo dia, comecei este blog cheia de esperanças e hoje quando ele completa um ano, percebo que este sentimento não mudou nada! Comemoro tomando sorvete - bem mais universal que bolo - e agradeço muito. Agradeço cada visita, cada comentário, cada seguidor e ao mesmo tempo agradeço por mais um ano em que não perdi as esperanças de continuar rodopiando :)

Feliz ano novo e feliz aniversário para o blog! 

Love, Tary