Confesso: estava morrendo de preguiça de escrever sobre os melhores livros que li no ano passado. Primeiro, foram quarenta livros e pra uma pessoa que não tinha tempo pra nada e só lia no ônibus - e durante aulas chatas, né, mas abafa -, acho até um número razoável. Mas a
@luhsmile me deu bronca no twitter dizendo, com toda razão, que é pecado ter preguiça de falar de livros. Graças a ela, criei coragem - e vergonha na cara, mas abafa de novo - e vim fazer a retrospectiva. Aí, meio que criei uns tópicos e se alguém quiser responder, vou achar o máximo! Vou indicar umas blogueiras no final. Isso mesmo:
mamãe, criei um meme!
Os livros que li em 2010
Harry Potter e as Relíquias da Morte, As Meninas, O Morro dos ventos Uivantes, Música ao Longe, Ídolo Teen, O Diário da Princesa - volumes 2, 3,4 e 5, As Brumas de Avalon - 1, 2,3 e 4, Fazendo meu filme, Ensaio sobre a Cegueira, See Jane Date, Desculpa se te chamo de Amor, A menina que não sabia ler, A Última Música, Travessuras da Menina Má, O Menino do Pijama Listrado, Antes de Morrer, Moça Interrompida, Sorte, Em seu lugar, Sussurro, Um certo capitão Rodrigo, Morto até o anoitecer, A arte de correr na Chuva, Capitães da Areia, Alice no país das maravilhas, O Mágico de Oz, Melancia, A Sombra do Vento, A Senhora do Jogo, Memórias de uma Gueixa, Poderosa, A faca de dois gumes, Os contos de Beedle- o Bardo e Laura.
Em negrito os melhores do ano, em itálico os que não leria de novo e o restante, bons, porém indiferentes. Essa é opcional pra quem quiser responder porque, né, quase me descabelei pra lembrar tudo. Não precisa morrer de tanto falar - como eu - se não quiser, só cita o livrinho.
O casal literário mais fofo
Clarissa & Vasco, de Música ao Longe (Erico Verissimo). Primeiro que eles são primos - e amor de primo não acaba nunca: quem pegar essa referência é muito viciado em novela -, ela é uma professora inocente viciada em livros e ele, revolucionário de pensamentos fortes. O relacionamento dos dois, apesar de estar apenas no início nesse livro, é de contrair os dedos dos pés e morder os lábios de tão doce e cativante. Menção honrosa: Ron & Hermione, de Harry Potter.
Virei a noite lendo
Três livros me fizeram virar a noite, mas o escolhido é A menina que não sabia ler (John Harding), demorei 8 horas para ler e estava realmente amanhecendo quando li a última página. É daqueles livros eletrizantes, que te surpreendem absurdamente, você termina a leitura e não consegue parar de pensar na narrativa, juntar as peças, investigar os fatos e fica um bom tempo com a história grudada na mente. Incrível.
Soco no estômago
O menino do pijama listrado (John Boyne) foi a porrada do ano pra mim. Tratar o nazismo do ponto de vista de duas crianças é quase cruel, pois a inocência da narrativa machuca demais. Nem preciso dizer que chorei horrores. Menção honrosa: Sorte (Alice Sebold).
Aquele em que chorei de soluçar
Ou "o livro mais triste que li" pra quem não costuma chorar lendo
Apesar do livro acima ter me desidratado quase que completamente, o que mais me fez chorar foi Laura (Elair Witczak), tão desconhecido que eu mesma tive que criar o perfil no skoob, mas recomendadíssimo, se puderem procurar em sebos, façam isso! Conta a história de uma menina que só queria ser amada, mas foi julgada e maltratada por ser pobre. A miséria retratada é tão pungente que não há como não terminar a leitura e se sentir agradecido por tudo o que têm. Fui dormir chorando, rezando e pensando nas "Lauras" que existem pelo mundo, bem diz a sinopse: Laura pode ter sido a irmã que não quisemos, a amiga de que aproveitamos, a filha que não tivemos a coragem de reconhecer.
Menção honrosa: Antes de Morrer (Jenny Downham)
A maior decepção do ano
Desculpa se te chamo de amor (Federico Moccia) tinha tudo pra ser legal. Mas não foi. É italiano e isso é lindo, porque tem toda uma atmosfera calorosa que falta nos livros americanos e ingleses. O tema é muito interessante: o relacionamento de uma menina de 17 anos e um cara de 37. Têm referências incríveis de filmes e músicas ótimas. Mas tudo isso se estraga no excesso de personagens secundários inúteis, na encheção de linguiça e na mania do autor de querer poetizar sem ter bagagem pra isso. Uma pena.
Menção nada honrosa: Moça Interrompida, Susanna Kaysen.
O mais chato
Antes de tudo: não me matem. Sei que muita gente ama esse livro, inclusive minha incentivadora Luh, mas não teve jeito. Apesar das descrições lindas e dos personagens secundários interessantíssimos, os protagonistas de Travessuras da Menina Má (Mario Vargas Llosa) não me cativaram nem por uma linha e isso é o pior defeito que um livro pode ter, na minha opinião. Até perdoo uma narrativa arrastada ou bobinha se os personagens me fizerem torcer por eles e esses, infelizmente, não chegaram nem perto.
Menção nada honrosa: Melancia (Marian Keyes).
Quase morri de tanto rir!
Com certeza absoluta, See Jane Date (Melissa Senate) foi o livro que me fez rir alto. Não, não li em inglês, mas me recuso a usar o título em português "Procura-se um namorado, última chamada" que faz parecer que estou lendo um livro de autoajuda pra mulheres encalhadas. Jenny, a protagonista maluca e super identificável, está realmente desesperada, mas qual protagonista de chick lit não está? Bridget Jones que o diga. Comprei porque estava deprimida, precisando de um porre literário e me arrependi instantaneamente, mas bastou começar a leitura pra pagar a língua. É cheio de referências pop, ultra engraçado, terno e o melhor "livro de mulherzinha" que já passou pelas minhas mãos. Menção honrosa: Morto até o anoitecer (Charlaine Harris)
Aventura, fantasia ou infanto-juvenil
Coloquei as três pra dar mais opções - a pessoa conta que alguém vai responder, haha! -, mas minha resposta a cada uma delas seria a mesma: Harry Potter e as relíquias da morte (JK Rowling). Simplesmente AMEI o final, não me decepcionei em nada e quase morri de ansiedade lendo.
Menções honrosas: As Brumas de Avalon (Marion Zimmer Bradley) e Fazendo meu filme 1 (Paula Pimenta).
Bate bola de personagens
Personagem masculino apaixonante: Vasco, de Música ao Longe.
Personagem feminina admirável: Morgana, de As Brumas de Avalon.
Personagem mais chato: Gwenhwyfar, de As Brumas de Avalon.
Personagem mais legal: Ron, de Harry Potter e as Relíquias da Morte.
Personagem mais perturbador: Florence, de A menina que não sabia ler.
Personagem que mais me identifiquei: Lorena, de As Meninas (Lygia Fagundes Telles)
O melhor livro que li em 2010
Parte da minha resenha no skoob de Ensaio sobre a Cegueira (José Saramago), explica perfeitamente o motivo, então colei aqui: Inquietante, claustrofóbico, genial. Este livro revela todas as faces humanas e gera uma reflexão assustadora sobre o que aconteceria se um caos como o "mal branco" se instalasse no mundo, o que de fato aconteceria se de uma hora para outra uma epidemia de cegueira surgisse? Ou será que já somos cegos que podem ver e ainda não nos demos conta disso? A leitura provoca reações quase físicas, nos imaginamos cegos, perdidos, famintos e imundos. Não somos mais nós mesmos, mas aqueles personagens sem rosto, sem olhos, sem nomes. Aflição, falas misturadas... Se trata de uma narrativa poderosa e necessária, onde nos sentimos completamente dentro da história. GE-NI-AL.
E foto de parte da minha estante pra ilustrar!
Ufa, terminei!!! Love, Tary